Estudo: Sentido do Voto
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A região de Bolama-Bijagós é a única situada na zona insular do país, composta por cerca de 88 ilhas e ilhéus, dividida administrativamente por quatro setores, nomeadamente: Bolama, capital regional; Bubaque, Caravela e Uno. A região é povoada maioritariamente pela etnia bijagó, conforme será apresentada, e configura o círculo eleitoral no. 11. Segundo os dados do recenseamento de 2018, foram registados 17.267 eleitores que representavam, nessa altura, 2,27% da população eleitoral e eleitos 3 deputados no parlamento.
- Eleitores 2018
- 17.267
- Questionários
- 80
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Bolama-Bijagos
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O primeiro bloco apresenta um retrato diversificado, mas com fortes raízes culturais e comunitárias. Predomina a etnia Bijagó, e a população é relativamente jovem, com expressiva participação de adultos em idade ativa. A paridade de género é quase perfeita e o cristianismo é a religião mais professada. O casamento por usos e costumes é a forma mais comum de união, e a maioria vive em agregados pequenos, mas socialmente interligados. O nível de escolaridade é relativamente baixo, embora uma parte significativa tenha frequentado a escola formal. As atividades económicas combinam agricultura, serviços públicos e privados, refletindo a ligação ao território e à subsistência.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias dos eleitores.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Bolama/Bijagós é a etnia Bijagós, representado por 80%.
No que concerne ao gráfico 1, e retomando a caraterização da região, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados, nessa localidade, é a bijagó, que representa 80% dos inquiridos.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A idade dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representado por 25%, em seguida a faixa dos 40 a 49 anos, representado por 23%.
A idade dos eleitores entrevistados, nessa região, é outro aspeto relevante a ser esmiuçado nesse estudo. Apresentam-se como um grupo social relativamente jovem, na faixa etária dos 30 a 39 anos, representam 25%; em seguida, a dos 40 a 49 anos, com 23%. Um grupo aparentemente diversificado, em termos etários e, igualmente, reconhecido pelo seu interesse, pelas dinâmicas sociopolíticas do país, e experiência acumulada sobre o processo eleitoral.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo dos eleitores.
Num universo de 80 entrevistados/as, 51% foram do sexo feminino e 49% do sexo masculino.
Ainda nessa região, num universo de 80 eleitores entrevistados, foi verificada uma igualdade técnica em termos de participação de género, uma vez que 51% contemplaram o sexo masculino e 49% o feminino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos eleitores.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as na região de Bolama/Bijagós é a cristã, representada por 64%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados na região de Bolama/Bijagós é a cristã e representa 64%, seguida da animista com 14%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos eleitores.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 63% são casados (as), 30% são solteiros (as), 5% são divorciados (as) e 3% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 63% são casados, 30% solteiros, 5% divorciados e 3% viúvos. Com isso, pode-se deduzir que são pessoas com responsabilidade familiar e social.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 55%.
Entre os casados, a forma de união predominante é a baseada em usos e costumes de cada grupo. Esse tipo de celebração representa 55% dos entrevistados e é característico em quase todas as regiões.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 70% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 19% responderam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Grande parte dos eleitores entrevistados tem, em menor ou maior número, um parente em casa que reúne condições de exercer o seu direito de voto enquanto cidadão. E nessa ótica, quando questionados sobre a capacidade eleitoral dos seus respetivos agregados familiares, 70% afirmam que têm menos de 10 pessoas em casa, em idade de votar, enquanto 19% têm mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é o nível de escolaridade de 10ª – 12ª classe, representado por 38% em seguida o nível de 1.ª – 4ª classe, representado por 19%.
Já no gráfico 8, o propósito é apresentar o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados nessa região. Conforme se pode observar, o nível de 10ª – 12ª classe, é dominante e representa 38%, em seguida o de 1.ª – 4ª classe afigura com 19%. Basicamente, pode-se concluir que quase a metade dos entrevistados, além de suas vivências e experiências de vida, chegaram a frequentar a escola formal e, supostamente, possuem algum conhecimento sobre o processo eleitoral.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 80 entrevistados/as, 29% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 25% no setor público e 5% são comerciantes.
Outro aspeto relevante, que o estudo buscou observar nos eleitores entrevistados, é a atividade socio laboral. Num universo de 80 entrevistados, 29% são agricultores, 18% trabalham no setor privado, 25% no setor público e 5% comerciantes, ou seja, são cidadãos com algum tipo de engajamento socio profissional, participantes na produção de riquezas que, direta ou indiretamente, apoiam no processo de desenvolvimento nacional.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
As respostas revelam um eleitorado com memória política e experiências acumuladas em diferentes ciclos eleitorais. Embora a fidelidade partidária seja elevada, as razões misturam confiança pessoal, programas de governo e laços identitários. A desconfiança nas promessas eleitorais é marcante, sustentada por exemplos concretos de compromissos não cumpridos, como infraestruturas prometidas e nunca realizadas. Ainda assim, há espaço para acreditar em propostas exequíveis, sobretudo quando ligadas a necessidades básicas. A campanha eleitoral é vista como oportunidade de diálogo comunitário, mas também como momento de tensões familiares e sociais, onde a pobreza e a vulnerabilidade abrem portas a práticas de compra de votos.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 80 entrevistadas/os, 49% assumiram que já votaram pelo menos 5 vezes.
Nesse ponto, procurou-se retratar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo os aspetos que os levam a votar em determinados candidatos ou partidos. Ao serem questionados sobre o número de vezes que já votaram, ao longo dessa recente história eleitoral, percebeu-se que, num universo de 80 entrevistados, 49% assumiram que já votaram pelo menos 5 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no pais percebe-se que 33% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 13% nas eleições de 1999 e 26 % nas eleições gerais de 2014. 29% não souberam responder essa questão.
Em relação à participação nas eleições gerais realizadas no país, 33% dos questionados votaram em 1994, 13% em 1999 e 26% em 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas, 86% afirmam ter votado 2 vezes, 8% afirmam ter votado 1 vez e 1% afirmam ter votado 3 vezes.
Relativamente ao número de vezes que os eleitores entrevistados foram às urnas nas eleições legislativas, 86% declararam ter votado duas vezes, 8% uma vez e apenas 1% três vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais, 96% dos entrevistados/as afirmam ter votado 1 vez nas eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais, 96% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado apenas 1 vez.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnóstico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 36% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 60% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos políticos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 36% afirmam não votar sempre no mesmo partido, ao passo que 60% afirmam ter votado sempre no mesmo partido. Esta fidelidade, de alguns eleitores em votarem quase sempre no mesmo partido, pode estar relacionada a vários fatores, nomeadamente questões histórico-ideológicas, étnicas e religiosas. Essas ligações (e outras) têm definidas as opções dos eleitores na hora de decidirem os seus votos.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (43%) e o partido tem um bom Programa de governo (20%).
Contudo, quando foram instados a argumentar sobre o que os motiva a votar sempre no mesmo partido, obtiveram-se as seguintes respostas: 43% dizem votar pela confiança no partido, e 20% pela qualidade do programa eleitoral.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: perda de confiança no partido (15%), não cumpriu as promessas da campanha anterior (20%) e a falta de confiança no partido (19%).
Por outro lado, alguns eleitores entrevistados declaram que não votam no mesmo partido nas sucessivas eleições pelos seguintes motivos: 15% devido a perda de confiança nos partidos, 20% por falta de cumprimento das promessas da campanha anterior e 19% pela falta de confiança no partido. A demonstração de coerência em relação à postura dos partidos foi, nesse caso, um argumento defendido pelos eleitores.
Além de procurar observar os principais motivos que influenciam a decisão de votar ou não num determinado partido ou candidato nas eleições, também procura compreender o nível de confiança que os eleitores entrevistados têm nas promessas eleitorais. Assim, num universo de 80 eleitores entrevistados, 71% manifestaram total descrédito nas promessas eleitorais dos candidatos ou partidos, e ao contrário de 29% que acreditam. Obviamente, o recente percurso eleitoral permitiu aos eleitores, a partir de experiências acumuladas, ter a capacidade de avaliar o cumprimento ou não das promessas. Essa elevada percentagem de descrença, reforça, por um lado, a insatisfação manifesta dos eleitores em relação aos incumprimentos das promessas e, por outro lado, a falta de coerência política dos candidatos e partidos no período pós-eleitoral. com os compromissos assumidos. Ainda, um dos participantes do grupo focal, descreveu aquilo que pode ser encarado como sentimento reinante entre os eleitores da região de Bolama-Bijagós, no tocante as promessas eleitorais apresentadas pelos candidatos, durante o período da campanha:
Nem sempre acreditamos nas promessas dos candidatos, porque eles só nos procuram pelos seus interesses e de seus familiares. Nos fazem muitas promessas falsas, como por exemplo, de barco que nos prometeram no ano passado e até hoje não vimos o barco e também ainda continuamos na escuridão, pois não temos eletricidade. Os deputados que elegemos aqui no nosso círculo só procuram atender seus próprios benefícios.
Participante no. 5 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Analisando bem este excerto, percebe-se que, da parte dos participantes, existem promessas que, a priori, consideram exequíveis caso haja a vontade política e estabilidade governativa.
Todavia, reconhecem que existem outras que, objetivamente, visam manipular a decisão dos eleitores e trouxemos, como exemplo, a experiência partilhada por um dos participantes na campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 2019:
(…) quando um político nos promete escolas, estradas, luz…acreditamos pois são coisas concebíveis que não são difíceis de resolver. Mas, aquele que nos promete construir uma ponte que liga Bissau a Bubaque, por exemplo, já sabemos que são falsas promessas que não serão cumpridas. Como aconteceu da outra vez em que um político diz que se vencer as eleições vai usar a sua influência e rede de amigos para lhes dar um cheque de bilhões para investir no país, são promessas que são claramente falsas, são quase impossíveis de se concretizar (…)
Participante no. 1 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Pode-se constatar de maneira global nas observações dos participantes, que os eleitores, na sua maioria, já não acreditam nas promessas eleitorais, alguns até admitiram nunca mais recensear-se e muito menos votar.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 17, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 14% afirmam ter confiança no candidato, 15% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 71% não souberam responder.
Porém, acabam por reconsiderar as suas posições, na esperança de verem concretizar algumas promessas que direta ou indiretamente possam refletir na melhoria de condições de suas vidas.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 14% afirmam ter confiança no candidato, 15% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 71% não souberam responder.
Surpreendentemente, no gráfico 18, os eleitores entrevistados asseguram acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos. Entretanto, convém salientar que 71% destes entrevistados, não responderam à questão, 14% manifestaram a confiança nos candidatos, 15% nos programas governativas. Olhando para o gráfico, vê-se que mais de metade absteve-se de responder, supostamente pela dificuldade em observar aquilo que geralmente esperava ver realizada durante a governação nas tabancas, nos bairros ou nas cidades.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos.
Entretanto, os/as entrevistados/as que não acreditam nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 6% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 69% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas da campanha anterior.
Os eleitores entrevistados, que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, quando foram solicitados para justificarem as suas afirmações, 6% disseram que não acreditam, porque não confiam nos candidatos, enquanto 69% justificam que os candidatos não cumpriram as promessas da campanha anterior. Quer dizer, conclui-se que, da parte dos eleitores, existe a preocupação de avaliar e estabelecer a relação com os candidatos, mediante o cumprimento das promessas feitas.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 80 entrevistados/as, 48% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 38% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando foram desafiados a opinar sobre o que democracia pode ajudar a construir. Num total de 80 eleitores entrevistados, 48% encaram-na como ferramenta mais importante para construção da paz e justiça social, enquanto 38% veem nela uma base fiável para alavancar o desenvolvimento do país. Em ambas asserções os eleitores entrevistados mostraram reconhecer os princípios e os valores da democracia.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 79% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 10% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos
Consoante o gráfico 21, os eleitores foram questionados sobre as suas compreensões em relação o período da campanha eleitoral. foi interessante observar que 79% olham o período da campanha eleitoral como uma oportunidade para apresentar aos candidatos e partidos políticos todas as dificuldades com que depara a comunidade. Contudo, existem eleitores preocupados com manifestações, que poderão acarretar tensão e riscos sociais, e 10% responderam que o período da campanha eleitoral se tem traduzido em momentos de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca, enquanto 6% ressaltam momento como o de conflitos entre partidos e candidatos.
O ponto de vista desses eleitores coincide com o dos participantes do grupo focal, que também consideram o período da campanha eleitoral de tensões sociais, suscetível de gerar situações de conflitos entre famílias, vizinhos e também de natureza étnico-religiosa. Em seguida, um dos participantes fez a questão de partilhar a sua experiência familiar:
Na verdade, são períodos de muitos conflitos. Em nossa casa, o meu pai queria que a minha mãe votasse no partido que ele apoiava e a minha mãe não queria. O meu pai ficou furioso ao ponto de proibir a preparação das refeições em casa. Face a situação, a minha mãe acabou por ceder e decidiu votar no partido que o meu pai apoiava. Hoje, o meu pai pede desculpas para a minha mãe por se sentir culpado de a ter obrigado a votar num partido que não está a fazer nada para o povo (…).
Participante no. 6 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Apesar de defenderem quase a mesma tese dos eleitores, os participantes do grupo focal enxergam uma certa ambiguidade neste período. Pois, segundo eles, a campanha proporciona, dependendo do contexto e dos envolvidos, festa e conflito no seio dos eleitores. Todavia os partidos políticos e os candidatos aproveitam esse momento para manipular eleitores vulneráveis a situação de pobreza e/ou com baixa capacidade de discernimento do significado ou da importância do voto. Essa preocupação foi descrita por um dos participantes dessa forma:
(…) são dois momentos, de festa e de conflitos. Festa porque os partidos compram arroz, animais e bebidas para o consumo dos eleitores de modo a mobilizar mais votos e de conflito entre familiares e vizinhos por causa das dificuldades económicas das famílias porque os políticos trazem bens materiais e dinheiro para as comunidades e cada um se preocupa em beneficiar (…).
Participante no. 2 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Por isso, as campanhas eleitorais têm sido vistas e interpretadas pelos candidatos e eleitores, sobretudo, nas comunidades rurais e nos bairros periféricos dos centros urbanos, como momentos de troca. Os candidatos procuram levar bens materiais e dinheiro para a comunidade e, em contrapartida, esperam garantir o voto dos eleitores. E na cabeça dos eleitores, para garantir esses bens materiais e dinheiro, o momento deve significar de abertura com todos os candidatos que aparecem para pedir os seus votos. Porque após as eleições não conseguem estabelecer uma relação de proximidade com os decisores públicos quer para ver atendidas as suas necessidades pessoais, quer para acompanhar melhorias nos serviços públicos, nomeadamente, estradas, acesso a água potável, escola, saúde, eletricidade e emprego.
Todas essas interpretações não deixam de evidenciar aquilo que é a compreensão e os factos que em menor ou maior grau ocorrem durante a campanha eleitoral.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Embora a maioria afirme votar por convicção e sem orientação externa, os relatos de grupos focais apontam para práticas de influência de líderes tradicionais, autoridades religiosas e chefes de família, muitas vezes mediadas por bens materiais ou promessas simbólicas. A compra de votos através de alimentos, utensílios ou dinheiro é amplamente reconhecida, e os maiores beneficiários tendem a ser chefes de tabanca e dirigentes locais de partidos. Apesar disso, há um discurso dominante de que o voto é pessoal e livre, contrastando com a realidade descrita nas discussões coletivas, onde rituais, juramentos e pressão social ainda marcam o processo.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo, assim sendo num universo de 80 entrevistados/as, 68% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato que tem um programa pautado no desenvolvimento do pais.
Nessa parte, procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Daí se levanta indagações até que ponto eles são autónomos ou não para escolher em quem votar sem se deixarem ser influenciados pela decisão de terceiros. Por outro lado, ao serem questionados sobre o que significa o ato de votar, dos 80 entrevistados, 68% asseguram que o ato de votar significa eleger o candidato que tem um programa pautado para o desenvolvimento do país. No fundo, é o que se espera na decisão de escolha de um eleitor. Mas, como nessa altura são confrontados com diversos programas, espera-se igualmente que tenham a capacidade de discernir entre os programas aquele que reflete a necessidade do desenvolvimento que o país precisa. Contrariamente, vê-se que entre os eleitores entrevistados 29% asseguram votar em partido que apresentar o melhor programa. Embora, nas interpretações da maioria de eleitores, o melhor pode não ser o adequado às suas convicções e, supostamente, a decisão de escolha incide mais na afinidade com os discursos/candidatos, propostas, crenças ideológicas e identitárias. Em parte, teoricamente, pode-se considerar que essa postura revela alguma deficiência na interpretação do significado coletivo do ato de votar em suas vidas e na construção do bem-estar comum.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 85% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o pais enfrenta.
Em seguida, no gráfico 23, 85% dos eleitores entrevistados confirma que votam nas eleições para escolher um determinado candidato, porque veem nele uma certa capacidade e oportunidade para resolver os problemas que o país enfrenta. Tanto quanto na questão anterior, a preocupação continua a ser a construção do bem-estar comum, demonstrando a irrelevância de outros aspetos face aos propósitos democráticos.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Em relação a problemática de orientação do voto, as respostas obtidas espelham, de uma forma inequívoca, que não houve nenhuma influência de terceiros, conforme se pode constatar no gráfico 24. Em boa verdade, a posição defendida pelos eleitores, neste gráfico, contraria a tendência e a do grupo focal que apontam para a existência dessa realidade.
Aliás, os participantes do grupo focal reconhecem que a orientação de voto é uma prática visível nos momentos de eleições na região de Bolama-Bijagós. Contudo, também reconhecem que é uma realidade transversal a todas as regiões. Segundo contam, em todos os círculos eleitorais, líderes de opiniões locais participam na mobilização dos eleitores, contando coma colaboração de autoridades tradicionais e chefes de famílias para influenciar ou impor a comunidade a votar em quem eles apoiam. Essa realidade foi narrada, por um dos participantes, desse modo:
(…) no caso dos líderes tradicionais, por exemplo, de forma discreta acabam também por serem influenciadas com meios financeiros dos partidos e candidatos para mobilizar eleitores mediante juramento ou ameaças com rituais tradicionais para cumprimento do acordo. Nas comunidades existem sinais que evidenciam influências tradicionais no momento de votação através de usos de sinais ou símbolos que não são de fácil descodificação. Também existem situações em que os próprios partidos dão dinheiro aos seus militantes para estarem a alguma distância da mesa de voto de modo a reforçar a influência (…)
Participante no. 2 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Em algumas intervenções, as constatações foram mais específicas e houve relatos que denunciam a implicação de estruturas religiosas na estratégia de mobilização e orientação de votos. Um dos participantes explicou que essa situação:
(…) acontece e em alguns casos pessoas são influenciadas por instituições religiosas. Um exemplo, tenho um amigo aqui em Bubaque que é de etnia fula e ele me contou que na mesquita após a reza de madrugada foram aconselhados a votar num candidato. De igual modo, numa ilha os anciões orientaram a comunidade a votar num partido porque o candidato é filho daquela ilha. Na região de Gabu, por exemplo, pelos relatos em algumas localidades o chefe da tabanca chama a comunidade e lhes obriga a tocar no alcorão para jurar a fidelidade de votar no candidato que ele apoia. Então tudo isso acaba por arrastar muitos a votarem num partido ou candidato mesmo não querendo.
