UDJU RIBA DI NO VOTU

uma análise nacional e regional sobre as práticas E EXPERIÊNCIAS DO ELEITORADO em processos democráticos NA GUINÉ-BISSAU.

Sentido do voto na Região de Cacheu

Regional 11/07/2022 — 31/10/2022 Região de Cacheu, Secção de Ingoré, Secção de Suzana, Setor de Bigene, Setor de Bula, Setor de Cacheu, Setor de Caio, Setor de Calequisse, Setor de Canchungo, Setor de São Domingos

A Região de Cacheu é administrativamente dividida por seis setores, nomeadamente, Cacheu, que é também capital regional, Bigene, Bula, Caio, Canchungo e São Domingos. A região é povoada por pouco mais de meia dúzia de etnias, sendo as mais numerosas os Manjacos, Balantas, Mancanhas e Felupes. A região configura três círculos eleitorais: 19, 20 e 21. Segundos dados do recenseamento de 2018, foram registados 90.092 eleitores, o que representa, naquela altura, 11,83% da população eleitoral, elegendo 14 deputados para o parlamento.

Eleitores 2018
90.092
Questionários
449
Meta %
0,5 %
Grupo 1 Cacheu

1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO

A região de Cacheu, composta por seis setores, contou com 449 entrevistados. A diversidade étnica é marcante, destacando-se Manjacos (28%), Balantas (19%), Mancanhas e Felupes. A população é relativamente jovem, com maioria entre 30 e 49 anos (58%), e apresentou equilíbrio de género, com igual participação de homens e mulheres. A religião predominante é a cristã (45%), seguida da muçulmana (29%). O casamento tradicional é amplamente praticado (89%) e a maioria dos agregados tem menos de dez eleitores. Quanto à escolaridade, destaca-se a 10.ª–12.ª classe (23%), e em termos económicos predominam a agricultura (35%) e o comércio (32%), seguidos pelos setores privado (18%) e público (15%).

regional

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.

A tabela 1 traz um resumo dos setores da região de Cacheu, com os seus respetivos números de questionários aplicados e a percentagem.

A Região de Cacheu é uma das mais heterogéneas do país do ponto em termos de territorialidade e representatividade étnica e, conforme o gráfico 1, a presença de pouco mais de meia dúzia de etnias confirma essa realidade. Contudo, entre os eleitores entrevistados, a etnia manjaca é a mais predominante, representando 28%, seguida pelos balantas, com 19%.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 2: Faixa etária

Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Cacheu é a etnia Mandjaco, representada por 28%.

Em relação aos eleitores entrevistados, a faixa etária predominante é a de 40 a 49 anos, representando 29%, seguida pela de 30 a 39 anos, também com 29%. Ou seja, a população entrevistada é relativamente jovem e demonstra interesse pelas iniciativas do associativismo e política.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.

Num universo de 449 entrevistados/as na região de Cacheu, 50% foram do sexo feminino e 50% do sexo masculino.

Conforme mencionado anteriormente, o questionário foi aplicado aleatoriamente, sem fixar o percentual de género. No entanto, em Cacheu, tivemos uma agradável surpresa em termos de participação: dos 449 eleitores entrevistados, 50% são do sexo feminino e 50% do sexo masculino, segundo o gráfico 3.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 4: Religião dos entrevistados.

A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 45%.

A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é o cristianismo, com 45%, seguido pelo islamismo, com 29%.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.

No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 67% são casados (as), 27% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 4% são viúvos (as).

Quanto ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 67% são casados, 27% solteiros, 2% divorciados e 4% viúvos.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.

Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 89%.

Entre os casados, a celebração predominante baseia-se na tradição, segundo os usos e costumes de cada etnia, em 89%.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 7: Capacidade eleitoral

Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 77% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 23% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Todos os eleitores entrevistados têm alguém em casa em condições de exercer o direito de voto. Quando questionados sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 77% declararam ter menos de 10 pessoas que podem votar e 23% afirmaram ter mais de que 10.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 8: Nível de escolaridade.

