Estudo: Sentido do Voto
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A região de Bolama-Bijagós é a única situada na zona insular do país, composta por cerca de 88 ilhas e ilhéus, dividida administrativamente por quatro setores, nomeadamente: Bolama, capital regional; Bubaque, Caravela e Uno. A região é povoada maioritariamente pela etnia bijagó, conforme será apresentada, e configura o círculo eleitoral no. 11. Segundo os dados do recenseamento de 2018, foram registados 17.267 eleitores que representavam, nessa altura, 2,27% da população eleitoral e eleitos 3 deputados no parlamento.
- Eleitores 2018
- 17.267
- Questionários
- 80
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Bolama-Bijagos
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O primeiro bloco apresenta um retrato diversificado, mas com fortes raízes culturais e comunitárias. Predomina a etnia Bijagó, e a população é relativamente jovem, com expressiva participação de adultos em idade ativa. A paridade de género é quase perfeita e o cristianismo é a religião mais professada. O casamento por usos e costumes é a forma mais comum de união, e a maioria vive em agregados pequenos, mas socialmente interligados. O nível de escolaridade é relativamente baixo, embora uma parte significativa tenha frequentado a escola formal. As atividades económicas combinam agricultura, serviços públicos e privados, refletindo a ligação ao território e à subsistência.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias dos eleitores.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Bolama/Bijagós é a etnia Bijagós, representado por 80%.
No que concerne ao gráfico 1, e retomando a caraterização da região, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados, nessa localidade, é a bijagó, que representa 80% dos inquiridos.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A idade dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representado por 25%, em seguida a faixa dos 40 a 49 anos, representado por 23%.
A idade dos eleitores entrevistados, nessa região, é outro aspeto relevante a ser esmiuçado nesse estudo. Apresentam-se como um grupo social relativamente jovem, na faixa etária dos 30 a 39 anos, representam 25%; em seguida, a dos 40 a 49 anos, com 23%. Um grupo aparentemente diversificado, em termos etários e, igualmente, reconhecido pelo seu interesse, pelas dinâmicas sociopolíticas do país, e experiência acumulada sobre o processo eleitoral.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo dos eleitores.
Num universo de 80 entrevistados/as, 51% foram do sexo feminino e 49% do sexo masculino.
Ainda nessa região, num universo de 80 eleitores entrevistados, foi verificada uma igualdade técnica em termos de participação de género, uma vez que 51% contemplaram o sexo masculino e 49% o feminino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos eleitores.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as na região de Bolama/Bijagós é a cristã, representada por 64%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados na região de Bolama/Bijagós é a cristã e representa 64%, seguida da animista com 14%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos eleitores.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 63% são casados (as), 30% são solteiros (as), 5% são divorciados (as) e 3% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 63% são casados, 30% solteiros, 5% divorciados e 3% viúvos. Com isso, pode-se deduzir que são pessoas com responsabilidade familiar e social.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 55%.
Entre os casados, a forma de união predominante é a baseada em usos e costumes de cada grupo. Esse tipo de celebração representa 55% dos entrevistados e é característico em quase todas as regiões.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 70% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 19% responderam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Grande parte dos eleitores entrevistados tem, em menor ou maior número, um parente em casa que reúne condições de exercer o seu direito de voto enquanto cidadão. E nessa ótica, quando questionados sobre a capacidade eleitoral dos seus respetivos agregados familiares, 70% afirmam que têm menos de 10 pessoas em casa, em idade de votar, enquanto 19% têm mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é o nível de escolaridade de 10ª – 12ª classe, representado por 38% em seguida o nível de 1.ª – 4ª classe, representado por 19%.
Já no gráfico 8, o propósito é apresentar o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados nessa região. Conforme se pode observar, o nível de 10ª – 12ª classe, é dominante e representa 38%, em seguida o de 1.ª – 4ª classe afigura com 19%. Basicamente, pode-se concluir que quase a metade dos entrevistados, além de suas vivências e experiências de vida, chegaram a frequentar a escola formal e, supostamente, possuem algum conhecimento sobre o processo eleitoral.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 80 entrevistados/as, 29% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 25% no setor público e 5% são comerciantes.
Outro aspeto relevante, que o estudo buscou observar nos eleitores entrevistados, é a atividade socio laboral. Num universo de 80 entrevistados, 29% são agricultores, 18% trabalham no setor privado, 25% no setor público e 5% comerciantes, ou seja, são cidadãos com algum tipo de engajamento socio profissional, participantes na produção de riquezas que, direta ou indiretamente, apoiam no processo de desenvolvimento nacional. Esta parte sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Bolama-Bijagós. Adiante, serão observadas suas experiências e relações estabelecidas com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
As respostas revelam um eleitorado com memória política e experiências acumuladas em diferentes ciclos eleitorais. Embora a fidelidade partidária seja elevada, as razões misturam confiança pessoal, programas de governo e laços identitários. A desconfiança nas promessas eleitorais é marcante, sustentada por exemplos concretos de compromissos não cumpridos, como infraestruturas prometidas e nunca realizadas. Ainda assim, há espaço para acreditar em propostas exequíveis, sobretudo quando ligadas a necessidades básicas. A campanha eleitoral é vista como oportunidade de diálogo comunitário, mas também como momento de tensões familiares e sociais, onde a pobreza e a vulnerabilidade abrem portas a práticas de compra de votos.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 80 entrevistadas/os, 49% assumiram que já votaram pelo menos 5 vezes.
Nesse ponto, procurou-se retratar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo os aspetos que os levam a votar em determinados candidatos ou partidos. Ao serem questionados sobre o número de vezes que já votaram, ao longo dessa recente história eleitoral, percebeu-se que, num universo de 80 entrevistados, 49% assumiram que já votaram pelo menos 5 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no pais percebe-se que 33% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 13% nas eleições de 1999 e 26 % nas eleições gerais de 2014. 29% não souberam responder essa questão.
Em relação à participação nas eleições gerais realizadas no país, 33% dos questionados votaram em 1994, 13% em 1999 e 26% em 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas, 86% afirmam ter votado 2 vezes, 8% afirmam ter votado 1 vez e 1% afirmam ter votado 3 vezes.
Relativamente ao número de vezes que os eleitores entrevistados foram às urnas nas eleições legislativas, 86% declararam ter votado duas vezes, 8% uma vez e apenas 1% três vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais, 96% dos entrevistados/as afirmam ter votado 1 vez nas eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais, 96% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado apenas 1 vez.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnóstico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 36% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 60% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos políticos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 36% afirmam não votar sempre no mesmo partido, ao passo que 60% afirmam ter votado sempre no mesmo partido. Esta fidelidade, de alguns eleitores em votarem quase sempre no mesmo partido, pode estar relacionada a vários fatores, nomeadamente questões histórico-ideológicas, étnicas e religiosas. Essas ligações (e outras) têm definidas as opções dos eleitores na hora de decidirem os seus votos.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (43%) e o partido tem um bom Programa de governo (20%).
Contudo, quando foram instados a argumentar sobre o que os motiva a votar sempre no mesmo partido, obtiveram-se as seguintes respostas: 43% dizem votar pela confiança no partido, e 20% pela qualidade do programa eleitoral.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: perda de confiança no partido (15%), não cumpriu as promessas da campanha anterior (20%) e a falta de confiança no partido (19%).
Por outro lado, alguns eleitores entrevistados declaram que não votam no mesmo partido nas sucessivas eleições pelos seguintes motivos: 15% devido a perda de confiança nos partidos, 20% por falta de cumprimento das promessas da campanha anterior e 19% pela falta de confiança no partido. A demonstração de coerência em relação à postura dos partidos foi, nesse caso, um argumento defendido pelos eleitores.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 17, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 14% afirmam ter confiança no candidato, 15% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 71% não souberam responder.
Além de procurar observar os principais motivos que influenciam a decisão de votar ou não num determinado partido ou candidato nas eleições, também procura compreender o nível de confiança que os eleitores entrevistados têm nas promessas eleitorais. Assim, num universo de 80 eleitores entrevistados, 71% manifestaram total descrédito nas promessas eleitorais dos candidatos ou partidos, e ao contrário de 29% que acreditam. Obviamente, o recente percurso eleitoral permitiu aos eleitores, a partir de experiências acumuladas, ter a capacidade de avaliar o cumprimento ou não das promessas. Essa elevada percentagem de descrença, reforça, por um lado, a insatisfação manifesta dos eleitores em relação aos incumprimentos das promessas e, por outro lado, a falta de coerência política dos candidatos e partidos no período pós-eleitoral. com os compromissos assumidos.
Ainda, um dos participantes, do grupo focal, descreveu aquilo que pode ser encarado como sentimento reinante entre os eleitores da região de Bolama-Bijagós, no tocante as promessas eleitorais apresentadas pelos candidatos, durante o período da campanha:
Nem sempre confiamos nas promessas dos candidatos, pois costumam nos procurar apenas para atender seus interesses e dos familiares. Prometem e não cumprem como, por exemplo, a de barco que nos foi prometido no ano passado e até agora não vimos. Além disso, continuamos sem eletricidade. Os deputados que elegemos em nosso círculo eleitoral procuram, em geral, atender seus próprios benefícios.
Participante no. 5 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Analisando bem este excerto, percebe-se que, da parte dos participantes, existem promessas que, a priori, consideram exequíveis caso haja a vontade política e estabilidade governativa.
Todavia, reconhecem que existem outras que, objetivamente, visam manipular a decisão dos eleitores e trouxemos, como exemplo, a experiência partilhada por um dos participantes na campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 2019:
(…) Consideramos que algumas propostas são factíveis e de fácil execução (luz, água, escolas e estradas). No entanto, promessas como a construção de uma ponte entre Bissau e Bubaque, por exemplo, são claramente irrealizáveis e não serão cumpridas. O mesmo havia acontecido anteriormente, quando um político afirmou que, se for eleito, utilizaria sua influência e rede de contatos para disponibilizar bilhões em investimentos para o país. Tais promessas são evidentemente falsas e quase impossíveis de se concretizar. (…)
Participante no. 1 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Pode-se constatar de maneira global nas observações dos participantes, que os eleitores, na sua maioria, já não acreditam nas promessas eleitorais, alguns até admitiram nunca mais recensear-se e muito menos votar. Porém, acabam por reconsiderar as suas posições, na esperança de verem concretizar algumas promessas que direta ou indiretamente possam refletir na melhoria de condições de suas vidas.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 14% afirmam ter confiança no candidato, 15% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 71% não souberam responder.
Surpreendentemente, no gráfico 18, os eleitores entrevistados asseguram acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos. Entretanto, convém salientar que 71% destes entrevistados, não responderam à questão, 14% manifestaram a confiança nos candidatos, 15% nos programas governativas. Olhando para o gráfico, vê-se que mais de metade absteve-se de responder, supostamente pela dificuldade em observar aquilo que geralmente esperava ver realizada durante a governação nas tabancas, nos bairros ou nas cidades.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos.
Entretanto, os/as entrevistados/as que não acreditam nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 6% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 69% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas da campanha anterior.
Os eleitores entrevistados, que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, quando foram solicitados para justificarem as suas afirmações, 6% disseram que não acreditam, porque não confiam nos candidatos, enquanto 69% justificam que os candidatos não cumpriram as promessas da campanha anterior. Quer dizer, conclui-se que, da parte dos eleitores, existe a preocupação de avaliar e estabelecer a relação com os candidatos, mediante o cumprimento das promessas feitas.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 80 entrevistados/as, 48% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 38% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando foram desafiados a opinar sobre o que democracia pode ajudar a construir. Num total de 80 eleitores entrevistados, 48% encaram-na como ferramenta mais importante para construção da paz e justiça social, enquanto 38% veem nela uma base fiável para alavancar o desenvolvimento do país. Em ambas asserções os eleitores entrevistados mostraram reconhecer os princípios e os valores da democracia.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 79% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 10% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos
Consoante o gráfico 21, os eleitores foram questionados sobre as suas compreensões em relação o período da campanha eleitoral. foi interessante observar que 79% olham o período da campanha eleitoral como uma oportunidade para apresentar aos candidatos e partidos políticos todas as dificuldades com que depara a comunidade. Contudo, existem eleitores preocupados com manifestações, que poderão acarretar tensão e riscos sociais, e 10% responderam que o período da campanha eleitoral se tem traduzido em momentos de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca, enquanto 6% ressaltam momento como o de conflitos entre partidos e candidatos.
O ponto de vista desses eleitores coincidi com o dos participantes do grupo focal, que também consideram o período da campanha eleitoral de tensões sociais, suscetível de gerar situações de conflitos entre famílias, vizinhos e também de natureza étnico-religiosa. Em seguida, um dos participantes fez a questão de partilhar a sua experiência familiar:
Na verdade, são períodos de muitos conflitos. Em nossa casa, o meu pai queria que a minha mãe votasse no partido que ele apoiava e a minha mãe não queria. O meu pai ficou furioso a ponto de proibir a preparação das refeições em casa. Diante da situação, a minha mãe acabou por ceder e decidiu votar no partido que o meu pai apoiava. Hoje, o meu pai pede à minha mãe por se sentir culpado por tê-la obrigado a votar num partido que não está a fazer nada para o povo (…).
Participante no. 6 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Apesar de defenderem quase a mesma tese dos eleitores, os participantes do grupo focal enxergam uma certa ambiguidade neste período. Pois, segundo eles, a campanha proporciona, dependendo do contexto e dos envolvidos, festa e conflito no seio dos eleitores.
Todavia os partidos políticos e os candidatos aproveitam esse momento para manipular eleitores vulneráveis a situação de pobreza e/ou com baixa capacidade de discernimento do significado ou da importância do voto. Essa preocupação foi descrita por um dos participantes dessa forma:
(…) são dois momentos: de festa e de conflitos. Festa ocorre porque os partidos compram arroz, animais e bebidas para os eleitores, com o objetivo de mobilizar mais votos. Já os conflitos surgem entre familiares e vizinhos devido às dificuldades económicas das famílias, uma vez que os políticos levam bens materiais e dinheiro para as comunidades e cada potencial eleitor se preocupa em obter benefícios (…).
Participante no. 2 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Por isso, as campanhas eleitorais têm sido vistas e interpretadas pelos candidatos e eleitores, sobretudo, nas comunidades rurais e nos bairros periféricos dos centros urbanos, como momentos de troca. Os candidatos procuram levar bens materiais e dinheiro para a comunidade e, em contrapartida, esperam garantir o voto dos eleitores. E na cabeça dos eleitores, para garantir esses bens materiais e dinheiro, o momento deve significar de abertura com todos os candidatos que aparecem para pedir os seus votos. Porque após as eleições não conseguem estabelecer uma relação de proximidade com os decisores públicos quer para ver atendidas as suas necessidades pessoais, quer para acompanhar melhorias nos serviços públicos, nomeadamente, estradas, acesso a água potável, escola, saúde, eletricidade e emprego. Embora maior número dos eleitores entrevistados considera o período de campanha eleitoral como oportunidade para debater propostas de governação com partidos e candidatos, o que se constata é uma realidade que não prioriza essa preocupação no terreno. Maior parte de partidos e candidatos não disponibiliza aos eleitores, durante a campanha, os seus programas eleitorais.
Todas essas interpretações não deixam de evidenciar aquilo que é a compreensão e os factos que em menor ou maior grau ocorrem durante a campanha eleitoral.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Embora a maioria afirme votar por convicção e sem orientação externa, os relatos de grupos focais apontam para práticas de influência de líderes tradicionais, autoridades religiosas e chefes de família, muitas vezes mediadas por bens materiais ou promessas simbólicas. A compra de votos através de alimentos, utensílios ou dinheiro é amplamente reconhecida, e os maiores beneficiários tendem a ser chefes de tabanca e dirigentes locais de partidos. Apesar disso, há um discurso dominante de que o voto é pessoal e livre, contrastando com a realidade descrita nas discussões coletivas, onde rituais, juramentos e pressão social ainda marcam o processo.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo, assim sendo num universo de 80 entrevistados/as, 68% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato que tem um programa pautado no desenvolvimento do pais.
Nesta parte, procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Daí se levanta indagações até que ponto eles são autónomos ou não para escolher em quem votar sem se deixarem influenciar pela decisão de terceiros. Por outro lado, ao serem questionados sobre o que significa o ato de votar, dos 80 entrevistados, 68% asseguram que o ato de votar significa eleger o candidato que tem um programa pautado para o desenvolvimento do país. No fundo, é o que se espera na decisão de escolha de um eleitor. Mas, como nessa altura são confrontados com diversos programas, espera-se igualmente que tenham a capacidade de discernir entre os programas aquele que reflete a necessidade do desenvolvimento que o país precisa. Contrariamente, vê-se que entre os eleitores entrevistados 29% asseguram votar em partido que apresentar o melhor programa. Embora, nas interpretações da maioria de eleitores, o melhor pode não ser o adequado às suas convicções e, supostamente, a decisão de escolha incide mais na afinidade com os discursos/candidatos, propostas, crenças ideológicas e identitárias. Em parte, teoricamente, pode-se considerar que essa postura revela alguma deficiência na interpretação do significado coletivo do ato de votar em suas vidas e na construção do bem-estar comum.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 85% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o pais enfrenta.
Em seguida, no gráfico 23, 85% dos eleitores entrevistados confirmam que votam nas eleições para escolher um determinado candidato, porque reconhecem nele uma certa capacidade e oportunidade para resolver os problemas que o país enfrenta. Tanto quanto na questão anterior, a preocupação continua a ser a construção do bem-estar comum, demonstrando a irrelevância de outros aspetos face aos propósitos democráticos.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Em relação a problemática de orientação do voto, as respostas obtidas espelham, de uma forma inequívoca, que não houve nenhuma influência de terceiros, conforme se pode constatar no gráfico 24. Em boa verdade, a posição defendida pelos eleitores, neste gráfico, contraria a tendência e a do grupo focal que apontam para a existência dessa realidade.
Aliás, os participantes do grupo focal reconhecem que a orientação de voto é uma prática visível nos momentos de eleições na região de Bolama-Bijagós. Contudo, também reconhecem que é uma realidade transversal a todas as regiões. Segundo contam, em todos os círculos eleitorais, líderes de opiniões locais participam na mobilização dos eleitores, contando com a colaboração de autoridades tradicionais e chefes de famílias para influenciar ou obrigar a comunidade a votar em quem eles apoiam. Essa realidade foi narrada, por um dos participantes, desse modo:
(…) no caso dos líderes tradicionais, por exemplo, acabam por ser influenciados de forma direta por meios de recursos financeiros provenientes de partidos e candidatos, com o objetivo de mobilizar eleitores mediante juramento ou ameaças com rituais tradicionais para garantir o cumprimento do acordo. Nas comunidades existem indícios que evidenciam influências tradicionais no momento da votação, por meio de sinais ou símbolos de difícil interpretação. Também ocorrem situações em que os próprios partidos disponibilizam dinheiro aos seus militantes para que permaneçam a certa distância da mesa de voto, com intuito de reforçar sua influência (…)
Participante no. 2 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Em algumas intervenções, as constatações foram mais específicas e houve relatos que denunciam a implicação de estruturas religiosas na estratégia de mobilização e orientação de votos. Um dos participantes explicou o seguinte:
(…) Em certas situações, as pessoas podem ser influenciadas por instituições religiosas. Por exemplo, em Bubaque, um amigo de etnia fula relatou que, após a reza de madrugada na mesquita, foram aconselhados a votar num candidato específico. De igual modo, numa ilha, os anciões orientaram a comunidade a votar num determinado partido, justificando que o candidato era filho daquela ilha. Na região de Gabu, há relatos de que, em algumas localidades, o chefe da tabanca reúne a comunidade e obriga que toquem no alcorão para jurar fidelidade ao candidato que apoia. Essas práticas acabam levando muitas pessoas a votar num partido ou candidato, mesmo contra a sua vontade.
Participante no. 1 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Bem, se para os eleitores entrevistados a situação de orientação de voto é praticamente inexistente, talvez porque a metodologia de serem individualmente confrontado por um inquiridor inibi e lhes tenham causado algum incomodo, já em relação ao grupo focal, os participantes ficam mais descontraídos e sentem-se à vontade para falar sobre a situação política e o processo eleitoral no país.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 89% afirmam que orientação de voto é pessoal.
Diferentemente daquilo que saiu como manifestação de orientação de voto sustentado pelo grupo focal durante a entrevista, os eleitores entrevistados, mediante aplicação de questionário, não reconhecem a influência de autoridades religiosas, chefe de tabanca ou até de chefe de família na decisão de voto dos eleitores. Entretanto, 89% consideram que não são indicados o partido que deve merecer as suas decisões de escolhas e enaltecem ser essa uma decisão pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 25 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, conforme o espelhado no gráfico 26, minimizam, claramente, essa questão de influência de votos pelos terceiros.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, os/as entrevistados/as (91%) afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem influências de terceiros nas suas decisões de voto, 91% dos eleitores entrevistados admitem que os partidos e os candidatos levam para as comunidades, durante período eleitoral, bens materiais com intuito de influenciar eleitores e angariar voto. Esse comportamento não seria nenhuma inovação, uma vez que tem sido um expediente utilizado para compra de consciência dos eleitores, supostamente, tem resultado alguma coisa. Embora vale reconhecer que, obviamente, nem todos os partidos e candidatos conseguem atingir os seus objetivos.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, o bem oferecido para angariar votos nas comunidades são: motorizado (1%). E 99% dos entrevistados não souberam responder.
Embora admitem que os candidatos e partidos levam bens nas comunidades durante a campanha para angariar votos dos eleitores, no gráfico 28, os eleitores entrevistados não conseguiram especificar os bens que são disponibilizados. Apenas 1% mencionou motorizada e 99% não souberam responder. Obviamente, que a motorizada faz parte de entre tantos outros bens materiais disponibilizados. A motorizada talvez por ser um dos mais visíveis e, ainda um meio de transporte, chama a atenção dos eleitores nas comunidades. Mas, no grupo focal, os participantes falaram de materiais diversos, com destaque para zingo, cadeiras de plástico, panelas de cozinha, equipamentos desportivos, musicais, além de dinheiro, comida e bebida.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (15%), as associações de jovens (14%), o responsável local do partido (28%) e ou chefe de tabanca (29%).
Relativamente aos maiores beneficiários dos recursos disponibilizados pelos partidos e candidatos, segundo os eleitores entrevistados, 15% indicam a comunidade, 14% mencionam as associações de jovens, enquanto os responsáveis locais dos partidos e os chefes de tabancas apontados por 28% e 29%, respetivamente. Ou seja, na perceção dos entrevistados, estes dois últimos grupos são os maiores beneficiários dos recursos oferecidos em troca de votos.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Os eleitores defendem quase unanimemente um nível mínimo de escolaridade para titulares de cargos políticos, associando-o à capacidade de liderar e tomar boas decisões. A avaliação do desempenho democrático é amplamente negativa, refletindo frustração com a fragilidade institucional e a falta de resposta às necessidades básicas. Apesar disso, há forte apoio à participação de mulheres e jovens em cargos de decisão. As instituições mais confiáveis são da sociedade civil, como a Liga Guineense dos Direitos Humanos, enquanto órgãos estatais enfrentam baixa credibilidade. O inquérito é visto como espaço de reflexão e afirmação de responsabilidades cívicas.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os entrevistados/as afirmam que sim (96%) deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Esta parte traz observações interessantes não só sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos sobretudo no que diz respeito aos seus graus de preparação, mas também do desempenho democrático no país. Com efeito, quando foram questionados acerca da importância de definir a escolaridade mínima para os candidatos ao cargo de deputado ou para serem membros de governo, 96% dos eleitores entrevistados não têm dúvida em afirmar que deveria haver um nível de escolaridade mínima para esses cargos. Porque a qualidade dos responsáveis políticos no país particularmente dos parlamentares, deputados, tem sido, nas opiniões dos eleitores, paradoxal aos desafios e aos cargos que assumem. Aliás, desde primeira legislatura aos dias de hoje, um número significativo de deputados eleitos são analfabetos ou apresentam um nível académico muito baixo e enfrentam dificuldades em ler e interpretar um documento.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (16%), para poder tomar as melhores decisões (30%) e para ter a capacidade de governar melhor (28%),
Entretanto, de acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados consideram pertinente e muito importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes, porque em suas opiniões, 16% acreditam que isso pode contribuir para que os eleitos ou nomeados possam ser bons líderes, 30% julgam que é importante para poder tomar as melhores decisões e 28% corroboram porque assegura a capacidade de governar melhor.
As leituras aqui expostas fazem parte de qualidades mínimas que os eleitores esperam encontrar nos seus representantes públicos, caso existisse, na legislação nacional, a exigência de obrigatoriedade do nível mínimo de escolaridade como condição de acesso aos cargos públicos. Essa foi também a opinião dominante entre os participantes do grupo focal que entendem que o nível académico deveria estar na vanguarda dos critérios de acesso ao parlamento e ao governo, se, realmente, a Guiné-Bissau quisesse competir com os países vizinhos. No entanto, para um dos participantes:
(…) esta situação não se restringe apenas aos governantes, mas envolve todos nós como cidadãos. Para desenvolver nossas capacidades é necessário ter um certo nível de escolaridade, já assistimos, por exemplo, a vinda de técnicos do Senegal para construção de uma barragem na Guiné, caso um dia essa barragem apresente problemas, teríamos de recorrer de novo aos técnicos senegaleses para seu conserto, por não dispormos de profissionais qualificados para resolver a situação. Além disso, há muitos deputados que não dominam o português corretamente e possuem baixa escolaridade. Considera-se, portanto, relevante exigir e levar em conta a formação académica como um dos critérios. Atualmente, já se exige dos professores um mínimo de licenciatura para lecionar em escolas de formação; seria coerente estender essa exigência aos políticos, requerendo também o mesmo grau como qualificação mínima (…).
Participante no. 6 no grupo focal em Bubaque • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Conforme se constata, o reconhecimento sobre a necessidade de o país começar a priorizar o mérito académico se afigura como condição obrigatória para ocupar cargos públicos. Mas, eles ainda vão mais longe naquilo que lhes foram pedidos durante a entrevista e chamam a atenção na necessidade de um investimento robusto na educação como a única forma de garantir a qualidade, consequentemente a competitividade dos guineenses em todos os domínios, permitindo-lhes dar respostas a altura dos desafios impostos pelo processo do desenvolvimento.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, se percebe que 79% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 19% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Ainda na mesma preocupação de contribuir para influenciar o bom desempenho da democracia no país e, ao mesmo tempo, esquadrinhar a leitura que os eleitores fazem do desempenho democrático, o gráfico 32 apresenta 79% de eleitores que reprovam o desempenho democrático contra 19% que o consideram positivo. Este elevado índice de reprovação pode encontrar explicações em vários fatores que as dinâmicas políticas-democráticas produziram e reproduziram nas últimas décadas, mas as constantes interrupções democráticas e a incapacidade dos governos em assegurar com zelo a satisfação das necessidades básicas dos cidadãos, se afiguram como fundamentais.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 55%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (6%) e depois a força de defesa (5%).