Participante no. 1 no grupo focal em Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Bem, se para os eleitores entrevistados a situação de orientação de voto é praticamente inexistente, talvez porque a metodologia de serem individualmente confrontado por um inquiridor inibi e lhes tenham causado algum incomodo, já em relação ao grupo focal, os participantes ficam mais descontraídos e sentem-se à vontade para falar sobre a situação política e o processo eleitoral no país.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 89% afirmam que orientação de voto é pessoal.
Diferentemente daquilo que saiu como manifestação de orientação de voto sustentado pelo grupo focal durante a entrevista, os eleitores entrevistados, mediante aplicação de questionário, não reconhecem a influência de autoridades religiosas, chefe de tabanca ou até de chefe de família na decisão de voto dos eleitores. Entretanto, 89% consideram que não são indicados o partido que deve merecer as suas decisões de escolhas e enaltecem ser essa uma decisão pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 25 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, conforme o espelhado no gráfico 26, minimizam, claramente, essa questão de influência de votos pelos terceiros.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, os/as entrevistados/as (91%) afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem influências de terceiros nas suas decisões de voto, 91% dos eleitores entrevistados admitem que os partidos e os candidatos levam para as comunidades, durante período eleitoral, bens materiais com intuito de influenciar eleitores e angariar voto. Esse comportamento não seria nenhuma inovação, uma vez que tem sido um expediente utilizado para compra de consciência dos eleitores, supostamente, tem resultado alguma coisa. Embora vale reconhecer que, obviamente, nem todos os partidos e candidatos conseguem atingir os seus objetivos.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, o bem oferecido para angariar votos nas comunidades são: motorizado (1%). E 99% dos entrevistados não souberam responder.
Embora admitem que os candidatos e partidos levam bens nas comunidades durante a campanha para angariar votos dos eleitores, no gráfico 28, os eleitores entrevistados não conseguiram especificar os bens que são disponibilizados. Apenas 1% mencionou motorizada e 99% não souberam responder. Obviamente, que a motorizada faz parte de entre tantos outros bens materiais disponibilizados. A motorizada talvez por ser um dos mais visíveis e, ainda um meio de transporte, chama a atenção dos eleitores nas comunidades. Mas, no grupo focal, os participantes falaram de materiais diversos, com destaque para zingo, cadeiras de plástico, panelas de cozinha, equipamentos desportivos, musicais, além de dinheiro, comida e bebida.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (15%), as associações de jovens (14%), o responsável local do partido (28%) e ou chefe de tabanca (29%).
Relativamente aos maiores beneficiários dos recursos disponibilizados pelos partidos e candidatos, segundo os eleitores entrevistados, 15% indicam a comunidade, 14% mencionam as associações de jovens, enquanto os responsáveis locais dos partidos e os chefes de tabancas apontados por 28% e 29%, respetivamente. Ou seja, na perceção dos entrevistados, estes dois últimos grupos são os maiores beneficiários dos recursos oferecidos em troca de votos.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Os eleitores defendem quase unanimemente um nível mínimo de escolaridade para titulares de cargos políticos, associando-o à capacidade de liderar e tomar boas decisões. A avaliação do desempenho democrático é amplamente negativa, refletindo frustração com a fragilidade institucional e a falta de resposta às necessidades básicas. Apesar disso, há forte apoio à participação de mulheres e jovens em cargos de decisão. As instituições mais confiáveis são da sociedade civil, como a Liga Guineense dos Direitos Humanos, enquanto órgãos estatais enfrentam baixa credibilidade. O inquérito é visto como espaço de reflexão e afirmação de responsabilidades cívicas.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os entrevistados/as afirmam que sim (96%) deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes não só sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos sobretudo no que diz respeito aos seus graus de preparação, mas também do desempenho democrático no país. Com efeito, quando foram questionados acerca da importância de definir a escolaridade mínima para os candidatos ao cargo de deputado ou para serem membros de governo, 96% dos eleitores entrevistados não têm dúvida em afirmar que deveria haver um nível de escolaridade mínima para esses cargos. Porque a qualidade dos responsáveis políticos no país particularmente dos parlamentares, deputados, tem sido, nas opiniões dos eleitores, paradoxal aos desafios e aos cargos que assumem. Aliás, desde primeira legislatura aos dias de hoje, um número significativo de deputados eleitos são analfabetos ou apresentam um nível académico muito baixo e enfrentam dificuldades em ler e interpretar um documento.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (16%), para poder tomar as melhores decisões (30%) e para ter a capacidade de governar melhor (28%),
Entretanto, de acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados acham pertinente e muito importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes, porque em suas opiniões, 16% acreditam que isso pode contribuir para que os eleitos ou nomeados possam ser bons líderes, 30% julgam que é importante para poder tomar as melhores decisões e 28% corroboram porque assegura a capacidade de governar melhor.
As leituras aqui expostas fazem parte de qualidades mínimas que os eleitores esperam encontrar nos seus representantes públicos, caso existisse, na legislação nacional, a exigência de obrigatoriedade do nível mínimo de escolaridade como condição de acesso aos cargos públicos. Essa foi também a opinião dominante entre os participantes do grupo focal que entendem que o nível académico deveria estar na vanguarda dos critérios de acesso ao parlamento e ao governo, se, realmente, a Guiné-Bissau quisesse competir com os países vizinhos. No entanto, para um dos participantes:
(…) essa situação não é apenas uma coisa só para os governantes, mas sim para todos nós enquanto cidadãos. Pois, para desenvolvermos as nossas capacidades é preciso ter nível de escolaridade, já vimos que vieram técnicos de Senegal para construção de barragem aqui na Guiné, vamos supor que um dia esta barragem tivesse um problema? Vamos recorrer outra vez aos técnicos senegaleses para o seu concerto porque não temos técnicos competentes para a situação? Temos muitos deputados que não sabem falar português corretamente, têm nível de escolaridade baixo e acho que devemos sim exigir e levar em consideração o nível académico como critério (…), (…) atualmente se exige dos professores um minino de licenciatura para lecionar nas escolas de formação porque não podemos exigir para os políticos também a licenciatura (…).
Participante no. 6 no grupo focal em Bubaque • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13
Conforme se constata, o reconhecimento sobre a necessidade de o país começar a priorizar o mérito académico se afigura como condição obrigatória para ocupar cargos públicos. Mas, eles ainda vão mais longe naquilo que lhes foram pedidos durante a entrevista e chamam a atenção na necessidade de um investimento robusto na educação como a única forma de garantir a qualidade, consequentemente a competitividade dos guineenses em todos os domínios, permitindo-lhes dar respostas a altura dos desafios impostos pelo processo do desenvolvimento.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, se percebe que 79% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 19% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Ainda na mesma preocupação de contribuir para influenciar o bom desempenho da democracia no país e, ao mesmo tempo, esquadrinhar a leitura que os eleitores fazem do desempenho democrático, o gráfico 32 apresenta 79% de eleitores que reprovam o desempenho democrático contra 19% que o consideram positivo. Este elevado índice de reprovação pode encontrar explicações em vários fatores que as dinâmicas políticas-democráticas produziram e reproduziram nas últimas décadas, mas as constantes interrupções democráticas e a incapacidade dos governos em assegurar com zelo a satisfação das necessidades básicas dos cidadãos, se afiguram como fundamentais.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 55%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (6%) e depois a força de defesa (5%).
A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. Ou seja, num contexto de fragilidade e vulnerabilidade institucional, os entrevistados foram convidados a manifestar o que pensam das instituições públicas do país. Mas antes, vale a pena informar que, nessa lista, foi incluída as forças de defesa e segurança que embora não são reconhecidas como atores da democracia, mas no contexto democrático guineense assumem uma reconhecida relevância pelas sistemáticas intervenções inconstitucionais que protagonizam. No que concerne a credibilidade das instituições publicas, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, em representação das organizações da sociedade civil, afigura-se como instituição mais credível com 55% de preferência dos eleitores entrevistados. As restantes instituições, nomeadamente, a Presidência da República, Assembleia Nacional Popular; Tribunais, Governo e Forças de Defesa e Segurança não mereceram nenhuma credibilidade, conforme demonstra o gráfico que se segue.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 33, verifica-se que 99% dos entrevistados afirmam que a Guiné- Bissau devia começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do género. Porque na IXa legislatura foi aprovada no parlamento a lei no.4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma quota de 36% de representação para as mulheres. Porém, não houve, por parte dos partidos políticos, o cumprimento das diretrizes da legislação, apesar de esforços das organizações defensoras de direitos das mulheres. Perante essa manifesta resistência masculina, procurou-se questionar aos eleitores sobre a participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão e os resultados, de acordo com o gráfico 34, foram taxativos, no sentido em que 99% dos entrevistados concluíram que havia chegado a hora de começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
Aliás, os participantes do grupo focal não têm dúvidas em considerar que:
Já está na hora de as mulheres e os jovens serem dados oportunidades. E não só pensar ou dizer que as mulheres não são capazes ou que devem ficar na cozinha e, mesmo que não sejam capazes, se forem orientadas e acompanhadas certamente que serão capazes.
Resumo próprio da sessão conm o grupo focal de Bubaque. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-13

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 21% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 30% afirmam que deveriam aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 8% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 8% afirmam que deveriam realizar recenseamento em todas as comunidades.
Outra preocupação tem a ver com a credibilidade dos trabalhos que são realizados durante o processo eleitoral, se há um ou outro aspeto relevante que possa merecer a observação dos eleitores e, mediante as respostas, 21% dos eleitores entrevistados denunciam a falta de transparência ao longo do processo, enquanto o resto prefere apontar as soluções e causas do problema. Assim, 30% apelam o aumento dos programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 8% a celeridade na divulgação dos resultados eleitorais e 8% por um recenseamento amplo e abrangente.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico, 35, 98% dos/as entrevistados/as acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
No que se refere ao balanço sobre a pertinência do trabalho, foi estratificado, no gráfico 36, de seguinte maneira: 98% dos eleitores entrevistados consideram de suma pertinência e importância os questionário do inquérito, uma vez que não só lhes permitiram refletir sobre assuntos estruturantes e impactantes do processo democrático, mas também lhes possibilitaram avaliar as suas responsabilidades individuais e coletivas, por forma a contribuir e influenciar boas práticas democráticas e governativas. Grosso modo de muitas observações e outras a destacar, fundamentalmente a preocupação com o incumprimento das regras democráticas, registado como elemento transversal, tem contribuído para manipular e obstaculizar o valor do voto.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A Região de Cacheu é administrativamente dividida por seis setores, nomeadamente, Cacheu, que é também capital regional, Bigene, Bula, Caio, Canchungo e São Domingos. A região é povoada por pouco mais de meia dúzia de etnias, sendo as mais numerosas os Manjacos, Balantas, Mancanhas e Felupes. A região configura três círculos eleitorais: 19, 20 e 21. Segundos dados do recenseamento de 2018, foram registados 90.092 eleitores, o que representa, naquela altura, 11,83% da população eleitoral, elegendo 14 deputados para o parlamento.
- Eleitores 2018
- 90.092
- Questionários
- 449
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Cacheu
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
A região de Cacheu, composta por seis setores, contou com 449 entrevistados. A diversidade étnica é marcante, destacando-se Manjacos (28%), Balantas (19%), Mancanhas e Felupes. A população é relativamente jovem, com maioria entre 30 e 49 anos (58%), e apresentou equilíbrio de género, com igual participação de homens e mulheres. A religião predominante é a cristã (45%), seguida da muçulmana (29%). O casamento tradicional é amplamente praticado (89%) e a maioria dos agregados tem menos de dez eleitores. Quanto à escolaridade, destaca-se a 10.ª–12.ª classe (23%), e em termos económicos predominam a agricultura (35%) e o comércio (32%), seguidos pelos setores privado (18%) e público (15%).

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
A tabela 1 traz um resumo dos setores da região de Cacheu, com os seus respetivos números de questionários aplicados e a percentagem.
A Região de Cacheu é uma das mais heterogéneas do país do ponto em termos de territorialidade e representatividade étnica e, conforme o gráfico 1, a presença de pouco mais de meia dúzia de etnias confirma essa realidade. Contudo, entre os eleitores entrevistados, a etnia manjaca é a mais predominante, representando 28%, seguida pelos balantas, com 19%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Cacheu é a etnia Mandjaco, representada por 28%.
Em relação aos eleitores entrevistados, a faixa etária predominante é a de 40 a 49 anos, representando 29%, seguida pela de 30 a 39 anos, também com 29%. Ou seja, a população entrevistada é relativamente jovem e demonstra interesse pelas iniciativas do associativismo e política.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 449 entrevistados/as na região de Cacheu, 50% foram do sexo feminino e 50% do sexo masculino.
Conforme mencionado anteriormente, o questionário foi aplicado aleatoriamente, sem fixar o percentual de género. No entanto, em Cacheu, tivemos uma agradável surpresa em termos de participação: dos 449 eleitores entrevistados, 50% são do sexo feminino e 50% do sexo masculino, segundo o gráfico 3.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 45%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é o cristianismo, com 45%, seguido pelo islamismo, com 29%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 67% são casados (as), 27% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 4% são viúvos (as).
Quanto ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 67% são casados, 27% solteiros, 2% divorciados e 4% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 89%.
Entre os casados, a celebração predominante baseia-se na tradição, segundo os usos e costumes de cada etnia, em 89%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 77% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 23% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Todos os eleitores entrevistados têm alguém em casa em condições de exercer o direito de voto. Quando questionados sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 77% declararam ter menos de 10 pessoas que podem votar e 23% afirmaram ter mais de que 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Cacheu é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 23% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 19%.
A maioria dos eleitores entrevistados frequentou o ensino médio e, conforme o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante é de 10ª a 12ª classe (23%), seguido pelo de 7.ª a 9ª (19%).

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 449 entrevistados/as, 35% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 32% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são os domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Dentre os 449 entrevistados, 35% eram agricultores, 18% trabalhavam no setor privado, 15% no setor público e 32% eram comerciantes. Tal como verificado nas outras regiões, a maioria de eleitores eram cidadãos com ocupação social e laboral que participaram da produção de riquezas que, direta ou indiretamente, apoiaram o desenvolvimento da economia nacional. Esta parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Cacheu e suas experiências e relações com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Na região de Cacheu, muitos eleitores acumulam experiência eleitoral, tendo votado em várias eleições desde 1994. Essa trajetória mostra uma participação contínua, mas também uma relação ambivalente com os partidos. Cerca de metade afirma não se manter fiel a uma mesma força política, citando promessas não cumpridas e perda de confiança. Para os que permanecem, a lealdade vem da identificação ideológica, étnica ou religiosa. A confiança nas promessas eleitorais é, no entanto, reduzida: quase dois terços não acreditam nelas, reconhecendo tanto a desonestidade de políticos quanto a prática de alguns eleitores que se comprometem com vários candidatos. Os debates locais revelam frustração, mas também a exigência crescente por maior responsabilidade dos representantes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 449 entrevistadas/os, 23% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes.
Nessa parte, o propósito foi observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo os motivos que os levam a votar em determinados candidatos ou partidos. Entretanto, quando questionados sobre a frequências de com que votaram, percebe-se que, num universo de 449 eleitores entrevistados, 23% afirmam já ter votado pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes. No geral, são eleitores com alguma experiência, considerando a regularidade na participação durante o processo eleitoral.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 15% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 16% nas eleições de 1999, 37 % nas eleições gerais de 2014 e 32% nas eleições gerais de 2019.
Em relação à participação nas eleições gerias realizadas no país, entre os entrevistados houve um crescimento em termos de participação numa escala ascendente à medida que o país ia realizando as eleições. Consoante o gráfico 11, percebe-se que 15% confirmaram terem votado nas eleições gerais de 1994, 16% nas eleições de 1999, 37% nas eleições gerais de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 30% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados votaram nas eleições legislativas passadas, 30% admitiram ter votado pelo menos 5 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 30% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 30% dos eleitores entrevistados confirmaram ter votado pelo menos 5 vez.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 56% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 44% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Foi também possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 56% afirmaram que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 44% confirmaram ter votado sempre no mesmo partido. Provavelmente, nesse segundo caso, dois aspetos podem ter contribuído para o entendimento do comportamento dos eleitores: primeiro, pode estar relacionado com a fidelidade de militância ou simpatia ao partido e, no contexto eleitoral guineense, as questões histórico-ideológica, étnico e religiosa têm determinado, em alguns casos, a decisão de escolha. Essas ligações (e não só) supostamente têm, em menor ou maior grau, definida as opções de eleitores na hora de decidirem os seus votos.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (39%), confiança no programa de Governo (34%) e ter admiração pelo partido (27%).
Os principais motivos que os leva a votar sempre no mesmo partido são: 39% consideram a confiança no partido, 34% apontam a confiança no programa de governo e 27% pela admiração ao partido. Conforme se vê pelas opções supramencionadas, a confiança no partido surge com maior percentual em relação às outras opções. Ou seja, na cartografia eleitoral existem zonas reconhecidas como bastião de determinados partidos, onde, tradicionalmente, sempre elegeram deputados.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (35%), a falta de confiança no partido (37%) e a perda de confiança no partido (28%).
Contrariamente, para os eleitores entrevistados que afirmaram não terem votado sempre no mesmo partido nas eleições, como se pode constatar nas explicações abaixo: 35% pelo incumprimento das promessas da campanha anterior, 37% pela falta de confiança nos partidos e 28% pela perda de confiança nos partidos.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Cacheu. Num universo de 449 entrevistados/as, 65% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciam o voto ou não num determinado partido nas eleições, foi também observado o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais feitas pelos candidatos na região de Cacheu. Dos 449 eleitores entrevistados, 65% não acreditam nas promessas eleitorais e 35% têm opinião contrária.
A descrença nas promessas durante o período da campanha eleitoral, foi também expressa pelos participantes do grupo focal. Segundo eles, os políticos não honram seus compromissos. Ainda reconhecem que muitos eleitores são desonestos, porque assumem compromissos com diferentes políticos, mesmo sabendo que apenas têm direito a exercer um único voto. Conforme o trecho de um dos participantes do grupo focal:
(…) acreditar nas promessas eleitorais depende porque as promessas muita das vezes não são para benefício coletivo. Os políticos procuram pessoas influentes para fazer promessas de lhes dar carros e motas e, em troca, estes devem conseguir mobilizar eleitores para o seu partido ou candidato. (…) o problema que se coloca nós próprio é que nos enganamos entre nós, porque quando conhecemos bem qual é o papel de um deputado não é fácil sermos enganados, pois existem coisas que não são da competência de um deputado. Quando um deputado diz que vai construir uma estrada é bom saber logo que é uma falsa promessa (…). (…) outra situação é que nós os eleitores devemos ser honestos, pois na maioria das vezes o que se verifica é que uma pessoa promete voto a dois ou três partidos, quando só temos um único voto a exercer.
Participante no. 4 no grupo focal em Cacheu. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Essa observação não só demonstra a falta de confiança dos eleitores nas promessas que lhes são feitas, como também há um reconhecimento de tentativa de aproveitamento por parte de eleitores que procuram tirar algum benefício dos bens materiais que os políticos colocam à disposição, como moeda de troca com o voto.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, dos/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 37% afirmam ter confiança no candidato, 32% afirmam ter confiança no programa de Governa e 31% afirmam que o candidato cumpre com as promessas eleitorais.