De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Cacheu é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 23% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 19%.

A maioria dos eleitores entrevistados frequentou o ensino médio e, conforme o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante é de 10ª a 12ª classe (23%), seguido pelo de 7.ª a 9ª (19%).

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 9: Fonte de receita.

Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 449 entrevistados/as, 35% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 32% são comerciantes.

Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são os domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Dentre os 449 entrevistados, 35% eram agricultores, 18% trabalhavam no setor privado, 15% no setor público e 32% eram comerciantes. Tal como verificado nas outras regiões, a maioria de eleitores eram cidadãos com ocupação social e laboral que participaram da produção de riquezas que, direta ou indiretamente, apoiaram o desenvolvimento da economia nacional. Esta parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Cacheu e suas experiências e relações com o processo eleitoral.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
Grupo 2 Cacheu

1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS

Na região de Cacheu, muitos eleitores acumulam experiência eleitoral, tendo votado em várias eleições desde 1994. Essa trajetória mostra uma participação contínua, mas também uma relação ambivalente com os partidos. Cerca de metade afirma não se manter fiel a uma mesma força política, citando promessas não cumpridas e perda de confiança. Para os que permanecem, a lealdade vem da identificação ideológica, étnica ou religiosa. A confiança nas promessas eleitorais é, no entanto, reduzida: quase dois terços não acreditam nelas, reconhecendo tanto a desonestidade de políticos quanto a prática de alguns eleitores que se comprometem com vários candidatos. Os debates locais revelam frustração, mas também a exigência crescente por maior responsabilidade dos representantes.

regional

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.

Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 449 entrevistadas/os, 23% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes.

Nessa parte, o propósito foi observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo os motivos que os levam a votar em determinados candidatos ou partidos. Entretanto, quando questionados sobre a frequências de com que votaram, percebe-se que, num universo de 449 eleitores entrevistados, 23% afirmam já ter votado pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes. No geral, são eleitores com alguma experiência, considerando a regularidade na participação durante o processo eleitoral.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.

Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 15% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 16% nas eleições de 1999, 37 % nas eleições gerais de 2014 e 32% nas eleições gerais de 2019.

Em relação à participação nas eleições gerias realizadas no país, entre os entrevistados houve um crescimento em termos de participação numa escala ascendente à medida que o país ia realizando as eleições. Consoante o gráfico 11, percebe-se que 15% confirmaram terem votado nas eleições gerais de 1994, 16% nas eleições de 1999, 37% nas eleições gerais de 2014.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 12: Votação nas legislativas.

Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 30% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.

Em relação ao número de vezes que os entrevistados votaram nas eleições legislativas passadas, 30% admitiram ter votado pelo menos 5 vezes.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 13: Eleições presidenciais.

E nas eleições presidenciais passadas, 30% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.

De igual modo, nas eleições presidenciais, 30% dos eleitores entrevistados confirmaram ter votado pelo menos 5 vez.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 14: Nível de confiança no partido.

Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 56% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 44% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Foi também possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 56% afirmaram que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 44% confirmaram ter votado sempre no mesmo partido. Provavelmente, nesse segundo caso, dois aspetos podem ter contribuído para o entendimento do comportamento dos eleitores: primeiro, pode estar relacionado com a fidelidade de militância ou simpatia ao partido e, no contexto eleitoral guineense, as questões histórico-ideológica, étnico e religiosa têm determinado, em alguns casos, a decisão de escolha. Essas ligações (e não só) supostamente têm, em menor ou maior grau, definida as opções de eleitores na hora de decidirem os seus votos.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.

E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (39%), confiança no programa de Governo (34%) e ter admiração pelo partido (27%).

Os principais motivos que os leva a votar sempre no mesmo partido são: 39% consideram a confiança no partido, 34% apontam a confiança no programa de governo e 27% pela admiração ao partido. Conforme se vê pelas opções supramencionadas, a confiança no partido surge com maior percentual em relação às outras opções. Ou seja, na cartografia eleitoral existem zonas reconhecidas como bastião de determinados partidos, onde, tradicionalmente, sempre elegeram deputados.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.

