Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Quinara. Num universo de 152 entrevistados/as, 58% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 41% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciaram os eleitores a votarem ou não em determinados partidos ou candidatos nas eleições, procurou-se também compreender o nível de confiança que têm nas promessas eleitorais que são feitas pelos partidos e candidatos. Num universo de 152 eleitores entrevistados, 58% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 41% afirmam acreditarem nas promessas.
Em relação a essa questão, tanto quanto os entrevistados, os participantes no grupo focal também demonstraram falta de confiança nas promessas que são feitas. Contudo, alguns afirmam que, às vezes, acreditam e tentam renovar esperanças para ver o que pode acontecer. Entre as contribuições, eis o que uma participante disse:
Nos períodos eleitorais os políticos nos fazem várias
promessas e nós precisamos de serviços básicos, como
hospitais, escolas e outros. Eles nos prometem todas essas
coisas e apesar de não cumprem com as suas palavras,
temos sempre a esperança de que podem vir a cumpri-las.
Participante no. 6 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Mas, ainda foi possível registar sentimentos de revolta face ao incumprimento das promessas e alguns eleitores até advertiram que já chegaram a pensar que já não vale a pena continuar a votar. Esse participante é entre tantos com a mesma opinião:
(…) já chamei a minha mulher e lhe disse para deixarmos de
votar. Os nossos votos não trazem nenhum resultado, “constrói-se uma casa quando sabes que vais morar nela, caso contrário, não vale o esforço”. Este ano não vamos votar, a estrada que liga Buba a Fulacunda não tem mínimas condições, mas são das primeiras promessas que sempre fazem, vamos construir esta estrada. Desde 1994 durante a abertura democrática na Guiné-Bissau foram feitas várias promessas, mas nenhuma chegou a ser cumprida, porque os políticos conseguem comprar a consciência e dignidade dos eleitores.
Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
A manipulação de eleitores com pouca capacidade de discernimento sobre a importância do seu voto tem sido observada pelos participantes no grupo focal como uma das estratégias contraproducente que ajuda a desvalorizar o sentido de voto. Um dos participantes86 procurou mostrar que não há nenhum bem que os políticos podem disponibilizar durante a campanha eleitoral cujo valor supere o que a educação ou a saúde têm na vida de qualquer eleitor. E ainda declara que:
(…) pessoalmente não acredito nos nossos políticos, porque
fazem várias promessas que não cumprem. Nos períodos
eleitorais procuram pessoas menos esclarecidas para enganarem com bens matérias de pouco valor como por exemplo motorizadas, bicicletas, carros e etc. Sendo que para os serviços essenciais que precisamos não fazem nada, caso de hospitais e escolas. Vamos supor que a pessoa caia nessa motorizada que lhes entregaram e se machucou, mas não tem um hospital em condições para um tratamento adequado (…).
Participante no. 8 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Conforme foi possível constatar entre os eleitores entrevistados, aqueles que acreditam, em alguns casos, têm uma ligação de militância ou de admiração as lideranças e, supostamente, não levam muito em consideração a coerência e idoneidade das promessas.