Portanto, já no gráfico 18, para os eleitores entrevistados que afirmam acreditar nas promessas eleitorais nas eleições, constatou-se que 37% confiam nos candidatos, 32% nos programas de governação e 31% enaltecem o cumprimento das promessas eleitoras pelos partidos. Provavelmente, para esses eleitores, deve existir um histórico positivo no desempenho dos candidatos e, igualmente, nos programas de governação apresentados.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 29% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato, 44% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores e 37% afirmam que não acreditam porque não confiam no partido.
Entretanto, dos eleitores entrevistados que, por sua vez, não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 29% reafirmam essa mesma posição no que tange aos candidatos, 44% evocam o incumprimento das promessas das campanhas anteriores e 37% não confiam nos partidos.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 entrevistados/as, 48% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 52% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando questionados sobre o processo democrático do país, num universo de 203 eleitores entrevistados, 48% consideram a democracia como um fiel instrumento para a paz e justiça social e 52% como a chave do desenvolvimento. A clareza dos eleitores sobre as valências da democracia é inquestionável e, conforme defendem, as duas condições são fundamentais para assegurar a sobrevivência democrática. Já no gráfico 20, embora as duas opções estejam tecnicamente iguais, há um ligeiro desequilíbrio em relação à influência que a democracia está a ter no desenvolvimento do país.
E as opiniões registadas no grupo focal trouxe essa preocupação exposta por um dos participantes:
(…) a democracia serve para construir muita coisa a partir do momento em que vamos ao encontro daquilo que são os princípios da democracia, mas na Guiné o sentido da democracia é desvirtualizado. (…) Se formos ver o exemplo do ocidente ou dos vizinhos Senegal e Cabo-Verde vê-se que a democracia está a funcionar no seu verdadeiro significado da palavra.
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Ou seja, há uma aprovação inequívoca do sistema democrático e dos seus benefícios para o país, que, segundo os eleitores, para além de vícios e deturpações, existe um desaproveitamento total do mesmo.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 67% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 19% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 10% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Conforme o gráfico 21, 67% dos eleitores entrevistados consideram o período da campanha eleitoral como uma oportunidade para apresentarem as preocupações da comunidade, 19% como o de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 10% como de conflito entre partidos e candidatos.
Para os participantes do grupo focal é o momento em que os partidos procuram vender as suas ideias:
(…) apresentam os seus programas eleitorais com o fim de angariação de votos. Nem todos os partidos apresentam programas de governação como temos acompanhado nas eleições passadas, onde alguns candidatos não conseguiram apresentar o seu programa, mas a população mesmo assim votou e hoje estão a chorar (…).
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
O grupo focal desvalorizou a questão de conflitos no período eleitoral, enfatizando a compra de consciência dos eleitores como elemento muito presente na manipulação das suas decisões.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O voto é compreendido na Região de Cacheu como meio de escolher candidatos capazes de promover o desenvolvimento, embora muitos reconheçam votar também por obrigação cívica ou para enfrentar os problemas do país. Oficialmente, a maioria declara decidir de forma autónoma, mas nos grupos focais emergem relatos de pressões familiares e comunitárias, sobretudo sobre mulheres e jovens. A compra de votos aparece como prática recorrente, com distribuição de arroz, camisolas, dinheiro ou motorizadas, frequentemente mediada por líderes locais. Ainda que tais trocas não garantam fidelidade, revelam a fragilidade da autonomia eleitoral e a permanência de relações clientelistas na região.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Cacheu. Assim sendo, num universo de 449 entrevistados/as, 50% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com Programa para o desenvolvimento.
Nesta parte, procurou-se observar influências/pressões exercida sobre os eleitores na hora de votar. Por isso, pergunta-se até que ponto eles são autónomos para decidir em quem votar ou não sem as influenciadas de terceiros. Portanto, a questão que os eleitores foram colocados pretende, essencialmente, saber o que significa o ato de votar. Assim sendo, num universo de 449 eleitores entrevistados, 50% entendem que o ato de votar significa eleger o candidato ou partido, cujo programa de governação seja voltado para o desenvolvimento.
À semelhança de Bolama, aos eleitores importa apenas os programas dos partidos e não procuram compará-los e depois eleger aquele que, na sua perspetiva, apresenta condições reais para atender os desafios que o país enfrenta. Aliás, segundo os eleitores, poucos partidos conseguem apresentar os seus programas durante a campanha, porém conseguem angariar votos. Em relação à essa situação, os participantes do grupo focal consideram que:
Existe sempre uma razão para votar apesar da desmotivação por conta do que tem acontecido no país desde manipulação dos resultados eleitorais indo para prestação dos governantes que nos deixa desmotivados. São elegidos por uma função, mas depois não fazem absolutamente nada. E perante a necessidade de procurar o melhor, votamos sempre, aliás a estratégia dos que estão a governar mal o país é de desmotivar os eleitores (…) nós acreditamos que a campanha de sensibilização que se faz durante os períodos eleitorais devem ir além de dizer as pessoas para irem votar, mas também de saberem para quê estão a votar.
Participante no. 4 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Quer essa leitura, como outras que foram feitas, o voto foi encarado não só como mecanismo para escolher os decisores, como também para avaliar o desempenho da governança. Por outro lado, acreditam que votam para cumprir com o dever cívico que têm enquanto cidadãos.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Na sequência, segundo o gráfico 23, 97% esclareceram que votaram nas eleições, porque viram no candidato a oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Ou seja, teoricamente, pelas respostas, os eleitores demonstraram ter a noção de que precisam votar para contribuir na resolução dos problemas de governança do país. Já o grupo focal reconhece que, na prática, às vezes, existe alguma contradição. Também acreditam que muitos votam pensando em resolver o seu problema pessoal.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Embora, durante os trabalhos de aplicação de questionário, os eleitores entrevistados não admitam a existência de orientação de voto e 98% não respondam a essa questão, conforme o gráfico 24.
Contrariamente, durante o grupo focal, no entendimento dos participantes revelaram a existência de influência de terceiros na decisão de voto, sobretudo por parte do marido em relação à mulher ou do pai em relação aos filhos. Além daquilo que acontece no ambiente familiar, os participantes ainda admitiram que, mesmo a nível comunitário, os eleitores são manipulados a votar por vontade de outrem:
Sim, a intenção de voto é influenciada no seio das comunidades. Temos várias pessoas que são analfabetas ou menos esclarecidas e estas pessoas são facilmente mobilizadas para votar em um ou outro candidato pelo benefício de outra pessoa. Mesmo no dia da votação as pessoas são influenciadas a votar por meio de sinais e outras formas.
Participante no. 2 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
A contribuição aponta que os eleitores com pouca capacidade de discernimento, devido ao seu baixo nível de escolaridade, sofrem muita pressão e manipulação por parte de terceiros, que utilizam vários mecanismos para influenciar a sua decisão de voto.
Apesar da afirmação acima exposta, conforme o gráfico a seguir, os eleitores entrevistados não admitem receber alguma orientação nas suas decisões de voto.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 86% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 86% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Em relação a influência na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas tradicionais e religiosas coercitivas que os influenciam. A análise das respostas obtidas, apresentada no gráfico 26, não revelou significância estatística.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 449 resposta em Cacheu, 76% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Se, por um lado, descartaram as influências nas suas decisões de voto, por outro lado, num universo 449 resposta, 76% dos eleitores entrevistados reafirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades. Assim coloca-se as seguintes questões: por que os partidos e candidatos têm persistido nessa estratégia de “doação” de materiais diversos durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões poderão ajudar a compreender até que ponto os eleitores são ou não autónimos para decidir livremente o seu voto. Mas, se a maioria continuasse a apresentar alguma limitação em termos de compreensão do significado que um ato de votar pode ter na sua própria vida, talvez terão dificuldades para decidir por vontade própria.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (12%), camisolas (26%), arroz (30%) e dinheiro (17%).
Portanto, segundo o gráfico 28, consta-se que os bens mais doados com a finalidade de angariar votos nas comunidades são distribuídos da seguinte forma: 12% consideram que são as motorizadas, 26% as camisolas, 30% o arroz e 17% o dinheiro. Obviamente, nem todos os partidos e candidatos conseguem sentir-se satisfeitos com o retorno do investimento feito. Aliás, conforme acima exposto, não basta apenas levar os bens para garantir os votos dos eleitores, mas contam também que além do capital político, o componente identitário, que, na maioria das vezes, tem determinado a decisão dos eleitores das zonas rurais.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (37%), o responsável local do partido (18%) e ou chefe de tabanca (7%).
Os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados, são: 37% apontam a comunidade, 18% o responsável local do partido e 7% o chefe de tabanca. Embora a comunidade surja como maior beneficiaria dos recursos, na prática, os responsáveis dos partidos e chefes tradicionais comunitários são os beneficiários diretos que, às vezes, são premiados secretamente pelos partidos e candidatos sem que a comunidade saiba. Aliás, esse aspeto foi muito bem retratado e reconhecido como prática corrente durante o período eleitoral. Nessa parte, ficou evidente o não reconhecimento, por parte de eleitores entrevistados, de influência de terceiros ou de mecanismos coercitivos no momento do voto. Contudo, eles admitem a disponibilização de bens materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral na comunidade com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Na região de Cacheu, 97% dos eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e governantes, entendendo-a como condição para liderar e tomar decisões com responsabilidade. Contudo, 76% avaliam o desempenho democrático do país como mau, refletindo crises sucessivas e perda de confiança nas instituições. A Liga Guineense dos Direitos Humanos surge como a mais credível (28%), embora sem consenso. Os participantes também defendem maior inclusão de mulheres e jovens, mas alertam para obstáculos internos nos partidos e falta de solidariedade entre mulheres. Quanto ao processo eleitoral, apontam fragilidades como transparência insuficiente e recenseamento vulnerável, mas valorizam o inquérito como espaço de expressão cívica.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 97% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte apresenta observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito ao preparo e desempenho democrático no país. Quanto à a escolaridade, os eleitores entrevistados não têm dúvidas da importância desse requisito para a melhoria do desempenho da democracia e de instituições democráticas. Eles foram claros em exigir a escolaridade mínima para deputados e membros do governo, e 97% dos eleitores entrevistados afirmam que deveria haver um nível de escolaridade mínima para esses cargos.
Essa leitura oi reforçada pela opinião dos participantes do grupo focal, que consideram que:
(…) deve existir escolaridade mínima. Porque a escola é o lugar que ajuda as pessoas a crescer. É verdade que cada pessoa nasce com a sua capacidade, mas a escola nos ajuda a desenvolver ainda mais e melhor as nossas capacidades e quanto mais o nível de escolaridade mais é a nossa perceção das coisas. Eu me lembro que em Senegal existe um nível de escolaridade exigido para ser candidato. O artista senegalês Youssou N`Dour queria candidatar para Presidência da República, mas não foi aceite pelos eleitores e nós também temos que ser capazes de fazer essa exigência, na Guiné-Bissau. A política está toda confusa de modo que os que têm um nível académico não estão interessados na política e deixam o lugar para aqueles com um baixo nível de escolaridade até ao ponto de hoje serem maioritários no seio dos partidos e, consequentemente, também são nomeados para cargos de ministros.
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
O nível de escolaridade reconhecido como requisito, foi defendido pelos eleitores como condição fundamental para concorrer a um cargo político, sobretudo o de deputado.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (39%), para poder tomar as melhores decisões (36%) e é importante saber ler e escrever (25%).
Como justificativa, e conforme o gráfico 31, os eleitores consideram importante um nível de escolaridade mínimo para deputados e governantes pelos seguintes motivos: 39%acreditam que isso é essencial para ser um bom líder, 36% justificam que é importante para tomar as melhores decisões e 25% afirmam que um decisor político deve saber ler e escrever.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 76% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 24% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Quando solicitados a manifestar satisfação sobre o desempenho da democracia no país, conforme se vê no gráfico 32, 76% dos eleitores entrevistados afirmam que o desempenho democrático no país é ruim e 24% consideram o contrário. Certamente, como ficou espelhado na leitura da maior parte dos eleitores entrevistados, o histórico do desempenho democrático no país tem acumulado situações de interrupções democráticas provocadas por sucessivas crises que, além de influenciar negativamente a performance governativa, também têm contribuído para causar deceção nos eleitores.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois os tribunais (15%).
A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional levou os eleitores entrevistados a expressarem sua falta de confiança nas instituições do estado. Nas opções de confiança dos eleitores entrevistados, percebe-se que, apesar de as organizações da sociedade civil, representadas pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, apresentarem-se como as mais confiáveis, com 28 %, objetivamente, o percentual, indica que a crença não é consensual. Já em relação às demais instituições, a Presidência da República obteve 19% de confiança, contra 15% dos tribunais, conforme demonstra o gráfico 33.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do gênero. Durante a IXa legislatura, foi aprovada no parlamento a lei no. 4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma cota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, não houve, por parte dos partidos, o cumprimento das diretrizes da legislação. Perante essa manifesta resistência masculina, procurou-se questionar aos eleitores o que pensam sobre a participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. E, consoante o gráfico 34, verifica-se que 91% dos eleitores entrevistados são da opinião de que deviria começar a dar oportunidades às mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
A leitura dos participantes do grupo focal coincide também com a preocupação dos entrevistados. Contudo, existe uma posição consensual dos eleitores face à participação política das mulheres e dos jovens. Houve vozes que admitem a ausência de solidariedade entre mulheres como um dos fatores que as impeçam de conquistar espaços nas esferas de tomada de decisão. Conforme um dos participantes:
Já está na hora de os jovens e as mulheres serem dirigentes. Nós as mulheres já nos deram oportunidades mesmo que não seja a 100%, podemos admitir que já tivemos, mas muitas mulheres acabam por desistir porque sentimos ciúmes uma das outras. Quando uma mulher se candidatar para um cargo política nós não a apoiamos, não votamos nela para que possa vencer. O nosso mal é que dentro das comunidades quando uma mulher é um pouco mais esclarecida que as restantes, geralmente, ficam com ciúmes ou inveja dela e lhe é atribuída o adjetivo de arrogante. Mas, já está na hora de as mulheres assumirem cargos de governantes, pois, também devemos optar pela mudança porque já temos várias experiências como os homens.
Participante no. 2 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
Outro aspeto relevante demonstrado no grupo focal é a perceção dos participantes de que obstáculos internos aos partidos impedem a ascensão de mulheres e os jovens a cargoso de tomada de decisão. Eles também as condições financeiras exigidas para a candidatura, que, de certa forma, prejudicam o acesso de mulheres e jovens o à disputa eleitoral.
(…) há um ditado em crioulo que diz que tudo aquilo que conseguimos sem esforço não a valorizamos, por isso, os jovens devem conquistar os seus espaços não ficar nas bancadas a lamentar sem ir no campo de ação.
Participante no. 1 no grupo focal em Canchungo. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-27
No geral, as opiniões partilhadas são contrárias a qualquer possibilidade que vise desvalorizar as potencialidades das mulheres e dos jovens mediante concessões de espaços apenas com base em suas condições de gênero ou idade. Defenderam a existência de justiça no acesso às oportunidades como mecanismo para permitir que as mulheres e os jovens conquistem seus lugares nas esferas de tomadas de decisão.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 21% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo e 12% afirmam que há falta de capacidade dos agentes das mesas de voto.
Também foi solicitado que avaliassem o processo eleitoral e, nas suas observações, 21% dos eleitores entrevistados consideram que há a falta de transparência, enquanto 12% apontam a falta de preparo dos agentes das mesas de escrutínio. Embora a questão do recenseamento não tenha tido grande relevância, o recenseamento com testemunha foi apontado como uma possibilidade que reforça os indícios de fraude eleitoral.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Cacheu acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Consoante o gráfico 36, 99% dos eleitores entrevistados na região de Cacheu consideram importantes as questões levantadas no inquérito. Foi um momento que lhes possibilitou expressar opiniões sobre a importância de seus votos eo reflexo da democracia no desenvolvimento do país. O apelo ao cumprimento das regras foi o elemento fundamental na avaliação dos participantes como condição para que a democracia seja efetiva e funcional. Em síntese, nas suas opiniões, “não pode existir a democracia sem justiça, sendo esta um pilar fundamental” para compreender o sentido do voto.
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Biombo
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O primeiro bloco da análise regional de Biombo descreve o perfil sociodemográfico e económico dos 203 eleitores entrevistados nos setores de Quinhamel, Prabis e Safim. A etnia Pepel representa 81% dos inquiridos, seguida de Balanta (6%) e Mancanha (5%). A faixa etária mais representada situa-se entre os 40 e 49 anos (28%), seguida dos 30 a 39 anos (23%). Do total, 54% são homens e 46% mulheres, com uma distribuição religiosa maioritariamente cristã (42%) e animista (20%). Sessenta por cento são casados, sobretudo em uniões tradicionais (56%), e 82% vivem em agregados com menos de 10 eleitores. O nível de escolaridade mais frequente é 10.ª–12.ª classe (21%), mas 22% não sabem ler nem escrever. As principais fontes de rendimento são a agricultura (44%), o comércio (20%), o setor privado (19%) e o setor público (17%).

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias dos eleitores.
A etnia Pepel aparece como o grupo predominante da região com 81%, seguido por Balanta e Mancanha, respetivamente, com 6 e 5%, conforme o gráfico 1.
A etnia Pepel aparece como o grupo predominante da região com 81%, seguida por Balanta e Mancanha, respetivamente, com 6 e 5%, conforme o gráfico 1.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico: 2 Faixa etária
Concernente à faixa etária predominante dos eleitores entrevistados em Biombo, está entre os 40 a 49 anos, que representa 28%, em seguida a dos 30 a 39 anos que representa 23%. Esse grupo etário apresenta um reconhecido dinamismo relativamente aos interesses pelas atividades sociopolíticas e certamente constitui uma fonte importante de informação sobre o processo eleitoral no país.
Concernente à faixa etária predominante dos eleitores entrevistados na região, está entre os 40 a 49 anos, que representa 28%, em seguida a dos 30 a 39 anos, que corresponde 23%. São, na verdade, grupos etários dinâmicos relativamente aos interesses pelas atividades sociopolíticas e, certamente, constituem uma fonte importante de informação sobre o processo eleitoral no país.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Grafico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Relativamente a questão do género, num universo de 203 eleitores entrevistados na região de Biombo, 46% foram do sexo feminino e 54% do sexo masculino. Esse percentual demonstra que houve uma participação equilibrada do género.
Relativamente a questão do género, num universo de 203 eleitores entrevistados na região de Biombo, 46% foram do sexo feminino e 54% do sexo masculino. Esse percentual demonstra que houve uma participação equilibrada.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
No que diz respeito a religiosidade dos eleitores entrevistados nessa região, a cristã representa 42%, seguido da animista com 20%.
No que diz respeito a crença religiosa dos eleitores entrevistados nessa região, a cristã representa 42%, seguida da animista com 20%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
Entre os eleitores entrevistados a maioria tem responsabilidade familiar, segundo as respostas obtidas 60% são casados, 32% solteiros, enquanto 7% são divorciados e 1 % viúvos.
Entre os eleitores entrevistados, a maioria tem responsabilidade familiar, segundo as respostas obtidas, 60% são casados, 32% solteiros, 7% divorciados e 1 % viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de união predominante é baseado em usos e costumes de cada grupo, e representa 56% dos eleitores entrevistados e 41% não souberam responder.