E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (35%), a falta de confiança no partido (37%) e a perda de confiança no partido (28%).

Contrariamente, para os eleitores entrevistados que afirmaram não terem votado sempre no mesmo partido nas eleições, como se pode constatar nas explicações abaixo: 35% pelo incumprimento das promessas da campanha anterior, 37% pela falta de confiança nos partidos e 28% pela perda de confiança nos partidos.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.

Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Cacheu. Num universo de 449 entrevistados/as, 65% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.

Além de tentar observar os principais motivos que influenciam o voto ou não num determinado partido nas eleições, foi também observado o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais feitas pelos candidatos na região de Cacheu. Dos 449 eleitores entrevistados, 65% não acreditam nas promessas eleitorais e 35% têm opinião contrária.

A descrença nas promessas durante o período da campanha eleitoral, foi também expressa pelos participantes do grupo focal. Segundo eles, os políticos não honram seus compromissos. Ainda reconhecem que muitos eleitores são desonestos, porque assumem compromissos com diferentes políticos, mesmo sabendo que apenas têm direito a exercer um único voto. Conforme o trecho de um dos participantes do grupo focal:

(…) acreditar nas promessas eleitorais depende porque as promessas muita das vezes não são para benefício coletivo. Os políticos procuram pessoas influentes para fazer promessas de lhes dar carros e motas e, em troca, estes devem conseguir mobilizar eleitores para o seu partido ou candidato. (…) o problema que se coloca nós próprio é que nos enganamos entre nós, porque quando conhecemos bem qual é o papel de um deputado não é fácil sermos enganados, pois existem coisas que não são da competência de um deputado. Quando um deputado diz que vai construir uma estrada é bom saber logo que é uma falsa promessa (…). (…) outra situação é que nós os eleitores devemos ser honestos, pois na maioria das vezes o que se verifica é que uma pessoa promete voto a dois ou três partidos, quando só temos um único voto a exercer.

Participante no. 4 no grupo focal em Cacheu. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

Essa observação não só demonstra a falta de confiança dos eleitores nas promessas que lhes são feitas, como também há um reconhecimento de tentativa de aproveitamento por parte de eleitores que procuram tirar algum benefício dos bens materiais que os políticos colocam à disposição, como moeda de troca com o voto.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 18: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.

Portanto, segundo o gráfico 18, dos/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 37% afirmam ter confiança no candidato, 32% afirmam ter confiança no programa de Governa e 31% afirmam que o candidato cumpre com as promessas eleitorais.

Portanto, já no gráfico 18, para os eleitores entrevistados que afirmam acreditar nas promessas eleitorais nas eleições, constatou-se que 37% confiam nos candidatos, 32% nos programas de governação e 31% enaltecem o cumprimento das promessas eleitoras pelos partidos. Provavelmente, para esses eleitores, deve existir um histórico positivo no desempenho dos candidatos e, igualmente, nos programas de governação apresentados.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.

Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 29% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato, 44% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores e 37% afirmam que não acreditam porque não confiam no partido.

Entretanto, dos eleitores entrevistados que, por sua vez, não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 29% reafirmam essa mesma posição no que tange aos candidatos, 44% evocam o incumprimento das promessas das campanhas anteriores e 37% não confiam nos partidos.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 20: Processo democrático.

Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 entrevistados/as, 48% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 52% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Quando questionados sobre o processo democrático do país, num universo de 203 eleitores entrevistados, 48% consideram a democracia como um fiel instrumento para a paz e justiça social e 52% como a chave do desenvolvimento. A clareza dos eleitores sobre as valências da democracia é inquestionável e, conforme defendem, as duas condições são fundamentais para assegurar a sobrevivência democrática. Já no gráfico 20, embora as duas opções estejam tecnicamente iguais, há um ligeiro desequilíbrio em relação à influência que a democracia está a ter no desenvolvimento do país.