A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. Ou seja, num contexto de fragilidade e vulnerabilidade institucional, os entrevistados foram convidados a manifestar o que pensam das instituições públicas do país. Mas antes, vale a pena informar que, nessa lista, foi incluída as forças de defesa e segurança que embora não são reconhecidas como atores da democracia, todavia no contexto democrático guineense assumem uma reconhecida relevância pelas sistemáticas intervenções inconstitucionais que protagonizam. No que concerne a credibilidade das instituições publicas, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, em representação das organizações da sociedade civil, afigura-se como instituição mais credível, com 55% de preferência dos eleitores entrevistados. As restantes instituições, nomeadamente, a Presidência da República, Assembleia Nacional Popular; Tribunais, Governo e Forças de Defesa e Segurança não mereceram nenhuma credibilidade, conforme demonstra o gráfico que se segue.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 33, verifica-se que 99% dos entrevistados afirmam que a Guiné- Bissau devia começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do género. Porque na IXa legislatura foi aprovada no parlamento a lei no.4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma quota de 36% de representação para as mulheres. Porém, não houve, por parte dos partidos políticos, o cumprimento das diretrizes da legislação, apesar de esforços das organizações defensoras de direitos das mulheres. Perante essa manifesta resistência masculina, procurou-se questionar aos eleitores sobre a participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão e os resultados, de acordo com o gráfico 34, foram taxativos, no sentido em que 99% dos entrevistados concluíram que havia chegado a hora de começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
Aliás, os participantes do grupo focal não têm dúvidas em considerar que:
É necessário que mulheres e jovens recebam oportunidades. Pois é importante superar a ideia de que as mulheres não são capazes ou que devem se restringir a determinadas funções. Mesmo quando enfrentam dificuldades, com orientação e acompanhamento, certamente podem desenvolver suas habilidades.
Resumo próprio da sessão conm o grupo focal de Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 21% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 30% afirmam que deveriam aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 8% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 8% afirmam que deveriam realizar recenseamento em todas as comunidades.
Outra preocupação tem a ver com a credibilidade dos trabalhos que são realizados durante o processo eleitoral, se há um ou outro aspeto relevante que possa merecer a observação dos eleitores e, mediante as respostas, 21% dos eleitores entrevistados denunciam a falta de transparência ao longo do processo, enquanto o resto prefere apontar as soluções e causas do problema. Assim, 30% apelam o aumento dos programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 8% a celeridade na divulgação dos resultados eleitorais e 8% por um recenseamento amplo e abrangente.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico, 36, 98% dos/as entrevistados/as acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
No que se refere ao balanço sobre a pertinência do trabalho, foi estratificado, no gráfico 36, de seguinte maneira: 98% dos eleitores entrevistados consideram de suma pertinência e importância os questionário do inquérito, uma vez que não só lhes permitiram refletir sobre assuntos estruturantes e impactantes do processo democrático, mas também lhes possibilitaram avaliar as suas responsabilidades individuais e coletivas, por forma a contribuir e influenciar boas práticas democráticas e governativas. Grosso modo de muitas observações e outras a destacar, fundamentalmente a preocupação com o incumprimento das regras democráticas, registado como elemento transversal, tem contribuído para manipular e obstaculizar o valor do voto.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A Região de Cacheu é administrativamente dividida por seis setores, nomeadamente, Cacheu, que é também capital regional, Bigene, Bula, Caio, Canchungo e São Domingos. A região é povoada por pouco mais de meia dúzia de etnias, sendo as mais numerosas os Manjacos, Balantas, Mancanhas e Felupes. A região configura três círculos eleitorais: 19, 20 e 21. Segundos dados do recenseamento de 2018, foram registados 90.092 eleitores, o que representa, naquela altura, 11,83% da população eleitoral, elegendo 14 deputados para o parlamento.
- Eleitores 2018
- 90.092
- Questionários
- 449
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Cacheu
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
A região de Cacheu, composta por seis setores, contou com 449 entrevistados. A diversidade étnica é marcante, destacando-se Manjacos (28%), Balantas (19%), Mancanhas e Felupes. A população é relativamente jovem, com maioria entre 30 e 49 anos (58%), e apresentou equilíbrio de género, com igual participação de homens e mulheres. A religião predominante é a cristã (45%), seguida da muçulmana (29%). O casamento tradicional é amplamente praticado (89%) e a maioria dos agregados tem menos de dez eleitores. Quanto à escolaridade, destaca-se a 10.ª–12.ª classe (23%), e em termos económicos predominam a agricultura (35%) e o comércio (32%), seguidos pelos setores privado (18%) e público (15%).

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
A tabela 1 traz um resumo dos setores da região de Cacheu, com os seus respetivos números de questionários aplicados e a percentagem.
A Região de Cacheu é uma das mais heterogéneas do país em termos de territorialidade e representatividade étnica e, conforme o gráfico 1, a presença de pouco mais de meia dúzia de etnias confirma essa realidade. Contudo, entre os eleitores entrevistados, a etnia manjaca é a mais predominante, representando 28%, seguida pela balanta, com 19%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Cacheu é a etnia Mandjaco, representada por 28%.
Em relação aos eleitores entrevistados, a faixa etária predominante é a de 40 a 49 anos, que representa 29%, seguida pela de 30 a 39 anos, também com 29%. Ou seja, a população entrevistada é relativamente jovem e demonstra interesse pelas iniciativas do associativismo e política.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 449 entrevistados/as na região de Cacheu, 50% foram do sexo feminino e 50% do sexo masculino.
Conforme mencionado anteriormente, o questionário foi aplicado aleatoriamente, sem fixar o percentual de género. No entanto, em Cacheu, tivemos uma agradável surpresa em termos de participação: dos 449 eleitores entrevistados, 50% são do sexo feminino e 50% do sexo masculino, segundo o gráfico 3.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 45%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é o cristianismo, com 45%, seguida pelo islamismo, com 29%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 67% são casados (as), 27% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 4% são viúvos (as).
Quanto ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 67% são casados, 27% solteiros, 2% divorciados e 4% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 89%.
Entre os casados, a celebração predominante baseia-se na tradição, segundo os usos e costumes de cada etnia, em 89%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 77% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 23% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Todos os eleitores entrevistados têm alguém em casa em condições de exercer o direito de voto. Quando questionados sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 77% declararam ter menos de 10 pessoas que podem votar e 23% afirmaram ter mais de que 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Cacheu é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 23% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 19%.
A maioria dos eleitores entrevistados frequentou o ensino médio e, conforme o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante é de 10ª a 12ª classe (23%), seguido pelo de 7.ª a 9ª (19%).

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 449 entrevistados/as, 35% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 32% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar é o domínio de atividade laboral dos eleitores entrevistados. Dentre os 449 entrevistados, 35% eram agricultores, 18% trabalhavam no setor privado, 15% no setor público e 32% eram comerciantes. Tal como verificado nas outras regiões, a maioria de eleitores eram cidadãos com ocupação social e laboral que participaram da produção de riquezas que, direta ou indiretamente, apoiaram o desenvolvimento da economia nacional. Esta parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Cacheu e suas experiências e relações com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Na região de Cacheu, muitos eleitores acumulam experiência eleitoral, tendo votado em várias eleições desde 1994. Essa trajetória mostra uma participação contínua, mas também uma relação ambivalente com os partidos. Cerca de metade afirma não se manter fiel a uma mesma força política, citando promessas não cumpridas e perda de confiança. Para os que permanecem, a lealdade vem da identificação ideológica, étnica ou religiosa. A confiança nas promessas eleitorais é, no entanto, reduzida: quase dois terços não acreditam nelas, reconhecendo tanto a desonestidade de políticos quanto a prática de alguns eleitores que se comprometem com vários candidatos. Os debates locais revelam frustração, mas também a exigência crescente por maior responsabilidade dos representantes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 449 entrevistadas/os, 23% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes.
Entretanto, quando questionados sobre a frequências de com que votaram, percebe-se que, num universo de 449 eleitores entrevistados, 23% afirmam já ter votado pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes. No geral, são eleitores com alguma experiência, considerando a regularidade de participação durante o processo eleitoral.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 15% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 16% nas eleições de 1999, 37 % nas eleições gerais de 2014 e 32% nas eleições gerais de 2019.
Em relação à participação nas eleições gerais realizadas no país, entre os entrevistados, houve um crescimento em termos de participação numa escala ascendente à medida que o país ia realizando as eleições. Consoante o gráfico 11, percebe-se que 15% confirmaram terem votado nas eleições gerais de 1994, 16% nas eleições de 1999, 37% nas eleições gerais de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 30% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados votaram nas eleições legislativas passadas, 30% admitiram ter votado pelo menos 5 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 30% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 30% dos eleitores entrevistados confirmaram ter votado pelo menos 5 vez.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 56% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 44% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Foi também possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 56% afirmaram que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 44% confirmaram ter votado sempre no mesmo partido. Provavelmente, nesse segundo caso, dois aspetos podem ter contribuído para o entendimento do comportamento dos eleitores: primeiro, pode estar relacionado com a fidelidade de militância ou simpatia ao partido e, no contexto eleitoral guineense, as questões histórico-ideológica, étnico e religiosa têm determinado, em alguns casos, a decisão de escolha. Essas ligações (e não só) supostamente têm, em menor ou maior grau, definida as opções de eleitores na hora de decidirem os seus votos.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (39%), confiança no programa de Governo (34%) e ter admiração pelo partido (27%).
Os principais motivos que os levam a votar sempre no mesmo partido são: 39% consideram a confiança no partido, 34% sustentam a confiança no programa de governo e 27% pela admiração ao partido. Conforme se vê pelas opções acima mencionadas, a confiança no partido surge com maior percentual em relação às outras opções. Ou seja, na cartografia eleitoral existem zonas reconhecidas como bastião de determinados partidos, onde, tradicionalmente, sempre elegeram deputados.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (35%), a falta de confiança no partido (37%) e a perda de confiança no partido (28%).
Contrariamente, para os eleitores entrevistados que afirmaram não terem votado sempre no mesmo partido nas eleições, como se pode constatar nas explicações abaixo: 35% pelo incumprimento das promessas da campanha anterior, 37% pela falta de confiança nos partidos e 28% pela perda de confiança nos partidos.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Cacheu. Num universo de 449 entrevistados/as, 65% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciam o voto ou não num determinado partido nas eleições, foi também observado o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais feitas pelos candidatos na região de Cacheu. Dos 449 eleitores entrevistados, 65% não acreditam nas promessas eleitorais e 35% têm opinião contrária.
A descrença nas promessas durante o período da campanha eleitoral, foi também expressa pelos participantes do grupo focal. Segundo eles, os políticos não honram seus compromissos. Ainda reconhecem que muitos eleitores são desonestos, porque assumem compromissos com diferentes políticos, mesmo sabendo que apenas têm direito a exercer um único voto. Conforme o trecho de um dos participantes do grupo focal:
(…) A credibilidade nas promessas eleitorais é relativo, pois frequentemente tais promessas não visam benefício coletivo. Os políticos costumam direcionar propostas a pessoas influentes, oferecendo vantagens como veículos em troca de apoio na mobilização dos eleitores para seus partidos ou candidatos (…). O desafio que enfrentamos reside no facto de que, por vezes, somos coniventes com esse processo. Quando compreendermos claramente as atribuições de um deputado, torna-se mais difícil sermos enganados, uma vez que determinadas ações, como construção de estradas, não se enquadram em suas competências. Reconhecer isso permite identificar promessas falsas desde início. (…). (…) outro aspeto relevante é a necessidade de honestidade por parte dos eleitores. É comum que algumas pessoas se comprometem com dois ou três partidos diferentes, apesar de dispor de apenas um voto. Essa prática compromete a integridade do processo eleitoral.
Participante no. 4 no grupo focal em Cacheu. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Essa observação não só demonstra a falta de confiança dos eleitores nas promessas que lhes são feitas, como também há um reconhecimento de tentativa de aproveitamento por parte de eleitores que procuram tirar algum benefício dos bens materiais que os políticos colocam à disposição, como moeda de troca com o voto.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, dos/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 37% afirmam ter confiança no candidato, 32% afirmam ter confiança no programa de Governa e 31% afirmam que o candidato cumpre com as promessas eleitorais.
Portanto, já no gráfico 18, para os eleitores entrevistados que afirmam acreditar nas promessas eleitorais nas eleições, constatou-se que 37% confiam nos candidatos, 32% nos programas de governação e 31% enaltecem o cumprimento das promessas eleitoras pelos partidos. Provavelmente, para esses eleitores, deve existir um histórico positivo no desempenho dos candidatos e, igualmente, nos programas de governação apresentados.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 29% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato, 44% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores e 37% afirmam que não acreditam porque não confiam no partido.
Entretanto, dos eleitores entrevistados que, por sua vez, não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 29% reafirmam essa mesma posição no que tange aos candidatos, 44% evocam o incumprimento das promessas das campanhas anteriores e 37% não confiam nos partidos.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 entrevistados/as, 48% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 52% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando questionados sobre o processo democrático do país, num universo de 203 eleitores entrevistados, 48% consideram a democracia como um fiel instrumento para a paz e justiça social e 52% como a chave do desenvolvimento. A clareza dos eleitores sobre as valências da democracia é inquestionável e, conforme defendem, as duas condições são fundamentais para assegurar a sobrevivência democrática. Já no gráfico 20, embora as duas opções estejam tecnicamente iguais, há um ligeiro desequilíbrio em relação à influência que a democracia está a ter no desenvolvimento do país.
E as opiniões registadas no grupo focal trouxe essa preocupação exposta por um dos participantes:
(…) a democracia permite contruir muitos avanços quando se respeitam seus princípios fundamentais. No entanto, na Guiné, o sentido da democracia é distorcido. Observando exemplos do Ocidente ou dos países vizinhos como Senegal e Cabo Verde, é possível constatar que a democracia funciona na sua plenitude.
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Ou seja, há uma aprovação inequívoca do sistema democrático e dos seus benefícios para o país, que, segundo os eleitores, para além de vícios e deturpações, existe um desaproveitamento total do mesmo.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 67% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 19% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 10% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Conforme o gráfico 21, 67% dos eleitores entrevistados consideram o período da campanha eleitoral como uma oportunidade para apresentarem as preocupações da comunidade, 19% como o de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 10% como de conflito entre partidos e candidatos.
Para os participantes do grupo focal é o momento em que os partidos procuram vender as suas ideias:
(…) apresentam seus programas eleitorais com o objetivo de angariar votos. Nem todos os partidos apresentam programas de governo, como foi observado nas eleições anteriores, quando alguns candidatos não conseguiram apresentar seus progrmas. A população, contudo, votou mesmo assim, e agora enfrenta as consequências(…).
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
O grupo focal desvalorizou a questão de conflitos no período eleitoral, enfatizando a compra de consciência dos eleitores como elemento muito presente na manipulação das suas decisões.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O voto é compreendido na Região de Cacheu como meio de escolher candidatos capazes de promover o desenvolvimento, embora muitos reconheçam votar também por obrigação cívica ou para enfrentar os problemas do país. Oficialmente, a maioria declara decidir de forma autónoma, mas nos grupos focais emergem relatos de pressões familiares e comunitárias, sobretudo sobre mulheres e jovens. A compra de votos aparece como prática recorrente, com distribuição de arroz, camisolas, dinheiro ou motorizadas, frequentemente mediada por líderes locais. Ainda que tais trocas não garantam fidelidade, revelam a fragilidade da autonomia eleitoral e a permanência de relações clientelistas na região.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Cacheu. Assim sendo, num universo de 449 entrevistados/as, 50% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com Programa para o desenvolvimento.
Nesta parte, procurou-se observar influências/pressões exercida sobre os eleitores na hora de votar. Por isso, pergunta-se até que ponto eles são autónomos para decidir em quem votar ou não sem as influenciadas de terceiros. Portanto, a questão que os eleitores foram colocados pretende, essencialmente, saber o que significa o ato de votar. Assim sendo, num universo de 449 eleitores entrevistados, 50% entendem que o ato de votar significa eleger o candidato ou partido, cujo programa de governação voltado para o desenvolvimento.
À semelhança de Bolama, aos eleitores importa apenas os programas dos partidos e não procuram compará-los e depois eleger aquele que. na sua perspetiva, apresenta condições reais para atender os desafios que o país enfrenta. Aliás, segundo os eleitores, poucos partidos conseguem apresentar os seus programas durante a campanha, porém conseguem angariar votos. Em relação à essa situação, os participantes do grupo focal consideram que:
Apesar da desmotivação gerada por acontecimentos recentes do país, como a manipulação dos resultados eleitorais e a atuação dos governantes que não cumprem suas funções, sempre há razões para exercer o direito ao voto. A estratégia de quem governa fora de parâmetros muitas vezes ajuda a desencorajar os eleitores, mas é fundamental resistir a essa tendência. Acreditamos que as campanhas de sensibilização realizadas durante os períodos eleitorais devem ir além de simplesmente incentivar as pessoas a votar; é necessário que compreendam o propósito do seu voto e a importância dessa participação para procura de melhores representantes.
Participante no. 4 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Quer essa leitura, como outras que foram feitas, o voto foi encarado não só como mecanismo para escolher os decisores, como também para avaliar o desempenho da governança. Por outro lado, acreditam que votam para cumprir com o dever cívico que têm enquanto cidadãos.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Na sequência, segundo o gráfico 23, 97% esclareceram que votaram nas eleições, porque viram no candidato a oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Ou seja, teoricamente, pelas respostas, os eleitores demonstraram ter a noção de que precisam votar para contribuir na resolução dos problemas de governança do país. Já o grupo focal reconhece que, na prática, às vezes, existe alguma contradição. Também acreditam que muitos votam pensando em resolver o seu problema pessoal.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Embora, durante os trabalhos de aplicação de questionário, os eleitores entrevistados não admitam a existência de orientação de voto e 98% não respondam a essa questão, conforme o gráfico 24.
Contrariamente, durante o grupo focal, os entendimentos dos participantes revelaram a existência de influência de terceiros na decisão de voto, sobretudo por parte do marido em relação à mulher ou do pai em relação aos filhos. Além daquilo que acontece no ambiente familiar, os participantesainda admitiram que, mesmo a nível comunitário, os eleitores são manipulados a votar por vontade de outrem:
A intenção de voto é influenciada no âmbito das comunidades. Há indivíduos com menor nível de instrução que são mobilizados a votar em determinados candidatos em troca de benefícios para terceiros. No próprio dia da eleição, os eleitores podem ser orientados por meio de sinais e outras formas de indicação.
Participante no. 2 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
A contribuição aponta que os eleitores com pouca capacidade de discernimento, devido ao seu baixo nível de escolaridade, sofrem muita pressão e manipulação por parte de terceiros, que utilizam vários mecanismos para influenciar a sua decisão de voto.
Apesar da afirmação acima exposta, conforme o gráfico a seguir, os eleitores entrevistados não admitem receber alguma orientação nas suas decisões de voto.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 86% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 86% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Em relação a influência na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas tradicionais e religiosas coercitivas que os influenciam. A análise das respostas obtidas, apresentada no gráfico 26, não revelou significância estatística.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 449 resposta em Cacheu, 76% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Se, por um lado, descartaram as influências nas suas decisões de voto, por outro lado, num universo de 449 resposta, 76% dos eleitores entrevistados reafirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades. Assim coloca-se as seguintes questões: por que os partidos e candidatos têm persistido nessa estratégia de “doação” de materiais diversos durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões poderão ajudar a compreender até que ponto os eleitores são ou não autónomos para decidir livremente o seu voto. Mas, se a maioria continuasse a apresentar alguma limitação em termos de compreensão do significado que um ato de votar pode ter na sua própria vida, talvez terão dificuldades para decidir por vontade própria.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (12%), camisolas (26%), arroz (30%) e dinheiro (17%).
Portanto, segundo o gráfico 28, consta-se que os bens mais doados com a finalidade de angariar votos nas comunidades são distribuídos da seguinte forma: 12% consideram que são as motorizadas, 26% as camisolas, 30% o arroz e 17% o dinheiro. Obviamente, nem todos os partidos e candidatos conseguem sentir-se satisfeitos com o retorno do investimento feito. Aliás, conforme acima exposto, não basta apenas levar os bens para garantir os votos dos eleitores, mas contam também que além do capital político, o componente identitário, que, na maioria das vezes, tem determinado a decisão dos eleitores das zonas rurais.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (37%), o responsável local do partido (18%) e ou chefe de tabanca (7%).
Os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados, são: 37% apontam a comunidade, 18% o responsável local do partido e 7% o chefe de tabanca. Embora a comunidade surja como maior beneficiaria dos recursos, na prática, os responsáveis dos partidos e chefes tradicionais comunitários são os beneficiários diretos que, às vezes, são premiados secretamente pelos partidos e candidatos sem que a comunidade saiba. Aliás, esse aspeto foi muito bem retratado e reconhecido como prática corrente durante o período eleitoral. Nessa parte, ficou evidente o não reconhecimento, por parte de eleitores entrevistados, de influência de terceiros ou de mecanismos coercitivos no momento do voto. Contudo, eles admitem a disponibilização de bens materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral na comunidade com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Na região de Cacheu, 97% dos eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e governantes, entendendo-a como condição para liderar e tomar decisões com responsabilidade. Contudo, 76% avaliam o desempenho democrático do país como mau, refletindo crises sucessivas e perda de confiança nas instituições. A Liga Guineense dos Direitos Humanos surge como a mais credível (28%), embora sem consenso. Os participantes também defendem maior inclusão de mulheres e jovens, mas alertam para obstáculos internos nos partidos e falta de solidariedade entre mulheres. Quanto ao processo eleitoral, apontam fragilidades como transparência insuficiente e recenseamento vulnerável, mas valorizam o inquérito como espaço de expressão cívica.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 97% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte apresenta observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito ao preparo e desempenho democrático no país. Quanto à a escolaridade, os eleitores entrevistados não têm dúvidas da importância desse requisito para a melhoria do desempenho da democracia e de instituições democráticas. Eles foram claros em exigir a escolaridade mínima para deputados e membros do governo, e 97% dos eleitores entrevistados afirmam que deveria haver um nível de escolaridade mínima para esses cargos.
Essa leitura foi reforçada pela opinião dos participantes do grupo focal, que consideram que:
(…) é necessário estabelecer uma escolaridade mínima, pois a escola é um espaço que contribui para o desenvolvimento das pessoas. Embora cada indivíduo possua capacidades inatas, a educaçãó escolar permite aprimorá-las ainda mais. Quanto maior o nível da escolaridade, maior também se torna a compreensão sobre diversos aspectos e domínios. Um exemplo disso ocorreu no Senegal, onde há uma exigência de escolaridade para candidatturas políticas. O artísta Youssou N’dour, por exemplo, não pode concorrer à presideência da República devido a essa regra, que foi respaldada pelos eleitores. Na Guiné-Bissau, também seria importante adotar esse tipo de exigência. Atualmente, a política no país enfrenta certa desorganização. Muitos indivíduos com formação académica demonstram pouco interesse pela atividade política, o que acaba abrindo espaço para aqueles com baixa escolaridade. Como resultado, esses últimos tornaram-se maioritários nos partidos e, consequentemente, são frequentemente nomeados para os cargos ministeriais.
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
O nível de escolaridade reconhecido como requisito, foi defendido pelos eleitores como condição fundamental para concorrer a um cargo político, sobretudo o de deputado.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (39%), para poder tomar as melhores decisões (36%) e é importante saber ler e escrever (25%).
Como justificativa, e conforme o gráfico 31, os eleitores consideram importante um nível de escolaridade mínimo para deputados e governantes pelos seguintes motivos: 39%acreditam que isso é essencial para ser um bom líder, 36% justificam que é importante para tomar as melhores decisões e 25% afirmam que um decisor político deve saber ler e escrever.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 76% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 24% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Quando solicitados a manifestar satisfação sobre o desempenho da democracia no país, conforme se vê no gráfico 32, 76% dos eleitores entrevistados afirmam que o desempenho democrático no país é ruim e 24% consideram o contrário. Certamente, como ficou espelhado na leitura da maior parte dos eleitores entrevistados, o histórico do desempenho democrático no país tem acumulado situações de interrupções democráticas provocadas por sucessivas crises que, além de influenciar negativamente a performance governativa, também têm contribuído para causar deceção nos eleitores.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois os tribunais (15%).
A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional levou os eleitores entrevistados a expressarem sua falta de confiança nas instituições do estado. Nas opções de confiança dos eleitores entrevistados, percebe-se que, apesar de as organizações da sociedade civil, representadas pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, apresentarem-se como as mais confiáveis, com 28 %, objetivamente, o percentual, indica que a crença não é consensual. Já em relação às demais instituições, a Presidência da República obteve 19% de confiança, contra 15% dos tribunais, conforme demonstra o gráfico 33.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do gênero. Durante a IXa legislatura, foi aprovada no parlamento a lei no. 4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma cota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, não houve, por parte dos partidos, o cumprimento das diretrizes da legislação. Perante essa manifesta resistência masculina, procurou-se questionar aos eleitores o que pensam sobre a participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. E, consoante o gráfico 34, verifica-se que 91% dos eleitores entrevistados são da opinião de que deviria começar a dar oportunidades às mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
A leitura dos participantes do grupo focal coincide também com a preocupação dos entrevistados. Contudo, existe uma posição consensual dos eleitores face à participação política das mulheres e dos jovens. Houve vozes que admitem a ausência de solidariedade entre mulheres como um dos fatores que as impeçam de conquistar espaços nas esferas de tomada de decisão. Conforme um dos participantes:
É importante que jovens e mulheres assumam posições de liderança. As mulheres já tiveram oportunidades, ainda que não em sua totalidade, mas muitas desistem devido a rivalidade internas. Quando uma mulher se candidata a um cargo político, frequentemente não recebe apoio suficiente para ser eleita. Um problema comum nas comunidades é que, quando uma mulher demonstra maior conhecimento, costuma ser alvo de inveja e rotulada como arrogante. No entanto, chegou o momento das mulheres ocuparem cargos de governança, pois também possuem experiências diversas, assim como os homens, devem procurar essa mudança.