Salienta-se que o casamento ou união a que se refere é baseado, predominantemente, nos usos e costumes de cada grupo e representa 56% dos eleitores entrevistados, ao passo que 41% dos mesmos não souberam responder.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
No gráfico 7, os eleitores foram solicitados a informar a capacidade eleitoral do agregado familiar. Em respostas, 82% afirmam que no seu agregado têm menos de 10 pessoas com capacidade eleitoral e 16% afirmam que têm mais de 10.
No gráfico 7, os eleitores foram solicitados a informar a capacidade eleitoral do agregado familiar. Em respostas, 82% esclarecem que nos seus agregados têm menos de 10 pessoas com capacidade eleitoral e 16% enaltecem ter mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade
Já em relação ao nível de escolaridade dos eleitores entrevistados, de acordo com o gráfico 8, os níveis predominantes são os de 10ª–12ª e 1.ª–4ª classe representado, respetivamente, 21%. É possível ainda constatar que 22% entre os eleitores entrevistados que não sabem ler e nem escrever.
Já em relação ao nível de escolaridade dos eleitores entrevistados, de acordo com o gráfico 8, os níveis predominantes são os de 10ª a 12ª e de 1.ª a 4ª classe, que, infelizmente, representam apenas 21%, um número ao par de 22% dos que não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Num universo de 203 entrevistados, 44% são agricultores, 19% trabalham no setor privado, 17% no setor público e 20% são comerciantes. Em síntese, e de acordo com os dados são cidadãos com alguma ocupação laboral e que direta ou indiretamente têm contribuído para o processo de apoio ao desenvolvimento do país.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar é o domínio das atividades laborais dos eleitores entrevistados. Entretanto, dos 203 entrevistados, 44% são agricultores, 19% trabalham no setor privado, sendo 20% comerciantes e 17% no setor público. Em síntese, e de acordo com os dados, são cidadãos com alguma ocupação laboral e que direta ou indiretamente têm contribuído para o processo de apoio ao desenvolvimento do país. Esta parte introdutória condensa o quadro de informação sobre eleitores da região de Biombo, suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
O segundo bloco aborda a experiência eleitoral e o nível de confiança política em Biombo. Menos de metade dos entrevistados votou regularmente, sendo que 24% já participaram em pelo menos cinco eleições e 22% em três. Trinta e cinco por cento afirmam ter votado nas eleições gerais de 2019, 26% nas de 1994, 22% nas de 1999 e 17% nas de 2014. A distinção entre eleições gerais, legislativas e presidenciais revelou-se pouco clara para muitos, especialmente entre os menos escolarizados. Quanto à fidelidade partidária, 55% votam sempre no mesmo partido (por confiança no partido ou no programa), enquanto 45% alternam, sobretudo devido ao incumprimento de promessas. Sessenta e cinco por cento não acreditam nas promessas eleitorais; entre os que acreditam, a confiança no partido ou no candidato é determinante. Apesar da desconfiança, a maioria reconhece o potencial da democracia para promover a paz, a justiça social e o desenvolvimento.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
A propósito procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos e partidos. Nesse sentido, quando questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que pouco menos de metade teve regularmente a oportunidade de acompanhar o processo eleitoral. E num universo de 203 eleitores entrevistadas, 24% assumiram que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 3 vezes.
Procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos e partidos. Nesse sentido, quando questionados sobre o número de vezes que já votaram, percebe-se que pouco menos da metade conseguiu acompanhar o processo eleitoral. Num conjunto de 203 eleitores entrevistados, 24% assumiram ter votado pelo menos 5 vezes e 22% 3 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 26% afirmam terem votado nas eleições gerais em 1994, 22% nas de 1999 e 17 % nas de 2014.
No que diz respeito à participação nas eleições realizadas no país, 26% confirmaram ter votado nas eleições gerais, em 1994, 22% nas de 1999 e 17 % nas de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 63% afirmam não terem votado em nenhuma eleição legislativa.
Tratando-se do número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 63% confessaram que nunca haviam votado em quaisquer eleições legislativas.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 63% voltaram a afirmar não terem votado nas eleições presidenciais. Uma das coisas que identificamos durante o trabalho no campo são as dificuldades que os eleitores, sobretudo, os não escolarizados apresentaram em decifrar os termos “eleições gerais, legislativas e presidenciais”. Para eles são simplesmente eleições e, praticamente, em todas as regiões constata-se em menor ou maior grau as dificuldades em fazer diferença no tipo de eleição em que votou. E nesse sentido, muito optam por dizer que não chegou a votar ou em não responder a questão.
De igual modo, nas eleições presidenciais, 63% também assumiram a mesma postura, de nunca terem votado nas eleições presidenciais. Outra constatação, durante o trabalho no campo, é a dificuldade que o eleitor, sobretudo, o não escolarizado, apresentou em decifrar os termos “eleições gerais, legislativas e presidenciais”. De acordo com o mesmo, são simplesmente eleições. Essa dificuldade em diferenciar tipo de eleições em que votou, é inerente a uma boa parcela dos eleitores regionais, em menor ou maior grau. Razão pela qual, muitos optam em dizer que nunca votaram ou, simplesmente, em não responder à questão.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 45% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 55% afirmam que têm votado sempre no mesmo partido. Aqui estamos praticamente perante um equilíbrio perante as decisões dos eleitores. Ou seja, há um grupo que se assume como volátil e vota em função das próprias exigências, enquanto o outro cuja decisão não altera em termos de escolha e votam recorrentemente pelas ligações que mantém com o partido.
Também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, nota-se uma ligeira diferença percentual: 45% admitem alternância dos seus votos, mediante as propostas programáticas apresentadas pelos partidos, ou em função das exigências contextuais, ou pela figura do líder da lista para o cargo de futuro chefe de governo. Na outra margem, 55% admitem votos cativos para um determinado partido, podendo concorrer alguns motivos já mencionados para este comportamento estereotipado desses eleitores.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos que os levam a votar sempre no mesmo partido são: 46% afirmam que é por confiança, 38% justificam que é por confiança no programa de governo e 16% manifestam o sentimento de admiração pelo partido.
Os principais motivos, segundo os próprios, que os levam a votar sempre no mesmo partido são: 46% pela confiança, 38% pela qualidade do programa eleitoral/governação e 16% pela fidelidade, valores e sentimentos afetivos pelo partido em causa(admiração).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E para os eleitores entrevistados que afirmam não terem votado recorrentemente no mesmo partido nas eleições, os motivos são as seguintes: 40% porque não cumpriu as promessas da campanha anterior, 36% justificam a falta de confiança no partido e 24% consideram a perda de confiança.
Para os eleitores entrevistados que afirmam não terem votado recorrentemente nos mesmos partidos nas eleições, por seguintes motivos: 40% porque não cumpriram as promessas da campanha anterior, 36% por falta de confiança nos partidos e 24% pela perda de confiança.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de procurarmos observar os principais motivos que influenciam os eleitores a votarem ou não num determinado partido nas eleições, foi também o nosso propósito averiguar o nível de confiança nas promessas eleitorais. E num universo de 203 eleitores entrevistados, 65% afirmam que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.
Além da preocupação de observar os principais motivos que influenciam os eleitores a votarem ou não num determinado partido nas eleições, também se tem o propósito de averiguar o nível de confiança nas promessas eleitorais. E num universo de 203 eleitores entrevistados, 65% atestam descrédito total nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% enfatizam o contrário.
Tal como os eleitores entrevistados, os participantes do grupo focal também não creem nas promessas feitas pelos partidos durante o período da campanha eleitoral. A título ilustrativo daquilo que é o sentimento da maioria, atenham-se à intervenção de um dos participantes:
(…) tudo que nos dizem vai sempre para estaca zero. Porque se é com as promessas que um país se desenvolve, a Guine Bissau estaria a frente da Suíça no desenvolvimento. Quando não conseguirem cumprir as suas promessas tiram desculpas que não foram deixados concluir o mandato. Eu particularmente não acredito nas promessas porque nenhuma delas foi cumprida durante todo esse tempo. Se tiver uma que já foi cumprida gostaria que alguém me dissesse. As promessas de construção de pontes, estradas de Biombo, escolas e centros de saúde grátis todas elas ficaram como mão de sal em água. Apenas fazem promessas e quando ganham esquecem-se tudo. Depois mandam autoridades policiais para nos bater (…).
Participante Nº2, Quinhamel • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
Ainda durante a sessão do grupo focal, um participante exprimiu a sua revolta em relação às promessas feitas durante a campanha eleitoral:
(…) Já estamos cansados das promessas, por isso não vale a pena estarmos a repetir a mesma coisa. Não passa como alguém diz aqui, a fome leva o povo aceitar promessa só por ter recebido alguma coisa do candidato. Mas o único candidato que pode ajudar é aquele que tem pena do povo.
Participante Nº5, Quinhamel • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
Conforme mencionado, foram muitas as promessas feitas pelos partidos e candidatos, mas que nunca foram cumpridas. Os eleitores já não confiam nas justificativas, desejam apenas a implementação de políticas públicas favoráveis que melhorem suas condições de vida.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os eleitores entrevistados que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos, 36% afirmam terem confiança no candidato, 20% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de governo e 43% afirmam que acreditam porque confiam no partido.
No gráfico 18, dentre os entrevistados que acreditam nas promessas dos candidatos durante as campanhas eleitorais, as percentagens e justificativas são estas: 36% pela confiança no candidato, 20% pela apresentação de um bom programa de governo e 43% por acreditarem no partido.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos eleitores entrevistados que afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições, 32% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 68% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Por outro lado, os eleitores entrevistados, que não acreditam nas promessas dos candidatos às eleições, alegaram o seguinte: 32% por falta de confiança no candidato e 68% por incumprimento das promessas feitas em campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Embora manifestaram a falta de confiança nas constantes promessas que têm recebido dos partidos e candidatos, são da opinião de que a democracia quando muito bem exercido pode ser um instrumento fundamental para a construção do bem-estar comum. E quando questionados sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 eleitores entrevistados, 41% afirmam que a democracia serve para construir a paz e justiça social, enquanto 59% afirmam que a democracia serve para promover o desenvolvimento do pais. Basicamente, ambas as leituras são compatíveis os princípios democráticos e os eleitores que a democracia deve servir para assegurar o bem-estar dos cidadãos.
Embora tenha havido muita manifestação de falta de confiança nas constantes promessas dos partidos e candidatos durante as campanhas, também houve demonstração de esperança de um futuro melhor, em que a democracia, quando muito bem exercida, poderá ser um instrumento fundamental para a construção do bem-estar comum. Nessa perspetiva, quando questionados sobre o processo democrático no país, num universo de 203 eleitores entrevistados, 41% dos inquiridos garantiram que a democracia conduz à paz e justiça social e 59% corroboraram que a democracia promove o desenvolvimento do país. Basicamente, percebe-se que ambas as leituras são compatíveis aos princípios democráticos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, os eleitores foram questionados sobre as suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. É interessante observar que, 86% dos entrevistados são categóricos em afirmar que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, mas 9% responderam que o período da campanha eleitoral significa de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 3% afirmam que significa de conflito entre partidos e candidatos. Se por um lado a maioria de eleitores observam a campanha como momento de debate, uma minoria chama a atenção pelo crescimento de tensão e riscos sociais.
Em conformidade com o gráfico 21, foi aplicado um questionário, aos entrevistados, sobre as suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. Nesse enquete, observou-se que 86% dos inquiridos asseguraram que o período da campanha eleitoral abre caminhos para a resolução dos problemas da comunidade; 9% dos votantes declararam que essa fase gera conflitos entre famílias e vizinhos na tabanca e, por fim, 3% garantiram que cria conflito entre partidos e candidatos. Se, por um lado, a maior parte observa a campanha como momento de debate, uma minoria chama a atenção pelo crescimento de tensão e riscos sociais. Portanto, pelos argumentos dos entrevistados, constata-se que não houve dúvidas sobre a essência do período da campanha eleitoral. É consensual que esse período deveria favorecer mais debate de ideias entre candidatos e, a partir disso, conduzir os eleitores à reflexão e ao voto consciente.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O terceiro bloco explora o sentido atribuído ao voto e as influências sobre a decisão eleitoral em Biombo. Para 36% dos entrevistados, votar significa escolher um candidato com programa de desenvolvimento; 32% associam-no à seleção do candidato com melhor programa de governo e outros 32% à escolha do partido que transmite confiança. Noventa e sete por cento afirmam ter votado para contribuir na resolução dos problemas do país, e a maioria declara fazer a escolha de forma pessoal, sem coerção externa. Ainda assim, 72% reconhecem a oferta de bens e dinheiro para angariar votos, destacando-se arroz (35%), camisolas (26%) e dinheiro (18%). Os principais beneficiários destas ofertas são responsáveis locais dos partidos (17%) e as comunidades (16%).

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Biombo. Assim sendo, num universo de 203 entrevistados/as, 32% afirmam que, para eles, o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo; 36% afirmam que significa eleger o candidato com programa para o desenvolvimento; e 32% afirmam que significa eleger o partido que transmite confiança.
Nesta parte, procurou-se observar as influências que os eleitores sofrem na hora de votar. O propósito é saber até que ponto eles são autónomos e não se deixam monopolizar nesse momento de decisão. Entretanto, foi com base nessa preocupação que se aplicou um questionário aos eleitores de Biombo sobre o significado do voto. Assim sendo, num universo de 203 eleitores entrevistados, 32% alegaram que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo; 36% elegem o candidato com programa para o desenvolvimento e 32% o partido que transmite a confiança.
E como forma de dar mais realce a sua tese, durante o grupo focal, um dos participantes acrescentou:
«(…) é necessário fazer campanhas de sensibilização para informar o que é a democracia, a fim de evitar aliciamento, que alguém aceite um saco de arroz em troca de voto. Esses comportamentos afetam todos nós.»
Participante n.º 4, grupo focal em Quinhamel • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
A sugestão acima foi partilhada por diversos participantes, tanto nas entrevistas individuais como nas reuniões de grupos focais. Também, faz-se importante frisar que houve muita solicitação ao Fórum de Paz, para realizar tais tarefas, principalmente nas comunidades onde a informação é escassa.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justificam o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 97% dos eleitores entrevistados assumiram ter votado por reconhecerem no candidato uma oportunidade para resolver os problemas do país. Essa postura dos eleitores deixa alguma indicação substancial sobre suas perceções e valorização do voto.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação à orientação na hora de votar, das respostas obtidas, os/as entrevistados/as afirmam que a orientação do voto vem por parte do marido (4%).
Em relação à orientação na hora de votar, 97% não souberam responder e algumas respostas obtidas por parte dos eleitores entrevistados não obtiveram significância. Na verdade, procurando interpretar as suas reações, pode-se concluir que muitos não admitiram aliciamento e influência no voto, como mais a frente será constatada.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido
Entre os que não escolheram a opção anterior, 85% afirmaram que a orientação de voto é pessoal.
Entretanto, conforme esperado, na lista dos que não escolheram as opções acimas, 85% argumentaram que a orientação de voto é pessoal. Dito de outro modo, os interlocutores alegaram fazer a escolha por vontade própria, sem coação de outrem.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido
Percebe‑se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, também não reconheceram a existência de mecanismos coercitivos tradicionais, conforme aponta o gráfico 26, nas suas decisões de voto. As respostas obtidas sobre a questão em causa não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos
Além de serem influenciados/as de alguma forma, 72% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar votos nas comunidades.
27 Embora não rejeitem a possibilidade de haver alguma influência nas suas decisões de voto, 72% dos eleitores entrevistados em Biombo confirmaram que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais e dinheiro para angariar votos nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos
Os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: arroz (35%), camisolas (26%) e dinheiro (18%).
No gráfico 28, foram listados, em percentuais, os principais produtos, incluindo o alimentício, oferecidos para angariar votos nas comunidades em que 35% dos inquiridos consideram o arroz, 26% as camisolas e 18% o dinheiro.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as, são: a comunidade (16%) e o responsável local do partido (17%).
Os questionados não só mencionaram os produtos colocados à disposição da comunidade, como também apontaram os principais beneficiários. Conforme o gráfico 29, 17% dos inquiridos confirmaram que o principal beneficiário, durante a campanha eleitoral, é o responsável local do partido e 16% à comunidade. Neste ponto, ficou evidente a negação, por parte de eleitores entrevistados, de influência de terceiros ou de uso de mecanismos coercitivos na hora de votar. Contudo, admitam a disponibilização de produto alimentício, materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral, com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
O quarto bloco recolhe opiniões sobre os requisitos e o funcionamento democrático no país entre o eleitorado da Região de Biombo. Noventa e oito por cento defendem um nível mínimo de escolaridade para deputados e membros do governo, sobretudo para garantir boa liderança, melhores decisões e alfabetização. A insatisfação com o desempenho democrático é elevada: 79% consideram-no mau e nenhuma instituição alcança 50% de confiança, embora a Liga Guineense dos Direitos Humanos (27%) e a Presidência da República (22%) se destaquem. A maioria (93%) apoia a participação de mulheres e jovens em cargos de decisão, como forma de melhorar a governação e combater discriminações. Quanto ao processo eleitoral, 21% apontam falta de transparência e 11% pedem mais programas de sensibilização. Para 96%, a participação neste inquérito foi considerada importante.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, 98% dos/as entrevistados/as afirmam que sim, deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Neste ponto, evidencia-se o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos e as suas perceções em relação ao papel das instituições e/ou organização no desempenho democrático no país. Por conseguinte, fez-se imprescindível questionar aos votantes sobre o nível de preparo dos cidadãos que procuram ascender aos cargos públicos. A questão aplicada no questionário foi esta: Será que enquanto cidadãos temos o direito de assumir grandes responsabilidades, cargos públicos, independentemente do nosso nível de preparo? Em resposta, os eleitores entrevistados não tiveram dúvidas, 98% julgaram ser necessário haver um nível mínimo de escolaridade como condição para o acesso aos cargos públicos, nomeadamente, de deputado ou membro de governo.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima
De acordo com o gráfico 31, os/as entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima pelos seguintes motivos: para ser um bom líder (36%), para tomar as melhores decisões (21%) e porque ler e escrever é importante (43%).
No gráfico 31, pode ser constatado que os eleitores entrevistados consideram pertinente a implementação de um nível de escolaridade mínima para deputados e membros do governo pelos seguintes motivos: 36% destacaram sua relevância para uma boa liderança; 21% sua importância na tomada de decisões e 43% limitaram-se em frisar, somente, a importância de saber ler e escrever.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país
Analisando o gráfico 32, percebe‑se que 79% dos/as entrevistados/as afirmam que o desempenho democrático no país é mau e 21% afirmam que é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático foi manifestada na perda de confiança, dos eleitores, nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e a vulnerabilidade institucional, certamente, reforçam essa descrença. Analisando o gráfico 32, é possível constatar que 79% dos eleitores entrevistados apontam para um péssimo desempenho democrático no país e 21% para um bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspiram mais confiança
A Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar (27%), seguida da Presidência (22%) e dos tribunais (19%).
Em relação à confiança que as instituições do país transmitem, e em conformidade com o gráfico 33, a organização da sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, aparece como a mais credível por parte dos eleitores entrevistados, com 27% dos votos, seguida pela Presidência da República, que obteve 22%. Em síntese, reconhece-se um baixo nível de confiança dos inquiridos em Biombo, visto que nenhuma instituição alcançou, pelo menos, 50% de aprovação.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para mulheres e jovens assumirem cargos políticos
Verifica‑se que 93% dos/as entrevistados/as afirmam que se deve começar a dar oportunidades a mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Sobre a participação de mulheres e jovens nas esferas de tomada de decisão, conforme o gráfico 34, 93% dos eleitores entrevistados são favoráveis a uma iniciativa de políticas que permitam democratizar o acesso desses dois grupos aos cargos públicos e políticos.