E as opiniões registadas no grupo focal trouxe essa preocupação exposta por um dos participantes:

(…) a democracia serve para construir muita coisa a partir do momento em que vamos ao encontro daquilo que são os princípios da democracia, mas na Guiné o sentido da democracia é desvirtualizado. (…) Se formos ver o exemplo do ocidente ou dos vizinhos Senegal e Cabo-Verde vê-se que a democracia está a funcionar no seu verdadeiro significado da palavra.

Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

Ou seja, há uma aprovação inequívoca do sistema democrático e dos seus benefícios para o país, que, segundo os eleitores, para além de vícios e deturpações, existe um desaproveitamento total do mesmo.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.

De acordo com o gráfico 21, 67% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 19% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 10% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Conforme o gráfico 21, 67% dos eleitores entrevistados consideram o período da campanha eleitoral como uma oportunidade para apresentarem as preocupações da comunidade, 19% como o de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 10% como de conflito entre partidos e candidatos.

Para os participantes do grupo focal é o momento em que os partidos procuram vender as suas ideias:

(…) apresentam os seus programas eleitorais com o fim de angariação de votos. Nem todos os partidos apresentam programas de governação como temos acompanhado nas eleições passadas, onde alguns candidatos não conseguiram apresentar o seu programa, mas a população mesmo assim votou e hoje estão a chorar (…).

Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

O grupo focal desvalorizou a questão de conflitos no período eleitoral, enfatizando a compra de consciência dos eleitores como elemento muito presente na manipulação das suas decisões.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
Grupo 3 Cacheu

1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR

O voto é compreendido na Região de Cacheu como meio de escolher candidatos capazes de promover o desenvolvimento, embora muitos reconheçam votar também por obrigação cívica ou para enfrentar os problemas do país. Oficialmente, a maioria declara decidir de forma autónoma, mas nos grupos focais emergem relatos de pressões familiares e comunitárias, sobretudo sobre mulheres e jovens. A compra de votos aparece como prática recorrente, com distribuição de arroz, camisolas, dinheiro ou motorizadas, frequentemente mediada por líderes locais. Ainda que tais trocas não garantam fidelidade, revelam a fragilidade da autonomia eleitoral e a permanência de relações clientelistas na região.

regional

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.

O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Cacheu. Assim sendo, num universo de 449 entrevistados/as, 50% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com Programa para o desenvolvimento.

Nesta parte, procurou-se observar influências/pressões exercida sobre os eleitores na hora de votar. Por isso, pergunta-se até que ponto eles são autónomos para decidir em quem votar ou não sem as influenciadas de terceiros. Portanto, a questão que os eleitores foram colocados pretende, essencialmente, saber o que significa o ato de votar. Assim sendo, num universo de 449 eleitores entrevistados, 50% entendem que o ato de votar significa eleger o candidato ou partido, cujo programa de governação seja voltado para o desenvolvimento.

À semelhança de Bolama, aos eleitores importa apenas os programas dos partidos e não procuram compará-los e depois eleger aquele que, na sua perspetiva, apresenta condições reais para atender os desafios que o país enfrenta. Aliás, segundo os eleitores, poucos partidos conseguem apresentar os seus programas durante a campanha, porém conseguem angariar votos. Em relação à essa situação, os participantes do grupo focal consideram que:

Existe sempre uma razão para votar apesar da desmotivação por conta do que tem acontecido no país desde manipulação dos resultados eleitorais indo para prestação dos governantes que nos deixa desmotivados. São elegidos por uma função, mas depois não fazem absolutamente nada. E perante a necessidade de procurar o melhor, votamos sempre, aliás a estratégia dos que estão a governar mal o país é de desmotivar os eleitores (…) nós acreditamos que a campanha de sensibilização que se faz durante os períodos eleitorais devem ir além de dizer as pessoas para irem votar, mas também de saberem para quê estão a votar.