Participante no. 2 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Outro aspeto relevante demonstrado no grupo focal é a perceção dos participantes de que obstáculos internos aos partidos impedem a ascensão de mulheres e os jovens a cargoso de tomada de decisão. Eles também as condições financeiras exigidas para a candidatura, que, de certa forma, prejudicam o acesso de mulheres e jovens o à disputa eleitoral.
(…) há um ditado em crioulo que diz que não valorizamos o que conseguimos sem esforço. Por essa razão, os jovens devem conquistar seus próprios espaços, em vez de permanecer à margem lamentando, sem entrar em campo para a ação.
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
No geral, as opiniões partilhadas são contrárias a qualquer possibilidade que vise desvalorizar as potencialidades das mulheres e dos jovens mediante concessões de espaços apenas com base em suas condições de gênero ou idade. Defenderam a existência de justiça no acesso às oportunidades como mecanismo para permitir que as mulheres e os jovens conquistem seus lugares nas esferas de tomadas de decisão.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 21% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo e 12% afirmam que há falta de capacidade dos agentes das mesas de voto.
Também foi solicitado que avaliassem o processo eleitoral e, nas suas observações, 21% dos eleitores entrevistados consideram que há a falta de transparência, enquanto 12% apontam a falta de preparo dos agentes das mesas de escrutínio. Embora a questão do recenseamento não tenha tido grande relevância, o recenseamento com testemunha foi apontado como uma possibilidade que reforça os indícios de fraude eleitoral.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Cacheu acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Consoante o gráfico 36, 99% dos eleitores entrevistados na região de Cacheu consideram importantes as questões levantadas no inquérito. Foi um momento que lhes possibilitou expressar opiniões sobre a importância de seus votos e o reflexo da democracia no desenvolvimento do país.
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Biombo
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O primeiro bloco da análise regional de Biombo descreve o perfil sociodemográfico e económico dos 203 eleitores entrevistados nos setores de Quinhamel, Prabis e Safim. A etnia Pepel representa 81% dos inquiridos, seguida de Balanta (6%) e Mancanha (5%). A faixa etária mais representada situa-se entre os 40 e 49 anos (28%), seguida dos 30 a 39 anos (23%). Do total, 54% são homens e 46% mulheres, com uma distribuição religiosa maioritariamente cristã (42%) e animista (20%). Sessenta por cento são casados, sobretudo em uniões tradicionais (56%), e 82% vivem em agregados com menos de 10 eleitores. O nível de escolaridade mais frequente é 10.ª–12.ª classe (21%), mas 22% não sabem ler nem escrever. As principais fontes de rendimento são a agricultura (44%), o comércio (20%), o setor privado (19%) e o setor público (17%).

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias dos eleitores.
A etnia Pepel aparece como o grupo predominante da região com 81%, seguido por Balanta e Mancanha, respetivamente, com 6 e 5%, conforme o gráfico 1.
A etnia Pepel aparece como o grupo predominante da região com 81%, seguida por Balanta e Mancanha, respetivamente, com 6 e 5%, conforme o gráfico 1.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico: 2 Faixa etária
Concernente à faixa etária predominante dos eleitores entrevistados em Biombo, está entre os 40 a 49 anos, que representa 28%, em seguida a dos 30 a 39 anos que representa 23%. Esse grupo etário apresenta um reconhecido dinamismo relativamente aos interesses pelas atividades sociopolíticas e certamente constitui uma fonte importante de informação sobre o processo eleitoral no país.
Concernente à faixa etária predominante dos eleitores entrevistados na região, está entre os 40 a 49 anos, que representa 28%, em seguida a dos 30 a 39 anos, que corresponde 23%. São, na verdade, grupos etários dinâmicos relativamente aos interesses pelas atividades sociopolíticas e, certamente, constituem uma fonte importante de informação sobre o processo eleitoral no país.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Grafico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Relativamente a questão do género, num universo de 203 eleitores entrevistados na região de Biombo, 46% foram do sexo feminino e 54% do sexo masculino. Esse percentual demonstra que houve uma participação equilibrada do género.
Relativamente a questão do género, num universo de 203 eleitores entrevistados na região de Biombo, 46% foram do sexo feminino e 54% do sexo masculino. Esse percentual demonstra que houve uma participação equilibrada.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
No que diz respeito a religiosidade dos eleitores entrevistados nessa região, a cristã representa 42%, seguido da animista com 20%.
No que diz respeito a crença religiosa dos eleitores entrevistados nessa região, a cristã representa 42%, seguida da animista com 20%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
Entre os eleitores entrevistados a maioria tem responsabilidade familiar, segundo as respostas obtidas 60% são casados, 32% solteiros, enquanto 7% são divorciados e 1 % viúvos.
Entre os eleitores entrevistados, a maioria tem responsabilidade familiar, segundo as respostas obtidas, 60% são casados, 32% solteiros, 7% divorciados e 1 % viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de união predominante é baseado em usos e costumes de cada grupo, e representa 56% dos eleitores entrevistados e 41% não souberam responder.
Salienta-se que o casamento ou união a que se refere é baseado, predominantemente, nos usos e costumes de cada grupo e representa 56% dos eleitores entrevistados, ao passo que 41% dos mesmos não souberam responder.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
No gráfico 7, os eleitores foram solicitados a informar a capacidade eleitoral do agregado familiar. Em respostas, 82% afirmam que no seu agregado têm menos de 10 pessoas com capacidade eleitoral e 16% afirmam que têm mais de 10.
No gráfico 7, os eleitores foram solicitados a informar a capacidade eleitoral do agregado familiar. Em respostas, 82% esclarecem que nos seus agregados têm menos de 10 pessoas com capacidade eleitoral e 16% enaltecem ter mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade
Já em relação ao nível de escolaridade dos eleitores entrevistados, de acordo com o gráfico 8, os níveis predominantes são os de 10ª–12ª e 1.ª–4ª classe representado, respetivamente, 21%. É possível ainda constatar que 22% entre os eleitores entrevistados que não sabem ler e nem escrever.
Já em relação ao nível de escolaridade dos eleitores entrevistados, de acordo com o gráfico 8, os níveis predominantes são os de 10ª a 12ª e de 1.ª a 4ª classe, que, infelizmente, representam apenas 21%, um número ao par de 22% dos que não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Num universo de 203 entrevistados, 44% são agricultores, 19% trabalham no setor privado, 17% no setor público e 20% são comerciantes. Em síntese, e de acordo com os dados são cidadãos com alguma ocupação laboral e que direta ou indiretamente têm contribuído para o processo de apoio ao desenvolvimento do país.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar é o domínio das atividades laborais dos eleitores entrevistados. Entretanto, dos 203 entrevistados, 44% são agricultores, 19% trabalham no setor privado, sendo 20% comerciantes e 17% no setor público. Em síntese, e de acordo com os dados, são cidadãos com alguma ocupação laboral e que direta ou indiretamente têm contribuído para o processo de apoio ao desenvolvimento do país.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
O segundo bloco aborda a experiência eleitoral e o nível de confiança política em Biombo. Menos de metade dos entrevistados votou regularmente, sendo que 24% já participaram em pelo menos cinco eleições e 22% em três. Trinta e cinco por cento afirmam ter votado nas eleições gerais de 2019, 26% nas de 1994, 22% nas de 1999 e 17% nas de 2014. A distinção entre eleições gerais, legislativas e presidenciais revelou-se pouco clara para muitos, especialmente entre os menos escolarizados. Quanto à fidelidade partidária, 55% votam sempre no mesmo partido (por confiança no partido ou no programa), enquanto 45% alternam, sobretudo devido ao incumprimento de promessas. Sessenta e cinco por cento não acreditam nas promessas eleitorais; entre os que acreditam, a confiança no partido ou no candidato é determinante. Apesar da desconfiança, a maioria reconhece o potencial da democracia para promover a paz, a justiça social e o desenvolvimento.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
A propósito procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos e partidos. Nesse sentido, quando questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que pouco menos de metade teve regularmente a oportunidade de acompanhar o processo eleitoral. E num universo de 203 eleitores entrevistadas, 24% assumiram que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes.
Procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos e partidos. Nesse sentido, quando questionados sobre o número de vezes que já votaram, percebe-se que pouco menos da metade conseguiu acompanhar o processo eleitoral. Num conjunto de 203 eleitores entrevistados, 24% assumiram ter votado pelo menos 5 vezes e 22% 3 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 26% afirmam terem votado nas eleições gerais em 1994, 22% nas de 1999 e 17 % nas de 2014.
No que diz respeito à participação nas eleições realizadas no país, 26% confirmaram ter votado nas eleições gerais, em 1994, 22% nas de 1999 e 17 % nas de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 63% afirmam não terem votado em nenhuma eleição legislativa.
Tratando-se do número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 63% confessaram que nunca haviam votado em quaisquer eleições legislativas.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 63% voltaram a afirmar não terem votado nas eleições presidenciais. Uma das coisas que identificamos durante o trabalho no campo são as dificuldades que os eleitores, sobretudo, os não escolarizados apresentaram em decifrar os termos “eleições gerais, legislativas e presidenciais”. Para eles são simplesmente eleições e, praticamente, em todas as regiões constata-se em menor ou maior grau as dificuldades em fazer diferença no tipo de eleição em que votou. E nesse sentido, muito optam por dizer que não chegou a votar ou em não responder a questão.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 63% também assumiram a mesma postura, de nunca terem votado nas eleições presidenciais. Outra constatação, durante o trabalho no campo, é a dificuldade que o eleitor, sobretudo, o não escolarizado, apresentou em decifrar os termos “eleições gerais, legislativas e presidenciais”. De acordo com o mesmo, são simplesmente eleições. Essa dificuldade em diferenciar tipo de eleições em que votou, é inerente a uma boa parcela dos eleitores regionais, em menor ou maior grau. Razão pela qual, muitos optam em dizer que nunca votaram ou, simplesmente, em não responder à questão.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 45% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 55% afirmam que têm votado sempre no mesmo partido. Aqui estamos praticamente perante um equilíbrio perante as decisões dos eleitores. Ou seja, há um grupo que se assume como volátil e vota em função das próprias exigências, enquanto o outro cuja decisão não altera em termos de escolha e votam recorrentemente pelas ligações que mantém com o partido.
Também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, nota-se uma ligeira diferença percentual: 45% admitem alternância dos seus votos, mediante as propostas programáticas apresentadas pelos partidos, ou em função das exigências contextuais, ou pela figura do líder da lista para o cargo de futuro chefe de governo. Na outra margem, 55% admitem votos cativos para um determinado partido, podendo concorrer alguns motivos já mencionados para este comportamento estereotipado desses eleitores.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos que os levam a votar sempre no mesmo partido são: 46% afirmam que é por confiança, 38% justificam que é por confiança no programa de governo e 16% manifestam o sentimento de admiração pelo partido.
Os principais motivos, segundo os próprios, que os levam a votar sempre no mesmo partido são: 46% pela confiança, 38% pela qualidade do programa eleitoral/governação e 16% pela fidelidade, valores e e sentimentos afetivos pelo partido em causa (admiração).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E para os eleitores entrevistados que afirmam não terem votado recorrentemente no mesmo partido nas eleições, os motivos são as seguintes: 40% porque não cumpriu as promessas da campanha anterior, 36% justificam a falta de confiança no partido e 24% consideram a perda de confiança.
Para os eleitores entrevistados que afirmam não terem votado recorrentemente nos mesmos partidos nas eleições, por seguintes motivos: 40% porque não cumpriram as promessas da campanha anterior, 36% por falta de confiança nos partidos e 24% pela perda de confiança.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de procurarmos observar os principais motivos que influenciam os eleitores a votarem ou não num determinado partido nas eleições, foi também o nosso propósito averiguar o nível de confiança nas promessas eleitorais. E num universo de 203 eleitores entrevistados, 65% afirmam que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.
Além da preocupação de observar os principais motivos que influenciam os eleitores a votarem ou não num determinado partido nas eleições, também se tem o propósito de averiguar o nível de confiança nas promessas eleitorais. num universo de 203 eleitores entrevistados, 65% atestam descrédito total nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% enfatizam o contrário.
Tal como os eleitores entrevistados, os participantes do grupo focal também não creem nas promessas feitas pelos partidos durante o período da campanha eleitoral. A título ilustrativo daquilo que é o sentimento da maioria, atenham-se à intervenção de um dos participantes:
(…) tudo o que nos dizem retorna à estaca zero. Se fosse por meio de promessas que um país se desenvolvesse, a Guiné- Bissau estaria à frente da Suíça em termos de desenvolvimento. Quando não conseguem cumprir suas promessas, alegam que não puderam concluir seus mandatos. Pessoalmente, não acredito nessas promessas, pois nenhuma delas foi cumprida ao longo de todo esse tempo. Se houve alguma que tenha sido realizada, gostaria que alguém me informasse. As promessas de construção de pontes, estradas em Biombo, escolas e centros de saúde gratuitos, todas se dissiparam como sal na água. Apenas fazem promessas e´ao serem eleitos, esquecem-se de tudo. Posteriormente, enviam as forças policiais para nos reprimir (…).
Participante Nº2, Quinhamel • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
Ainda durante a sessão do grupo focal, um participanteexprimiu a sua revolta em relação às promessas feitas durante a campanha eleitoral da seguinte forma:
(…) estamos cansados das promessas, portanto não faz sentido repetir o mesmo discurso. Como alguém mencionou, a fome não deve levar a população a aceitar promessas pelo fato de ter recebido algo de um candidato. O único candidato que, verdadeiramente, deve apoiar é aquele que tem compaixão pelo povo.
Participante Nº5, Quinhamel • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
Conforme mencionado, foram muitas as promessas feitas pelos partidos e candidatos, mas que nunca foram cumpridas. Os eleitores já não confiam nas justificativas, desejam apenas a implementação de políticas públicas favoráveis que melhorem suas condições de vida.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os eleitores entrevistados que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 36% afirmam terem confiança no candidato, 20% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de governo e 43% afirmam que acreditam porque confiam no partido.
No gráfico 18, dentre os entrevistados que acreditam nas promessas dos candidatos durante as campanhas eleitorais, as percentagens e justificativas são estas: 36% pela confiança no candidato, 20% pela apresentação de um bom programa de governo e 43% por acreditarem no partido.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos eleitores entrevistados que afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições, 32% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 68% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Por outro lado, os eleitores entrevistados, que não acreditam nas promessas dos candidatos às eleições, alegaram o seguinte: 32% por falta de confiança no candidato e 68% por incumprimento das promessas feitas em campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Embora manifestaram a falta de confiança nas constantes promessas que têm recebido dos partidos e candidatos, são da opinião de que a democracia quando muito bem exercido pode ser um instrumento fundamental para a construção do bem-estar comum. E quando questionados sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 eleitores entrevistados, 41% afirmam que a democracia serve para construir a paz e justiça social, enquanto 59% afirmam que a democracia serve para promover o desenvolvimento do pais. Basicamente, ambas as leituras são compatíveis os princípios democráticos e os eleitores que a democracia deve servir para assegurar o bem-estar dos cidadãos.
Embora tenha havido muita manifestação de falta de confiança nas constantes promessas dos partidos e candidatos durante as campanhas, também houve demonstração de esperança de um futuro melhor, em que a democracia, quando muito bem exercida, poderá ser um instrumento fundamental para a construção do bem-estar comum. Nessa perspetiva, quando questionados sobre o processo democrático no país, num universo de 203 eleitores entrevistados, 41% dos inquiridos garantiram que a democracia conduz à paz e justiça social e 59% corroboraram que a democracia promove o desenvolvimento do país. Basicamente, percebe-se que ambas as leituras são compatíveis aos princípios democráticos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, os eleitores foram questionados sobre as suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. É interessante observar que, 86% dos entrevistados são categóricos em afirmar que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, mas 9% responderam que o período da campanha eleitoral significa de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 3% afirmam que significa de conflito entre partidos e candidatos. Se por um lado a maioria de eleitores observam a campanha como momento de debate, uma minoria chama a atenção pelo crescimento de tensão e riscos sociais.
Em conformidade com o gráfico 21, foi aplicado um questionário, aos entrevistados, sobre as suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. Nesse enquete, observou-se que 86% dos inquiridos asseguraram que o período da campanha eleitoral abre caminhos para a resolução dos problemas da comunidade; 9% dos votantes declararam que essa fase gera conflitos entre famílias e vizinhos na tabanca e, por fim, 3% garantiram que cria conflito entre partidos e candidatos. Se, por um lado, a maior parte observa a campanha como momento de debate, uma minoria chama a atenção pelo crescimento de tensão e riscos sociais. Portanto, pelos argumentos dos entrevistados, constata-se que não houve dúvidas sobre a essência do período da campanha eleitoral. É consensual que esse período deveria favorecer mais debate de ideias entre candidatos e, a partir disso, conduzir os eleitores à reflexão e ao voto consciente.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O terceiro bloco explora o sentido atribuído ao voto e as influências sobre a decisão eleitoral em Biombo. Para 36% dos entrevistados, votar significa escolher um candidato com programa de desenvolvimento; 32% associam-no à seleção do candidato com melhor programa de governo e outros 32% à escolha do partido que transmite confiança. Noventa e sete por cento afirmam ter votado para contribuir na resolução dos problemas do país, e a maioria declara fazer a escolha de forma pessoal, sem coerção externa. Ainda assim, 72% reconhecem a oferta de bens e dinheiro para angariar votos, destacando-se arroz (35%), camisolas (26%) e dinheiro (18%). Os principais beneficiários destas ofertas são responsáveis locais dos partidos (17%) e as comunidades (16%).

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Biombo. Assim sendo, num universo de 203 entrevistados/as, 32% afirmam que, para eles, o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo; 36% afirmam que significa eleger o candidato com programa para o desenvolvimento; e 32% afirmam que significa eleger o partido que transmite confiança.
Nesta parte, procurou-se observar as influências que os eleitores sofrem na hora de votar. O propósito é saber até que ponto eles são autónomos e não se deixam monopolizar nesse momento de decisão. Entretanto, foi com base nessa preocupação que se aplicou um questionário aos eleitores de Biombo sobre o significado do voto. Assim sendo, num universo de 203 eleitores entrevistados, 32% alegaram que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo; 36% elegem o candidato com programa para o desenvolvimento e 32% o partido que transmite a confiança.
E como forma de dar mais realce a sua tese, durante o grupo focal, um dos participantes acrescentou:
(…) é necessário fazer campanhas de sensibilização para informar o que é a democracia, a fim de evitar aliciamento, que alguém aceite um saco de arroz em troca de voto. Esses comportamentos afetam todos nós.
Participante n.º 4, grupo focal em Quinhamel • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
A sugestão acima foi partilhada por diversos participantes, tanto nas entrevistas individuais como nas reuniões de grupos focais. Também, faz-se importante frisar que houve muita solicitação ao Fórum de Paz, para realizar tais tarefas, principalmente nas comunidades onde a informação é escassa.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justificam o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 97% dos eleitores entrevistados assumiram ter votado por reconhecerem no candidato uma oportunidade para resolver os problemas do país. Essa postura dos eleitores deixa alguma indicação substancial sobre suas perceções e valorização do voto.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação à orientação na hora de votar, das respostas obtidas, os/as entrevistados/as afirmam que a orientação do voto vem por parte do marido (4%).
Em relação à orientação na hora de votar, 97% não souberam responder e algumas respostas obtidas por parte dos eleitores entrevistados não obtiveram significância. Na verdade, procurando interpretar as suas reações, pode-se concluir que muitos não admitiram aliciamento e influência no voto, como mais a frente será constatada.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido
Entre os que não escolheram a opção anterior, 85% afirmaram que a orientação de voto é pessoal.
Entretanto, conforme esperado, na lista dos que não escolheram as opções acimas, 85% argumentaram que a orientação de voto é pessoal. Dito de outro modo, os interlocutores alegaram fazer a escolha por vontade própria, sem coação de outrem.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido
Percebe‑se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, também não reconheceram a existência de mecanismos coercitivos tradicionais, conforme aponta o gráfico 26, nas suas decisões de voto. As respostas obtidas sobre a questão em causa não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos
Além de serem influenciados/as de alguma forma, 72% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar votos nas comunidades.
Embora não rejeitem a possibilidade de haver alguma influência nas suas decisões de voto, 72% dos eleitores entrevistados em Biombo confirmaram que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais e dinheiro para angariar votos nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos
Os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: arroz (35%), camisolas (26%) e dinheiro (18%).
No gráfico 28, foram listados, em percentuais, os principais produtos, incluindo o alimentício, oferecidos para angariar votos nas comunidades em que 35% dos inquiridos consideram o arroz, 26% as camisolas e 18% o dinheiro.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as, são: a comunidade (16%) e o responsável local do partido (17%).
Os questionados não só mencionaram os produtos colocados à disposição da comunidade, como também apontaram os principais beneficiários. Conforme o gráfico 29, 17% dos inquiridos confirmaram que o principal beneficiário, durante a campanha eleitoral, é o responsável local do partido e 16% à comunidade.Neste ponto, ficou evidente a negação, por parte de eleitores entrevistados, de influência de terceiros ou de uso de mecanismos coercitivos na hora de votar. Contudo, admitam a disponibilização de produto alimentício, materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral, com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
O quarto bloco recolhe opiniões sobre os requisitos e o funcionamento democrático no país entre o eleitorado da Região de Biombo. Noventa e oito por cento defendem um nível mínimo de escolaridade para deputados e membros do governo, sobretudo para garantir boa liderança, melhores decisões e alfabetização. A insatisfação com o desempenho democrático é elevada: 79% consideram-no mau e nenhuma instituição alcança 50% de confiança, embora a Liga Guineense dos Direitos Humanos (27%) e a Presidência da República (22%) se destaquem. A maioria (93%) apoia a participação de mulheres e jovens em cargos de decisão, como forma de melhorar a governação e combater discriminações. Quanto ao processo eleitoral, 21% apontam falta de transparência e 11% pedem mais programas de sensibilização. Para 96%, a participação neste inquérito foi considerada importante.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, 98% dos/as entrevistados/as afirmam que sim, deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Neste ponto, evidencia-se o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos e as suas perceções em relação ao papel das instituições e/ou organização no desempenho democrático no país. Por conseguinte, fez-se imprescindível questionar aos votantes sobre o nível de preparo dos cidadãos que procuram ascender aos cargos públicos. A questão aplicada no questionário foi esta: Será que enquanto cidadãos temos o direito de assumir grandes responsabilidades, cargos públicos, independentemente do nosso nível de preparo? Em resposta, os eleitores entrevistados não tiveram dúvidas, 98% julgaram ser necessário haver um nível mínimo de escolaridade como condição para o acesso aos cargos públicos, nomeadamente, de deputado ou membro de governo.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima
De acordo com o gráfico 31, os/as entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima pelos seguintes motivos: para ser um bom líder (36%), para tomar as melhores decisões (21%) e porque ler e escrever é importante (43%).
No gráfico 31, pode ser constatado que os eleitores entrevistados consideram pertinente a implementação de um nível de escolaridade mínima para deputados e membros do governo pelos seguintes motivos: 36% destacaram sua relevância para uma boa liderança; 21% sua importância na tomada de decisões e 43% limitaram-se em frisar, somente, a importância de saber ler e escrever.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país
Analisando o gráfico 32, percebe‑se que 79% dos/as entrevistados/as afirmam que o desempenho democrático no país é mau e 21% afirmam que é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático foi manifestada na perda de confiança, dos eleitores, nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e a vulnerabilidade institucional, certamente, reforçam essa descrença. Analisando o gráfico 32, é possível constatar que 79% dos eleitores entrevistados apontam para um péssimo desempenho democrático no país e 21% para um bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspiram mais confiança
A Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar (27%), seguida da Presidência (22%) e dos tribunais (19%).
Em relação à confiança que as instituições do país transmitem, e em conformidade com o gráfico 33, a organização da sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, aparece como a mais credível por parte dos eleitores entrevistados, com 27% dos votos, seguida pela Presidência da República, que obteve 22%. Em síntese, reconhece-se um baixo nível de confiança dos inquiridos em Biombo, visto que nenhuma instituição alcançou, pelo menos, 50% de aprovação.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para mulheres e jovens assumirem cargos políticos
Verifica‑se que 93% dos/as entrevistados/as afirmam que se deve começar a dar oportunidades a mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Sobre a participação de mulheres e jovens nas esferas de tomada de decisão, conforme o gráfico 34, 93% dos eleitores entrevistados são favoráveis a uma iniciativa de políticas que permitam democratizar o acesso desses dois grupos aos cargos públicos e políticos.
Os participantes no grupo focal defendem a abertura para a participação de mulheres e jovens nas esferas de tomadas de decisões importantes, como forma de melhorar a governação. Nessa ótica, um dos participantes defendeu o seguinte:
(…) aqui, neste país, ninguém se interessa pelas mulheres. Elas não são valorizadas como merecem. Se a elas forem dadas oportunidade, poder, acredito que irão fazer muitas coisas benéficas para o povo, para o país inteiro.
Participante n.º 5, grupo focal em Biombo • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
Ficou evidente o reconhecimento de que a esfera de tomada de importantes decisões precisa abrir portas à representatividade e, de igual modo, salvaguardar os direitos das mulheres, pondo-se fim as várias situações de discriminação e abuso contra mulheres.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné‑Bissau
21% afirmam falta de transparência ao longo do processo; 11% defendem aumentar programas de sensibilização; 11% apontam atraso na divulgação de resultados; 13% pedem recenseamento em todas as comunidades; 17% consideram que o sistema não respeita a vontade do povo.
A maneira como tem sido organizada o processo eleitoral mereceu atenção dos eleitores. Conforme o gráfico 35, 21% dos eleitores entrevistados confirmaram haver falta de transparência ao longo do processo de votação. Já 11% dos inquiridos solicitaram reforço nos programas de sensibilização sobre o processo eleitoral.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito
96% dos/as entrevistados/as na região de Biombo acreditam ser importantes as questões colocadas no inquérito.