Os participantes no grupo focal defendem a abertura para a participação de mulheres e jovens nas esferas de tomadas de decisões importantes, como forma de melhorar a governação. Nessa ótica, um dos participantes defendeu o seguinte:
«(…) aqui, neste país, ninguém se interessa pelas mulheres. Elas não são valorizadas como merecem. Se a elas forem dadas oportunidade, poder, acredito que irão fazer muitas coisas benéficas para o povo, para o país inteiro.»
Participante n.º 5, grupo focal em Biombo • Entrevista de grupo focal • 2022-08-10
Ficou evidente o reconhecimento de que a esfera de tomada de importantes decisões precisa abrir portas à representatividade e, de igual modo, salvaguardar os direitos das mulheres, pondo-se fim as várias situações de discriminação e abuso contra mulheres.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné‑Bissau
21% afirmam falta de transparência ao longo do processo; 11% defendem aumentar programas de sensibilização; 11% apontam atraso na divulgação de resultados; 13% pedem recenseamento em todas as comunidades; 17% consideram que o sistema não respeita a vontade do povo.
A maneira como tem sido organizada o processo eleitoral mereceu atenção dos eleitores. Conforme o gráfico 35, 21% dos eleitores entrevistados confirmaram haver falta de transparência ao longo do processo de votação. Já 11% dos inquiridos solicitaram reforço nos programas de sensibilização sobre o processo eleitoral.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito
96% dos/as entrevistados/as na região de Biombo acreditam ser importantes as questões colocadas no inquérito.
Por fim, em relação à pertinência deste estudo, 96% dos eleitores entrevistados, na região de Biombo, consideram relevantes as questões colocadas nesse enquete. Apenas 4% desconsideram sua importância. Entre muitas observações a destacar, a preocupação com o incumprimento das regras democráticas foi bastante referida e registada como elemento transversal, assim também a constatação de haver alguma cautela, preocupação e zelo da parte dos eleitores, dessa região, no ato de voto.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
O Setor Autónomo de Bissau (SAB) é a capital política, administrativa e económica da Guiné-Bissau, composta por mais de duas dezenas de bairros e seis círculos eleitorais. Como centro urbano do país, reúne praticamente todas as etnias, com predominância de Balanta e Pepel, e concentra 27% do eleitorado nacional, elegendo 20 deputados para o parlamento.
- Eleitores 2018
- 207.659
- Questionários
- 1.034
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto no Setor Autónomo de Bissau
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O SAB, sendo o coração da vida política e social do país, apresenta uma população diversificada e ativa. A faixa etária predominante situa-se entre 30 e 49 anos, revelando um eleitorado relativamente jovem e ainda dinâmico. A distribuição de género é equilibrada, com presença marcante de mulheres, e a maioria identifica-se como cristã, seguida pela muçulmana. O casamento por usos e costumes continua a ser a forma mais comum de união, refletindo a persistência das tradições. Em termos de ocupação, destacam-se o setor público e o privado, ambos com forte peso, ao lado do comércio e da agricultura, sinalizando cidadãos integrados no tecido socioeconómico urbano.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo no SAB é a etnia Balanta, representada por 18% em seguida é a etnia pepel, representada por 16%.
Como era de se esperar, o SAB na qualidade do centro de todas as dinâmicas sociocultural, económica e política, representa por inerência um lugar de encontro de etnias e culturas da Guiné-Bissau. Contudo, no âmbito desse estudo as etnias predominantes entre os eleitores entrevistados são Balanta e Pepel, respetivamente, com 18 e 16%, conforme ficou representado no gráfico 1.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária.
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representada por 26%, em seguida a faixa dos 40 a 49 anos, representada por 24%.
Entre os eleitores entrevistados, a faixa etária predominante se encontra entre os 30-39 anos, que representa 26%, em seguida a dos 40-49 anos, que representa 24%. Ou seja, uma faixa relativamente jovem na qual pode ser encontrado cidadãos ainda com dinâmicas e disposições para o associativismo e política.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 1034 entrevistados/as no setor autónomo de Bissau, 43% foram do sexo feminino e 57% do sexo masculino.
Em termos de participação de género constata-se um quadro relativamente equilibrado. E num universo de 1.034 eleitores entrevistados no SAB, 43% são do sexo feminino e 57% masculino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 57%.
Relativamente à religião dos eleitores entrevistados a cristã representa 57%, seguido da muçulmana com 36%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 55% são casados (as), 33% são solteiros (as), 3% são divorciados (as) e 8% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 55% casados, 33% solteiros, 3% divorciados e 8% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 53%.
No SAB, o tipo de casamento predominante baseia-se igualmente em usos e costumes de cada etnia, representado por 53%. Essa modalidade de casamento demonstra que os habitantes preferem seguir os costumes e as tradições para uniões matrimoniais, pese embora muitos procuram, posteriormente, “oficializar” a união perante o Estado, através do casamento civil.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral.
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 76% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 24% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente, todos os eleitores entrevistados têm alguém no seu agregado familiar com capacidade eleitoral. Em respostas obtidas, 76% afirmam que têm menos de 10 pessoas que podem votar e 24% afirmam que têm mais de que 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no SAB é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 26% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 14%. E ainda se nota que 12% dos entrevistados/as possuem curso superior.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados no SAB está entre 10ª – 12ª classe, representado por 26%, em seguida, entre 7.ª – 9ª classe, representado por 14%. Vale ressaltar que 12% dos eleitores entrevistados possuem a formação superior ou estão a cursar.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 1034 entrevistados/as, 16% são agricultores/as, 33% trabalham no setor privado, 32% no setor público e 19% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Num universo de 1.034 entrevistados, 33% são do setor privado, 32% atuam no setor público, 19% são comerciantes e 16% praticam a agricultura. Em termos gerais são cidadãos com ocupação e que têm contribuído “direta ou indiretamente” para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país.Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores do SAB e a seguir vai ser observada suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Os eleitores do SAB apresentam uma experiência consolidada em diferentes ciclos eleitorais, mas as perceções sobre candidatos e partidos são ambivalentes. Uma parte do eleitorado mantém fidelidade partidária, por convicção ou identidade política, enquanto outra parte altera o voto em função do desempenho dos representantes e do cumprimento das promessas. Nas discussões coletivas emergiu forte desconfiança: muitos consideram que os compromissos eleitorais raramente se concretizam, traduzindo-se em palavras vazias. Ainda assim, persiste a expectativa de mudança e a exigência de maior responsabilidade. Alguns participantes defenderam que, perante promessas incumpridas, os cidadãos devem ter a coragem de votar de forma diferente.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 1034 entrevistadas/os, 24% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 22% pelo menos 6 vezes.
A propósito procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. Relativamente ao número de vezes que experimentaram o processo eleitoral, quando questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 1.034 eleitores entrevistados, 24% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes, 22% pelo menos 6 vezes e 22% admitem ter votado duas vezes. Perante esse cenário, admite-se que estamos perante cidadãos com experiência sobre o desenrolar do processo eleitoral no país.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 4% nas eleições de 1999, 13 % nas eleições gerais de 2014 e 97% nas eleições gerais de 2019.
Em relação as eleições gerais realizadas no país, 16% afirmam terem votado em 1994, 4% em 1999 e 13% em 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 30% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.
Já em relação às eleições legislativas, 30% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado pelo menos 5 vezes, enquanto 23% admitem que já votaram 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 30% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais 30% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado pelo menos 5 vezes, enquanto 23%, admitem terem votado 6 vezes. No geral pode-se concluir que houve da parte dos eleitores nessas três modalidades eleitorais uma participação equilibrada que os permitem fazer alguma leitura sobre o processo, contudo parece-nos que tiveram dificuldades em entender o termo “eleições gerais” como foi em outras regiões.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 47% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 53% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação ao partido. Nesse sentido, de acordo com o gráfico, 47% dos inquiridos afirmam que não votam sempre no mesmo partido, contrário de 53% que afirmam votar recorrentemente no mesmo partido. Como sempre foi constatado nas outras regiões, SAB também não foge a essa quase disputa bipolarizada e equilibrada da parte de eleitores que assumem a fidelidade, contra os que são mais voláteis em termos de escolha.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (31%), confiança no programa de Governo (31%) e militância (37).
Entretanto, conforme o gráfico 15, os principais motivos que levam a alguns eleitores a votarem sempre no mesmo partido são: 37% justificam que é por militância, 31% enfatizam a confiança no partido e 31% consideram a confiança no programa de governo. Apesar de muitos eleitores terem demonstrado insatisfação e desilusão com os partidos e candidatos, muitos ainda acreditam ou votam pelo que acreditam ser possibilidade de mudança positiva para o país e não só pelo simples dever cívico de se recensear e votar.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (40%), falta de confiança no partido (31%) e não falam a verdade (29%).
Entretanto, já para os entrevistados que não votam sempre no mesmo partido, 40% afirma que tomam essa decisão por falta de cumprimento com as promessas da campanha anterior, 31% consideram que isso acontece quando já não têm a confiança no partido e 29% dizem que assumem essa postura quando compreendem que não estão a dizer verdade.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as no SAB. Num universo de 1034 entrevistados/as, 61% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 39% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciam os eleitores a votarem ou não num determinado partido, o estudo procurou ainda compreender o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais dos candidatos. Assim, 61% entrevistados afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos e 39% afirmam acreditarem.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 43% afirmam ter confiança no candidato, 34% afirmam ter confiança no programa de Governo do partido e 23% afirmam ter confiança no partido.
Sobre motivos que levam eleitores a acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, as justificativas são essas: 43% afirmam ter confiança nos candidatos, 34% afirmam ter confiança no programa de governo do partido e 23% afirmam ter confiança no partido.
Ainda sobre essa questão, durante o encontro do grupo focal, um participante disse o seguinte:
(…) votamos no partido que acharmos capaz de trazer o desenvolvimento para o país. Muita das vezes votamos por gostar simplesmente de alguém que está num partido sem pensar na sua capacidade para trabalhar a mudança de vida da população. Existe também uns que votam num partido por ter recebido oferta temporal. Por isso, acho que a população deve criar um grupo forte e imparcial para lhes defender, isso porque a maioria da população não sabe o significado do voto.
Também dizem para ver os programas, mas isso só não basta. Porque podem apresentar bons programas e depois de ganhar não cumprirem aquilo está escrito. Caso isso acontecer, na
próxima eleição a resposta deve ser não votar em quem não cumprir com o seu programa. Só assim vamos poder avançar.Participante no . 10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 37% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato, 47% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores e 15% afirmam que não acreditam porque eles fazem falsas promessas.
Em relação aos motivos que levam eleitores a não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, 37% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato, 47% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores e 15% afirmam que não acreditam por falsidades das promessas.
No concernente ao processo democrático na Guiné-Bissau, os eleitores entrevistados foram solicitados para opinarem sobre o que pensam que a democracia pode construir. Em respostas obtidas, 69% dos entrevistados afirmam que a democracia serve para construir a paz e justiça social, enquanto 31% consideram que a democracia serve para o desenvolvimento do pais. E na reunião do grupo focal um participante112 enfatiza que muitos eleitores não vislumbram o real sentido do voto e ainda disse o seguinte:
(…) muita gente vota só por votar, ou porque acha que obrigatoriamente deve votar, sem perceber a razão do voto. Por isso que a governação não está boa. Eles não sabem que devem sair a rua para pedir ou exigir os seus direitos, porque não sabem que podem exigir os seus direitos.
Participante no . 7 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 1034 entrevistados/as, 69% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 31% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
No geral, as duas observações indicam que os eleitores não têm dúvidas sobre o que a democracia é capaz de fazer para favorecer o bem comum dos cidadãos. Reconhecidamente, as dinâmicas democráticas podem estar com algumas dificuldades, mas talvez não são por incompreensão dos eleitores sobre o que pode fazer a democracia e isso ficou em suas próprias respostas.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 66% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 17% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmam que significa disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos.
Após terem justificado aquilo que a democracia é capaz de construir, os eleitores entrevistados foram ainda solicitados para refletirem sobre o que para eles significa o período da campanha eleitoral. Como sempre demonstraram, 66% afirmam que é uma oportunidade para apresentarem suas preocupações aos partidos e candidatos, enquanto 17% consideram que significa período de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmam que significa o período de disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos. Obviamente que são todas as manifestações que ocorrem em todos os cantos do país durante a campanha eleitoral
Essa preocupação foi ainda reforçada por um participante no grupo focal, que chamou a atenção pelos riscos que o comportamento dessa natureza pode causar na sociedade justificando que:
(…) com a democracia temos divisão na família, na etnia, na religião e na comunidade entre outros que não recordo… isso tudo está no relacionamento desigual entre as pessoas que não são da mesma ala política, o que está a contribuir para surgimento do ódio, espaços para insultos e negociatas, etc.
Participante no . 10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Apesar de outras indicações, a compreensão da ideia do que deve significar o
período da campanha para os eleitores deixa preocupação que, aliás, foi
manifestada pelos eleitores.
Grosso modo, os eleitores não só demonstraram que têm o entendimento das
relações que são estabelecidas com os políticos durante e depois da
campanha política, mas também chamaram a atenção para os riscos de
inversão do sentido e significado que é esperado de uma campanha eleitoral.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
No SAB, o voto é visto como instrumento de mudança e resolução de problemas, mas a sua prática está longe de ser totalmente livre. Entrevistados relataram influências familiares, de líderes comunitários e de partidos que procuram orientar a escolha dos eleitores. Em muitos casos, tais influências traduzem-se em ofertas materiais ou promessas imediatas, apontadas como tentativas de compra de votos. Também surgem referências a ameaças ou intimidações, que fragilizam a autonomia individual. Apesar disso, predomina a convicção de que o voto deve ser pessoal e soberano, refletindo o desejo de participação ativa na vida política e de afirmação da cidadania.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo no SAB. Assim sendo, num universo de 1034 entrevistados/as, 47% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de Governo.
Nessa parte procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Ou seja, até que ponto eles são autónimos para decidir em quem votar sem se deixarem ser influenciados pela decisão de terceiros. Por isso, a questão que os eleitores foram colocados visa essencialmente saber o que significa o ato de votar para eles. O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para os eleitores do SAB. Assim sendo, num universo de 1034 entrevistados/as, 47% afirmam que para eles, o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo, 31% pauta pelo candidato com melhor programa de governo e 22% para o partido que transmite confiança.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 98% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Sobre o exercício de voto, 98% dos eleitores entrevistados afirmam que votam nas eleições porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Tal como tem sido verificado, as outras questões acabaram por perder a significância, visto que os eleitores não as elegem como motivo para a sua decisão de voto.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se pelo o gráfico 24 que os eleitores não assumiram qualquer influência.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 95% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 95% afirmam que a decisão de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas tradicionais e religiosas coercitivas que os influenciam a votar. Percebe-se pelo gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 1034 respostas, 74% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Embora não admitiram a influência de terceiros nas suas decisões de voto, 74% dos eleitores entrevistados admitem que os partidos e candidatos fazem a disponibilização de bens materiais para angariar votos durante a campanha eleitoral e 26% afirmam desconhecer o facto. E a questão que se coloca é a seguinte: por quê que os partidos e candidatos têm persistido nessa estratégia de “doação” de materiais diversos durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões poderão ajudar a compreender até que ponto os eleitores não são autónimos em decidir livremente o seu voto. E a maioria apresenta alguma limitação em termos de compreensão do significado que um ato de votar pode significar na sua própria vida.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: camisolas (24%), arroz (31%) e dinheiro (19%).
Portanto, segundo o gráfico 28, vê-se que os bens mais doados com a finalidade de angariar votos nos bairros são: 31% justificam que é o arroz, 24% consideram que são as camisolas e 19% acreditam que é o dinheiro. Obviamente, nem todos os partidos e candidatos conseguem se sentir satisfeitos com o retorno do investimento feito. Aliás, conforme acima exposto, não basta apenas levar os bens para garantir o voto dos eleitores, e o SAB talvez por concentrar a maior parte da massa critica nacional, a situação de compra de consciência é menos visível se comparado com outras regiões.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: o responsável local do partido (21%) e ou jovens (14%).
Entretanto, pelo gráfico 29, é possível verificar que os principais beneficiários de acordo com as leituras dos eleitores entrevistados são: 21% consideram que é o responsável local do partido e 14% consideram que é responsável da juventude.
Diante das circunstâncias, muitos eleitores têm noção do porquê da pressão das lideranças sobre a população para votar de acordo com o interesse alheio. Por isso, um participante114 do grupo focal procurou diferenciar os factos que ocorrem nas regiões com os de Bissau:
Influência de terceiro para quem não percebe pensa-se que isso acontece só nas comunidades e com pessoas que não têm a oportunidade de estudar. Mas, isso não corresponde a verdade, senão vejamos tipos de influências que é comum em Bissau. Os que não têm nível de escolaridade são enganados e não influenciados por lhes faltarem o conhecimento sobre tal assunto. E nas instituições públicas e privadas dizem se ganharmos vais subir da posição ou promessas de nomeação e ainda há aqueles que são obrigados a se inscrever como militante num partido para conseguir garantir o emprego.
Participante no.10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Obviamente, para cada público eleitor utilizam um determinado mecanismo
para influenciar a decisão de voto e esse eleitor acabou por narrar a forma
como os servidores públicos acabam por ser coagidos nos seus serviços para
apoiar determinados partidos e candidatos.
Nessa parte ficou evidente o não reconhecimento por parte de eleitores
entrevistados de influência de terceiros ou de uso de mecanismos coercitivos
na hora de votar. Mas, acabaram por admitir influencias mediante a
disponibilização de cargos, empregos, bens materiais e dinheiro durante o
período da campanha eleitoral nas instituições e nos bairros com o propósito de
influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Entre os cidadãos de Bissau, destaca-se a ideia de que deputados e dirigentes políticos devem ter escolaridade mínima, entendida como condição para governar com competência. Mas o tema divide opiniões: enquanto alguns defendem tal requisito, outros lembram que dirigentes com estudos cometeram igualmente erros graves. A perceção sobre a democracia é marcada pela insatisfação: a maioria classifica o desempenho institucional como fraco, apontando falta de credibilidade e de resultados. Apenas a Liga dos Direitos Humanos surge como entidade amplamente respeitada. Em contrapartida, existe forte consenso em favor de maior participação de mulheres e jovens, bem como de maior transparência no processo eleitoral.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 96% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito aos seus níveis de preparo e, também ao desempenho democrático no país. Sobre o nível de escolaridade, os eleitores entrevistados consideram de fundamental para a melhoria do desempenho da democracia e de instituições democráticas. Não tiveram qualquer dúvida sobre a importância da escolaridade para deputados e membros do governo, e 96% afirmam que aprovariam a ideia como requisito para o acesso aos cargos públicos.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (43%), para poder tomar as melhores decisões (21%), para ter a capacidade de governar melhor (15%) e é importante daber ler e escrever (21%).