Participante no. 4 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

Quer essa leitura, como outras que foram feitas, o voto foi encarado não só como mecanismo para escolher os decisores, como também para avaliar o desempenho da governança. Por outro lado, acreditam que votam para cumprir com o dever cívico que têm enquanto cidadãos.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.

Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Na sequência, segundo o gráfico 23, 97% esclareceram que votaram nas eleições, porque viram no candidato a oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Ou seja, teoricamente, pelas respostas, os eleitores demonstraram ter a noção de que precisam votar para contribuir na resolução dos problemas de governança do país. Já o grupo focal reconhece que, na prática, às vezes, existe alguma contradição. Também acreditam que muitos votam pensando em resolver o seu problema pessoal.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:

Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Embora, durante os trabalhos de aplicação de questionário, os eleitores entrevistados não admitam a existência de orientação de voto e 98% não respondam a essa questão, conforme o gráfico 24.

Contrariamente, durante o grupo focal, no entendimento dos participantes revelaram a existência de influência de terceiros na decisão de voto, sobretudo por parte do marido em relação à mulher ou do pai em relação aos filhos. Além daquilo que acontece no ambiente familiar, os participantes ainda admitiram que, mesmo a nível comunitário, os eleitores são manipulados a votar por vontade de outrem:

Sim, a intenção de voto é influenciada no seio das comunidades. Temos várias pessoas que são analfabetas ou menos esclarecidas e estas pessoas são facilmente mobilizadas para votar em um ou outro candidato pelo benefício de outra pessoa. Mesmo no dia da votação as pessoas são influenciadas a votar por meio de sinais e outras formas.

Participante no. 2 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

A contribuição aponta que os eleitores com pouca capacidade de discernimento, devido ao seu baixo nível de escolaridade, sofrem muita pressão e manipulação por parte de terceiros, que utilizam vários mecanismos para influenciar a sua decisão de voto.

Apesar da afirmação acima exposta, conforme o gráfico a seguir, os eleitores entrevistados não admitem receber alguma orientação nas suas decisões de voto.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:

Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 86% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 86% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:

Em relação a influência na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas tradicionais e religiosas coercitivas que os influenciam. A análise das respostas obtidas, apresentada no gráfico 26, não revelou significância estatística.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 27: Bens para angariar votos.

Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 449 resposta em Cacheu, 76% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Se, por um lado, descartaram as influências nas suas decisões de voto, por outro lado, num universo 449 resposta, 76% dos eleitores entrevistados reafirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades. Assim coloca-se as seguintes questões: por que os partidos e candidatos têm persistido nessa estratégia de “doação” de materiais diversos durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões poderão ajudar a compreender até que ponto os eleitores são ou não autónimos para decidir livremente o seu voto. Mas, se a maioria continuasse a apresentar alguma limitação em termos de compreensão do significado que um ato de votar pode ter na sua própria vida, talvez terão dificuldades para decidir por vontade própria.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.

Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (12%), camisolas (26%), arroz (30%) e dinheiro (17%).

Portanto, segundo o gráfico 28, consta-se que os bens mais doados com a finalidade de angariar votos nas comunidades são distribuídos da seguinte forma: 12% consideram que são as motorizadas, 26% as camisolas, 30% o arroz e 17% o dinheiro. Obviamente, nem todos os partidos e candidatos conseguem sentir-se satisfeitos com o retorno do investimento feito. Aliás, conforme acima exposto, não basta apenas levar os bens para garantir os votos dos eleitores, mas contam também que além do capital político, o componente identitário, que, na maioria das vezes, tem determinado a decisão dos eleitores das zonas rurais.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.

Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (37%), o responsável local do partido (18%) e ou chefe de tabanca (7%).