Por fim, em relação à pertinência deste estudo, 96% dos eleitores entrevistados, na região de Biombo, consideram relevantes as questões colocadas nesse enquete. Apenas 4% desconsideram sua importância. Entre muitas observações a destacar, a preocupação com o incumprimento das regras democráticas foi bastante referida e registada como elemento transversal, assim também a constatação de haver alguma cautela, preocupação e zelo da parte dos eleitores, dessa região, no ato de voto.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
O Setor Autónomo de Bissau (SAB) é a capital política, administrativa e económica da Guiné-Bissau, composta por mais de duas dezenas de bairros e seis círculos eleitorais. Como centro urbano do país, reúne praticamente todas as etnias, com predominância de Balanta e Pepel, e concentra 27% do eleitorado nacional, elegendo 20 deputados para o parlamento.
- Eleitores 2018
- 207.659
- Questionários
- 1.034
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto no Setor Autónomo de Bissau
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O SAB, sendo o coração da vida política e social do país, apresenta uma população diversificada e ativa. A faixa etária predominante situa-se entre 30 e 49 anos, revelando um eleitorado relativamente jovem e ainda dinâmico. A distribuição de género é equilibrada, com presença marcante de mulheres, e a maioria identifica-se como cristã, seguida pela muçulmana. O casamento por usos e costumes continua a ser a forma mais comum de união, refletindo a persistência das tradições. Em termos de ocupação, destacam-se o setor público e o privado, ambos com forte peso, ao lado do comércio e da agricultura, sinalizando cidadãos integrados no tecido socioeconómico urbano.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo no SAB é a etnia Balanta, representada por 18% em seguida é a etnia pepel, representada por 16%.
Como era de se esperar, o SAB, na qualidade de centro das dinâmicas sociocultural, económica e política, representa, por inerência, um lugar de encontro de etnias, tradições e cultura da Guiné-Bissau. Contudo, no âmbito deste estudo, as etnias predominantes entre os eleitores entrevistados são balantas e pepéis, com 18 e 16%, respetivamente, conforme representado no gráfico 1.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária.
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representada por 26%, em seguida a faixa dos 40 a 49 anos, representada por 24%.
Entre os eleitores entrevistados, a faixa etária predominante está entre 30 a39 anos (26%), seguida pela faixa dos 40 a 49 anos (24%). Ou seja, trata-se de grupo relativamente jovem, no qual é possível encontrar cidadãos com dinâmicas e disposições favoráveis ao associativismo e à política.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 1034 entrevistados/as no setor autónomo de Bissau, 43% foram do sexo feminino e 57% do sexo masculino.
Em termos de participação de género, constata-se um quadro relativamente equilibrado. Numa amostra de 1.034 eleitores entrevistados no SAB, 43% são do sexo feminino e 57% masculino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 57%.
Relativamente à religião dos eleitores entrevistados, a cristã representa 57%, seguida da muçulmana com 36%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 55% são casados (as), 33% são solteiros (as), 3% são divorciados (as) e 8% são viúvos (as).
Em relação ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 55% eram casados, 33% solteiros, 3% divorciados e 8% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 53%.
No SAB, o tipo de casamento predominante baseia-se em usos e costumes de cada etnia, representando 53% dos casos. Essa modalidade demonstra a preferência dos habitantes em seguir os costumes e tradições para as uniões matrimoniais, embora muitos procuram, posteriormente, oficializar a união perante o Estado por meio do casamento civil.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral.
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 76% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 24% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente todos os eleitores entrevistados têm alguém no seu núcleo familiar com capacidade eleitoral. Em respostas obtidas, 76% afirmam ter menos de 10 pessoas que podem votar e 24% mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no SAB é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 26% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 14%. E ainda se nota que 12% dos entrevistados/as possuem curso superior.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados no SAB é 10ª a 12ª classe, representando 26% do total, em seguida, destaca-se o grupo com escolaridade entre 7.ª a 9ª classe, correspondendo 14% dos inquiridos. Importante notar que 12% dos eleitores entrevistados possuem formação superior ou estão a cursar o ensino superior.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 1034 entrevistados/as, 16% são agricultores/as, 33% trabalham no setor privado, 32% no setor público e 19% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são os domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Num universo de 1.034 entrevistados, 33% são do setor privado, 32% atuam no setor público, 19% são comerciantes e 16% praticam a agricultura. Em termos gerais, são cidadãos com ocupação e que têm contribuído “direta ou indiretamente” para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país. Esta introdução sintetiza as informações sobre os eleitores do SAB e, em seguida, analisaremos suas experiências e relações com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Os eleitores do SAB apresentam uma experiência consolidada em diferentes ciclos eleitorais, mas as perceções sobre candidatos e partidos são ambivalentes. Uma parte do eleitorado mantém fidelidade partidária, por convicção ou identidade política, enquanto outra parte altera o voto em função do desempenho dos representantes e do cumprimento das promessas. Nas discussões coletivas emergiu forte desconfiança: muitos consideram que os compromissos eleitorais raramente se concretizam, traduzindo-se em palavras vazias. Ainda assim, persiste a expectativa de mudança e a exigência de maior responsabilidade. Alguns participantes defenderam que, perante promessas incumpridas, os cidadãos devem ter a coragem de votar de forma diferente.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 1034 entrevistadas/os, 24% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 6 vezes.
Procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo o que os leva a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. Relativamente à frequência com que experimentaram o processo eleitoral, ao serem questionados sobre quantas vezes já votaram, percebe-se que, num universo de 1.034 eleitores entrevistados, 24% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes, 22% pelo menos 6 vezes e 22% afirmam ter votado duas vezes. Diante desse cenário, pode-se inferir que se trata de cidadãos com experiência no processo eleitoral do país.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 4% nas eleições de 1999, 13 % nas eleições gerais de 2014 e 97% nas eleições gerais de 2019.
Em relação às eleições gerais realizadas no país, 16% afirmam ter votado em 1994, 4% em 1999 e 13% em 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 30% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.
Em relação às eleições legislativas, 30% dos eleitores entrevistados afirmam ter votado pelo menos 5 vezes, enquanto 23% admitem já ter votado 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 30% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 30% dos eleitores entrevistados afirmam ter votado pelo menos 5 vezes, enquanto 23% admitem ter votado 6 vezes. No geral, pode-se concluir que houve, da parte dos eleitores nessas três modalidades eleitorais, uma participação equilibrada, o que lhes permite fazer alguma leitura sobre o processo. Contudo, pareces que tiveram dificuldades em entender o termo “eleições gerais”, como ocorreu em outras regiões.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 47% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 53% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo, também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados depositam no partido. Nesse sentido, o gráfico indica que 47% dos inquiridos não votam sempre no mesmo partido, ao contrário de 53% que afirmam votar recorrentemente no mesmo. Assim como observado nas outras regiões, o SAB também não se desvia dessa quase disputa bipolarizada e equilibrada entre eleitores fiéis e aqueles mais voláteis em suas escolhas.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (31%), confiança no programa de Governo (31%) e militância (37).
Entretanto, conforme o gráfico 15, os principais motivos que levam a alguns eleitores a votarem sempre no mesmo partido são: 37% justificam a militância, 31% enfatizam a confiança no partido e 31% consideram a confiança no programa de governo. Apesar da insatisfação e desilusão de eleitores com partidos e candidatos, ainda há quem acredite ou vote na possibilidade de mudança positiva para o país, e não apenas pelo dever cívico de se recensear e votar.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (40%), falta de confiança no partido (31%) e não falam a verdade (29%).
Entretanto, entre os entrevistados que não votam sempre no mesmo partido, 40% afirma que tomam essa decisão por falta de cumprimento das promessas de campanha anterior, 31% consideram que isso ocorre quando perdem a confiança no partido e 29% dizem que adotam essa postura ao perceberam que não estão a ser informados com veracidade.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as no SAB. Num universo de 1034 entrevistados/as, 61% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 39% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciam os eleitores a votarem num determinado partido, o estudo procurou compreender o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais dos candidatos. Assim, 61% dos entrevistados afirmam não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos enquanto 39% afirmam acreditar.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 43% afirmam ter confiança no candidato, 34% afirmam ter confiança no programa de Governo do partido e 23% afirmam ter confiança no partido.
Quanto aos motivos que levam eleitores a acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, as justificativas são as seguintes: 43% afirmam ter confiança nos candidatos, 34% no programa de governo do partido e 23% no partido.
Durante o encontro do grupo focal, um participante disse o seguinte:
(…) devemos votar no partido que consideramos capaz de promover o desenvolvimento do país. Muitas vezes, votamos simplesmente por simpatia por alguém de um partido, sem avaliar sua capacidade de trabalhar pela melhoria de vida da população. Também existe pessoas que votam num partido por algum benefício temporário. Logo, sou da opinião que a população deveria formar um grupo forte e imparcial para defendê-las, na medida em que muitos não compreendem o sentido do voto. Recomenda-se também analisar os programas dos partidos, todavia, seria manifestamente insuficiente, porque podem apresentar bons programas e, após eleitos, não cumprirem o que foi prometido. Caso aconteça, na próxima eleição a resposta deve ser não os reeleger. Só assim será possível progredir.
Participante no . 10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Esses momentos geralmente são de promessas e, ao mesmo tempo, de assumir compromissos políticos com eleitores. Portanto, estes não conseguem ter a certeza de quem realmente cumprirá o que disse, mas, como foi dito no grupo focal, cada eleição deve servir como oportunidade para avaliar as realizações e, então, decidir em quem votar.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 37% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato, 47% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores e 15% afirmam que não acreditam porque eles fazem falsas promessas.
Em relação aos motivos que levam eleitores a não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, 37% sustentam não acreditar devido à falta de confiança no candidato, 47% mencionam o não cumprimento de promessas das campanhas anteriores e 15% citam a falsidades das promessas.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 1034 entrevistados/as, 69% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 31% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
No geral, as duas observações indicam que os eleitores não têm dúvidas sobre o que a democracia é capaz de fazer para favorecer o bem comum dos cidadãos. Reconhecidamente, as dinâmicas democráticas podem estar com algumas dificuldades, mas talvez não são por incompreensão dos eleitores sobre o que pode fazer a democracia e isso ficou em suas próprias respostas.
Numa reunião de grupo focal, um participante enfatizou que muitos eleitores não compreendem o real sentido do voto e acrescentou:
(…) muitos votam por votar ou por acreditar que é uma obrigação, sem um entendimento profundo da razão do voto, o que contribui para insatisfação com a governação. As pessoas não percebem que podem e devem sair às ruas para reivindicar seus direitos.
Participante no. 7 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
No geral, as duas observações indicam que os eleitores não têm dúvidas sobre a capacidade de democracia de favorecer o bem comum.
Reconhecidamente, as dinâmicas democráticas podem apresentar dificuldades, porém estas talvez não decorrem por incompreensão, por parte dos eleitores, sobre o papel da democracia conforme evidenciado nas suas respostas.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 66% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 17% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmam que significa disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos.
Após as justificativas sobre o potencial da democracia, os eleitores entrevistados foram solicitados a refletir sobre o significado do período da campanha eleitoral. Como demonstraram, 66% defendem que é uma oportunidade para apresentar suas preocupações aos partidos e candidatos, enquanto 17% consideram que é um período de conflitos entre famílias e pessoas e 9% afirmam que é um período de disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos. Obviamente, todas essas manifestações ocorrem em todo o país durante a campanha eleitoral.
Essa preocupação foi reforçada por um participante do grupo focal, que alertou para os riscos que esse comportamento pode causar à sociedade, justificando que:
(…) a democracia pode gerar divisão na família, na etnia, na religião e na comunidade entre outros. Essas divisões decorrem de relacionamentos desiguais entre as pessoas de diferentes posições políticas, o que pode incentivar o surgimento de hostilidades, espaços para insultos e acordos questionáveis.
Participante no . 10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Apesar de outras indicações, a compreensão da ideia central da campanha eleitoral preocupa os eleitores, conforme os próprios manifestaram.
Em linhas gerais, os eleitores demonstraram compreenderas relações estabelecidas com os políticos durante e após a campanha, além de alertarem para os riscos de inversão do sentido e do significado esperado de uma campanha eleitoral.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
No SAB, o voto é visto como instrumento de mudança e resolução de problemas, mas a sua prática está longe de ser totalmente livre. Entrevistados relataram influências familiares, de líderes comunitários e de partidos que procuram orientar a escolha dos eleitores. Em muitos casos, tais influências traduzem-se em ofertas materiais ou promessas imediatas, apontadas como tentativas de compra de votos. Também surgem referências a ameaças ou intimidações, que fragilizam a autonomia individual. Apesar disso, predomina a convicção de que o voto deve ser pessoal e soberano, refletindo o desejo de participação ativa na vida política e de afirmação da cidadania.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo no SAB. Assim sendo, num universo de 1034 entrevistados/as, 47% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de Governo.
Nesta parte, buscou-se observar as influências que os eleitores sofrem ao votar. Ou seja, investigou-se até que ponto eles são autónomos para decidir em quem votar, sem se deixarem influenciar por terceiros. A questão colocada aos eleitores visava essencialmente compreender o significado do ato de votar. O estudo também procurou entender essa preocupação entre os eleitores do SAB. Assim, num universo de 1034 entrevistados/as, 47% afirmam que votar significa eleger o candidato com o melhor programa de governo, 31% também priorizam o candidato com o melhor programa de governo e 22% optam pelo partido que transmite confiança.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 98% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Sobre o exercício de voto, 98% dos eleitores entrevistados afirmam que ter votado nas eleições porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os problemas do país. As demais questões perderam relevância, já que os eleitores não as consideram o principal motivo para sua decisão.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Da mesma forma, em relação à orientação no momento do voto, as respostas obtidas revelam, por meio do gráfico 24, que os eleitores não demonstraram influência de qualquer tipo.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 95% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções mencionadas, 95% afirmam que a decisão de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas tradicionais e religiosas coercitivas que os influenciam. Observa-se no gráfico 26 que as respostas não apresentaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 1034 respostas, 74% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Embora não admitam a influência de terceiros nas suas decisões de voto, 74% dos eleitores entrevistados admitem que partidos e candidatos disponibilizam bens materiais para angariar votos durante a campanha eleitoral e 26% afirmam desconhecer esse facto. A questão que se coloca é a seguinte: por que os partidos e candidatos têm persistido nessa estratégia de “doação” de materiais diversos durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões ajudem a compreender até que ponto os eleitores não são autónomos em decidir livremente o seu voto, e a. maioria apresenta alguma limitação em termos de compreensão do significado que um ato de votar pode ter na sua própria vida.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: camisolas (24%), arroz (31%) e dinheiro (19%).
Portanto, segundo o gráfico 28, observa-se que os bens mais doados com o objetivo de angariar votos nos bairros são: 31% indicam o arroz, 24% as camisolas e 19% o dinheiro. Obviamente, nem todos os partidos e candidatos se sentem satisfeitos com o retorno do investimento realizado. Aliás, conforme exposto anteriormente, não basta entregar os bens para garantir o voto dos eleitores, e o SAB, talvez por concentrar a maior parte da massa crítica nacional, apresenta uma situação de compra de consciência menos visível em comparação com outras regiões.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: o responsável local do partido (21%) e ou jovens (14%).
Entretanto, o gráfico 29 permite verificar que os principais beneficiários, segundo a perceção dos eleitores entrevistados, são: o responsável local do partido (21%) e o responsável da juventude (14%). Diante disso, muitos eleitores compreendem a razão da pressão exercida pelas lideranças sobre a população para que vote de acordo com interesses alheios.
Por isso, um participante do grupo focal procurou diferenciar os eventos ocorridos nas regiões cem relação aos de Bissau:
A influência de terceiros é muitas vezes percebida como um fenômeno restrito a comunidades com menor acesso à educação. Entretanto, essa visão não corresponde à realidade, como demonstram os casos comuns de influência observados em Bissau. indivíduos com baixa escolaridade são mais vulneráveis a enganos devido à falta de conhecimento sobre determinados assuntos. Por outro lado, em instituições públicas e privadas, ocorrem situações como promessas de promoção ou nomeação em troca de apoio, além de casos em que a filiação partidária se torna uma exigência para garantir emprego.
Participante no.10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Salienta-se que cada público eleitor é alvo de um mecanismo específico para influenciar sua decisão de voto, e o eleitor relatou a forma como servidores públicos são coagidos a apoiar determinados partidos e candidatos.
Nesta parte, ficou evidente o não reconhecimento, por parte de eleitores entrevistados, de influência de terceiros ou de uso de mecanismos coercitivos no momento do voto. Contudo, admitiram influencias mediante a oferta de cargos, empregos, bens materiais e dinheiro durante o período eleitoral, tanto nas instituições quanto nos bairros com o propósito de alterar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Entre os cidadãos de Bissau, destaca-se a ideia de que deputados e dirigentes políticos devem ter escolaridade mínima, entendida como condição para governar com competência. Mas o tema divide opiniões: enquanto alguns defendem tal requisito, outros lembram que dirigentes com estudos cometeram igualmente erros graves. A perceção sobre a democracia é marcada pela insatisfação: a maioria classifica o desempenho institucional como fraco, apontando falta de credibilidade e de resultados. Apenas a Liga dos Direitos Humanos surge como entidade amplamente respeitada. Em contrapartida, existe forte consenso em favor de maior participação de mulheres e jovens, bem como de maior transparência no processo eleitoral.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 96% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte apresenta observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito ao preparo e ao desempenho democrático no país. Quanto à escolaridade, os eleitores entrevistados a consideram fundamental para a melhoria do desempenho da democracia e das instituições democráticas. Não tiveram dúvidas sobre a importância da escolaridade para deputados e membros do governo, e 96% afirmam que aprovariam a ideia como requisito para o acesso a cargos públicos.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (43%), para poder tomar as melhores decisões (21%), para ter a capacidade de governar melhor (15%) e é importante daber ler e escrever (21%).
No que diz respeito à instrução escolar, os entrevistados afirmam que é importante haver um nível mínimo de escolaridade mínimo para deputados e governantes pelos seguintes motivos: 43% justificam que isso é importante para se ser um bom líder, 21% consideram fundamental para tomar as melhores decisões, 15% acham que isso ajuda a governar melhor e 21% justificam que é importante saber ler e escrever. Grosso modo, a utilidade de instrução escolar, conforme a visão dos eleitores, é fundamental para uma boa conceção de políticas e projetos públicos.
Apesar da concordância em estipular um nível mínimo de escolaridade como critério de acesso a cargos públicos, na opinião dos participantes do grupo focal, a medida, caso posta em prática, seria meramente excludente. Um dos participantes deixou as seguintes considerações:
(…) na minha opinião, esse não deveria ser um problema na Guiné-Bissau atualmente, porque não somos nós que estamos na vida da escola, mas a escola que está na nossa vida. Por esse motivo, não devemos construir uma sociedade que exclua pessoas devido às suas limitações educacionais.
Participante no .10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Numa leitura um pouco diferente da do interveniente anterior, todavia com uma postura crítica em relação ao critério de reconhecimento da competência, outro participante espelhou o assunto de seguinte forma:
É preciso ser sincero ao discutir níveis de escolaridade, pois são justamente pessoas com maior grau de formação que mais cometem injustiças contra aqueles com menor instrução. Por essa razão, considero razoável uma escolaridade até 9.º ou mesmo até 6.º ano. O principal desafio está em regulamentar o setor político, sobretudo o parlamento, dado que é lá que são submetidos diversos projetos de lei para análise e votação.
Participante no.8 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
O menosprezo pela importância do papel da escola e da competência na estruturação da sociedade guineense tem ganhado cada vez mais visibilidade no debate político. Alguns eleitores acreditam que o acesso ao espaço público de tomada de decisão deve ser livre a qualquer cidadão, independentemente de seu nível de preparo.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 76% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 20% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Quando foram solicitados a manifestar satisfação sobre o desempenho da democracia no país, conforme se vê no gráfico 32, 76% dos eleitores entrevistados afirmam que o desempenho democrático no país é mau e 20% afirmam que é bom. O histórico da democracia tem causado muita deceção e descrença nos eleitores em relação à vontade dos autores políticos em se apropriarem de princípios e valores democráticos para promover um desenvolvimento sustentável. A persistente instabilidade, contudo, acaba por ser um fator de obstáculo ao desempenho governativo.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a força de defesa (13%) e a presidência (11%).
A insatisfação com o desempenho democrático intensificou-se a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional, levou os eleitores entrevistados a expressarem sua falta de confiança no desempenho das instituições. Quanto à a confiança que as instituições do país transmitem aos eleitores, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, em representação das organizações da sociedade civil, aparece como a mais credível, com 28%, seguida das Forças de Defesa, com 13% e da Presidência da República, com 11%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 93% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do género. Durante a IXa legislatura foi aprovada no parlamento a Lei no.4/2018, conhecida como Lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma quota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, os partidos não cumpriram as diretrizes da legislação. Diante da manifesta resistência masculina, questionou-se aos eleitores o que pensam sobre participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 93% eleitores entrevistados opinam que deveria começar a dar oportunidades a mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
O ponto de vista dos participantes do grupo focal coincide com a preocupação dos entrevistadas. Contudo, existe uma posição consensual dos eleitores em relação à participação política das mulheres e dos jovens. Uma participante do grupo focal enfatizou a questão do preconceito contra mulheres como a maior barreira:
(…) a oportunidade constantemente mencionada refere-se a proporcionar às mulheres o espaço para lutar e conquistar posições de destaque na política, em condições de igualdade com os homens. Existem preconceitos em relação à equidade de gênero que precisam ser superados, sendo importante destacar que a lei existe e deve ser cumprida em todas as esferas sociais (…)
Participante no.8 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Já em relação aos jovens, embora os participantes do grupo focal reconheceram que deveria haver a inclusão dos dois grupos, consideram que os jovens precisam se adequar a uma postura que o faça beneficiar dos seus direitos. Segundo um dos participantes:
(…) os jovens guineenses apresentam uma participação política negativa, que os impede de reivindicar justamente seus direitos. Embora exerçam a cidadania, não cumprem os deveres correspondente, como procurar uma formação académica de qualidade para competir no mercado de trabalho. Consideram que o acesso ao emprego está vinculado à militância partidária (…).
Participante no.9 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Os participantes reconheceram a necessidade de democratizar a esfera de tomada de decisão, incluindo a participação de mulheres e jovens. No entanto, apontaram barreiras que precisam ser quebradas para legitimar o acesso, especialmente no caso dos jovens, que dependem de si mesmos para isso.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 39% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 21% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 31% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.
Em relação ao processo de voto no país, 39% dos eleitores entrevistados denunciam a falta de transparência ao longo do processo, 21% afirmam que deveria ser reforçado os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 31% demonstram preocupados com a situação de atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 100% dos entrevistados/as no SAB afirmaram serem importantes as questões colocadas no inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 100% dos eleitores entrevistados no SAB consideram importantes as questões levantadas no inquérito. Foi um momento que lhes possibilitou emitir opiniões sobre a importância de seus votos e o reflexo da democracia no desenvolvimento do país. Nesta parte, foram abordados aspetos estruturantes da dinâmica democrática, com ênfase nas questões de nível de escolarização dos responsáveis públicos, credibilidade das instituições e problemática de género. Todas essas questões mereceram a observação dos eleitores, que consideram que a democracia precisa ser valorizada para permitir a sua consolidação.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A Região de Oio, no norte da Guiné-Bissau, reúne os setores de Farim, Bissorã, Mansaba, Mansoa e Nhacra. Com predominância de Mandinga e Balanta, e um eleitorado jovem, elege 16 deputados para o parlamento.
A agricultura é a base da economia, mas a confiança política e institucional permanece frágil. Ainda assim, os eleitores valorizam o voto como instrumento de mudança e pedem mais espaço para mulheres e jovens.
- Eleitores 2018
- 109.179
- Questionários
- 530
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Oio
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O retrato de Oio revela uma região marcada pela diversidade étnica, com predominância de Mandinga e Balanta. A faixa etária mais representada situa-se entre os 30 e 39 anos, confirmando o peso de uma juventude ativa, ainda que acompanhada de gerações mais velhas. Embora os homens sejam maioria entre os inquiridos, a participação das mulheres é reconhecida como significativa. O islão predomina como religião, seguido pelo cristianismo, refletindo a composição cultural regional. A maioria é casada em uniões tradicionais, vive em agregados pequenos e apresenta escolaridade intermédia, ainda com forte presença do analfabetismo. A agricultura é a principal fonte de rendimento, complementada pelo comércio e pelos setores público e privado.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Oio é a etnia Mandinga, representada por 30%.
Tanto quanto a região de Cacheu, a de Oio também congrega uma diversidade étnica em termos de ocupação do território, bem demarcado pelos diferentes grupos, no entanto, segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é mandinga, que representa 30%, seguido de Balanta com 24%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representada por 36%, em seguida a faixa dos 40 a 49 anos, representada por 23%.
A faixa etária correspondente a 30-39 anos representa 36% dos eleitores entrevistados, em seguida a de 40 a 49 anos representa 23%. Ou seja, tal como nos outros lugares, encontrou-se uma população relativamente jovem que se interessa pelas dinâmicas associativas e sociopolíticas.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 530 entrevistados/as na região de Oio, 40% foram do sexo feminino e 60% do sexo masculino.
No universo de 530 eleitores entrevistados na região de Oio, 40% são do sexo feminino e 60% do sexo masculino. Embora houvesse disparidade em termos de género, a participação das mulheres é igualmente reconhecível.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a Muçulmana, representada por 60%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a muçulmana, representada por 60%, seguida por cristã com 35%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 68% são casados (as), 25% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que a maioria são pessoas com responsabilidade familiar e social, sendo que 68% são casados, 25% de solteiros, 2% de divorciados e 6% são viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 93%.
Entre os casados, o tipo de união predominante é o baseado em usos e costumes, representado por 93%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 78% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 22% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente todos os eleitores entrevistados têm no agregado familiar um ou mais pessoas com capacidade eleitoral. Nessa região, 78% dos inquiridos declararam que no seu agregado têm menos de 10 pessoas que podem votar, enquanto 22% afirmaram ter mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 24% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe e 1.ª – 4ª classe, ambos representado por 12%. E ainda se nota que 15% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
Já no que concerne à escolaridade dos eleitores entrevistados, e conforme o gráfico 8, os níveis predominantes nessa região é 10ª, 11ª e 12ª, representam 24%, em seguida 7.ª – 9ª classe e 1.ª – 4ª classe, ambos representam 12% dos inquiridos. Os outros 15% não sabem ler e escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 530 entrevistados/as, 51% são agricultores/as, 12% trabalham no setor privado, 21% no setor público e 16% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Em 530 entrevistados, 51% são agricultores, 12% trabalham no setor privado, 21% no setor público e 16% são comerciantes. Em síntese, e em conformidade com os dados, percebe-se que são cidadãos com ocupação que, direta ou indiretamente, têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Em Oio, a experiência eleitoral é ampla, mas marcada por sentimentos mistos em relação a candidatos e partidos. Muitos eleitores mantêm fidelidade partidária, frequentemente ligada a fatores étnicos ou religiosos, enquanto outros mudam de opção diante do incumprimento de promessas. A maioria não acredita nas promessas eleitorais: percebem-nas como estratégias de captação de votos, sobretudo quando tocam em necessidades básicas como água e energia. Apesar da desconfiança, permanece a esperança de que algum candidato responda a problemas concretos, em especial aqueles que afetam diretamente as mulheres e a vida familiar.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 530 entrevistadas/os, 29% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 20% pelo menos 4 vezes.