No que diz respeito à instrução escolar, os entrevistados afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínimo para deputados e governo pelos seguintes motivos: 43% justificam que é importante para se poder ser um bom líder, 21% consideram que é fundamental para se poder tomar as melhores decisões, 15% acham que isso ajuda para ter a capacidade de governar melhor e 21% justificam que é importante saber ler e escrever. Grosso modo, a utilidade de instrução escolar, conforme a visão dos eleitores é fundamental para uma boa conceção de políticas e projetos públicos.
Apesar de uma concordância em estipular um nível mínimo de escolaridade como critério de acesso a cargos públicos, na opinião dos participantes no grupo focal, a medida caso posta em prática, será meramente excludente. E para um dos participantes:
(…) para mim isso não devia ser questão hoje na Guiné-Bissau, porque não somos nós que estamos na vida da escola, mas é a escola que está em nossa vida. Por isso, não devemos criar uma sociedade em que outros vão ficar de fora por causa das suas limitações escolares.
Participante no .10 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Numa leitura um pouco diferente do anterior interveniente, mas com uma postura crítica ao critério que reconhece a competência, um outro participante que:
É preciso verdade para falar de nível de escolaridade, porque são gentes com nível é que mais cometem atrocidades em relação pessoas com baixo nível de escolaridade. Por isso, proponho até 9.º ano ou até mesmo 6.º ano é bom. O maior problema é de disciplinar o setor político, sobretudo, no parlamento porque é ali que passa vários diplomas para votação.
Participante no.8 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
O menosprezo pela importância do papel que a escola e a competência devem
desempenhar na estruturação da sociedade guineense tem ganhado
visibilidade cada vez mais no âmbito do debate político. E alguns eleitores
acreditam que o acesso ao espaço público de tomada de decisão deve ser livre
para qualquer cidadão, sem levar em consideração o seu nível de preparo.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 76% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 20% afirmam que o desempenho democrático é bom.
E quando foram solicitados para manifestar satisfação sobre o desempenho da democracia no país, conforme se vê no gráfico 32, 76% dos eleitores entrevistos afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 20% afirmam que o desempenho é bom. O histórico da democracia tem causado nos eleitores muita deceção e descrença na vontade de autores políticos em se apropriarem de princípios dos valores democráticos para promover um desenvolvimento sustentável. Mas, a persistente instabilidade acaba por ser um fator de obstáculo no desempenho governativo.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a força de defesa (13%) e a presidência (11%).
A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do pais. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional, levou os eleitores entrevistados a manifestarem a sua falta de confiança no desempenho das instituições do país. E em relação a confiança que as instituições do país transmitem aos eleitores entrevistados, a Liga Guineense dos Direitos Humanos em representação das organizações da sociedade civil aparece como a mais credível com 28%, seguida das Forças de Defesa com 13% e Presidência da República com 11%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 93% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do género. Durante a IXa legislatura foi aprovada no parlamento a lei no.4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma quota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, não houve por parte dos partidos o cumprimento com as diretrizes da legislação. E perante a manifesta resistência masculina procurou-se questionar aos eleitores o que pensam sobre participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. E de acordo com o gráfico 34, verifica-se que 93% eleitores entrevistados são de opinião que deviria começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
A leitura dos participantes no grupo focal coincide com a preocupação dos entrevistadas. Contudo, existe uma posição consensual dos eleitores face a participação política das mulheres e dos jovens, uma participante no grupo focal enfatizou a questão do preconceito contra mulheres como a maior barreira:
(…) a oportunidade que várias vezes é falada trata de dar as mulheres o espaço para lutar e conquistar lugares cimeiros na política. De igual modo com os homens. Existem preconceitos em relação a equidade de género que devem ser quebrados e chamar a atenção que a lei existe e deve ser cumprida em todas as esferas da sociedade (…)
Participante no.8 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Já em relação aos jovens, embora os participantes no grupo focal reconheceram que deveria haver a inclusão dos dois grupos, consideram que os jovens precisam se adequar a uma postura que o faça beneficiar dos seus direitos. Segundo um dos participantes:
(…) os jovens guineenses têm uma participação política negativa de modo que não conseguem reclamar os seus direitos. Eles exercem a cidadania, mas não cumprem os deveres que lhes assistem em ter boa escola para estar a altura de concorrer no mercado. Eles pensam que ter acesso ao emprego é militar nos partidos (…).
Participante no.9 no grupo focal em Bissau. • Entrevista de grupo focal • 2022-08-03
Os participantes reconheceram a necessidade de democratizar a esfera de tomada de decisão com a participação de mulheres e jovens, no entanto, apontaram barreiras que precisam ser quebradas para legitimar o acesso, mas que em caso dos jovens dependem apenas deles.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 39% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 21% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 31% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.
Em relação ao processo de voto no país, 39% dos eleitores entrevistados denunciam a falta de transparência ao longo do processo, 21% afirmam que deveria ser reforçado os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 31% demonstram preocupados com a situação de atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 100% dos entrevistados/as no SAB afirmaram serem importantes as questões colocadas no inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 100% de eleitores entrevistados no SAB acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito. Foi talvez um momento que lhes possibilitaram emitir opiniões sobre o que pensam a respeito da importância de seus votos e também do reflexo da democracia no desenvolvimento do país. Nessa parte, foi abordado aspetos estruturantes da dinâmica democrática, com enfase nas questões de nível de escolarização dos responsáveis públicos, credibilidade das instituições e problemática de género. Todas essas questões mereceram uma observação dos eleitores que consideram que a democracia precisa ser valorizada para permitir a sua consolidação.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A Região de Oio, no norte da Guiné-Bissau, reúne os setores de Farim, Bissorã, Mansaba, Mansoa e Nhacra. Com predominância de Mandinga e Balanta, e um eleitorado jovem, elege 16 deputados para o parlamento.
A agricultura é a base da economia, mas a confiança política e institucional permanece frágil. Ainda assim, os eleitores valorizam o voto como instrumento de mudança e pedem mais espaço para mulheres e jovens.
- Eleitores 2018
- 109.179
- Questionários
- 530
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Oio
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
O retrato de Oio revela uma região marcada pela diversidade étnica, com predominância de Mandinga e Balanta. A faixa etária mais representada situa-se entre os 30 e 39 anos, confirmando o peso de uma juventude ativa, ainda que acompanhada de gerações mais velhas. Embora os homens sejam maioria entre os inquiridos, a participação das mulheres é reconhecida como significativa. O islão predomina como religião, seguido pelo cristianismo, refletindo a composição cultural regional. A maioria é casada em uniões tradicionais, vive em agregados pequenos e apresenta escolaridade intermédia, ainda com forte presença do analfabetismo. A agricultura é a principal fonte de rendimento, complementada pelo comércio e pelos setores público e privado.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Oio é a etnia Mandinga, representada por 30%.
Tanto quanto a região de Cacheu, a de Oio também congrega uma diversidade étnica em termos de ocupação do território bem demarcado pelos diferentes grupos, no entanto, segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é Mandinga que representa 30%, seguido de Balanta com 24%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representada por 36%, em seguida a faixa dos 40 a 49 anos, representada por 23%.
A faixa etária dos eleitores entrevistados nessa região se é de 30-39 anos, representada por 36%, em seguida a de 40 a 49 anos, representada por 23%. Ou seja, tal como nos outros lugares, encontrou-se uma população relativamente jovem que se interessa pelas dinâmicas associativas e sociopolíticas.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 530 entrevistados/as na região de Oio, 40% foram do sexo feminino e 60% do sexo masculino.
E num universo de 530 eleitores entrevistados na região de Oio, 40% foram do sexo feminino e 60% do sexo masculino. Embora houvesse o desequilíbrio em termos de género, a participação das mulheres é igualmente reconhecível.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a Muçulmana, representada por 60%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a Muçulmana, representada por 60%, seguida por cristã com 35%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 68% são casados (as), 25% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que a maioria são pessoas com responsabilidade familiar e social, sendo que 68% são casados, 25% de solteiros, 2% de divorciados e 6% são viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 93%.
Entre os casados, o tipo de união predominante é o baseado em usos e costumes, representado por 93%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 78% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 22% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente todos os eleitores entrevistados têm alguém no agregado familiar com capacidade eleitoral. E nessa região 78% afirmam que no seu agregado têm menos de 10 pessoas que podem votar, enquanto 22% afirmam que têm mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 24% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe e 1.ª – 4ª classe, ambos representado por 12%. E ainda se nota que 15% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
Já no que concerne a escolaridade dos eleitores entrevistados e, de acordo com o gráfico 8, o nível predominante nessa região é de 10ª – 12ª classe, representado por 24%, em seguida o de 7.ª – 9ª classe e 1.ª – 4ª classe, ambos representados por 12%. E ainda se nota também que 15% não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 530 entrevistados/as, 51% são agricultores/as, 12% trabalham no setor privado, 21% no setor público e 16% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. E num universo de 530 entrevistados, 51% são agricultores, 12% trabalham no setor privado, 21% no setor público e 16% são comerciantes. Em síntese, e de acordo com os dados, percebe-se que são cidadãos com ocupação que, direta ou indiretamente, têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Em Oio, a experiência eleitoral é ampla, mas marcada por sentimentos mistos em relação a candidatos e partidos. Muitos eleitores mantêm fidelidade partidária, frequentemente ligada a fatores étnicos ou religiosos, enquanto outros mudam de opção diante do incumprimento de promessas. A maioria não acredita nas promessas eleitorais: percebem-nas como estratégias de captação de votos, sobretudo quando tocam em necessidades básicas como água e energia. Apesar da desconfiança, permanece a esperança de que algum candidato responda a problemas concretos, em especial aqueles que afetam diretamente as mulheres e a vida familiar.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 530 entrevistadas/os, 29% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 20% pelo menos 4 vezes.
A propósito procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. Nesse sentido, quando foram questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 530 eleitores entrevistados, apenas 29% assumem que já votaram 5 vezes e 20% 4 vezes. Mas, olhando para o gráfico vamos poder perceber que embora o percentual não é assim muito equilibrado em termos de participação, pode-se reconhecer que a existência de experiência eleitoral.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 10% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 6% nas eleições de 1999, 12% nas eleições gerais de 2014 e 72% nas eleições gerais de 2019.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 10% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 6% nas de 1999 e 12% nas de 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 31% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 31% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 31% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais, 31% dos eleitores entrevistados afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 44% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 56% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. E segundo o gráfico 14, verifica-se que 44% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 56% afirmam que têm votado sempre no mesmo partido. Aliás, quando formos, por exemplo, consultar o histórico de dados eleitorais do país, vamos constatar a realidade. Quer na região de Oio como noutras regiões que existem eleitorados fixos que têm mantido a fidelidade a um determinado partido e candidato, na maioria dos casos, por motivos étnicos e religiosos.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no pograma de Governo (22%) e militância (25%).
E quando se procurou saber quais os principais motivos que os levem a votar sempre no mesmo partido, as razões são essas: 48% consideram por confiança no partido, 22% justificam por confiança no pograma de governo e 25% afirmam que é por militância.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (38%), não falam a verdade (44%) e a falta de confiança no partido (18%).
E já para os eleitores entrevistados que afirmam que não votam sempre no mesmo partido as razões são por esses motivos: 38% consideram porque não cumpriu as promessas da campanha anterior, 44% justificam que não falam a verdade e 18% consideram a falta de confiança no partido. Aqui estamos supostamente confrontados com a lógica de fidelidade partidária. Ficou evidente a coerência da decisão em relação aos incumprimentos assinalados.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Oio. Num universo de 530 entrevistados/as, 65% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 35% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que os influenciam a votar ou não num determinado partido nas eleições, o estudo procurou também compreender o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais que os candidatos apresentam na região. Sobre essa questão, 65% dos eleitores entrevistados afirmam que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos e, por conseguinte, 35% afirmam acreditarem nas promessas.
A questão de acreditar nas promessas eleitorais foi interpretada por uma das participantes no grupo focal como uma tentativa dos eleitores em procurar renovar esperanças e acreditar que talvez desta vez vai ser solucionados os problemas, sobretudo, os que afetam mais as mulheres. Esta participante acha que:
(…) nós da região de Oio acreditamos sim, porque temos
dificuldades de água e luz. Não temos água canalizada e nem
eletricidade, por isso, qualquer candidato que apareça e nos
promete estas coisas acreditamos logo pensando que será a
solução para acabar com as nossas dificuldades, principalmente,
nós as mulheres, porque somos as que mais sofrem com a falta
de água para fazer todos os serviços da casa. As vezes é esta a
necessidade que nos leva a acreditar e ter esperança que os
problemas serão solucionados ou as promessas serão cumpridas.Participante no. 1 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Certeza ou não, provavelmente os candidatos também jogam com os aspetos
de dimensão real das necessidades que os eleitores enfrentam e,
estrategicamente, fazem promessas desonestas para angariar votos.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 35% afirmam ter confiança no candidato, 34% afirmam confiar no programa de Governo e 31% afirmam confiar no partido.
Portanto, segundo o gráfico 18, entre os eleitores que afirmam acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, 35% justificam a confiança no candidato como fator determinante, 34% apontam a confiança no programa de governo, enquanto 31% afirmam que é por razões de fidelidade partidária.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 29% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 71% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
E para os que afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, 29% afirmam que não confiam no candidato e 71% justificam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 152 entrevistados/as, 74% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 26% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Para os participantes no grupo focal é sempre muito difícil acreditar nas promessas dos candidatos. Mas, são de opiniões que ainda existem eleitores que continuam a acreditar, talvez, por causa de sua militância partidária, seus votos não vão servir para influenciar a boa ação governativa.
E um dos participantes procurou resumir o que geralmente acontece:
Na verdade, a maioria dos guineenses continuam a acreditar nas
promessas dos candidatos como é o caso de construção de
escolas, compra de carros, estabilidade de luz e água, em fim,
várias coisas que falam e o povo acredita.Participante no. 3 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Quando questionados sobre o que pensam que a democracia pode servir o
país, num universo de 152 entrevistados, 74% são de opiniões que a
democracia pode servir para edificar a paz e justiça social e 26% acredita que
pode servir para apoiar o desenvolvimento do pais. Confirma-se que conhecem
e reconhecem o que a democracia pode proporcionar para o bem-estar
comum.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 20% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 7% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
De acordo com o gráfico 21, os eleitores foram questionados sobre as suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. Em suas opiniões, 70% afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade. Contrariamente, 20% consideram que o período significa de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca, enquanto 7% afirmam que significa de conflito entre partidos e candidatos. Os eleitores nessas respostas demonstraram uma compreensão sobre o verdadeiro sentido da campanha eleitoral, no entanto, apontaram a distorção da mesma como fator de risco social.
Portanto, no encontro do grupo focal, foram mais críticos em analisar o período apontando situações concretas que têm contribuído para gerar conflitos no seio familiar e comunitário. Na observação de umas das participantes:
O período de eleição é um momento muito sensível e de
tenção, e quem não se cuidar vai ter problemas, porque
alguns militantes não se limitam apenas em fazer
campanha para o seu candidato ou partido, mas acabam
por ferir muitas pessoas provocando problemas com
outras pessoas de outras formações políticas. Devemos
compreender que cada cidadão deve ser livre de fazer a
sua escolha e deve ser respeitada. A política tem
causado muitos conflitos, por exemplo, na minha
família tem existido vários conflitos entre pessoas por
conta da política o que também acontece entre vizinhos
acabando com muitas amizades. Algo precisa ser feito
para acabar com esse comportamento.Participante no. 1 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
O que se pode constatar nas leituras dos eleitores é que têm a noção clara do
que deveria ser a campanha eleitoral, no entanto, chamam a atenção pela
forma como os atores políticos estão a patrocinar comportamentos que colocam
em risco a convivência social.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O significado do voto em Oio é fortemente associado à busca por soluções nacionais: eleger quem tem melhor programa de desenvolvimento ou capacidade de resolver problemas coletivos. Embora muitos afirmem votar de forma autónoma, reconhece-se a existência de pressões, ameaças e ofertas de bens materiais durante as campanhas. Motorizadas, arroz, camisolas ou dinheiro são usados como moeda de troca, beneficiando chefes locais, associações ou comunidades inteiras. Ainda assim, a maioria dos eleitores expressa o desejo de votar com liberdade, revelando uma tensão constante entre autonomia política e práticas de clientelismo.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Gabu. Assim sendo, num universo de 530 entrevistados/as, 42% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de desenvolvimento do país.
Nessa parte procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Ou seja, até que ponto eles são autónimos para decidir em quem votar sem se deixarem ser influenciados pela escolha de decisão de terceiros. Assim sendo, num universo de 530 eleitores entrevistados, 42% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com programa de desenvolvimento do país, enquanto 36% consideram que significa votar naquele que apresentar o melhor programa.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 91% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 91% dos eleitores entrevistados não têm dúvidas em afirma que votam nas eleições com o propósito de contribuir para resolver os problemas que o país enfrenta. Mas, nem todos os eleitores têm essa lucidez, conforme se constata pelo gráfico, mas, pelo menos em teoria, ficou a impressão que os eleitores não encaram as eleições como oportunidade para resolver assuntos pessoais.
Um dos participantes no grupo focal procurou fazer uma leitura em relação aos motivos que supostamente podem justificar o voto de um eleitor. Em sua opinião:
(…) votamos por causa da sensibilização que é feita para o
exercício dos nossos direitos de poder escolher pessoas que vão
ficar a frente do país. As vezes votamos por causa das ameaças
de que quem não votar depois vai pagar mais impostos e há os
que votam por influência de amigos ou outras motivações.
Votamos sobretudo na expetativa de que se houver a mudança a
nossa vida também vai melhorar.Participante no. 8 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
As leituras são portadoras de manifestações factuais diversas e os eleitores,
certamente, orientam as suas decisões a partir de influências recebidas.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, percebe-se que não houve significância nas respostas dadas.
Partindo do princípio de autonomia que, a priori, os eleitores devem gozar na hora de decidir em quem votar os entrevistados se são orientados nas suas decisões de voto. Sobre essa questão a maioria não soube responder e percebe-se que não houve significância nas respostas dadas.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 10% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 10% afirmam que a orientação de voto é pessoal e 90% não souberam responder.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Em relação a influências na hora de votar, percebe-se com o gráfio 26 que não houve significância nas respostas dadas.
De igual modo, não reconheceram a existência de mecanismos coercitivos tradicionais nas suas decisões de voto, no entanto, percebe-se conforme o gráfio 26, que não houve significância nas respostas dadas.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 530 resposta em Oio, 90% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem alguma influência nas suas decisões de voto, num universo 530 resposta em Oio, 90% dos eleitores entrevistados afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais durante o período da campanha eleitoral para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (16%), camisolas (17%), cadeiras de plástico (12%), arroz (24%) e dinheiro (17%).
E de acordo com o gráfico 28, conseguem ainda enumerar alguns bens disponibilizados pelos partidos e candidatos para angariar votos nas comunidades, onde se destacam: 16% apontam que são as motorizadas, 17% consideram as camisolas, 12% enumeram as cadeiras plástico, 24% consideram que é o arroz e 17% consideram que é o dinheiro. Aqui não importa na verdade considerar que tipo de bens são mais disponibilizados, mas compreender que essa ação ocorre apenas durante o período da campanha eleitoral visando o voto.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (24%), o responsável local do partido (19%), associação de mulheres (18%), militância (14%) e ou chefe de tabanca (12%).