Os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados, são: 37% apontam a comunidade, 18% o responsável local do partido e 7% o chefe de tabanca. Embora a comunidade surja como maior beneficiaria dos recursos, na prática, os responsáveis dos partidos e chefes tradicionais comunitários são os beneficiários diretos que, às vezes, são premiados secretamente pelos partidos e candidatos sem que a comunidade saiba. Aliás, esse aspeto foi muito bem retratado e reconhecido como prática corrente durante o período eleitoral. Nessa parte, ficou evidente o não reconhecimento, por parte de eleitores entrevistados, de influência de terceiros ou de mecanismos coercitivos no momento do voto. Contudo, eles admitem a disponibilização de bens materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral na comunidade com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
Grupo 4 Cacheu

1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS

Na região de Cacheu, 97% dos eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e governantes, entendendo-a como condição para liderar e tomar decisões com responsabilidade. Contudo, 76% avaliam o desempenho democrático do país como mau, refletindo crises sucessivas e perda de confiança nas instituições. A Liga Guineense dos Direitos Humanos surge como a mais credível (28%), embora sem consenso. Os participantes também defendem maior inclusão de mulheres e jovens, mas alertam para obstáculos internos nos partidos e falta de solidariedade entre mulheres. Quanto ao processo eleitoral, apontam fragilidades como transparência insuficiente e recenseamento vulnerável, mas valorizam o inquérito como espaço de expressão cívica.

regional

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 97% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Essa parte apresenta observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito ao preparo e desempenho democrático no país. Quanto à a escolaridade, os eleitores entrevistados não têm dúvidas da importância desse requisito para a melhoria do desempenho da democracia e de instituições democráticas. Eles foram claros em exigir a escolaridade mínima para deputados e membros do governo, e 97% dos eleitores entrevistados afirmam que deveria haver um nível de escolaridade mínima para esses cargos.

Essa leitura oi reforçada pela opinião dos participantes do grupo focal, que consideram que:

(…) deve existir escolaridade mínima. Porque a escola é o lugar que ajuda as pessoas a crescer. É verdade que cada pessoa nasce com a sua capacidade, mas a escola nos ajuda a desenvolver ainda mais e melhor as nossas capacidades e quanto mais o nível de escolaridade mais é a nossa perceção das coisas. Eu me lembro que em Senegal existe um nível de escolaridade exigido para ser candidato. O artista senegalês Youssou N`Dour queria candidatar para Presidência da República, mas não foi aceite pelos eleitores e nós também temos que ser capazes de fazer essa exigência, na Guiné-Bissau. A política está toda confusa de modo que os que têm um nível académico não estão interessados na política e deixam o lugar para aqueles com um baixo nível de escolaridade até ao ponto de hoje serem maioritários no seio dos partidos e, consequentemente, também são nomeados para cargos de ministros.

Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

O nível de escolaridade reconhecido como requisito, foi defendido pelos eleitores como condição fundamental para concorrer a um cargo político, sobretudo o de deputado.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (39%), para poder tomar as melhores decisões (36%) e é importante saber ler e escrever (25%).

Como justificativa, e conforme o gráfico 31, os eleitores consideram importante um nível de escolaridade mínimo para deputados e governantes pelos seguintes motivos: 39%acreditam que isso é essencial para ser um bom líder, 36% justificam que é importante para tomar as melhores decisões e 25% afirmam que um decisor político deve saber ler e escrever.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
regional

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.

Analisando o gráfico 32, percebe que 76% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 24% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Quando solicitados a manifestar satisfação sobre o desempenho da democracia no país, conforme se vê no gráfico 32, 76% dos eleitores entrevistados afirmam que o desempenho democrático no país é ruim e 24% consideram o contrário. Certamente, como ficou espelhado na leitura da maior parte dos eleitores entrevistados, o histórico do desempenho democrático no país tem acumulado situações de interrupções democráticas provocadas por sucessivas crises que, além de influenciar negativamente a performance governativa, também têm contribuído para causar deceção nos eleitores.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.

Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois os tribunais (15%).