Procurou-se, neste ponto, observar e avaliar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo o que os leva a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. Nessa perspetiva, quando questionados sobre as vezes que votaram, percebeu-se que num universo de 530 eleitores entrevistados, apenas 29% votaram de 5, ou um pouco mais, vezes e 20% 4 vezes. Mas, olhando para o gráfico, nota-se que o percentual não é muito equilibrado em termos de participação e que têm um pouco experiência eleitoral.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 10% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 6% nas eleições de 1999, 12% nas eleições gerais de 2014 e 72% nas eleições gerais de 2019.
Referente à participação nas eleições realizadas no país, 10% dos inquiridos declararam ter votado nas eleições gerais em 1994, 6% nas de 1999 e 12% nas de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 31% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 31% confirmaram ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 31% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
Nas eleições presidenciais, 31% dos entrevistados confirmaram ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 44% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 56% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. E, segundo o gráfico 14, verifica-se que 44% assumiram que não votam sempre no mesmo partido e 56% afirmaram que têm votado sempre no mesmo partido. Esse facto pode ser confirmado na consulta do histórico de dados eleitorais do país. Enfim, quer na região de Oio, como noutras regiões, há eleitorados fixos, que têm mantido a fidelidade a um determinado partido e candidato, a maioria dos casos, por motivos étnicos e religiosos.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no pograma de Governo (22%) e militância (25%).
E quando se procurou saber os principais motivos que os levem a votar sempre no mesmo partido, as razões foram estas: 48% no ato do voto consideram relevante a confiança no partido; 22% o pograma de governo e 25% o fazem simplesmente por militância.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (38%), não falam a verdade (44%) e a falta de confiança no partido (18%).
Alguns eleitores testemunharam que não votam sempre no mesmo partido por estas razões: 38% porque não se cumpriu as promessas da campanha anterior, 44% por falta de transparência, verdade e 18% por falta de confiança no partido. Aqui, certamente, nota-se um confronto com a lógica de fidelidade partidária.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Oio. Num universo de 530 entrevistados/as, 65% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que os influenciam a votar ou não num determinado partido nas eleições, o estudo procurou também avaliar o nível de confiança dos eleitores da região. Sobre essa questão, 65% dos eleitores entrevistados atestaram falta de credibilidade nas promessas dos candidatos e, por contrariamente, 35% afirmaram acreditarem nas promessas.
A questão de acreditar nas promessas eleitorais foi interpretada por uma das participantes no grupo focal como uma tentativa dos eleitores em procurar renovar esperanças e apostar na resolução dos problemas, sobretudo, os que afetam mais as mulheres. Eis, abaixo, a argumentação da participante:
(…) nós, da região de Oio, acreditamos sim, porque temos dificuldades de água e luz. Não temos água canalizada e nem eletricidade, por isso, qualquer candidato que apareça e nos prometa essas coisas acreditamos logo pensando que será a solução para acabar com as nossas dificuldades, principalmente, nós as mulheres, porque somos as que mais sofrem com a falta de água para fazer todos os serviços da casa. As vezes é essa a necessidade que nos leva a acreditar e ter esperança que os problemas serão solucionados ou as promessas serão cumpridas.
Participante no. 1 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Certeza ou não, provavelmente os candidatos também jogam com os aspetos de dimensão real das necessidades que os eleitores enfrentam e, estrategicamente, fazem promessas desonestas para angariar votos.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 35% afirmam ter confiança no candidato, 34% afirmam confiar no programa de Governo e 31% afirmam confiar no partido.
Portanto, segundo o gráfico 18, entre os eleitores que acreditam nas promessas dos candidatos, 35% alegaram, como fator determinante, confiar no candidato, 34% apontaram a confiança no programa de governo, enquanto os outros 31% assumiram que o fazem por razões de fidelidade partidária.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 29% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 71% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Diferentemente, no grupo dos que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 29% confirmaram que não confiam no candidato e 71% porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Para os participantes no grupo focal é sempre muito difícil acreditar nas promessas dos candidatos. Mas, são de opinião que ainda existem eleitores que continuam a acreditar, provavelmente, por motivo de militância partidária. Nessa linha, vale a argumentação de um dos participantes que procurou resumir o que geralmente acontece:
Na verdade, a maior parte dos guineenses continua a acreditar nas promessas dos candidatos como é o caso de construção de escolas, compra de carros, estabilidade de luz e água, em fim, várias coisas que falam e o povo acredita.
Participante no. 3 no grupo focal em Mansoa • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 152 entrevistados/as, 74% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 26% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando questionados sobre o serviço da democracia ao país, num universo de 152 entrevistados, 74% são de opinião que a democracia pode servir para edificar a paz e justiça social e 26% acreditam que pode servir para apoiar o desenvolvimento do país. Confirma-se que conhecem e reconhecem que a democracia pode proporcionar para o bem-estar comum.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 20% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 7% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Conforme o gráfico 21, os eleitores foram questionados sobre a sua compreensão em relação ao período da campanha eleitoral. Em suas respostas, 70% apoiaram que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade. Contrariamente, 20% consideraram que o período significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca, enquanto 7% afirmaram que significa conflito entre partidos e candidatos. Os eleitores, nessas respostas, demonstraram muita compreensão sobre o verdadeiro sentido da campanha eleitoral, no entanto, apontaram a distorção da mesma como fator de risco social.
Portanto, no encontro do grupo focal, foram bastante críticos em analisar o período eleitoral, apontando situações concretas que têm contribuído para gerar conflitos no seio familiar e comunitário. Na observação de umas das participantes:
O período de eleição é um momento muito sensível e de tensão, e quem não se cuidar vai ter problemas, porque alguns militantes não se limitam apenas em fazer campanha para o seu candidato ou partido, mas acabam por ferir muitas pessoas provocando problemas com outras pessoas de outras formações políticas. Devemos compreender que cada cidadão deve ser livre de fazer a sua escolha e a mesma deve ser respeitada. A política tem causado muitos conflitos, por exemplo, na minha família tem havido vários conflitos entre pessoas por conta da política o que também acontece entre vizinhos acabando com muitas amizades. Tem de haver uma política para acabar com esses comportamentos.
Participante no. 1 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Na leitura dos eleitores, conclui-se que têm noção clara do que deveria ser a campanha eleitoral por chamarem a atenção pela forma como os atores políticos patrocinam comportamentos que colocam em risco a convivência social.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O significado do voto em Oio é fortemente associado à busca por soluções nacionais: eleger quem tem melhor programa de desenvolvimento ou capacidade de resolver problemas coletivos. Embora muitos afirmem votar de forma autónoma, reconhece-se a existência de pressões, ameaças e ofertas de bens materiais durante as campanhas. Motorizadas, arroz, camisolas ou dinheiro são usados como moeda de troca, beneficiando chefes locais, associações ou comunidades inteiras. Ainda assim, a maioria dos eleitores expressa o desejo de votar com liberdade, revelando uma tensão constante entre autonomia política e práticas de clientelismo.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Gabu. Assim sendo, num universo de 530 entrevistados/as, 42% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de desenvolvimento do país.
Nesta etapa, deu-se destaque à influência que os eleitores sofrem na hora de votar, ou seja, até que ponto eles têm liberdade de escolher, decidir, em quem votar sem se deixarem ser influenciados por terceiros. Assim sendo, num universo de 530 entrevistados, 42% argumentaram que o ato de votar significa eleger o candidato com programa de desenvolvimento do país, enquanto 36% votam naquele que apresentar o melhor programa.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 91% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 91% dos inquiridos não têm dúvidas em declarar que votam com o propósito de contribuir na resolução dos problemas do país. Contudo, nem todos os eleitores tiveram essa lucidez, conforme se constata no gráfico, pois encaram as eleições como oportunidade para resolver assuntos pessoais.
Um dos participantes no grupo focal procurou justificar o voto de um eleitor, com a declaração a seguir:
(…) votamos por causa da sensibilização que é feita para o exercício dos nossos direitos de poder escolher pessoas que vão ficar a frente do país. Às vezes votamos por causa das ameaças e há os que votam por influência de amigos, parceiros ou outras motivações. Votamos, sobretudo, na expetativa de que se houver a mudança as nossas vidas irão melhorar.
Participante no. 8 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
As leituras são portadoras de manifestações factuais diversas e confirmam que os eleitores, certamente, orientam as suas decisões a partir de influências recebidas.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, percebe-se que não houve significância nas respostas dadas.
Partindo do princípio de autonomia que, a priori, os eleitores devem ter ao decidir em quem votar, os entrevistados demonstraram ser influenciados em suas decisões. Sobre essa questão, a maioria não soube responder, e houve significância nas respostas obtidas.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 10% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, entre os que não escolheram as opções anteriores, 10% afirmam que a orientação de voto é pessoal e 90% não responderam.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Em relação a influências na hora de votar, percebe-se com o gráfio 26 que não houve significância nas respostas dadas.
De igual modo, não reconheceram a existência de mecanismos coercitivos tradicionais nas suas decisões de voto. No entanto, conforme o gráfio 26, não houve significância nas respostas dadas.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 530 resposta em Oio, 90% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem influência nas decisões de voto, em uma amostra de 530 resposta coletadas em Oio, 90% dos eleitores entrevistados afirmam que partidos e candidatos oferecem bens materiais durante a campanha eleitoral para obter votos nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (16%), camisolas (17%), cadeiras de plástico (12%), arroz (24%) e dinheiro (17%).
Mediante o gráfico 28, é possível identificar alguns bens oferecidos por partidos e candidatos para obter votos nas comunidades. Destacam-se: 16% mencionam as motocicletas, 17% as camisolas, 12% as cadeiras de plástico, 24% o arroz e 17% o dinheiro. O importante não é o tipo de bem oferecido, porém compreender que essa prática ocorre apenas durante o período eleitoral, com o objetivo de influenciar o voto.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (24%), o responsável local do partido (19%), associação de mulheres (18%), militância (14%) e ou chefe de tabanca (12%).
Quando solicitados a classificar como são distribuídos esses bens, os eleitores entrevistados não tiveram dificuldades em mencionar os principais beneficiários: 24% acreditam que a comunidade é a principal, 19% apontam para o responsável local do partido, 18% consideram a associação de mulheres, 14% acham que são os militantes e 12% afirmam que é o chefe de tabanca. Portanto, a campanha eleitoral se configura como um momento de troca de favores, bens materiais e dinheiro por votos. No entanto, devido ao grande número de partidos e candidatos que frequentam as comunidades com esse propósito, nem todos conseguem angariar votos, apesar do investimento.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Em Oio, a maioria dos eleitores defende que deputados e membros do governo devem ter um nível mínimo de escolaridade, não apenas para ler e escrever, mas também para governar com discernimento e responsabilidade. Nos grupos focais, sublinhou-se que a formação deve vir acompanhada de compromisso ético e práticas de boa governação. Apesar disso, 70% avaliam o desempenho democrático como mau, refletindo desconfiança generalizada nas instituições, com exceção da Liga Guineense dos Direitos Humanos, que recolheu maior credibilidade. A democratização do acesso para mulheres e jovens foi defendida quase unanimemente, mas persistem barreiras culturais e discriminação de género. A transparência no processo eleitoral surge como exigência central, mostrando eleitores atentos e críticos.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 96% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Esta parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, bem como sobre suas perceções em relação ao papel das instituições no desempenho democrático no país. Daí a importância de questionar o nível de preparo dos cidadãos que procuram ascender aos cargos públicos. Seria justo que, como cidadãos, tivéssemos direito de ocupar responsabilidades públicas independentemente do nosso nível de preparo, seja ele baixo ou elevado? Não temos a obrigação de nos preparar antes de assumir compromissos públicos? Sobre esse assunto, os eleitores enfatizam a importância da escolaridade e 96% consideram que, para se candidatar a um cargo de deputado e/ou ser nomeado membro do governo, deveria ser fixada legalmente um nível mínimo de escolaridade para o acesso a esses cargos, conforme o gráfico 30.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (40%), para poder tomar as melhores decisões (23%) e é importante saber ler e escrever (40%).
Consoante o gráfico 31, os eleitores entrevistados justificam por que defendem a ideia de haver um nível de escolaridade mínimo para deputados e membros do governo. Em suas opiniões, 40% consideram que isso pode contribuir para a formação de um bom líder, 23% acham que ajudaria a tomar as melhores decisões e 40% afirmam que é importante saber ler e escrever para assumir responsabilidades públicas.
A ideia sobre a importância do nível de escolaridade ficou ainda mais reforçada durante o grupo focal, com os participantes a considerarem que não basta a escolaridade, mas é preciso também estar mobilizado para promover boas práticas governativas. Segundo um dos participantes.
(…) é importante que os governantes tenham um nível mais ou menos aceitável de escolaridade, pois ninguém pode saber tudo, mas é necessário um conhecimento mínimo para exercer a liderança em qualquer área. Para alcançar esse objetivo, é fundamental priorizar a educação, porque só assim o país poderá superar a estagnação em que se encontra.
Participante no. 3 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Essa observação é crucial para entender que, para os eleitores, o nível de preparo de um candidato é tão fundamental quanto a postura de qualquer agente público na promoção de boas práticas governativas.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 70% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 30% afirmam que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático também se manifestou na perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional certamente não passou despercebido, como se observa no gráfico 32. Nas observações dos eleitores entrevistados, 70% avaliam o desempenho democrático no país com ruim e 30% o consideram bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 54%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece os tribunais (12%) e depois a força de segurança (9%).
Em relação à confiança que as instituições do país transmitem, diferentemente de outras regiões – como, por exemplo, Gabu e Bafatá - na região de Oio, a sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, teve um reconhecimento de 54% entre eleitores entrevistados. Em seguida aparecem os tribunais, com 12% de aprovação, e depois a força de segurança, com 9%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 99% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Sobre a participação das mulheres e jovens nas esferas de tomada de decisão, o gráfico 34 demonstra que 99% dos eleitores entrevistados defenderam a democratização dos espaços democráticos, por meio da criação de oportunidades para que mulheres e jovens assumam cargos políticos.
Uma das participantes aprofundou a observação, abordando as dificuldades que as mulheres enfrentam nos partidos e a falta de solidariedade, também notória, entre elas:
(…) as mulheres não recebem oportunidades merecidas, inclusive dentro de partidos políticos. Existe discriminação de gênero, como evidenciado pela marcação de reuniões noturnas ou madrugadas adentro, dificultando a participação feminina. É certo que, quando uma mulher governar a Guiné-Bissau, o país poderá seguir um rumo mais promissor. Outra questão relevante é a falta de apoio mútuo entre as mulheres, com rivalidades sendo criadas mesmo quando a união seria necessária (…).
Participante no. 1 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Essa contribuição expõe a questão de masculinização do acesso ao espaço político, um facto que leva muitos homens e mulheres a acreditarem que apenas os homens reúnem as condições necessárias para o exercício política. Essa visão expressa as heranças do patriarcado e manifestações machistas intrínsecas aos comportamentos sociais de diferentes grupos étnicos.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 30% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 29% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 23% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados..
A organização do processo eleitoral também foi observada pelos eleitores. 30% dos entrevistados mencionaram falta de transparência durante o processo, também mereceu a preocupação de 29% dos entrevistados, que defendem o aumento dos programas de sensibilização para manter os eleitorados informados. Adicionalmente, 23% mencionaram o atraso na divulgação dos resultados eleitorais.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Oio acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Como se observa no gráfico 36, 99% dos entrevistados na região de Oio consideraram importantes as questões apresentadas no inquérito. No geral, o agrado dos eleitores com o inquérito tem a ver com o momento em que foram possibilitados opinar sobre a importância de seus votos e, consequentemente, sobre como a democracia funciona no país.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
O estudo sobre o processo do voto na Região de Bafatá reúne dados recolhidos em todos os seus setores administrativos, cruzando estatísticas e interpretações qualitativas. Analisa o perfil sociodemográfico e económico dos eleitores, o grau de confiança em partidos e candidatos, as influências que moldam o ato de votar e as perceções locais sobre o funcionamento da democracia no país.
- Eleitores 2018
- 100.961
- Questionários
- 508
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Bafatá
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Na Região de Bafatá, o primeiro bloco descreve o perfil dos eleitores a partir de dados recolhidos na capital e nos demais setores. A diversidade étnica e religiosa, aliada a diferentes idades e condições de vida, revela um mosaico social que une áreas urbanas e comunidades rurais. O estado civil, o número de eleitores por agregado, a escolaridade e as fontes de rendimento ilustram a importância da agricultura e do comércio, mas também a presença de outros vínculos laborais. Estes elementos ajudam a perceber como o contexto socioeconómico influencia o lugar que cada grupo ocupa no processo democrático.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnia
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as na região de Bafatá é a etnia Fula, representado por 54% do público-alvo, em seguida a etnia Mandinga (19%).
À semelhança de algumas regiões do país, Bafatá também acolhe todo o mosaico étnico que constitui a sociedade guineense. No entanto, segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a Fula, que representa 54%, seguida da Mandinga com 19%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Idade
A idade dos/as entrevistados/as nessa região situa-se maioritariamente entre os 40 e 49 anos, representando 30% do total, seguida pela faixa etária de 30 a 39 anos, com 23%.
Grande parte dos eleitores entrevistados nessa região se apresenta como uma população com uma dinâmica sociopolítica ativa, ou seja, constituída por jovens que se encontram na faixa dos 40 a 49 anos e representam 30%, seguida da dos 30 a 39 anos, que correspondem a 23%.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo
Num universo de 508 entrevistados, 43% foram do sexo feminino e 57% do sexo masculino.
Tal como averiguado nas outras regiões, em Bafatá, num universo de 508 eleitores entrevistados, as mulheres constituem uma relativa minoria, 43%, contra 57% dos homens. Esse percentual revela um equilíbrio em termos de participação de género nessa região.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 79%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados é a muçulmana, representada por 79%, seguida da cristã com 15%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as nessa região, constatou-se que 78% são casados (as), 15% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).
Grande parte dos eleitores entrevistados são pessoas com responsabilidade familiar e social, e 78% são casados, 15% solteiros, 2% divorciados e 6% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 45%.
Entre os casados, a forma de união predominante é baseada em usos e costumes de cada grupo e representa 45% dos eleitores entrevistados.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral.
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 64% afirmaram que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 31% responderam que no agregado mais de que 10 podem votar.
As maiores percentuais de eleitores questionados apresentavam, no seu agregado familiar, indivíduos com idade suficiente para exercer seu dever eleitoral. Em respostas obtidas, 64% asseguraram que no seu agregado têm poucas pessoas que podem exercer o voto, menos de 10. Na outra margem, 31% dos inquiridos garantiram ter mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os entrevistados/as é o nível de escolaridade 1ª – 4ª classe, representado por 19% em seguida o nível 10ª – 12ª classe, representado por 14%.
Já em relação ao nível de escolaridade dos entrevistados, conforme o gráfico 8, turmas de 1ª a 4ª classe são predominantes e representam 19%. A seguir as de 10ª – 12ª classe, com14%. Nessa região, 15% de eleitores inquiridos não sabem ler e escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são os domínios de atividades laborais dos entrevistados. Num universo de 508 entrevistados/as, 28% são agricultores/as, 11% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 18% são comerciantes.
Outro aspeto relevante é atividade laboral dos eleitores entrevistados. Num universo de 508 entrevistados, 28% são agricultores, 18% comerciantes, 11% trabalhavam no setor privado e 16% servidores públicos. Em síntese, os dados revelam que são cidadãos com muita responsabilidade e ocupação que, direta ou indiretamente, contribuem para o processo de desenvolvimento do país. Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Bafatá e analisa suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
Bloco 2 – Experiência eleitoral e confiança nos candidatos na Região de Bafatá
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Neste bloco, o estudo examina como os eleitores da Região de Bafatá se relacionam com partidos e candidatos, a partir das suas experiências em diferentes tipos de eleições — legislativas, presidenciais e gerais. A análise mostra motivações distintas para manter ou alterar a escolha política, que vão desde fidelidade histórica até respostas a promessas não cumpridas. Avalia-se também a confiança atribuída a candidatos e partidos, bem como a utilidade percebida da democracia multipartidária. Ao combinar memória eleitoral e expectativas atuais, emergem padrões que revelam como a experiência individual se articula com o sentimento coletivo na vida política regional.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 508 entrevistadas/os, 41% assumiram que já votaram pelo menos 6 vezes.
Procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo os aspetos por eles considerados pertinentes no momento de decisão de voto, em determinados candidatos ou partidos. Nesse sentido, quando questionados sobre o número de vezes que já votaram, percebe-se que pouco menos da metade teve a oportunidade de acompanhar, regularmente, o processo eleitoral. E num universo de 508 eleitores entrevistados, 41% assumiram que já votaram pelo menos 6 vezes, enquanto apenas 10% votaram duas vezes, como mostra o gráfico 10.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no pais, percebe-se que 11% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 3% nas eleições de 1999 e 6 % nas eleições gerais de 2014. 81% não souberam responder essa questão.
No que concerne à participação nas eleições realizadas no país, 11% dos inquiridos votaram nas eleições gerais em 1994, 3% nas de 1999 e 6 % nas de 2014, todavia 81% de eleitores não souberam responder à questão. Esse facto pode estar relacionado às dificuldades que têm, provavelmente, em compreender o termo “eleições gerais”.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 40% afirmam ter votado 6 vezes, 26% nunca votaram, 8% afirmam ter votado pelo menos 2 ou 3 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 40% votaram seis vezes, 26% nunca votaram e, por fim, 8% declaram terem votado, no máximo, duas ou três vezes. Visivelmente, em termos de participação, pode-se concluir que uma boa parte teve a experiência do processo eleitoral.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais o cenário é parecido, 40% dos entrevistados/as afirmam ter votado 6 vezes, 26% afirmam nunca ter votado nas eleições presidenciais e 9% afirmam ter votado pelo menos 3 vezes.
Nas eleições legislativas, o comportamento dos votantes é similar das presidenciais, pois 40% dos entrevistados foram às urnas votar seis vezes, 26% nunca votou e apenas 9% votou três vezes, no máximo.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 15, verifica-se que 50% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 48% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Concernente ao nível de confiança que os eleitores inquiridos possuem nos partidos, segundo o gráfico 14, verifica-se que 50% não votam sempre no mesmo partido; contrariamente, 48% votam sempre no mesmo partido. Nota-se, praticamente, um equilíbrio nas decisões dos eleitores. Ou seja, há um grupo que se assume mais exigente e volátil na sua decisão de voto, enquanto o outro, cuja decisão não altera em termos de escolha, vota constantemente no mesmo partido.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (37%), militância (4%) e confiança no Programa do Partido (7%).
Conforme demonstrado anteriormente, os eleitores entrevistados apresentaram, como um dos principais motivos de apostarem sempre no mesmo partido, as seguintes alegações: 37% declararam confiança no partido, 7% confiança no programa do partido, 4% militância e uma maior percentual, 52%, não soube responder à questão.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não foi o melhor partido (11%), não tinha um bom Programa de Governo (15%) e a falta de confiança no partido (17%).
Os eleitores entrevistados, que afirmaram não votar sempre no mesmo partido nas eleições, apresentaram as seguintes justificativas: houve deceção com o partido,11%; não houve um bom programa de governo, 15% e pela falta de confiança no partido, 17%. De igual modo, 51% dos eleitores entrevistados não souberam responder à questão.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnóstico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos candidatos. Num universo de 508 entrevistados/as, 77% afirmam que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos e 23% afirmam que acreditam nas promessas.
Além de se procurar destacar os principais motivos pelos quais os eleitores votam ou não num determinado partido, tem-se o propósito de averiguar o nível de confiança dos mesmos nas promessas dos candidatos às eleições. Por esse motivo, foram entrevistados 508 votantes, 77% assumiram que não acreditam nos discursos dos candidatos e 23% confiam em suas promessas.
Durante o grupo focal, a opinião dos participantes não foi muito divergente, a falta de confiança nas promessas que recebem por parte dos candidatos e partidos durante o período de campanha eleitoral foi manifesta na voz de um dos participantes:
(…) há muitas promessas que nós consideramos falsas. Por exemplo, quando um candidato à Presidência da República promete fazer coisas no lugar do governo. Sabemos que existe separação de poderes, o presidente não pode colocar-se no lugar de governo. E muitos também fazem promessas que não correspondem com o tempo que vão estar no poder, por exemplo, prometer alcatroar toda a cidade de Bafatá, ou dizer que vai construir toda a cidade em 4 anos. A Guiné-Bissau tem muitos problemas a serem resolvidos e um deles é o analfabetismo. É desse ponto de vulnerabilidade e ignorância que os partidos e candidatos se aproveitam para garantirem o impossível à população, que , por sua vez, lhes aplaude (…).
Participante no. 3 no grupo focal em Bafatá. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Os participantes não têm dúvidas que, geralmente, isso acontece porque os partidos e candidatos, frequentemente, durante o período de campanha eleitoral não apresentam aos eleitorados programas escritos que possam respaldar aquilo que, eventualmente, poderão realizar caso forem eleitos.
Por isso, um dos participantes foi categórico em afirmar que:
(…) nenhum político da Guiné-Bissau conseguiu honrar seu compromisso por vários fatores: primeiro temos que condicionar os partidos a apresentarem programas antes de irem para as eleições, pois grande parte não tem programa escrito. Tentam o tempo todo ludibriar o povo, pois muitos não conhecem seus direitos e deveres (…).
Participante no. 8 no grupo focal em Bafatá • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Nas observações dos participantes, os políticos aproveitam-se das limitações dos eleitores para conduzi-los a votar neles, mesmo tendo ciência de que não irão cumprir sequer 10% do prometido. Também lamentaram a falta de investimento em novas infraestruturas, as existentes na cidade são do período colonial, sobretudo rodoviárias; a falta de fornecimento de energia elétrica, a precariedade na saúde e educação e o alto índice de desemprego local.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos.