E quando foram solicitados para classificar como são distribuídos esses bens, os eleitores entrevistados não tiveram dificuldades em mencionar os principais beneficiários: 24% acham que é a comunidade, 19% apontam para o responsável local do partido, 18% consideram a associação de mulheres, 14% acham que são os militantes e 12% afirmam que é o chefe de tabanca. Portanto, a campanha eleitoral se afigura como momento de troca de favores de bens materiais e dinheiro por voto. No entanto, como são muitos os partidos e candidatos que frequentam as comunidades com esse propósito, nem todos conseguem apesar do investimento, angariar votos.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Em Oio, a maioria dos eleitores defende que deputados e membros do governo devem ter um nível mínimo de escolaridade, não apenas para ler e escrever, mas também para governar com discernimento e responsabilidade. Nos grupos focais, sublinhou-se que a formação deve vir acompanhada de compromisso ético e práticas de boa governação. Apesar disso, 70% avaliam o desempenho democrático como mau, refletindo desconfiança generalizada nas instituições, com exceção da Liga Guineense dos Direitos Humanos, que recolheu maior credibilidade. A democratização do acesso para mulheres e jovens foi defendida quase unanimemente, mas persistem barreiras culturais e discriminação de género. A transparência no processo eleitoral surge como exigência central, mostrando eleitores atentos e críticos.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 96% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, mas também procurou observar as suas perceções em relação ao papel das instituições no desempenho democrático no país. Daí a importância de questionar o nível de preparo dos cidadãos que procuram ascender aos cargos públicos. Será que enquanto cidadãos devemos merecer o direito de ocupar responsabilidades públicas independentemente do nosso nível de preparo ser baixo ou elevado? Temos ou não a obrigação de nos preparar antes para depois procurar assumir algum compromisso público? Sobre esse assunto, os eleitores não omitem a importância da escolaridade e 96% consideram que para se candidatar ao cargo de deputado e/ou ser nomeado membro do governo, deveria ser legalmente fixada um nível mínimo de escolaridade para o acesso a esses cargos, conforme o gráfico 30.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (40%), para poder tomar as melhores decisões (23%) e é importante saber ler e escrever (40%).
De acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados ainda justificam o por quê que defendem a ideia de haver um nível de escolaridade mínimo para deputados e membros do governo. Em suas opiniões, 40% consideram que pode contribuir para se ser um bom líder, 23% acham que ajudaria a tomar as melhores decisões e enquanto 40% não têm dúvidas em afirmar que é importante saber ler e escrever para se assumir responsabilidades públicas.
A ideia sobre a importância do nível escolaridade ficou ainda mais reforçada durante o grupo focal, com os participantes a considerarem que não basta a escolaridade, mas é preciso também estar mobilizado para promover boas práticas governativas. Segundo um dos participantes
(…) é bom ter nível de escolaridade para ser um
governante, porque não podemos saber tudo, mas
precisamos de um mínimo para podermos ser dirigentes
em qualquer domínio, e para que isso aconteça, devemos
priorizar a educação e só assim sairemos da estagnação em
que o país se encontra.Participante no. 3 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Essa chamada de atenção é muito importante e leva a compreender que para
os eleitores o nível de preparo é fundamental, tanto quanto a postura de
qualquer responsável público para influenciar boas práticas governativas.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 70% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 30% afirmam que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático ficou também manifesta pela perda de confiança que os eleitores demonstraram ter nas instituições do pais. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional certamente não ficaram despercebidos, conforme se vê pelo o gráfico 32. Nas observações dos eleitores entrevistados, 70% acham mau o desempenho democrático no país e 30% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 54%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece os tribunais (12%) e depois a força de segurança (9%).
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, diferentemente de outras regiões, caso por exemplo de Gabu e Bafatá, na de Oio a sociedade civil representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos teve um reconhecimento de 54% de eleitores entrevistados. Em seguida aparece os tribunais com 12% de aprovação e depois a força de segurança com 9%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 99% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Sobre a participação das mulheres e jovens nas esferas de tomada de decisão, o gráfico 34, 99% dos eleitores entrevistados defenderam a ideia de democratização de espaços democráticos, mediante a criação de oportunidades às mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
Uma das participantes foi mais além na sua observação, abordando as dificuldades que as mulheres enfrentam nos partidos e a falta de solidariedade que é também notória entre elas.
(…) não somos dadas oportunidades e isto acontece mesmo nos
partidos. Existe descriminação de gênero, exemplo disso,
podemos mencionar as reuniões que marcam a noite ou de
madrugada para que as mulheres não possam participar. Pois,
uma coisa é certa, no dia que uma mulher governar a Guiné-
Bissau acredito que este país terá um rumo melhor. (…) um outro problema é que nós as mulheres não apoiamos umas as
outras, sempre criamos rivalidades entre nós mesmo quando é
preciso nos unir (…).Participante no. 1 no grupo focal em Mansoa. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-06
Essa contribuição coloca a nu a questão de masculinização do acesso ao
espaço político. Facto que leva a que muitas mulheres e homens acreditem
que apenas os homens é que reúnam condições para o exercício político. Uma
visão que expressa as heranças do patriarcado e de cuja manifestações
machistas são intrínsecas aos comportamentos sociais de diferentes grupos
étnicos.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 30% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 29% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 23% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados..
A forma como tem sido organizado o processo eleitoral foi também observado pelos eleitores. E 30% dos eleitores entrevistados mencionaram a falta transparência ao longo do processo, 29% acham que deveria aumentar os programas de sensibilização para que os eleitores possam estar informados e 23% mencionaram a questão do atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Oio acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados na região de Oio acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito. No geral, o agrado dos eleitores com o inquérito tem a ver sobretudo com o momento que lhes foram proporcionados para dar opinião sobre o que pensam a respeito da importância de seus votos e, consequentemente, da forma como a democracia funciona no país.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
O estudo sobre o processo do voto na Região de Bafatá reúne dados recolhidos em todos os seus setores administrativos, cruzando estatísticas e interpretações qualitativas. Analisa o perfil sociodemográfico e económico dos eleitores, o grau de confiança em partidos e candidatos, as influências que moldam o ato de votar e as perceções locais sobre o funcionamento da democracia no país.
- Eleitores 2018
- 100.961
- Questionários
- 508
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Bafatá
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Na Região de Bafatá, o primeiro bloco descreve o perfil dos eleitores a partir de dados recolhidos na capital e nos demais setores. A diversidade étnica e religiosa, aliada a diferentes idades e condições de vida, revela um mosaico social que une áreas urbanas e comunidades rurais. O estado civil, o número de eleitores por agregado, a escolaridade e as fontes de rendimento ilustram a importância da agricultura e do comércio, mas também a presença de outros vínculos laborais. Estes elementos ajudam a perceber como o contexto socioeconómico influencia o lugar que cada grupo ocupa no processo democrático.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnia
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as na região de Bafatá é a etnia Fula, representado por 54% do público-alvo, em seguida a etnia Mandinga (19%).
À semelhança de algumas regiões do país, Bafatá também acolhe todo o mosaico étnico que constitui a sociedade guineense. No entanto, segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a Fula, que representa 54%, seguida da Mandinga com 19%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Idade
A idade dos/as entrevistados/as nessa região situa-se maioritariamente entre os 40 e 49 anos, representando 30% do total, seguida pela faixa etária de 30 a 39 anos, com 23%.
Grande parte dos eleitores entrevistados nessa região se apresenta como uma população com uma dinâmica sociopolítica ativa, ou seja, constituída por jovens que se encontram na faixa dos 40 a 49 anos e representam 30%, seguida da dos 30 a 39 anos, que correspondem a 23%.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo
Num universo de 508 entrevistados, 43% foram do sexo feminino e 57% do sexo masculino.
Tal como averiguado nas outras regiões, em Bafatá, num universo de 508 eleitores entrevistados, as mulheres constituem uma relativa minoria, 43%, contra 57% dos homens. Esse percentual revela um equilíbrio em termos de participação de género nessa região.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 79%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados é a muçulmana, representada por 79%, seguida da cristã com 15%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as nessa região, constatou-se que 78% são casados (as), 15% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).
Grande parte dos eleitores entrevistados são pessoas com responsabilidade familiar e social, e 78% são casados, 15% solteiros, 2% divorciados e 6% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 45%.
Entre os casados, a forma de união predominante é baseada em usos e costumes de cada grupo e representa 45% dos eleitores entrevistados.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral.
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 64% afirmaram que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 31% responderam que no agregado mais de que 10 podem votar.
A maior percentual de eleitores questionados apresentavam, no seu agregado familiar, indivíduos com idade suficiente para exercer seu dever eleitoral. Em respostas obtidas, 64% asseguraram que no seu agregado têm poucas pessoas que podem exercer o voto, menos de 10. Na outra margem, 31% dos inquiridos garantiram ter mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os entrevistados/as é o nível de escolaridade 1ª – 4ª classe, representado por 19% em seguida o nível 10ª – 12ª classe, representado por 14%.
Já em relação ao nível de escolaridade dos entrevistados, conforme o gráfico 8, turmas de 1ª a 4ª classe são predominantes e representam 19%. A seguir as de 10ª – 12ª classe, com14%. Nessa região, 15% de eleitores inquiridos não sabem ler e escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são os domínios de atividades laborais dos entrevistados. Num universo de 508 entrevistados/as, 28% são agricultores/as, 11% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 18% são comerciantes.
Outro aspeto relevante é atividade laboral dos eleitores entrevistados. Num universo de 508 entrevistados, 28% são agricultores, 18% comerciantes, 11% trabalhavam no setor privado e 16% servidores públicos. Em síntese, os dados revelam que são cidadãos com muita responsabilidade e ocupação que, direta ou indiretamente, contribuem para o processo de desenvolvimento do país. Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Bafatá e analisa suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
Bloco 2 – Experiência eleitoral e confiança nos candidatos na Região de Bafatá
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Neste bloco, o estudo examina como os eleitores da Região de Bafatá se relacionam com partidos e candidatos, a partir das suas experiências em diferentes tipos de eleições — legislativas, presidenciais e gerais. A análise mostra motivações distintas para manter ou alterar a escolha política, que vão desde fidelidade histórica até respostas a promessas não cumpridas. Avalia-se também a confiança atribuída a candidatos e partidos, bem como a utilidade percebida da democracia multipartidária. Ao combinar memória eleitoral e expectativas atuais, emergem padrões que revelam como a experiência individual se articula com o sentimento coletivo na vida política regional.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 508 entrevistadas/os, 41% assumiram que já votaram pelo menos 6 vezes.
Procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, sobretudo os aspetos por eles considerados pertinentes no momento de decisão de voto, em determinados candidatos ou partidos. Nesse sentido, quando questionados sobre o número de vezes que já votaram, percebe-se que pouco menos da metade teve a oportunidade de acompanhar, regularmente, o processo eleitoral. E num universo de 508 eleitores entrevistados, 41% assumiram que já votaram pelo menos 6 vezes, enquanto apenas 10% votaram duas vezes, como mostra o gráfico 10.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no pais, percebe-se que 11% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 3% nas eleições de 1999 e 6 % nas eleições gerais de 2014. 81% não souberam responder essa questão.
No que concerne à participação nas eleições realizadas no pais, 11% dos inquiridos votaram nas eleições gerais em 1994, 3% nas de 1999 e 6 % nas de 2014, todavia 81% de eleitores não souberam responder à questão. Esse facto pode estar relacionado às dificuldades que têm, provavelmente, em compreender o termo “eleições gerais”.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 40% afirmam ter votado 6 vezes, 26% nunca votaram, 8% afirmam ter votado pelo menos 2 ou 3 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 40% votaram seis vezes, 26% nunca votaram e, por fim, 8% declaram terem votado, no máximo, duas ou três vezes. Visivelmente, em termos de participação, pode-se concluir que uma boa parte teve a experiência do processo eleitoral.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais o cenário é parecido, 40% dos entrevistados/as afirmam ter votado 6 vezes, 26% afirmam nunca ter votado nas eleições presidenciais e 9% afirmam ter votado pelo menos 3 vezes.
Nas eleições legislativas, o comportamento dos votantes é similar das presidenciais, pois 40% dos entrevistados foram às urnas votar seis vezes, 26% nunca votou e apenas 9% votou três vezes, no máximo.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 15, verifica-se que 50% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 48% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Concernente ao nível de confiança que os eleitores inquiridos possuem nos partidos, segundo o gráfico 14, verifica-se que 50% não votam sempre no mesmo partido; contrariamente, 48% votam sempre no mesmo partido. Nota-se, praticamente, um equilíbrio nas decisões dos eleitores. Ou seja, há um grupo que se assume mais exigente e volátil na sua decisão de voto, enquanto o outro, cuja decisão não altera em termos de escolha, vota constantemente no mesmo partido.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (37%), militância (4%) e confiança no Programa do Partido (7%).
Conforme demonstrado anteriormente, os eleitores entrevistados apresentaram, como um dos principais motivos de apostarem sempre no mesmo partido, as seguintes alegações: 37% declararam confiança no partido, 7% confiança no programa do partido, 4% militância e uma maior percentual, 52%, não soube responder à questão.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não foi o melhor partido (11%), não tinha um bom Programa de Governo (15%) e a falta de confiança no partido (17%).
Os eleitores entrevistados, que afirmaram não votar sempre no mesmo partido nas eleições, apresentaram as seguintes justificativas : houve deceção com o partido,11% ; não houve um bom programa de governo, 15% e pela falta de confiança no partido, 17%. De igual modo, 51% dos eleitores entrevistados não souberam responder à questão.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnóstico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos candidatos. Num universo de 508 entrevistados/as, 77% afirmam que não acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos e 23% afirmam que acreditam nas promessas.
Além de se procurar destacar os principais motivos pelos quais os eleitores votam ou não num determinado partido, tem-se o propósito de averiguar o nível de confiança dos mesmos nas promessas dos candidatos às eleições. Por esse motivo, foram entrevistados 508 votantes, 77% assumiram que não acreditam nos discursos dos candidatos e 23% confiam em suas promessas.
Durante o grupo focal, a opinião dos participantes não foi muito divergente, a falta de confiança nas promessas que recebem por parte dos candidatos e partidos durante o período de campanha eleitoral foi manifesta na voz de um dos participantes:
«(…) há muitas promessas que nós consideramos falsas. Por exemplo, quando um candidato à Presidência da República promete fazer coisas no lugar do governo. Sabemos que existe separação de poderes, o presidente não pode colocar-se no lugar de governo. E muitos também fazem promessas que não correspondem com o tempo que vão estar no poder, por exemplo, prometer alcatroar toda a cidade de Bafatá, ou dizer que vai construir toda a cidade em 4 anos. A Guiné-Bissau tem muitos problemas a serem resolvidos e um deles é o analfabetismo. É desse ponto de vulnerabilidade e ignorância que os partidos e candidatos se aproveitam para garantirem o impossível à população, que, por sua vez, lhes aplaude (…)».
Participante no. 3 no grupo focal em Bafatá. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Os participantes não têm dúvidas que, geralmente, isso acontece porque os partidos e candidatos, frequentemente, durante o período de campanha eleitoral não apresentam aos eleitorados programas escritos que possam respaldar aquilo que, eventualmente, poderão realizar caso forem eleitos.
Por isso, um dos participantes foi categórico em afirmar que:
(…) nenhum político da Guiné-Bissau consegue honrar seu
compromisso por causa de vários fatores: primeiro temos que condicionar partidos a apresentarem programas antes de irem para eleição porque maioria de partidos que concorrem não têm programa. Passam tempo todo a enganar o povo, porque este até a data presente não conhece seus direitos e deveres (…).Participante no. 8 no grupo focal em Bafatá • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Nas observações dos participantes, os políticos aproveitam-se das limitações dos eleitores para conduzi-los a votar neles, mesmo tendo ciência de que não irão cumprir sequer 10% do prometido. Também lamentaram a falta de investimento em novas infraestruturas, as existentes na cidade são do período colonial, sobretudo rodoviárias; a falta de fornecimento de energia elétrica, a precariedade na saúde e educação e o alto índice de desemprego local.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos.
Portanto, segundo o gráfico 18 os entrevistados que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais dos candidatos nas últimas eleições, 11% afirmam ter confiança no candidato, 7% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 6% afirmam que ele tem compromisso com o povo guineense.
Portanto, no gráfico 18, nota-se que 11% dos votantes inquiridos depositam confiança no seu candidato, 7% confirmam que o candidato apresentou um bom programa de governo e 6% garantem comprometimento do seu candidato com o povo guineense.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos.
Entretanto, os/as entrevistados/as que não acreditam nas promessas do candidato nas eleições passadas, 19% afirmam que não acreditaram porque não confiam no candidato e 62% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas da campanha anterior.
Por outro lado, 19% dos votantes desacreditam no seu candidato e 62% apontam incoerência nos seus discursos, incumprimentos.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 508 entrevistados/as, 60% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Apesar de terem manifestado falta de confiança nas constantes promessas que têm recebido por parte dos partidos e candidatos, acreditam que a democracia, quando muito bem exercida, pode ser um instrumento fundamental para a construção do bem-estar coletivo. Nesse sentido, quando questionados sobre o processo democrático no país, num universo de 508 eleitores entrevistados, 60% apoiaram a tese de que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% acreditam que a democracia serve para o desenvolvimento do país. Ou seja, não houve dúvidas que a paz e justiça social é seguramente a condição essencial para garantir o desenvolvimento do país e, consequentemente, a estabilidade democrática.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 75% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 14% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmaram que significa disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos.
Conforme o gráfico 21, os eleitores foram solicitados a opinarem sobre suas compreensões em relação ao período da campanha eleitoral. Pode se notar que 75% afirmaram que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade. Por outro lado, 14% argumentaram que o período da campanha eleitoral tem-se traduzido em momentos de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e, por fim, 9% dos inquiridos ressaltaram que o momento significa disputa religiosa entre cristãos e muçulmanos. O que deveria ser um período em que os partidos e candidatos trazem à luz os seus projetos de governação aos eleitores, passou a ser um momento de conflitos com altas probabilidades de perturbar a boa convivência social.
Em um desses encontros do grupo focal, foi dado muita enfase a essa emergente tensão política e social, como se pode observar na fala de um dos participantes:
«É verdade que muitos conflitos, entre vizinhos e famílias, surgem no momento de campanha política, tanto nas tabancas, como nos locais de serviços. Contudo, devemos lutar para que isso acabe. Percebe-se que quando uma pessoa e o seu vizinho apoiam partidos diferentes, logo se declaram inimigos. Deixam de ter a política de boa convivência entre vizinhos. Não se ajudam mais. Proíbem até os seus filhos de brincarem. No local de serviço, se você não pertence ao partido no poder, mesmo sendo muito competente e merecedor de exercer um determinado cargo, não irá assumir nenhuma posição considerada alta e sequer poderá fazer parte da direção. Na democracia não deve haver parte A ou parte B.»
Participante no.10 no grupo focal em Bafatá. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Outros aspetos de conflitos narrados pelos eleitores se relacionam aos problemas de cunho étnico e religioso que surgem nos momentos da campanha política e que os participantes asseguram que se não forem tomadas medidas de forma a inibir esses atos de radicalismo, étnico e religioso, esses distúrbios poderão se agravar e se enraizar na sociedade guineense.