A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional levou os eleitores entrevistados a expressarem sua falta de confiança nas instituições do estado. Nas opções de confiança dos eleitores entrevistados, percebe-se que, apesar de as organizações da sociedade civil, representadas pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, apresentarem-se como as mais confiáveis, com 28 %, objetivamente, o percentual, indica que a crença não é consensual. Já em relação às demais instituições, a Presidência da República obteve 19% de confiança, contra 15% dos tribunais, conforme demonstra o gráfico 33.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do gênero. Durante a IXa legislatura, foi aprovada no parlamento a lei no. 4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma cota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, não houve, por parte dos partidos, o cumprimento das diretrizes da legislação. Perante essa manifesta resistência masculina, procurou-se questionar aos eleitores o que pensam sobre a participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. E, consoante o gráfico 34, verifica-se que 91% dos eleitores entrevistados são da opinião de que deviria começar a dar oportunidades às mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.

A leitura dos participantes do grupo focal coincide também com a preocupação dos entrevistados. Contudo, existe uma posição consensual dos eleitores face à participação política das mulheres e dos jovens. Houve vozes que admitem a ausência de solidariedade entre mulheres como um dos fatores que as impeçam de conquistar espaços nas esferas de tomada de decisão. Conforme um dos participantes:

Já está na hora de os jovens e as mulheres serem dirigentes. Nós as mulheres já nos deram oportunidades mesmo que não seja a 100%, podemos admitir que já tivemos, mas muitas mulheres acabam por desistir porque sentimos ciúmes uma das outras. Quando uma mulher se candidatar para um cargo política nós não a apoiamos, não votamos nela para que possa vencer. O nosso mal é que dentro das comunidades quando uma mulher é um pouco mais esclarecida que as restantes, geralmente, ficam com ciúmes ou inveja dela e lhe é atribuída o adjetivo de arrogante. Mas, já está na hora de as mulheres assumirem cargos de governantes, pois, também devemos optar pela mudança porque já temos várias experiências como os homens.

Participante no. 2 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

Outro aspeto relevante demonstrado no grupo focal é a perceção dos participantes de que obstáculos internos aos partidos impedem a ascensão de mulheres e os jovens a cargoso de tomada de decisão. Eles também as condições financeiras exigidas para a candidatura, que, de certa forma, prejudicam o acesso de mulheres e jovens o à disputa eleitoral.

(…) há um ditado em crioulo que diz que tudo aquilo que conseguimos sem esforço não a valorizamos, por isso, os jovens devem conquistar os seus espaços não ficar nas bancadas a lamentar sem ir no campo de ação.

Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27

No geral, as opiniões partilhadas são contrárias a qualquer possibilidade que vise desvalorizar as potencialidades das mulheres e dos jovens mediante concessões de espaços apenas com base em suas condições de gênero ou idade. Defenderam a existência de justiça no acesso às oportunidades como mecanismo para permitir que as mulheres e os jovens conquistem seus lugares nas esferas de tomadas de decisão.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.

Com relação ao processo de voto no pais, 21% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo e 12% afirmam que há falta de capacidade dos agentes das mesas de voto.

Também foi solicitado que avaliassem o processo eleitoral e, nas suas observações, 21% dos eleitores entrevistados consideram que há a falta de transparência, enquanto 12% apontam a falta de preparo dos agentes das mesas de escrutínio. Embora a questão do recenseamento não tenha tido grande relevância, o recenseamento com testemunha foi apontado como uma possibilidade que reforça os indícios de fraude eleitoral.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.
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Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.

De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Cacheu acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Consoante o gráfico 36, 99% dos eleitores entrevistados na região de Cacheu consideram importantes as questões levantadas no inquérito. Foi um momento que lhes possibilitou expressar opiniões sobre a importância de seus votos eo reflexo da democracia no desenvolvimento do país. O apelo ao cumprimento das regras foi o elemento fundamental na avaliação dos participantes como condição para que a democracia seja efetiva e funcional. Em síntese, nas suas opiniões, “não pode existir a democracia sem justiça, sendo esta um pilar fundamental” para compreender o sentido do voto.

Fonte: Elaboração própria. Dados do estudo.