Portanto, segundo o gráfico 18 os entrevistados que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos nas últimas eleições, 11% afirmam ter confiança no candidato, 7% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 6% afirmam que ele tem compromisso com o povo guineense.
Portanto, no gráfico 18, nota-se que 11% dos votantes inquiridos depositam confiança no seu candidato, 7% confirmam que o candidato apresentou um bom programa de governo e 6% garantem comprometimento do seu candidato com o povo guineense.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos.
Entretanto, os/as entrevistados/as que não acreditam nas promessas do candidato nas eleições passadas, 19% afirmam que não acreditaram porque não confiam no candidato e 62% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas da campanha anterior.
Por outro lado, 19% dos votantes desacreditam no seu candidato e 62% apontam incoerência nos seus discursos, incumprimentos.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 508 entrevistados/as, 60% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Apesar de terem manifestado falta de confiança nas constantes promessas que têm recebido por parte dos partidos e candidatos, acreditam que a democracia, quando muito bem exercida, pode ser um instrumento fundamental para a construção do bem-estar coletivo. Nesse sentido, quando questionados sobre o processo democrático no país, num universo de 508 eleitores entrevistados, 60% apoiaram a tese de que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% acreditam que a democracia serve para o desenvolvimento do país. Ou seja, não houve dúvidas que a paz e justiça social é seguramente a condição essencial para garantir o desenvolvimento do país e, consequentemente, a estabilidade democrática.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 75% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 14% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmaram que significa disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos.
Conforme o gráfico 21, os eleitores foram solicitados a opinarem sobre suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. Pode se notar que 75% afirmaram que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade. Por outro lado, 14% argumentaram que o período da campanha eleitoral se tem traduzido em momentos de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e, por fim, 9% dos inquiridos ressaltaram que o momento significa disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos. O que deveria ser um período em que os partidos e candidatos trazem à luz os seus projetos de governação aos eleitores, passou a ser um momento de conflitos com altas probabilidades de perturbar a boa convivência social.
Em um desses encontros do grupo focal, foi dado muita enfase a essa emergente tensão política e social, como se pode observar na fala de um dos participantes:
É verdade que muitos conflitos, entre vizinhos e famílias, surgem no momento de campanha política, tanto nas tabancas, como nos locais de serviços. Contudo, devemos lutar para que isso acabe. Percebe-se que quando uma pessoa e o seu vizinho apoiam partidos diferentes, logo se declaram inimigos. Deixam de ter a política de boa convivência entre vizinhos. Não se ajudam mais. Proíbem até os seus filhos de brincarem. No local de serviço, se você não pertence ao partido no poder, mesmo sendo muito competente e merecedor de exercer um determinado cargo, não irá assumir nenhuma posição considerada alta e sequer poderá fazer parte da direção. Na democracia não deve haver parte A ou parte B.
Participante no.10 no grupo focal em Bafatá. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Outros aspetos de conflitos narrados pelos eleitores se relacionam aos problemas de cunho étnico e religioso que surgem nos momentos da campanha política e que os participantes asseguram que se não forem tomadas medidas de forma a inibir esses atos de radicalismo, étnico e religioso, esses distúrbios poderão se agravar e se enraizar na sociedade guineense.
Todos nós devemos respeitar as nossas diferenças para não cairmos no caos. Já acompanhei briga entre deputados por causa de tribalismo e noto que estamos a caminhar para um grande perigo que, se os políticos não evitarem, poderá desencadear uma guerra civil. Mas peço a Deus para que nos livre disso. O falecido presidente havia dito para pararmos com problemas de “raça” e citou Ruanda como exemplo. Também já houve choque entre religiões que conviviam como irmãos, exemplo da celebração conjunta entre católicos e muçulmanos realizada na frente do Comité de Estado. A opção política não nos deve levar à inimizade, a escolha deve ser de cada um. Posso dizer que a própria população contribuiu bastante para esse tipo de problema, porque um simples cidadão tem acesso ao número de telefone do Presidente da República e lhe contacta simplesmente para fazer intriga. Tudo isso acontece somente na Guiné-Bissau (…).Participante no. 8 no grupo focal em Bafatá. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Nota-se que os eleitores entrevistados não têm dúvidas quanto à essência do período da campanha eleitoral, sobre o direito de acompanhar o debate de ideias entre candidatos e a partir disso escolher livremente as melhores propostas de governação. No entanto, reforçaram ao longo dos encontros que a crescente disputa de carácter étnico-religiosa domina todo o cenário político e, infelizmente, poderá vir a complicar ainda mais a convivência social.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
Bloco 3 – Significado e influências no ato de votar na Região de Bafatá
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O terceiro bloco investiga o que o voto significa para os eleitores de Bafatá e quais fatores influenciam essa decisão. As respostas evidenciam diferentes entendimentos — escolher um programa de governo, resolver problemas concretos ou confiar numa liderança. Identificam-se também as forças que moldam a escolha: familiares, redes comunitárias ou lideranças locais. O estudo regista ainda relatos de pressões e ofertas de bens, apontando os beneficiários e o impacto dessas práticas. Ao observar essas dinâmicas, percebe-se como condições socioeconómicas e relações de poder interferem na autonomia do voto e, por consequência, na qualidade do processo democrático.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo, assim sendo num universo de 508 entrevistados, 7% afirmam que o ato de votar significa eleger o/a candidato/a da etnia em que pertence.
Nesta parte, destaca-se a influência sobre os eleitores na hora de votar. Ou seja, a que ponto eles são conscientes e livres para decidirem os seus votos, sem se deixarem influenciar pela escolha de terceiros. Entretanto, num universo de 508 entrevistados, 90% não souberam responder a questão e 7% defenderam que o ato de votar significa eleger o candidato da etnia a qual pertencem.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Outros significados do ato de votar para o público-alvo.
A opção candidato com um programa para o desenvolvimento aparece representado por 13%, ou seja 13% dos entrevistados afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato que tem um programa pautado no desenvolvimento do pais.
Assim como na questão anterior, nessa também os eleitores entrevistados tiveram dificuldades para evocar razões que os levam a votar num determinado candidato ou partido. Sobre essa questão, apenas 13% dos entrevistados sustentaram a tese de que votar significa sufragar o candidato do partido que tem um programa pautado no desenvolvimento do país. Uma maior percentagem, 82%, não soube responder.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 24, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram num candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o pais enfrenta.
À luz do gráfico 24, os entrevistados apresentaram os reais motivos pelos quais votam. Nessa lista, 97% dos inquiridos assumiram que votam com o intuito de eleger um bom candidato, que possa resolver os problemas que o país enfrenta. Votar, com esse propósito, demonstra que minimamente entendem que não se deve votar pensando em resolver assuntos pessoais, mas do coletivo, que cabe a cada um fazer a sua escolha de maneira autónoma e responsável.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 25 que as respostas não alcançaram significância.
Partindo do princípio da autonomia que os eleitores deveriam gozar na hora de decidir em quem votar, os entrevistados foram questionados sobre suas orientações no momento de voto e, conforme se pode ver gráfico 25, as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Assim como na questão anterior, os eleitores mantiveram a postura em relação ao gráfico 26, as respostas, igualmente, não tiveram relevância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 27 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, também não reconheceram a existência de mecanismos coercitivos tradicionais, conforme o gráfico 27. No que diz respeito as suas decisões de voto, as respostas obtidas não alcançaram significância.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados de alguma forma, os entrevistados/as afirmam (88%) que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem alguma influência nas suas decisões de voto, 88% dos eleitores entrevistados confirmaram que os partidos e candidatos disponibilizam bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 29, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: cadeiras de plástico (16%), arroz (17), dinheiro (14%), camisolas (19%) e motorizado (14%).
Consoante o gráfico 29, conseguiram ainda enumerar os principais bens disponibilizados para angariar votos nas comunidades, conforme se segue: 16% consideraram que eram cadeiras de plástico, 17% o arroz, 14% o dinheiro, 19% as camisolas e 14% as motorizadas.

Gráfico 30: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os entrevistados/as são: a comunidade (22%), as associações de mulheres (26%), as associações de jovens (24%) e ou o responsável local do partido (6%).
Entretanto, não só recordaram alguns bens que eram colocados à disposição da comunidade, como também conseguiram fazer o mapeamento dos principais beneficiários. Nas suas observações, 22% concluíram que é a comunidade, 26% consideram que são as associações de mulheres, 24% afirmam que são as associações de jovens e apenas 6% consideram que são os responsáveis locais dos partidos. Nesta parte, ficou evidente o não reconhecimento, por parte de eleitores entrevistados da influência de terceiros ou do uso de mecanismos coercitivos no momento do voto. Contraditoriamente, admitiram a disponibilização de bens materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral na comunidade, com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
Bloco 4 – Requisitos e perceções sobre a democracia na Região de Bafatá
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Este último bloco reúne as perceções da população de Bafatá sobre quem deve governar e como a democracia funciona. Muitos defendem um nível mínimo de escolaridade para deputados e governantes, associando-o à capacidade de legislar com eficácia e de compreender os problemas do país. A confiança nas instituições e a satisfação com o desempenho democrático variam conforme as experiências individuais. Sobre mulheres e jovens em cargos de decisão, destaca-se o reconhecimento das suas competências, mas também a persistência de barreiras culturais e políticas. Ao final, os entrevistados comentam o próprio inquérito, reforçando a importância de serem ouvidos.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 31: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os entrevistados/as afirmam que sim (97%) deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Esta parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos e sobre as suas perceções quanto ao papel das instituições no processo democrático no país. Será que, enquanto cidadãos, devemos ter o direito de ocupar responsabilidades públicas independentemente do nosso nível de preparo? Temos ou não a obrigação de nos preparar antes de procurar assumir um compromisso público? Sobre esse assunto, os eleitores não omitem a importância da escolaridade e 97% consideram que deveria ser legalmente fixado um nível mínimo de escolaridade para o acesso a esses cargos, conforme se vê no gráfico 31.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 32: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 32, os entrevistados afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes porque assim é possivel contribuir melhor no desenvolvimento do pais (75%) e poder governar melhor (19%).
Conforme o gráfico 32, 75% dos eleitores entrevistados justificam suas opiniões afirmando que o nível de escolaridade mínima para deputados e membros do governo pode contribuir para melhorar o desenvolvimento do país, enquanto na mesma linha, 19% consideram que iria facultar aos mesmos a capacidade de governar melhor.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 33: Nível de satisfação com o desempenho democrático no pais.
Analisando o gráfico 33, se percebe que 58% dos entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 40% afirmaram que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático também se manifestou na perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional certamente são aspetos que têm reforçado a descrença. Nas observações dos eleitores entrevistados, 58% avaliam o desempenho democrático no país como ruim. Contudo 40% dos eleitores entrevistados manifestaram satisfação com o desempenho democrático. O gráfico 33 apresenta o nível de satisfação dos eleitores, e com apenas 2% que não souberam responder.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 34: Instituições do pais que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do país transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois a força de defesa (11%).
Entretanto, em relação à confiança que as instituições do país transmitem, a organização da sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, aparece como a mais credível, com 28%. Porém essa baixa confiança parece ter gerado alguma inquietação, supostamente motivada pela descrença da maioria dos eleitores entrevistados nas organizações da sociedade civil. Em seguida, com 19%, aparece a Presidência da República e, por fim, as forças de defesa, com 11%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 35: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 35, verifica-se que 98% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos e 2% afirmam que não.
Sobre a participação de mulheres e jovens nas esferas de tomada de decisão, conforme o gráfico 35, 98% dos entrevistados não têm dúvidas de que esses grupos sociais merecem a oportunidade para assumir cargos políticos, enquanto 2% defendem opinião contrária.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 56% dos/as entrevistados/as afirmam que falta transparência ao longo do processo, 17% afirmam que existe atraso na divulgação dos resultados e 9% afirmam que são cometidas fraudes nos resultados.
A forma como tem sido organizada o processo eleitoral merece a preocupação dos eleitores e 56% consideram a falta de transparência no processo de voto no país, 17% declaram que existe atraso na divulgação dos resultados eleitorais, e 9% consideram que são cometidas fraudes nos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 37: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 37, 100% dos/as entrevistados/as acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Em termos de balanço sobre a participação no estudo, segundo o gráfico 37, 100% dos eleitores entrevistados consideram as questões colocadas no inquérito importantes. Os encontros proporcionaram, aos participantes, reflexão sobre a importância dos seus votos e, consequentemente, da democracia no desenvolvimento do país.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A região de Gabú, no leste da Guiné-Bissau, elege 14 deputados e reflete a predominância das etnias Fula e Mandinga. Com forte presença islâmica e economia baseada na agricultura e no comércio, os eleitores valorizam o voto como instrumento de mudança, exigindo mais transparência e maior inclusão de mulheres e jovens.
- Eleitores 2018
- 97.414
- Questionários
- 489
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Gabú
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Situada no leste do país, a região de Gabú abrange cinco setores e constitui um dos maiores colégios eleitorais, elegendo 14 deputados. Entre os 489 inquiridos, predominam as etnias Fula e Mandinga, refletindo a forte presença islâmica (85%). A faixa etária mais representada situa-se entre 30 e 49 anos, revelando uma população relativamente jovem e ativa. Contudo, nota-se desequilíbrio de género, com apenas 39% de participação feminina. A maioria é casada segundo costumes tradicionais e vive em agregados pequenos. O nível de escolaridade é intermédio, embora persista analfabetismo. A agricultura, o comércio e, em menor escala, o setor público estruturam a economia local.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Gabu é a etnia Fula, representada por 63%.
Assim como Bafatá, a região de Gabu, devido à sua dimensão socioeconómica, também abriga uma parte importante do mosaico étnico que constitui a sociedade guineense. Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados é a Fula, com 63%, seguida pela Mandinga, com 20%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 40-49 anos, representada por 25%, em seguida a faixa dos 30 a 39 anos, representada por 24%.
Entre os eleitores entrevistados nessa região, a faixa etária predominante está entre 40 e 49 anos, que representa 25%, em seguida a dos 30 a 39 anos, que representa 24%. Ou seja, trata-se de uma faixa etária relativamente jovem, propensa a acompanhar as dinâmicas sociais e políticas do país.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 489 entrevistados/as na região de Gabu, 39% foram do sexo feminino e 61% do sexo masculino.
Em uma pesquisa com 489 eleitores entrevistados na região de Gabu, observou-se um desequilíbrio significativo na participação por género: 39% eram do sexo feminino e 61% homens.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a Muçulmana, representada por 85%.
Naturalmente, a predominância de dois grupos étnicos islamizados entre os eleitores entrevistados corresponde ao peso que a religião muçulmana representa na região, que é de 85%, conforme o gráfico 4.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 73% são casados (as), 21% são solteiros (as), 1% são divorciados (as) e 5% são viúvos (as).
Em relação ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 73% são casados, 21% solteiros, 1% divorciados e 5% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 92%.
Entre os eleitores casados, a celebração baseia-se nos usos e costumes de cada etnia e representa 92%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 74% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 26% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente todos os eleitores questionados têm alguém no seu núcleo familiar com a capacidade eleitoral. Em respostas obtidas, 74% admitem que seu núcleo familiar possui menos de 10 pessoas com capacidade eleitoral, enquanto apenas 26% afirmam que possui mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 7ª – 9ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 1.ª – 4ª classe, representado por 20%. E ainda se nota que 13% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
Segundo o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados na região de Gabu é o de 7ª a 9ª classe, representando 21%. Em seguida, destaca-se o nível de 1.ª a 4ª classe, com 20%. Adicionalmente, observa-se que 13% dos eleitores entrevistados são analfabetos.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 489 entrevistados/as, 48% são agricultores/as, 11% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 26% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são os domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Num universo de 489 entrevistados, 48% são agricultores, 11% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 26% são comerciantes. De modo geral, os dados indicam que se trata de cidadãos com ocupação que, direta ou indiretamente, têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país. Esta parte introdutória sintetiza o quadro de informações sobre eleitores da região de Gabú e suas experiências sobre o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Em Gabú, os eleitores acumulam experiência em diferentes eleições, mas revelam frustração com promessas não cumpridas. A confiança nos partidos divide-se: uns mantêm fidelidade, outros mudam de opção conforme o desempenho. Nos grupos focais, destacou-se a proliferação de promessas vazias e a mercantilização do voto, o que mina a credibilidade democrática. Apesar da desconfiança, muitos reconhecem o valor da democracia como espaço de paz e desenvolvimento, defendendo que os cidadãos devem exigir mais responsabilidade dos candidatos.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 489 entrevistadas/os, 36% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 3 vezes.
Procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo o que os leva a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. Questionados sobre quantas vezes já votaram, percebeu-se que, num universo de 489 eleitores entrevistados, 36% declaram ter votado pelo menos 5 vezes, enquanto 17% por 3 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 27% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14 % nas eleições gerais de 2014 e 45% nas eleições gerais de 2019.
Em relação à participação nas eleições gerais realizadas no país, percebe-se que 27% afirmam terem votado nas eleições gerais de 1994, 14% nas de 1999, 14 % nas de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 27% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 27% alegam ter votado pelo menos 5 vezes. Apesar de alguma fragmentação na participação, pode-se reconhecer que uma parcela significativa possui conhecimento sobre o processo eleitoral.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 35% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.
Já em relação as eleições presidenciais, 35% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado pelo menos 5 vezes, mas conforme o gráfico 13, ainda é possível ver que os eleitores tiveram uma participação equilibrada ao longo do processo.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 53% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 47% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 53% sustentam que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 47% sustentam que têm votado sempre no mesmo partido. O comportamento dos eleitores em Bafatá e Gabu são quase similares em termos de confiança que estabelecem com os partidos e candidatos, basta comparar o percentual de nível de confiança. Ou seja, os dados apresentam um grupo minoritário que é volátil na sua decisão de voto, enquanto outro tem uma decisão de fidelidade partidária em termos de decisão de voto.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (25%), confiança no programa de Governo (38%) e por militância (37%).
Sobre motivos que os levam a votar sempre no mesmo partido, 25% consideram a confiança como um dos fatores, 38% justificam a confiança no programa de governo, enquanto 37% apontam a militância como elemento de fundo.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (25%), a falta de confiança no partido (38%) e mudança de partido que apoia (37%).
Os dados praticamente são iguais em relação aos eleitores entrevistados que têm tido uma postura mais critica em termos de decisão de seus votos. Portanto, nas suas opiniões, 25% asseguram que não votam sempre no mesmo partido por este não cumprir com as promessas da campanha anterior, enquanto 38% consideram a falta de confiança e 37% justificam a mudança de militância partidária como causa de mudança na decisão de voto.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Gabu. Num universo de 489 entrevistados/as, 83% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 17% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciam o compromisso de votar ou não num determinado partido, o estudo procurou também perceber o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais. E num universo de 489 eleitores entrevistados, 83% desacreditam nas promessas eleitorais dos candidatos e apenas 17% têm opinião contrária.
Essa falta de confiança nas promessas feitas pelos partidos e candidatos ficou expressa nas contribuições dos participantes do grupo focal. E um dos participantes narrou o facto nesses termos:
Recordo-me de um político que, após assumir o poder, declarou que as promessas feitas durante a campanha ficaram na campanha. Atualmente, a única promessa que se cumpre é a submissão a uma única pessoa. Registam-se promessas como a do dia 5 de fevereiro para o início da construção da estrada em Gabu, a promessa sobre a castanha de caju, a do cheque, a do novo aeroporto, entre muitas outras. Embora se possa afirmar que a cidade de Gabu tem hoje ruas mais bem projetadas, a realidade é que as estradas estão em más condições, a ponto de se poder imaginar que até peixes se apanhariam nas poças, os salários foram reduzidos e atualmente não é possível fazer compras no mercado com 2000 cfa. Conclui-se que nenhuma promessa é cumprida na Guiné-Bissau e que, de forma geral, as campanhas eleitorais são momentos de fazer promessas que não se concretizam.
Participante no. 4 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Todavia, os participantes do grupo focal não reconheceram apenas a desonestidade dos políticos na sua estratégia de caça ao voto durante o período da campanha eleitoral, como também denunciaram o comportamento errado de eleitores, sobretudo, de chefes de família que procuram negociar seu voto e o da sua família.
Para um dos participantes isso acontece porque:
Muitos eleitores não se preocupam em analisar previamente as propostas dos políticos que procuram seus votos. Preferem negociar seus votos para garantir o sustento familiar, sem avaliar se as promessas feitas são realistas. Grande parte dos compromissos assumidos não pode ser cumprida em quatro ou cinco anos de mandato. Os partidos, por sua vez, frequentemente influenciam eleitores que depois pressionam os familiares a votarem nos candidatos com os quais firmaram acordos. Novamente em período eleitoral, aplaudimos discursos e negociarmos votos sem conhecer os programas de governação. É necessário aceitar certos sacrifícios para votar com consciência e compreender que quatro anos de mandato representam um período significativo. Desde 1994, quantos governantes efetivamente cumpriram seus mandatos integralmente? Essa realidade demonstra uma fragilidade no exercício pleno da democracia.
articipante no. 10 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Entretanto, alguns participantes procuram encontrar explicações dessa desonestidade na plurifunção partidária face a situação do analfabetismo:
(…) quando há muitos partidos, as mentiras também são muitas. Na Guiné-Bissau não há justiça. Os políticos mentem no momento de pedir voto e, ao vencerem, não cumprem com as promessas e sequer admitem ao povo manifestar a sua indignação. (...) a Guiné-Bissau tem mais de 60% da população analfabeta e são esses mesmos analfabetos que votam (…).
Resumo próprio do consenso durante a entrevista do grupo focal • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Em quase todas as intervenções, ficou registada a preocupação dos participantes face as incoerências dos partidos e candidatos durante o período da campanha eleitoral.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 34% afirmam ter confiança no candidato, 29% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 36% o candidato cumpriu com as promessas eleitorais.
Vale mencionar que muitos votantes acreditam nas promessas dos candidatos. Nesse grupo, 34% assumem essa postura porque confiam no candidato, 29% porque o mesmo apresentou um bom programa de governo e 36% porque o candidato cumpriu com as promessas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 20% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 66% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Os eleitores entrevistados ao justificarem as suas posições, relativas à descrença nos discursos dos concorrentes às eleições, 20% responderam que apenas não têm confiança no candidato, sem entrar em detalhes, enquanto 66% acrescentaram que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 489 entrevistados/as, 69% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 31% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Embora todos tenham manifestado falta de confiança nas constantes promessas que têm recebido dos partidos e candidatos, não houve dúvidas sobre a importância da democracia para um país. Nesse sentido, quando questionados sobre a utilidade do processo democrático, num universo de 489 entrevistados, 69% defenderam que a democracia pode servir para edificar a paz e justiça social, enquanto 31% apoiaram que a democracia pode alavancar o desenvolvimento do país. Ambas as opções demonstram que os eleitores entrevistados têm a compreensão da importância, mas também daquilo que a democracia é capaz de proporcionar ao desenvolvimento do país.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 87% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 7% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 3% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Conforme o gráfico 21, foram solicitados a interpretarem o período da campanha eleitoral. Em suas respostas, 87% afirmaram que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 7% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 3% que significa conflito entre partidos e candidatos.
Se objetivamente os eleitores entrevistados, em sua maioria, procuraram resumir o que deveria ser o sentido de uma campanha eleitoral, os participantes no grupo focal não perderam a oportunidade para apontar factos reais predominantes nessa fase e relembrar os vários conflitos sociopolíticos. Um dos participantes do grupo focal tentou mostrar a relação do político com o eleitor durante e pós-eleição:
No momento da campanha, os políticos são pessoas fáceis de encontrar. Nessa fase, eles se mostram sempre disponíveis. Descem e sobem de um lado para outro e quando atingem seus objetivos, o mesmo número de telefone deixa de existir e eles passam a ser pessoas de difícil acesso. Os seus guarda-costas não permitem a aproximação, esquecem do compromisso tomado com a população.
Participante no.4 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Numa perspetiva de um retrato comparativo, um dos participantes procurou trazer a reflexão sobre como era a vivência nos momentos da campanha eleitoral durante a abertura política e como a mesma evoluiu, perigosamente, nos dias de hoje:
A campanha de 1994 e atual campanha são muito diferentes. Hoje em dia, principalmente em Gabu, o que eles fazem é criar divergência entre jovens para tirar proveito e ainda introduziram problema étnico na política, que pode criar uma guerra civil. Criaram rotura entre amigos e famílias só porque não pertencem ao mesmo partido. Os políticos não se interessam pelas divergências, conflitos entre população.
Deve-se preservar o laço da união e evitar radicalismos na escolha da cor preta ou vermelha. Não há valia nisso. A eleição deveria resolver os problemas e não os criar.Participante no.10 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Todavia, entre as contribuições dos participantes, também houve avaliação positiva relativamente ao comportamento dos diferentes grupos políticos e seus apoiantes durante o período da campanha eleitoral, quando comparado com o que acontece noutros lugares do continente. Um dos participantes ressaltou o seguinte:
(…) é positivo o relacionamento na campanha, em comparação com outros países, sobretudo quando dois partidos se encontram. Por exemplo, falar da religião cria muitos problemas. Eu sou muçulmana, e quando alguém insulta os muçulmanos, isso me choca. Se não for o caso, aqui é fácil ver candidatos de diferentes partidos políticos sentados num bar a divertir, cada um usando a camisola do seu partido.
Participante no.3 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Essas leituras expressam a coerência dos eleitores em termos de observação das dinâmicas do processo, mas, particularmente, da campanha eleitoral. Apesar de apontarem situações de risco, reconhecem a ausência do extremismo, sobretudo quando os adversários e seus apoiantes se encontram em algum ponto durante a campanha e partilham o mesmo espaço sem qualquer tipo de violência.
No geral, os participantes observaram o período da campanha eleitoral com uma visível preocupação pela forma como os partidos e candidatos estão a influenciar, direta ou indiretamente, as crispações sociais que podem ter impactos na coesão social e religiosa.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Para a maioria em Gabú, votar significa escolher programas de desenvolvimento ou partidos que transmitam confiança. Embora muitos afirmem decidir de forma autónoma, surgem pressões familiares, comunitárias e religiosas, bem como tentativas de compra de votos. Jovens, mulheres e líderes locais são alvos frequentes de bens materiais ou promessas. Nos debates, também apareceram relatos de intimidação dentro das famílias. Apesar disso, os eleitores insistem que o voto deve ser livre e pessoal, expressando uma tensão constante entre autonomia e condicionamentos externos.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Gabu. Assim sendo, num universo de 489 entrevistados/as, 46% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de desenvolvimento 39% afirmam que significa escolher o partido que transmite confiança.
Nessa parte procurou-se analisar as influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Ou seja, até que ponto eles são ou não autónomos para decidirem em quem votar sem se deixarem influenciar por terceiros. Procurou-se, de igual modo, contemplar os eleitores da região de Gabu e suas dinâmicas de voto. Assim sendo, num universo de 489 eleitores inquiridos, 46% apoiaram a tese de que votar significa eleger o candidato com melhor programa de desenvolvimento e 39% confirmaram que votar significa escolher o partido que transmite confiança.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 94% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Os eleitores entrevistados demonstraram saber por que são chamados a votar. Segundo o gráfico 23, 94% dos inquiridos votam nas eleições com o propósito de contribuir para resolver os problemas que o país enfrenta. Teoricamente ficou evidente que a maioria sabe que o ato de votar tem como fundamento criar condições para atender as demandas estruturais do país e que as mesmas devem refletir na vida dos cidadãos. É praticamente insignificante a opção que considera o ato de votar como uma oportunidade para resolver problemas pessoais.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, os entrevistados/as afirmam que a orientação do voto vem por parte do marido (7%). Das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Relativo à orientação na hora de votar, das respostas obtidas, 7% dos eleitores entrevistados sustentaram que a camada feminina quase sempre é guiada pelo marido no ato do voto. Das respostas obtidas percebe-se, no gráfico 24, que não alcançaram significância.
Em termos gerais, notou-se um certo desconforto por parte dos eleitores entrevistados em responder com sinceridade essa questão. Mas, por conseguinte, no grupo focal os participantes sempre procuraram trazer manifestações de como a situação do direito a voto é encarada no seio familiar e comunitário. Na sua intervenção, um dos participantes retratou o ambiente vivenciado da seguinte maneira:
(…) conheço muita gente que obriga a sua mulher e filhos a votar em determinado candidato. Ambos, por receio de serem expulsos ou proibidos de comer em casa, simplesmente obedecem. Se tudo isso está a acontecer é porque estamos com falta de meio para enviar nossos filhos para escola.
Participante no. 10 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Outro facto narrado que aponta para uma dimensão que tenta explorar origens identitárias e/ou opção religiosa como mecanismo de manipulação em massa foi levantado na preocupação de um dos participantes quando explicou que:
Na eleição passada houve um fenómeno muito perigoso que nasceu na região de Gabu. Os fulas diziam: ankala ide horema, que significa, você deve gostar mesmo de si mesmo, enquanto os mandingas diziam: nhô fassa, significando abraçar uns aos outros.
Participante no. 4 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Vale mencionar que esse radicalismo na abordagem de mobilizar voto não é o caso específico apenas da região de Gabu. O assunto além de transversal se nos apresenta delicado no seio comunitário e, em muitas localidades, percebe-se que os eleitores se sentem inibidos e preferem não falar para não denunciar aquilo que consideram sigilo.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 70% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Por não admitirem influência de terceiros nas suas decisões de voto, 70% confirmaram que a sua decisão de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Além disso, 6% dos/as entrevistados/as afirmaram que o voto também é influenciado por praga. Das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, não reconheceram também a existência de mecanismos coercitivos tradicionais nas suas decisões de voto. Contudo, 6% dos eleitores entrevistados mencionaram a “praga” como um dos mecanismos psicológicos para influenciar eleitores. Portanto, das respostas obtidas percebe-se, no gráfico 26, que as respostas não tiveram relevância.
Etimologicamente "mandji" significa amaldiçoar alguém. Geralmente existe uma crença, sobretudo, no seio comunitário e quiça guineense de que os país têm esse poder sobre os filhos caso esses nãos os obedeçam.
Autores do estudo. • Outro

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 489 resposta em Gabu, 91% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem a influência nas suas decisões de voto, num universo de 489 respostas, 91% dos eleitores entrevistados afirmaram que os partidos e candidatos oferecem bens materiais durante o período da campanha eleitoral para angariar votos nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (19%), camisolas (19%), arroz (11%), dinheiro (17%) e roupa (15).
No gráfico 28, os eleitores listaram os produtos ou materiais disponibilizados para angariar votos nas comunidades. Entre os mesmos, as motorizadas aparecem 19%, as camisolas igualmente com 19%, o arroz com 11%, dinheiro com 17% e as roupas com 15%.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), chefe de tabanca (17%), associações de mulheres (19%) e ou jovens (17%).
Entre os principais beneficiários, 18% dos eleitores consideraram a comunidade, 17% apontaram o responsável local do partido, 17% ao chefe de tabanca, 19% as associações de mulheres e 17% indicaram os jovens. Vale salientar que, geralmente, os bens são distribuídos a partir de estruturas comunitárias existentes, conforme mencionado pelos eleitores. Contudo, procuram agradar cada grupo em função das especificidades de suas necessidades. Por exemplo, os jovens são quase sempre agraciados com equipamentos desportivos e aparelhos de som. As mulheres geralmente recebem materiais domésticos e panos di pinti. Por último, os homens recebem dinheiro e motorizadas.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Em Gabú, quase todos defendem um nível mínimo de escolaridade para deputados e membros do governo, associando-o à competência, liderança e boa governação. Ainda assim, 80% classificam o desempenho democrático como mau, refletindo perda de confiança nas instituições. Apenas a Liga Guineense dos Direitos Humanos surge como referência de credibilidade, seguida pela Presidência e pela ANP. A democratização do espaço político para mulheres e jovens é amplamente apoiada, embora se reconheça que as mulheres são vistas como mais confiáveis. Persistem críticas à falta de transparência e à fraca capacitação dos agentes eleitorais, acompanhadas do apelo por mais sensibilização cívica.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 96% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito aos seus níveis de preparo e visão sobre o desempenho democrático no país. Em relação à importância da escolaridade mínima para deputados e membros do governo, os eleitores entrevistados demonstraram entender ser fundamental que os responsáveis públicos tenham um nível aceitável de preparação. Em suas opiniões, 96% argumentam que deveria haver um nível de escolaridade mínima como critério que condiciona o acesso aos cargos de deputado e membros do governo.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (36%), para poder tomar as melhores decisões (33%), para ter a capacidade de governar melhor (8%) e é importante saber ler e escrever (23%).
No gráfico 31, os eleitores entrevistados justificam as suas opiniões afirmando que é importante haver um nível de escolaridade mínimo para os referidos cargos pelos seguintes motivos: para se poder ser um bom líder, teve 36% dos votos, por ser necessário para poder tomar as melhores decisões, 33% dos votos, 8% consideram importante para ter a capacidade de governar melhor e 23% são de opinião que é importante saber ler e escrever. Independentemente dos percentuais atribuídos, importa reconhecer que, em geral, os eleitores apenas defendem a competência como condição necessária para assumir cargos públicos.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 80% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 20% afirmam que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático foi manifesta pela perda de confiança dos eleitores nas instituições do pais. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional certamente não passaram despercebidos. Nas observações dos eleitores entrevistados, 80% consideraram mau o desempenho democrático no país. Contrariamente, os restantes 20% consideraram-no bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 24%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois a assembleia (15%).
Em relação à confiança que as instituições do país transmitem, a sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, aparece como a mais bem posicionada com uma confiança relativa de 24% na opinião dos eleitores entrevistados. Em seguida, aparecem dois órgãos de soberania, a Presidência com 19% e a ANP com 15%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Processo do voto na Guiné-Bissau.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 98% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Sobre a participação de mulheres e jovens nos espaços de tomada de decisão, conforme o gráfico 34, verifica-se que 98% dos eleitores entrevistados são de opinião sobre a necessidade de democratização do espaço, pois permite que as mulheres e os jovens assumam cargos políticos.
Contudo, os participantes no grupo focal igualmente reconheceram essa necessidade, mas acreditam que as mulheres merecem mais e são mais confiáveis politicamente do que os jovens. Eis, abaixo, a opinião de um dos participantes.
A juventude está a reclamar falta de oportunidade sem lembrar que estão a destruir a sociedade. Um exemplo, pessoas que largaram o seu partido e foram criar outro são maioritariamente de que faixa de etária ou género? Eu aposto mais nas mulheres porque elas são responsáveis. Porque a mulher é muito mais leal do que os homens, ela não trai, sobretudo, na política.
Participante no. 6 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Apesar das observações, críticas, partilhadas, os participantes do grupo focal reconheceram que é fundamental que todos os grupos sociais tenham igualmente a mesma oportunidade e responsabilidade em termos de participação política.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 19% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 11% afirmam que há falta de capacidade dos agentes nas mesas de voto e deviam aumentar os programas de sensibilização sobre o recenseamento.
No tocante ao processo de voto no país, os eleitores entrevistados demonstraram alguma preocupação pela forma como tem sido organizado. Em respostas obtidas, 19% julgaram haver muita falta de transparência ao longo do processo e 11% apontaram para a falta de capacidade dos agentes nas mesas de voto. No entanto, quase todos consideraram necessário aumentar os programas de sensibilização sobre o recenseamento.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 96% dos entrevistados/as na região de Gabu acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
No gráfico 36, 96% dos eleitores entrevistados consideram importantes as questões colocadas no inquérito. Certamente, o momento serviu de oportunidade, não só de pronunciarem sobre a importância que dão ao seu voto, como também para manifestar suas perceções em relação às instituições democráticas. Resumidamente, pelas opiniões dos eleitores, conclui-se que há muita expetativa em torno da democracia, porém a sobreposição da agenda pessoal tem sido um entrave que tem colocado a sociedade na eminência de rotura com os valores democráticos.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A região de Tombali, no sul da Guiné-Bissau, distingue-se pela forte presença das etnias Balanta e Nalu e pela predominância do Islão. Com economia baseada na agricultura e população jovem, Tombali revela equilíbrios de género e forte adesão ao casamento tradicional. A região elege sete deputados, sendo espaço crucial para compreender dinâmicas democráticas em contextos rurais.
- Eleitores 2018
- 39.704
- Questionários
- 203
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Tombali
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Tombali, no extremo sul da Guiné-Bissau, é composta por cinco setores, mas devido a limitações logísticas o inquérito foi aplicado apenas em Catió, capital regional. Entre os 203 entrevistados, predominam Balanta (38%) e Nalu (17%), num quadro étnico diversificado. A população é jovem, com maioria entre 19 e 39 anos, e o equilíbrio de género é quase paritário (48% mulheres, 52% homens). A religião muçulmana (63%) predomina, seguida da cristã (32%). O casamento tradicional é a forma mais comum (91%), e a maioria dos agregados tem menos de 10 eleitores. Embora muitos tenham frequentado o ensino médio, persiste analfabetismo. A agricultura domina como fonte de subsistência.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Tombali é a etnia Balanta, representada por 38%.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados em Tombali é a balanta, representa 38%, seguida de Nalu, com 17%. Portanto, assim como nas outras regiões, percebe-se que não há territórios étnicos autênticos, pois Tombali acolhe praticamente todos os grupos.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representada por 27%, em seguida a faixa dos 19 a 29 anos, representada por 26%.
A faixa etária dos eleitores entrevistados nessa região é predominantemente jovem e se encontra entre os 30 a 39 anos, representada por 27% dos votantes, em seguida a dos 19 a 29 anos, representada por 26%. Conforme visto, ao longo do estudo, o perfil etário dos eleitores é praticamente o mesmo e, de igual modo, a vida associativa e política de quase todos eles é intensa.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 203 entrevistados/as na região de Tombali, 48% foram do sexo feminino e 52% do sexo masculino.
A participação de género foi relativamente equilibrada. Em 203 eleitores entrevistados em Tombali, 48% pertencem ao sexo feminino e 52% ao masculino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a muçulmana, representada por 63%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a muçulmana, representada por 63%, seguida da cristã com 32%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 67% são casados (as), 25% são solteiros (as), 4% são divorciados (as) e 3% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 67% são casados, 25% solteiros, 4% divorciados e 3% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 91%.
Entre os casados, representados por 91 % dos eleitores entrevistados, a união é baseada em usos e costumes de cada grupo.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 75% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 25% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Todos os eleitores entrevistados têm no agregado familiar um ou mais indivíduos com capacidade eleitoral. Nessa região, 75% dos inquiridos declararam ter, no seio familiar, menos de 10 pessoas em idade de voto, enquanto 25% assinalaram mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, também representado por 21%. E ainda se nota que 13% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
Conforme o gráfico 8, a maior parte dos eleitores entrevistados em Tombali frequentou o ensino médio. Os níveis de escolaridade predominantes, nessa região, são 10ª a 12ª classe, representam 21% dos votantes, e 7.ª a 9ª classe, com o mesmo percentual, 21%. Salienta-se que 13% dos eleitores entrevistados não sabem ler e escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 203 entrevistados/as, 62% são agricultores/as, 11% trabalham no setor privado, 10% no setor público e 17% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Em 203 entrevistados, 62% são agricultores, 11% trabalham no setor privado, 10% no setor público e 17% são comerciantes. Em síntese, e em conformidade com os dados, percebe-se que são cidadãos com ocupação que, direta ou indiretamente, têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país. Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores de Tombali. A seguir, serão analisadas as experiências e relações que os mesmos estabelecem com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Os eleitores de Tombali revelam uma participação eleitoral consistente, muitos já votaram várias vezes em diferentes modalidades de eleições. Apesar dessa experiência, a confiança nos partidos e candidatos é frágil. Boa parte não vota sempre no mesmo partido, alegando incumprimento de promessas e desconfiança, embora haja também fidelidade partidária e militância. A descrença nas promessas eleitorais é recorrente, com 67% a declarar que não acreditam nelas. Nos grupos focais, essa frustração aparece com força: votar surge muitas vezes como dever cívico, mais do que como esperança de mudança.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 203 entrevistadas/os, 42% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 18% pelo menos 2 vezes. Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Tombali e a seguir vai ser observada suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
Procurou-se, neste ponto, observar e avaliar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo a artéria condutora no momento do voto. Nessa perspetiva, quando questionados sobre o número de vezes em que votaram, percebeu-se que num universo de 203 eleitores entrevistados, 42% votaram 5 ou mais vezes e 18% 2 vezes. Portanto, pode-se reconhecer que já acumularam alguma experiência para falar sobre as dinâmicas do processo eleitoral.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 29% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 17% nas eleições de 1999, 29 % nas eleições gerais de 2014 e 25% nas eleições gerais de 2019.
No que diz respeito à participação nas eleições gerais realizadas no país, 29% votaram em 1994, 17% em 1999 e 29 % em 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 26% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Quando questionados sobre o número de vezes que votaram nas legislativas, 26% dos entrevistados declaram ter ido às urnas, no mínimo, seis vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 26% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
Nas eleições presidenciais, assim como nas legislativas, 26% dos eleitores entrevistados assumiram que foram às urnas votar no mínimo 6 vezes. No geral, constata-se que nas três modalidades de eleições realizadas houve uma participação equilibrada dos eleitores.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 54% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 46% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo foi possível avaliar o nível de confiança depositada nos partidos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 54% dos inquiridos garantiram que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 46% votam sempre no mesmo partido. Provavelmente, nesse segundo caso, dois aspetos apontam para o entendimento dessa decisão: primeiro, a fidelidade da militância ou simpatia dos eleitores ao partido; segundo, o contexto eleitoral guineense e as questões histórico-ideológicas, étnicas e religiosas são fatores determinantes nessa escolha. Esses, e não só, supostamente têm, em menor ou maior grau, sido os critérios utilizados pelos eleitores na hora de decidir o seu voto.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (14%) e militância (26%).
Os principais motivos pelos quais votam sempre no mesmo partido são: 48% consideram a confiança no partido; 14% a confiança no programa de governo e 26% a militância. Conforme se vê, nos argumentos mencionados, a confiança no partido surge com maior percentual em relação as outras opções, provavelmente por haver, na cartografia eleitoral, zonas com eleitores fixos, reconhecidas como bastião de determinados partidos ou candidatos, lugares onde tradicionalmente sempre se elegeram.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (32%), falta de confiança no partido (43%) e mudança de partido (25%).
Em relação aos entrevistados que não votam sempre no mesmo partido, as justificativas foram estas: 32% apontaram os incumprimentos das promessas durante as campanhas anteriores como a causa de tal postura; 43% a falta de confiança nos candidatos e partido e, os restantes, 25% por motivos de mudança do partido. Os argumentos apresentados demonstram coerência, na postura desses eleitores e valorização de seus votos.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Tombali. Num universo de 203 entrevistados/as, 67% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 33% afirmam acreditar nas promessas.
Além dos principais motivos pelos quais votam ou não num determinado partido nas eleições, observou-se também o nível de confiança dos entrevistados nas promessas feitas pelos candidatos em Tombali. Em 203 eleitores inquiridos, 67% alegou haver falta de confiança nas promessas eleitorais, contra 33% que confiam.
O incumprimento com as promessas, por parte de partidos e candidatos, tem criado muita desconfiança entre os eleitores, embora haja os que acreditam veementemente em seus partidos ou candidatos. Como exemplo, abaixo, um participante justificou seu posicionamento dizendo:
Eu acredito, sim, por necessidade e carência. Por isso, quando aparece alguém que promete fazer algo por nós, melhorar a nossa condição socioeconómica, aceitamos, embora haja dúvida. Apostamos nele. E, logo após as eleições, esquecem todas as promessas. Só satisfazem as suas necessidades. Já votamos várias vezes, mas nada melhorou. Eu voto pelo futuro dos meus filhos e outras crianças, mas nada muda. Só peço a Deus que coloque alguém que irá investir no desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Participante no. 9 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Se uns ainda acreditam e têm esperança, outros só disseminam forte deceção, que os levam a não acreditar nos partidos e candidatos, embora, em cumprimento dos deveres cívicos, ainda votem. Eis o comentário de um dos participantes que não escondeu a revolta ao justificar o seguinte:
Eu não acredito em nenhum político, voto porque é um dever cívico que tenho que exercer. Não o faço por acreditar em suas palavras. Voto enquanto cidadão a exercer o seu dever.
Participante no. 2 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Para a maior parte dos participantes do grupo focal, os atores políticos são todos hipócritas, cínicos e corruptos. Nessa linha de pensamento, um dos participantes argumentou:
Pessoalmente, já nenhum político me convence. Vou votar para não ficar de fora, mas não voto porque me prometeram isso e mais aquilo. As suas palavras não me convencem porque depois não fazem nada para o povo, todos fazem a mesma coisa. Confias e votas no candidato X, não faz nada; depois voltas a confiar no candidato Y que faz pior (…).
Participante no. 7 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Esse é o entendimento que os eleitores, sobretudo os mais esclarecidos, têm das promessas eleitorais. Para eles, as promessas são apenas estratégias usadas durante a campanha eleitoral para mobilizar votos de eleitores e não um sério compromisso político.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 37% afirmam ter confiança no candidato, 63 % confiança no programa de Governo.
Portanto, segundo o gráfico 18, os votantes, que acreditam nas promessas eleitorais, deram as seguintes justificativas: 37% por confiança no candidato e 63 % por confiança no programa de governo.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 40% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 60% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Na outra margem, os eleitores desacreditados nas promessas dos concorrentes às eleições apresentaram as seguintes razões: 40% alegaram falta de confiança no candidato e 60% incumprimentos das promessas durante as campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 entrevistados/as, 73% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando questionados sobre o processo democrático no país, em 203 eleitores entrevistados, 73% acreditam no serviço da democracia para o alcance da paz e justiça social. Os restantes 27% sustentam que a democracia serve para o desenvolvimento do país. Apesar da disparidade, em termos numéricos, entre as duas defesas, conclui-se que os eleitores compreenderam que a democracia permite antagonismos, liberdade e assegura aos cidadãos a construção do bem-estar comum.
E é exatamente nessa perspetiva que um dos participantes do grupo focal emitiu o seu comentário:
(…) a democracia serve quando se respeita as regras e a cada um seja dado o seu direito. Serve também para nos trazer a paz, estabilidade e liberdade de expressão, em que cada cidadão pode dar o seu ponto de vista. A democracia nos dá o direito de exigir os nossos direitos aos nossos governantes.
Participante no. 6 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Embora insatisfeitos com as dificuldades que o ambiente político produz e reproduz, o reconhecimento do que a democracia é capaz de proporcionar aos cidadãos numa condição de normalidade ficou patente nas análises dos eleitores.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
´No gráfico 21, 70% dos eleitores entrevistados confirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade; 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% asseguram que significa conflito entre partidos e candidatos. Basicamente, em todas as regiões, os eleitores não têm dúvidas sobre o significado da campanha eleitoral.
Objetivando exemplificar, no grupo focal foram levantadas preocupações sobre os comportamentos, de muitos candidatos e eleitores, que conduzem a mudanças e riscos durante a campanha. Nisso um dos participantes não teve dúvidas em dizer o seguinte:
Segundo os anos da minha experiência eleitoral, a Guiné-Bissau era um exemplo. As eleições decorriam de forma simples, sem confusão entre a população, mas a partir de 2012 tem-se verificado vários problemas nesse período. Com isso, volto a repisar que não respeita a democracia na Guiné-Bissau. Porque se entendermos a democracia saberemos que cada um é livre de escolher o partido que quer apoiar. Mas, também para apoiar o nosso partido temos de saber que linguagem usar, pois tem-se verificado muito choque na forma de fazer claques por parte dos militantes. Já vimos marido a obrigar a esposa a votar no partido que ele apoia, mas não deveria acontecer, porque a escolha é pessoal.
Participante no. 1 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Conforme se constata, para a maioria dos eleitores a campanha eleitoral significa discutir projetos políticos de governação que podem refletir positivamente na vida comunitária. Por isso, quase todos os inquiridos reconheceram que o processo iniciara bem, mas, nos últimos tempos, houve alterações comportamentais que provocaram ruturas no relacionamento entre indivíduos, famílias e grupos.
No geral, os eleitores avaliaram o período da campanha eleitoral como sendo fase de debate político e apresentação de propostas de governação aos eleitores. De igual modo, também apontaram para os riscos cada vez mais crescentes que acabam por descaracterizar substancialmente esses objetivos.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Em Tombali, o voto é percebido sobretudo como escolha de um partido que transmite confiança, mas essa confiança vem sendo corroída por práticas clientelistas. Embora 97% afirmem votar na esperança de resolver problemas nacionais, muitos reconhecem que prevalece o interesse pessoal ou comunitário. Os eleitores rejeitam, em teoria, influências externas, mas admitem que bens materiais — motorizadas, camisolas, arroz ou dinheiro — circulam durante as campanhas, beneficiando sobretudo jovens e associações locais. Esse cenário cria ambiguidades: o voto é visto como instrumento de cidadania, mas também como espaço de troca desigual e frágil autonomia.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Tombali. Assim sendo, num universo de 203 entrevistados/as, 53% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato que transmite confiança.
Nesta parte do trabalho, procurou-se analisar as influências sofridas pelo eleitor na hora do voto e sua autonomia, para decidir em quem votar sem se deixar influenciar por terceiros. Assim sendo, num universo de 203 eleitores entrevistados, 53% corroboram a ideia de que o ato de votar significa eleger um partido que transmite confiança.
E no meio de uma crescente divisão e diversificação do sentido de voto, os participantes do grupo focal ratificaram que a cada eleição que passa o exercício do voto perde o seu sentido de influenciar a promoção responsável das políticas públicas:
Hoje em dia o verdadeiro sentido do voto na Guiné-Bissau se perdeu porque não se vota para desenvolver o país, mas em troca de bens materiais ou para obter certas regalias, prejudicando o resto da sociedade.
Participante no. 1 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
O ato de votar, aos olhos dos eleitores, continua a ser um desafio por, segundo os mesmos, não ser muitas vezes encarado como uma contribuição que, direta ou indiretamente, influencia na construção do bem comum.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 97% dos eleitores entrevistados assumiram que votam nas eleições porque acreditam no candidato e enxergam nele uma oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Teoricamente, pelas respostas, os eleitores demonstraram entender o voto como forma de contribuir para a resolução dos problemas de governação. Os elementos do grupo focal reconheceram que, na prática, a realidade é, às vezes, contraditória e o ato de votar passa a ter um carácter completamente distorcido. Portanto, muitos votam pensando em resolver o seu problema pessoal ou do grupo a qual pertencem.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Em relação à orientação na hora de votar, das respostas obtidas, percebe-se, com o gráfico 24, que as respostas não alcançaram significância, pois 90% dos questionados não souberam responder.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 80% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dentre os que não escolheram as opções acimas, 80% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas coercitivas, tradicionais e religiosas, que os obrigam a votar em determinado partido ou candidato. Nota-se, também, pelo gráfico 26, que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 203 resposta em Tombali, 97% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Se por um lado foi refutada a teoria de influência nas suas decisões de voto, por outro lado, num universo 203 respostas, 97% dos eleitores entrevistados alegaram que os partidos e candidatos apelam ao aliciamento para angariar votos nas comunidades. E a questão que se coloca é a seguinte: por que os partidos e candidatos persistem nessa estratégia de “doação” de materiais diversos só durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões poderão ajudar a compreender até que ponto os eleitores são ou não influenciados no momento do voto. E, como os mesmos reconhecem, muitos apresentam alguma dificuldade em compreender a importância do voto, o que isso pode representar na vida de todos os guineenses.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (27%), camisolas (25%), arroz (17%) e dinheiro (15%).
Segundo o gráfico 28, os materiais e produtos alimentícios mais ofertados para angariar votos nas comunidades são: 27% motorizadas, 25% camisolas, 17% arroz e 15% dinheiro. Todos os partidos utilizam essa abordagem com a finalidade de influenciar e angariar votos. No entanto, ao fim de todas essas táticas, muitos políticos abraçam a desilusão. Para se alcançar o êxito nas eleições, para além dos bens materiais investidos, outros fatores como a capacidade organizativa, componente étnico-religiosa e presença nas estruturas governativas são determinantes.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (16%), o responsável local do partido (13%), associação de mulheres (17%), jovens (33%) e ou chefe de tabanca (14%).
Os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados, são: 16% indicam a comunidade, 13% o responsável local do partido, 17% a associação de mulheres, 33% os jovens e 14% o chefe de tabanca. Conforme mencionado anteriormente, não importa o peso de cada grupo, mas é importante reconhecer que são estruturas que intermediam as relações de troca de favores com partidos e candidatos. Conforme as indicações mencionadas, os bens são distribuídos por meio de estruturas comunitárias existentes e líderes de opinião. Cada grupo, em função de sua capacidade de organização e densidade associativa, pode alocar mais benefícios aos seus membros.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Em Tombali, quase todos os eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e membros do governo, vista como condição para liderança responsável. Apesar disso, 78% avaliam o desempenho democrático como mau, refletindo desconfiança nas instituições. A Liga Guineense dos Direitos Humanos e as forças de defesa foram as mais reconhecidas, embora esta última não seja ator democrático. A lei da Paridade inspira apoio, mas permanece mal cumprida, e 96% pedem mais espaço para mulheres e jovens. A transparência eleitoral é criticada, com destaque para falta de clareza nos resultados e insuficiente sensibilização cívica.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 98% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Esta parte apresenta observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito ao preparo e ao desempenho democrático no país. Quanto à escolaridade, os eleitores entrevistados não têm dúvidas sobre a importância desse requisito para a melhoria da democracia e das instituições democráticas. Eles foram muito claros na exigência de escolaridade mínima para deputados e membros do governo. Quando questionados sobre a importância da escolaridade mínima para esses cargos, 98% dos eleitores entrevistados afirmaram que deveria haver um nível mínimo de escolaridade.
De modo semelhante, os participantes do grupo focal também consideram que o acesso a esses cargos deve ter como um dos requisitos a avaliação do nível de escolaridade. Segundo um dos participantes:
A escola é sempre indispensável, especialmente para quem ocupa um cargo público. Na minha opinião, um governante deve ter pelo menos o ensino médio completo para estar em condições de responder em qualquer circunstâncias.
Participante no. 7 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
A exigência dos eleitores é para assegurar que o candidato ao cargo de deputado ou nomeado para o governo esteja minimamente preparado para a função.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (27%), para poder tomar as melhores decisões (22%), para ter a capacidade de governar melhor (16%) e é importante saber ler e escrever (35%).
De acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados afirmam que é importante haver um nível mínimo de escolaridade para deputados e membros do governo, pelos seguintes motivos: 27% consideram que é o mínimo para ser um bom líder, 22% asseguram ser importante para tomar decisões mais acertadas, 16% justificam que é necessário para uma governação mais eficiente e 35% não têm dúvida de que saber ler e escrever é fundamental.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 78% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 22% afirmam que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático intensificou-se com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional, levou os eleitores entrevistados a expressarem sua falta de confiança nas instituições nacionais. Analisando o gráfico 32, 78% dos eleitores entrevistados consideram o desempenho democrático no pais é ruim, enquanto apenas 22% o avaliam como bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a força de defesa (23%) e depois a Presidência (13%).
Em seguida, também foram solicitados a demonstrarem a confiança que têm nas instituições do país. Conforme se constata pelo gráfico 33, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que representa as organizações da sociedade civil, obteve 28% de reconhecimento. Na sequência, aparecem as forças de defesa, com 23%. Como devem saber, as forças de defesa não são um ator do jogo democrático, mas o protagonismo que tem observado nesse recente percurso democrático nos obrigou a incluí-las apenas para observar a leitura que os eleitores farão dela.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 96% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão de género. Durante a IXa legislatura, foi aprovada no parlamento a Lei no.4/2018, conhecida como Lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma quota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, não houve, por parte dos partidos, o cumprimento das diretrizes da legislação. Diante da manifesta resistência masculina, procurou-se questionar os eleitores sobre o que pensam da participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 96% dos eleitores entrevistados afirmam que se deveria começar a dar oportunidades a mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
Conforme um dos participantes do grupo focal defendeu:
É fundamental que sejam oferecidas oportunidades para todos, inclusive para aqueles que seguem caminhos diferentes dos tradicionais, já que podem contribuir para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Até o momento, ainda não colhemos os frutos do que estamos a construir.
Participante no. 8 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Nas considerações dos eleitores, mulheres e jovens destacam-se como grupos capazes de resgatar a esperança dos cidadãos que perderam a confiança na capacidade dos homens de promover o desenvolvimento sozinhos.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 43% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 14% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 10% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 17% aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral.
Com relação ao processo de voto no país, 43% dos eleitores entrevistados afirmam que há falta de transparência ao longo do processo, 14% consideram que os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral deveriam ser reforçados e 10% apontam o atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 95% dos entrevistados/as na região de Tombali afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 95% dos eleitores entrevistados na região de Tombali consideram importantes as questões levantadas no inquérito. Portanto, momentos como estes são vistos como uma oportunidade para que qualquer cidadão expresse sua opinião sobre a importância do voto e seu reflexo no desenvolvimento do país. Resumidamente, pelas opiniões dos eleitores, percebe-se que ainda existe muita expetativa sobre o que a democracia é capaz de favorecer em benefício comum, mas ficou evidente que a sobreposição da agenda pessoal ou de grupo tem sido um entrave a uma sociedade cujos valores identitários estão à beira de rotura com os princípios democráticos.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
Quinara, no sul da Guiné-Bissau, apresenta forte presença Beafada e Balanta, população jovem e diversidade religiosa. A agricultura é a principal atividade, mas o comércio e o setor público também se destacam. A região revela níveis de escolaridade relativamente elevados e elege cinco deputados, sendo espaço relevante para compreender os desafios da participação democrática.
- Eleitores 2018
- 31.920
- Questionários
- 152
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Quinara
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Na região de Quinara foram inquiridos 152 eleitores, maioritariamente Beafada (36%) e Balanta (26%), refletindo a diversidade étnica local. A população é jovem, com 59% entre 19 e 39 anos, e mantém equilíbrio de género (53% homens, 47% mulheres). O Islão predomina (53%), seguido do cristianismo (33%). O casamento tradicional é mais frequente e a maioria dos agregados conta menos de dez eleitores. A escolaridade situa-se sobretudo entre 10.ª–12.ª classe (24%), com 14% a declarar ensino superior — um dado distintivo em relação a outras regiões. A economia assenta na agricultura (40%), mas também no comércio (20%) e no setor público (16%).

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Quinara é a etnia Beafada, representada por 36%.
Conforme o gráfico 1, a região de Quinara abriga a diversidade étnica guineense, com a etnia Beafada predominando entre os eleitores entrevistados (36%), seguida de balanta (26%).

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 19-29 anos, representada por 31%, em seguida a faixa dos 30 a 39 anos, representada por 28%.
Entre os eleitores entrevistados nessa região, a faixa etária predominante está entre 19 a 29 anos (31%), seguida pela faixa de 30 a 39 anos (28%). Ou seja, o eleitorado é predominantemente jovem, o que sugere interesse em acompanhar as dinâmicas do associativismo e as questões sociopolíticas do país.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 152 entrevistados/as na região de Quinara, 53% foram do sexo feminino e 47% do sexo masculino.
Em termos de género, em um universo de 152 eleitores entrevistados na região de Quinara, constata-se um equilíbrio relativo na participação no inquérito, com 53% a representando o sexo masculino e 47% o sexo feminino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 33%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados na região é a muçulmana (53%), seguida pela cristã (33%).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 68% são casados (as), 28% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 2% são viúvos (as).
Em relação ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 68% são casados, 28% solteiros, 2% divorciados e 2% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 56%.
Entre os casados, a celebração baseia-se em usos e costumes de cada grupo e representa 56 % dos eleitores entrevistados.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 82% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 16% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente todos os eleitores questionados têm alguém no seu núcleo familiar com a capacidade eleitoral. Em relação às respostas obtidas, 82% afirmam que seu núcleo familiar possui menos de 10 pessoas eleitores, enquanto 16% indicam que possuem mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 24% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 16%. E ainda se nota que 14% dos entrevistados/as possuem curso superior.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados na região de Quinara é o de 10º ao 12º ano, representando 24%. Em seguida, destaca-se o nível entre o 7º e o 9º ano, com 16%. Observa-se também que 14% dos eleitores entrevistados possuem curso superior, um dado o positivamente diferenciador em comparação com outras regiões.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 152 entrevistados/as, 40% são agricultores/as, 9% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 20% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Em um universo de 152 eleitores, 40% são agricultores, 9% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 20% são comerciantes. Grosso modo, os dados apontam que se trata de cidadãos com ocupação e que, direta ou indiretamente, têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Os eleitores de Quinara revelam trajetórias eleitorais marcadas por repetidas participações, sobretudo em legislativas e presidenciais. A confiança nos partidos divide opiniões: muitos permanecem fiéis por tradição ou crença na liderança, enquanto outros se afastam devido ao incumprimento das promessas. Nos grupos focais surgiram vozes de esperança, mas também frustração com promessas nunca concretizadas, como a estrada Buba–Fulacunda. A percepção dominante é que a democracia deveria trazer justiça e desenvolvimento, mas a prática política, baseada em promessas vazias e compra de consciências, mina essa confiança.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 152 entrevistadas/os, 21% assumem que já votaram pelo menos 4 vezes e 20% pelo menos 5 vezes.
Nesta etapa, observou-se o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo os motivos que os levam a votar em determinados candidatos ou partidos. Nesse sentido, quando questionados sobre a frequência com que votaram, percebe-se que, em um universo de 152 eleitores entrevistados, 21% assumem ter votado pelo menos 4 vezes e 20% pelo menos 5 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no pais, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 7% nas eleições de 1999, 13 % nas eleições gerais de 2014 e 2% nas eleições gerais de 2019. 63% não souberam responder essa questão.
Entretanto, sobre a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam terem votado nas eleições gerais de 1994, 7% nas de 1999 e 13 % nas de 2014. Um número maior, correspondente a 63% não soube responder a essa questão. Conforme observado em outras regiões, acreditamos que os entrevistados tiveram alguma dificuldade em compreender a denominação “eleições gerias”, e logo a seguir constataremos uma leitura diferente em relação às eleições legislativas e presidenciais.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 88% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Portanto, em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 88% afirmam terem votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 88% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
Da mesma forma, nas eleições presidenciais, a participação foi semelhante à anterior, e 88% dos eleitores entrevistados afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 42% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 55% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo, também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados depositam no partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 42% afirmam não votar sempre no mesmo partido, enquanto 55% afirmam votar sempre no mesmo partido.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (38%), o partido tem um bom Programa de Governo (11%) e ter admiração pelo partido (5%).
De acordo com as respostas, os eleitores não apresentaram dificuldades em apontar os principais motivos que os levam a votar sempre no mesmo partido. Nas suas respostas, 38% justificam a escolha pela confiança no partido, 11% pelo bom programa de governação e apenas 5% pela admiração ao partido.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (11%) e a falta de confiança no partido (31%).
Para aqueles que afirmam não votar sempre no mesmo partido, as justificativas são: 11% mencionam o não cumprimento de promessas de campanha e 31% falta de confiança no partido.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Quinara. Num universo de 152 entrevistados/as, 58% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 41% afirmam acreditar nas promessas.
Além de analisar os principais motivos que influenciaram os eleitores a votarem ou não em determinados partidos ou candidatos nas eleições, procurou-se também compreender o nível de confiança que depositam nas promessas eleitorais. Numa amostra de 152 eleitores entrevistados, 58% afirmaram que não acreditar nas promessas dos candidatos, enquanto 41% manifestaram acreditar nas promessas.
Durante os períodos eleitorais, os políticos fazem diversas promessas à população, que necessita de serviços básicos como hospitais, escolas e outros. Embora essas promessas nem sempre sejam cumpridas, permanece a expectativa de que passam ser realizadas.
Participante no. 6 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Mas, ainda foi possível registar sentimentos de revolta face ao não cumprimento das promessas, e alguns eleitores até advertiram que já chegaram a pensar que não vale mais a pena continuar a votar.
(…) convenci à minha esposa para não votarmos nas próximas eleições, pois nossos votos não produzem resultados efetivos. É como construir uma casa apenas quando se tem certeza de que se vai morar nela; caso contrário, o esforço não se justifica. Este ano, optamos por não participar do processo eleitoral. A estrada que liga Buba a Fulacunda, por exemplo, continua sem condições mínimas de tráfego, apesar de ser uma das promessas recorrentes dos políticos. Desde a abertura democrática na Guiné-Bissau, em 1994, foram feitas diversas promessas, pois os políticos conseguem influenciar a consciência e a dignidade dos eleitores.
Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Um dos participantes procurou demonstrar que nenhum benefício oferecido por políticos durante a campanha eleitoral supera o valor da educação ou da saúde na vida de qualquer eleitor. Ainda adicionou a seguinte declaração:
(…) não confio nos políticos, visto que costumam fazer promessas que não cumprem. Durante as campanhas eleitorais, procuram pessoas menos informadas para iludir com bens materiais de baixo valor, como motorizadas, bicicletas e carros. Nesse interim, não realizam melhorias nos serviços essenciais de que precisamos, como hospitais e escolas. Imagine se alguém sofre um acidente com a motorizada recebida e se machuca, porém não encontra um hospital em condições para oferecer tratamento propício (…)
Participante no. 8 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Conforme constatado entre os eleitores entrevistados, aqueles que acreditam, em alguns casos, por ligação de militância ou de admiração às lideranças, supostamente não levam muito em consideração a coerência e a idoneidade das promessas.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 29% afirmam ter confiança no candidato, 11% afirmam que o candidato apresentou um bom Programa de Governo e 61% não souberam responder.
Portanto, segundo o gráfico 18, entre os eleitores entrevistados que acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 29% justificam a confiança no candidato como razão, 11% consideram que apresentou um bom programa de governo e 61% não souberam responder.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, os/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 14% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 44% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Entretanto, entre os eleitores entrevistados que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 14% desconfiam e 44% mencionam o não cumprimento de promessas de campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 152 entrevistados/as, 63% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Nesse sentido, questionados sobre a importância do processo democrático para o país, num universo de 152 eleitores entrevistados, 63% afirmam que a democracia serve para construir a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do país. Obviamente, os eleitores demonstraram que a democracia contribui para a construção de ambos objetivos, permitindo que os cidadãos tenham oportunidades de viver com dignidade.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 58% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
De acordo com o gráfico 21, 58% dos eleitores entrevistados afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que esse período significa conflitos entre famílias, e 9% o interpretam como conflito entre partidos e candidatos. As respostas indicam que a leitura dos eleitores foca no que uma campanha deveria proporcionar, mas também demonstram receio quanto ao crescimento de riscos de conflitos sociais e disputas religiosas que o processo tem incorporado. No geral, os participantes observaram o período da campanha eleitoral como um momento de debate político e apresentação de propostas de governação aos eleitores, também apontaram para os riscos de descaracterização desses objetivos.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Em Quinara, votar é entendido sobretudo como forma de escolher programas de governo e resolver problemas nacionais. Embora a maioria declare decidir autonomamente, persistem influências familiares, comunitárias e até práticas coercitivas como a mandjidura. Os grupos focais denunciaram ainda a compra de votos com motorizadas, arroz ou camisolas, distribuídos por líderes comunitários e chefes de tabanca. Esse processo reforça desigualdades e fragiliza a confiança, mostrando como o peso das estruturas locais e das trocas materiais ainda condiciona a liberdade de escolha, apesar da consciência de que o voto deveria expressar dignidade e soberania popular.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Quinara. Assim sendo, num universo de 152 entrevistados/as, 34% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de Governo.
Nessa parte, procurou-se observar influências que os eleitores sofrem ao votar. Ou seja, avaliou-se até que ponto eles são autónomos para decidir em quem votar, sem se deixarem influenciar pela escolha de terceiros. O estudo também procurou entender o significado do ato de votar para eleitores da região de Quinara. Assim, numa amostra de 152 eleitores entrevistados, 34% afirmam que votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo, enquanto 29% consideram que significa votar num candidato com um bom programa do governo.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 90% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 90% dos eleitores entrevistados afirmam que votam nas eleições com a expectativa de contribuir para a solução dos problemas do país. Teoricamente, esse posicionamento demonstra que os eleitores possuem um dos principais motivos que caracterizam o ato de votar: a procura de soluções para os desafios nacionais.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, os entrevistados/as afirmam que a orientação do voto vem por parte do pai/mãe (5%).
Em relação à orientação para votar, das respostas obtidas, 5% dos eleitores entrevistados afirmam que a orientação do voto vem dos pais. A maioria dos eleitores, no entanto, não soube responder, conforme o gráfico 24.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 77% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, entre os não escolheram as opções mencionadas, 77% afirmaram que orientação de voto é uma decisão pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Além disso, 4% dos/as entrevistados/as afirmaram que o voto também é influenciado por Mandjidura.
Além disso, 4% dos eleitores entrevistados admitiram que o voto também é influenciado por mecanismos coercitivos de controle social tradicional, designadamente, “mandjidura”*.
Durante o grupo focal, a reação dos participantes foi mais contundente, e eles admitiram a influência de terceiros na decisão de voto dos eleitores. Alguns participantes mencionaram partidos com importantes patrocinadores desse tipo de comportamento. Na opinião de um dos participantes:
O voto é influenciado por diversos fatores, incluindo a prática de alguns partidos que oferecem recursos financeiros aos eleitores em troca de apoio eleitoral. No decorrer das eleições anteriores, na mesa de voto em que trabalhei, houve casos de pessoas que tentaram levar seus telefones celulares para as cabines de votação com o objetivo de fotografar o boletim de voto, para comprovar que votaram em determinado partido. Outro fator que influencia o voto é o componente étnico. Nas eleições passadas, um grupo de pessoas de uma mesma etnia compareceu para votar; contudo, na segunda volta, o mesmo grupo não retornou, dado que o candidato de sua etnia não havia passado para essa fase. Essa situação evidencia a tenência de que a origem étnica pode afetar a decisão do eleitor. A educação cívica desempenha um papel fundamental na conscientização da população. No entanto, observa-se um significativo desinteresse do público em relação às campanhas de educação cívica promovidas.
Participante no. 8 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
De alguma forma, embora não assumida explicitamente, a decisão de voto é influenciada tanto pelos partidos que procuram comprar a consciência dos eleitores por meio investimentos e da disponibilização de bens matérias, quanto pela atuação de líderes comunitários, chefes de famílias e estruturas sociocomunitárias.
*Mandjidura: Mecanismo de interdição e punição baseado numa relação com a ancestralidade espiritual.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 152 resposta em Quinara, 75% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Embora, em geral, os eleitores entrevistados não admitiram ser influenciados de alguma forma, num universo 152 respostas em Quinara, 75% asseguram que os partidos e candidatos oferecem bens materiais para angariar votos nas comunidades durante a campanha eleitoral.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (25%), camisolas (28%), arroz (22%) e dinheiro (10%).
De acordo com o gráfico 28, é possível enumerar alguns bens disponibilizados por partidos e candidatos para angariar votos, destacando-se: 25% das motorizadas, 28% das camisolas, 22% do arroz e 10% do dinheiro. Conforme mostramos nas outras regiões, não importa o tipo de bem mais disponibilizado, mas apenas compreender que essa ação ocorre exclusivamente durante o período da campanha eleitoral. Após esse período, os eleitores não apenas deixam de receber assistência, como também não conseguem mais contatar com os atores políticos.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (14%) e ou chefe de tabanca (20%).
Entre os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados, afiguram estruturas sociocomunitárias e lideranças. Em suas respostas, 18% consideram a comunidade como um dos beneficiários, 14% acreditam que é o responsável local do partido e 20% consideram o chefe de tabanca. Conforme as indicações acima mencionadas, os bens são distribuídos a partir de estruturas comunitárias existentes e líderes de opiniões, e cada grupo, em função de sua capacidade de organização e densidade de seus membros, pode alocar mais benefícios.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Na região de Quinara, 82% dos eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e membros do governo, entendendo-a como condição para liderar e decidir com responsabilidade. Ao mesmo tempo, 73% consideram o desempenho democrático do país mau, o que traduz frustração e desconhecimento do verdadeiro sentido da democracia, como apontaram vários participantes. As instituições recolhem baixa confiança, com destaque para a Liga Guineense dos Direitos Humanos (24%). Há consenso sobre a necessidade de abrir espaço para mulheres e jovens, embora se ressalte que também precisam conquistar ativamente esses lugares. Persistem críticas à falta de transparência eleitoral e à divulgação tardia dos resultados.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 82% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Esta parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito aos seus níveis de preparo e, também em relação a aquilo que pensam do desempenho democrático no país. Em relação a importância da escolaridade mínima para deputados e membros do governo, os eleitores entrevistados demonstraram saber que é obrigatório que os responsáveis públicos tenham um nível aceitável de preparação. Em suas opiniões, 82% afirmam que deveria haver um nível de escolaridade mínimo para esses cargos.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (16%), para poder tomar as melhores decisões (32%) e para ter a capacidade de governar melhor (27%).
De acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados sustentam que é importante haver um nível de escolaridade mínimo para deputados e membro do governo pelos seguintes motivos: 16% consideram que é fundamental para se poder ser um bom líder, 32% são de opinião que é necessário para se poder tomar as melhores decisões e 27% justificam que é a base para se ter a capacidade de governar melhor.
Sobre esse assunto os participantes do grupo focal também são da mesma opinião e defendem o nível mínimo como condição para o acesso aos cargos de deputado. Segundo um dos participantes:
A população não é responsável pela eleição de deputados que não possuem a qualificação acadêmica para o parlamento. Isso ocorre porque os candidatos a deputado são indicados pelos partidos aos quais os eleitores são militantes ou simpatizantes, o que dificulta a seleção. Seria mais conveniente se a população pudesse escolher seus candidatos e apresentá-los aos partidos (…).
Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Conforme se pode ver, a observação procurou ilibar os eleitores de qualquer responsabilidade sobre a qualidade de candidatos que são eleitos ao cargo de deputado e relegam esse fracasso aos partidos, por serem entidades responsáveis pela triagem dos candidatos ao parlamento. Ainda sugerem a necessidade de existir uma legislação que defina os critérios de quem pode ser candidato a deputado e membro do governo.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 73% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 24% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Analisando o gráfico 32, percebe que 73% dos eleitores entrevistados são de opinião que o desempenho democrático no pais é péssimo e 24% defendem o inverso.
De acordo com um dos participantes:
Discute-se a democracia, todavia ela ainda está por se concretizar, já que os valores democráticos não foram plenamente vivenciados. Desde início do processo eleitoral em 1994 até o presente, não há indícios de uma democracia consolidada. A democracia pressupõe que cada indivíduo seja livre para fazer suas escolhas. Na Guiné-Bissau, muitas pessoas não compreendem esse princípio e votam sem saber os motivos de sua escolha. Como é possível adquirir conhecimento político em um contexto em que se vota sem entender o propósito do voto?
Participante no.5 no grupo focal em Buba • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Aliás, as opiniões dos participantes no grupo focal consideram que a democracia ainda esteja num processo de construção e ela só vai passar a existir quando os eleitores terem a consciência da importância de seus votos na promoção do bem-estar comum.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 24%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%) e depois a força de defesa (5%).
Em relação a confiança que as instituições do país transmitem, a sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, aparece com uma confiança relativa de 24% na opinião dos eleitores entrevistados. Em seguida, a Presidência da República, com 13%. No geral, percebe-se que os eleitores entrevistados da região de Quinara desconfiam do desempenho democrático das instituições democráticas.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos eleitores entrevistados alegam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
Essa questão é consensual e praticamente todos os eleitores são de opinião que o espaço público de tomada de decisão precisa ser democratizado. Mas, algumas contribuições do grupo focal responsabilizam mulheres e jovens pelas suas não representação nas esferas de tomada de decisão. De acordo com um dos participantes:
Em diversas ocasiões, discutiu-se a necessidade de oferecer oportunidades a mulheres e jovens. Não obstante, são eles mesmos que, frequentemente, elegem homens e candidatos que não atendem aos requisitos necessário (…)
Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
A opinião critica à postura das mulheres e dos jovens ainda se nota na intervenção desse outro participante que considera que:
(…) as mulheres e os jovens devem receber oportunidades, entretanto não basta concedê-los gratuitamente é preciso que trabalhem para conquistar seus próprios espaços, visto que os atuais dirigentes não cederão seus lugares voluntariamente. É essencial que alcancem essas posições por mérito próprio (…).
Participante no. 7 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Se por um lado percebe-se que as mulheres e os jovens na qualidade de grupos maioritários precisam se consciencializarem para mudar o destino e a utilidade de seus votos, dando oportunidade a eles mesmos. Por outro lado, há um entendimento de que mudando as personagens pode-se também estar a criar oportunidade para o desenvolvimento do país.
E um participante foi mesmo perentório quando disse o seguinte:
É oportuno oferecer oportunidades para jovens e mulheres. Há muito tempo mantemos as mesmas pessoas em posições de atuação, sem observar resultados satisfatórios, portanto, é necessário promover mudanças. Dando espaço para que jovens e mulheres demostrem sua capacidade de contribuir positivamente para o país, possibilitando assim um avanço significativo.
Participante no. 6 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Pelas contribuições é consensual que mulheres e jovens devem participar nas esferas públicas de tomada de decisão, no entanto, são de suas responsabilidades a iniciativa de trabalhar solidariamente para conquistar seus lugares.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 28% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 14% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 14% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 17% afirmam que se deveria realizar recenseamento em todas as comunidades.
Em relação ao processo de voto no país, os eleitores entrevistados demonstram alguma preocupação pela forma como tem sido organizado e 28% consideram a existência de falta de transparência ao longo do processo, enquanto 14% consideram que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 14% sustentam haver atraso na divulgação dos resultados e 17% defendem a necessidade de se realizar recenseamento em todas as comunidades.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Quinara acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
No gráfico 36, pode se observar que 99% consideram importantes as questões colocadas no enquete. Certamente, as reuniões proporcionaram muito engajamento e oportunidade de pronunciamento sobre a importância do voto, do histórico do processo eleitoral no país e, consequentemente, das suas perceções em relação ao funcionamento das instituições democráticas. Enfim, em seus argumentos, repara-se muita expetativa em torno da democracia. Contudo tenham deixado patente a sobreposição da agenda pessoal em detrimento do coletivo, essa tem sido um entrave na sociedade e visa à rotura com os valores democráticos.
Estudo: Sentido do Voto
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.
Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.
Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.
Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.
Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).
Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.
Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.
Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.
Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).
Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).
Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.
Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.
Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.
Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.
Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).
Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).
Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).
Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.
Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Bolama-Bijagos
Sentido do voto na Região de Cacheu
Sentido do voto na Região de Biombo
Sentido do voto no Setor Autónomo de Bissau
Sentido do voto na Região de Oio
Sentido do voto na Região de Bafatá
Sentido do voto na Região de Gabú
Sentido do voto na Região de Tombali