Todos nós devemos respeitar as nossas diferenças para não cairmos no caos. Já acompanhei briga entre deputados por causa de tribalismo e noto que estamos a caminhar para um grande perigo que, se os políticos não evitarem, poderá desencadear uma guerra civil. Mas peço a Deus para que nos livre disso. O falecido presidente havia dito para pararmos com problemas de “raça” e citou Ruanda como exemplo. Também já houve choque entre religiões que conviviam como irmãos, exemplo da celebração conjunta entre católicos e muçulmanos realizada na frente do Comité de Estado. A opção política não nos deve levar à inimizade, a escolha deve ser de cada um. Posso dizer que a própria população contribuiu bastante para esse tipo de problema, porque um simples cidadão tem acesso ao número de telefone do Presidente da República e lhe contacta simplesmente para fazer intriga. Tudo isso acontece somente na Guiné-Bissau (…).
Participante no. 8 no grupo focal em Bafatá. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-26
Nota-se que os eleitores entrevistados não têm dúvidas quanto à essência do período da campanha eleitoral, sobre o direito de acompanhar o debate de ideias entre candidatos e a partir disso escolher livremente as melhores propostas de governação. No entanto, reforçaram ao longo dos encontros que a crescente disputa de carácter étnico-religiosa domina todo o cenário político e, infelizmente, poderá vir a complicar ainda mais a convivência social.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
Bloco 3 – Significado e influências no ato de votar na Região de Bafatá
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
O terceiro bloco investiga o que o voto significa para os eleitores de Bafatá e quais fatores influenciam essa decisão. As respostas evidenciam diferentes entendimentos — escolher um programa de governo, resolver problemas concretos ou confiar numa liderança. Identificam-se também as forças que moldam a escolha: familiares, redes comunitárias ou lideranças locais. O estudo regista ainda relatos de pressões e ofertas de bens, apontando os beneficiários e o impacto dessas práticas. Ao observar essas dinâmicas, percebe-se como condições socioeconómicas e relações de poder interferem na autonomia do voto e, por consequência, na qualidade do processo democrático.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo, assim sendo num universo de 508 entrevistados, 7% afirmam que o ato de votar significa eleger o/a candidato/a da etnia em que pertence.
Nesta parte, destaca-se a influência sobre os eleitores na hora de votar. Ou seja, a que ponto eles são conscientes e livres para decidirem os seus votos, sem se deixarem influenciar pela escolha de terceiros. Entretanto, num universo de 508 entrevistados, 90% não souberam responder a questão e 7% defenderam que o ato de votar significa eleger o candidato da etnia a qual pertencem.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Outros significados do ato de votar para o público-alvo.
A opção candidato com um programa para o desenvolvimento aparece representado por 13%, ou seja 13% dos entrevistados afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato que tem um programa pautado no desenvolvimento do pais.
Assim como na questão anterior, nessa também os eleitores entrevistados tiveram dificuldades para evocar razões que os levam a votar num determinado candidato ou partido. Sobre essa questão, apenas 13% dos entrevistados sustentaram a tese de que votar significa sufragar o candidato do partido que tem um programa pautado no desenvolvimento do país. Uma maior percentagem, 82%, não soube responder.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 24, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram num candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o pais enfrenta.
À luz do gráfico 24, os entrevistados apresentaram os reais motivos pelos quais votam. Nessa lista, 97% dos inquiridos assumiram que votam com o intuito de eleger um bom candidato, que possa resolver os problemas que o país enfrenta. Votar, com esse propósito, demonstra que minimamente entendem que não se deve votar pensando em resolver assuntos pessoais, mas do coletivo, que cabe a cada um fazer a sua escolha de maneira autónoma e responsável.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 25 que as respostas não alcançaram significância.
Partindo do princípio da autonomia que os eleitores deveriam gozar na hora de decidir em quem votar, os entrevistados foram questionados sobre suas orientações no momento de voto e, conforme se pode ver gráfico 25, as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Assim como na questão anterior, os eleitores mantiveram a mesma postura em relação ao gráfico 26, as respostas, igualmente, não tiveram relevância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 27 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, também não reconheceram a existência de mecanismos coercitivos tradicionais, conforme o gráfico 27. No que diz respeito as suas decisões de voto, as respostas obtidas não alcançaram significância.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados de alguma forma, os entrevistados/as afirmam (88%) que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem alguma influência nas suas decisões de voto, 88% dos eleitores entrevistados confirmaram que os partidos e candidatos disponibilizam bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 29, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: cadeiras de plástico (16%), arroz (17), dinheiro (14%), camisolas (19%) e motorizado (14%).
Consoante o gráfico 29, conseguiram ainda enumerar os principais bens disponibilizados para angariar votos nas comunidades, conforme se segue: 16% consideraram que eram cadeiras de plástico, 17% o arroz, 14% o dinheiro, 19% as camisolas e 14% as motorizadas.

Gráfico 30: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os entrevistados/as são: a comunidade (22%), as associações de mulheres (26%), as associações de jovens (24%) e ou o responsável local do partido (6%).
Entretanto, não só recordaram alguns bens que eram colocados à disposição da comunidade, como também conseguiram fazer o mapeamento dos principais beneficiários. Nas suas observações, 22% concluíram que é a comunidade, 26% consideram que são as associações de mulheres, 24% afirmam que são as associações de jovens e apenas 6% consideram que são os responsáveis locais dos partidos. Nessa parte, ficou evidente o não reconhecimento, por parte de eleitores entrevistados da influência de terceiros ou do uso de mecanismos coercitivos no momento do voto. Contraditoriamente, admitiram a disponibilização de bens materiais e dinheiro durante o período da campanha eleitoral na comunidade com o propósito de influenciar a decisão dos eleitores.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
Bloco 4 – Requisitos e perceções sobre a democracia na Região de Bafatá
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Este último bloco reúne as perceções da população de Bafatá sobre quem deve governar e como a democracia funciona. Muitos defendem um nível mínimo de escolaridade para deputados e governantes, associando-o à capacidade de legislar com eficácia e de compreender os problemas do país. A confiança nas instituições e a satisfação com o desempenho democrático variam conforme as experiências individuais. Sobre mulheres e jovens em cargos de decisão, destaca-se o reconhecimento das suas competências, mas também a persistência de barreiras culturais e políticas. Ao final, os entrevistados comentam o próprio inquérito, reforçando a importância de serem ouvidos.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 31: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os entrevistados/as afirmam que sim (97%) deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos e sobre as suas perceções quanto ao papel das instituições desempenham no processo democrático no país. Será que, enquanto cidadãos devemos ter o direito de ocupar responsabilidades públicas independentemente do nosso nível de preparo? Temos ou não a obrigação de nos preparar antes de procurar assumir um compromisso público? Sobre esse assunto, os eleitores não omitem a importância da escolaridade e 97% consideram que deveria ser legalmente fixado um nível mínimo de escolaridade para o acesso a esses cargos, conforme se vê no gráfico 31.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 32: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 32, os entrevistados afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes porque assim é possivel contribuir melhor no desenvolvimento do pais (75%) e poder governar melhor (19%).
Conforme o gráfico 32, 75% dos eleitores entrevistados justificam suas opiniões afirmando que o nível de escolaridade mínima para deputados e membros do governo pode contribuir para melhorar o desenvolvimento do país, enquanto na mesma linha, 19% consideram que isso lhes concederia a capacidade de governar melhor.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 33: Nível de satisfação com o desempenho democrático no pais.
Analisando o gráfico 33, se percebe que 58% dos entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 40% afirmaram que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático também se manifestou na perda de confiança dos eleitores nas instituições do país. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional certamente são aspetos que têm reforçado a descrença. Nas observações dos eleitores entrevistados, 58% avaliam o desempenho democrático no país como ruim. Contudo 40% dos eleitores entrevistados manifestaram satisfação com o desempenho democrático. O gráfico 33 apresenta o nível de satisfação dos eleitores, e com apenas 2% que não souberam responder.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 34: Instituições do pais que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do país transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois a força de defesa (11%).
Entretanto, em relação à confiança que as instituições do país transmitem, a organização da sociedade civil, representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos, aparece como a mais credível, com 28%. Porém essa baixa confiança parece ter gerado alguma inquietação, supostamente motivada pela descrença da maioria dos eleitores entrevistados nas organizações da sociedade civil. Em seguida, com 19%, aparece a Presidência da República e, por fim, as forças de defesa, com 11%.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 35: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 35, verifica-se que 98% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos e 2% afirmam que não.
Sobre a participação de mulheres e jovens nas esferas de tomada de decisão, conforme o gráfico 35, 98% dos entrevistados não têm dúvidas de que esses grupos sociais merecem a oportunidade para assumir cargos políticos, enquanto 2% defendem opinião contrária.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 56% dos/as entrevistados/as afirmam que falta transparência ao longo do processo, 17% afirmam que existe atraso na divulgação dos resultados e 9% afirmam que são cometidas fraudes nos resultados.
A forma como tem sido organizada o processo eleitoral merece a preocupação dos eleitores e 56% apontam a falta de transparência no processo de voto no país, 17% afirmam que existe atraso na divulgação dos resultados eleitorais, e 9% consideram que são cometidas fraudes nos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 37: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 37, 100% dos/as entrevistados/as acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Em termos de balanço sobre a participação no estudo, segundo o gráfico 37, 100% dos eleitores entrevistados consideram as questões colocadas no inquérito importantes. Os encontros proporcionaram, aos participantes, reflexão sobre a importância dos seus votos e, consequentemente, da democracia no desenvolvimento do país.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A região de Gabú, no leste da Guiné-Bissau, elege 14 deputados e reflete a predominância das etnias Fula e Mandinga. Com forte presença islâmica e economia baseada na agricultura e no comércio, os eleitores valorizam o voto como instrumento de mudança, exigindo mais transparência e maior inclusão de mulheres e jovens.
- Eleitores 2018
- 97.414
- Questionários
- 489
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Gabú
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Situada no leste do país, a região de Gabú abrange cinco setores e constitui um dos maiores colégios eleitorais, elegendo 14 deputados. Entre os 489 inquiridos, predominam as etnias Fula e Mandinga, refletindo a forte presença islâmica (85%). A faixa etária mais representada situa-se entre 30 e 49 anos, revelando uma população relativamente jovem e ativa. Contudo, nota-se desequilíbrio de género, com apenas 39% de participação feminina. A maioria é casada segundo costumes tradicionais e vive em agregados pequenos. O nível de escolaridade é intermédio, embora persista analfabetismo. A agricultura, o comércio e, em menor escala, o setor público estruturam a economia local.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Gabu é a etnia Fula, representada por 63%.
Tanto quanto a vizinha Bafatá, a região de Gabu devido a sua dimensão socioeconómica também acolhe parte importante do mosaico étnico constituinte da sociedade guineense. E a etnia predominante entre os eleitores entrevistados de acordo com o gráfico 1, é a Fula, que representa 63%, seguida por Mandinga com 20%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 40-49 anos, representada por 25%, em seguida a faixa dos 30 a 39 anos, representada por 24%.
Entre os eleitores entrevistados nessa região, a faixa etária predominante se encontra entre os 40-49 anos, que representa 25%, em seguida dos 30-39 anos, que representa 24%. Ou seja, uma faixa etária relativamente jovem, predispostos a acompanhar dinâmicas as sociativas e políticas do país.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 489 entrevistados/as na região de Gabu, 39% foram do sexo feminino e 61% do sexo masculino.
Num universo de 489 eleitores entrevistados na região de Gabu, constata-se um enorme desequilíbrio de participação em termos de género. Conforme se constata, 39% foram do sexo feminino e 61% são homens.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a Muçulmana, representada por 85%.
Naturalmente, a predominância de dois grupos étnicos islamizados entre os eleitores entrevistados corresponde com o peso que a religião muçulmana representa na região com 85%, conforme o gráfico 4.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 73% são casados (as), 21% são solteiros (as), 1% são divorciados (as) e 5% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 73% são casados, 21% solteiros, 1% divorciados e 5% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 92%.
Entre os eleitores casados, a celebração é baseada em usos e costumes de cada etnia, e representa 92%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 74% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 26% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente, todos os eleitores questionados têm alguém no seu agregado familiar com a capacidade eleitoral. E em respostas obtidas, 74% afirmam que no seu agregado têm menos de 10 pessoas com capacidade eleitoral e apenas 26% afirmam que têm mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 7ª – 9ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 1.ª – 4ª classe, representado por 20%. E ainda se nota que 13% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados na região de Gabu é o de 7ª – 9ª classe, que representa 21%, em seguida o de 1.ª – 4ª classe, que representa 20%. E ainda se nota que 13% dos eleitores entrevistados não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 489 entrevistados/as, 48% são agricultores/as, 11% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 26% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. Num universo de 489 entrevistados, 48% são agricultores, 11% trabalham no setor privado, 15% no setor público e 26% são comerciantes. Grosso modo, os dados apontam que são cidadãos com ocupação e que direta ou indiretamente têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país. Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Bafatá e a seguir vai ser observada suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Em Gabú, os eleitores acumulam experiência em diferentes eleições, mas revelam frustração com promessas não cumpridas. A confiança nos partidos divide-se: uns mantêm fidelidade, outros mudam de opção conforme o desempenho. Nos grupos focais, destacou-se a proliferação de promessas vazias e a mercantilização do voto, o que mina a credibilidade democrática. Apesar da desconfiança, muitos reconhecem o valor da democracia como espaço de paz e desenvolvimento, defendendo que os cidadãos devem exigir mais responsabilidade dos candidatos.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 489 entrevistadas/os, 36% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 3 vezes.
A propósito procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. E quando questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 489 eleitores entrevistados, 36% assumem que já votaram por pelo menos 5 vezes, enquanto 17% pelo menos 3 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 27% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14 % nas eleições gerais de 2014 e 45% nas eleições gerais de 2019.
Em relação a participação nas eleições gerais realizadas no país, percebe-se que 27% afirmam terem votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas de 1999, 14 % nas de 2014

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 27% afirmam ter votado pelo menos 5 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 27% afirmam terem votado pelo menos 5 vezes. Praticamente, apesar de alguma fragmentação em termos de participação, pode-se reconhecer que uma boa tem conhecimento sobre o processo eleitoral.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 35% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 5 vez nas eleições presidenciais.
Já em relação as eleições presidenciais, 35% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado pelo menos 5 vezes, mas conforme o gráfico 13, ainda é possível ver que os eleitores tiveram uma participação equilibrada ao longo do processo.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 53% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 47% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação aos partidos. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 53% afirmam que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 47% afirmam que têm votado sempre no mesmo partido. O comportamento dos eleitores em Bafatá e Gabu são quase similares em termos de confiança que estabelecem com os partidos e candidatos, basta comparar o percentual de nível de confiança. Ou seja, os dados apresentam um grupo minoritário que é volátil na sua decisão de voto, enquanto outro tem uma decisão de fidelidade partidária em termos de decisão de voto.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (25%), confiança no programa de Governo (38%) e por militância (37%).
Sobre motivos que os levam a votar sempre no mesmo partido, 25% consideram a confiança como um dos fatores, 38% justificam a confiança no programa de governo, enquanto 37% aponta a militância como elemento de fundo.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (25%), a falta de confiança no partido (38%) e mudança de partido que apoia (37%).
Os dados praticamente são iguais em relação aos eleitores entrevistados que têm tido uma postura mais critica em termos de decisão de seus votos. Portanto, em suas opiniões 25% afirmam que não votam sempre no mesmo partido por este não cumprir com as promessas da campanha anterior, enquanto 38% apontam a falta de confiança e 37% justificam a mudança de militância partidária como causa de mudança na decisão de voto.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Gabu. Num universo de 489 entrevistados/as, 83% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 17% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciam o compromisso de votar ou não num determinado partido, o estudo procurou também perceber o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais. E num universo de 489 eleitores entrevistados, 83% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e apenas 17% afirmam acreditar nas promessas.
A falta de confiança nas promessas que são feitas pelos partidos e candidatos também ficou expresso nas contribuições dos participantes do grupo focal. E um dos participantes narrou o facto nesses termos:
Uma vez ouvi um político que depois de assumir o poder disse
que as promessas que tinha feito durante a campanha ficaram na
campanha. Hoje em dia, a única promessa cumprida é o que
estamos a assistir: submeter-se a uma única pessoa. Registamos
a promessa de 5 de fevereiro como início da construção da
estrada em Gabu, promessa de campanha de castanha de caju, promessa de cheque, promessa de novo aeroporto, ou seja, mil e
uma delas. Posso dizer que atualmente a cidade de Gabu tem
melhores ruas projetadas, mas neste momento se lançar um
anzol na estrada é possível apanhar peixe na plena rua. Um saco
de 50kg de arroz está muito cara, os salários foram cortados.
Hoje não é possível levar 2000 cfa para a feira. Nenhuma
promessa é cumprida na Guiné-Bissau. Quem mais mente nas
campanhas é quem ganha. De uma forma resumida, campanha
eleitoral é o momento de dizer mentiras.Participante no. 4 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Mas, os participantes no grupo focal não reconheceram apenas a desonestidade dos políticos na sua estratégia de caça ao voto durante o período da campanha eleitoral, como também denunciaram o comportamento errado de eleitores, sobretudo, de chefes de família que procuram negociar seu voto e o da sua família. Para um dos participantes isso acontece porque:
Muita gente não se preocupa em ver primeiramente o programa
dos políticos que vêm buscar o voto. Preferem vender os seus votos para alimentar a família e nem tentam analisar se na
verdade as promessas feitas serão possíveis de serem
cumpridas. As muitas promessas feitas não podem ser
cumpridas em 4 ou 5 anos de mandato. Os políticos chegam,
primeiramente, mudam a mentalidade de uma pessoa e esta
obriga a sua família a votar em quem ele tomou o compromisso
de dar o seu voto. Outra vez estamos nas vésperas das eleições
vamos bater muita palma e vender votos sem conhecer o
programas. Penso que devemos aceitar sacrifício para poder
fazer voto de consciência e saber que 4 anos não são 4 dias. Por
isso desde 1994 quem completou o seu mandato? Isso é falta de
cumprimento com a essência da democracia.articipante no. 10 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
(…) quando há muitos partidos as mentiras também são muitas.
Na Guiné-Bissau não há justiça, os políticos mentem no
momento de pedir voto e ao ganharem não cumprem com as
promessas e ainda não permitem o povo manifestar. (...) a
Guiné-Bissau tem mais de 60% da população analfabeta e são
esses mesmos analfabetos é que votam (…).Resumo próprio do consenso durante a entrevista do grupo focal • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Em quase todas as intervenções ficou registada a preocupação dos
participantes face as incoerências de partidos e candidatos durante o período
da campanha eleitoral.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 34% afirmam ter confiança no candidato, 29% afirmam que o candidato apresentou um bom programa de Governo e 36% o candidato cumpriu com as promessas eleitorais.
Contudo, vale mencionar que houve eleitores entrevistados, segundo o gráfico 18, que afirmam acreditar nas promessas eleitorais. E nesse grupo 34% assumem essa postura porque confiam no candidato, 29% porque o candidato apresentou um bom programa de governo e 36% porque o candidato cumpriu com as promessas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 20% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 66% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
E quando os eleitores entrevistados que afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos foram pedidos para justificarem as suas posições, 20% são de opinião que apenas não têm confiança no candidato, enquanto 66% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 489 entrevistados/as, 69% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 31% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Embora manifestaram a falta de confiança nas constantes promessas que têm recebido dos partidos e candidatos, não têm dúvidas sobre as contribuições que a democracia pode favorecer ao país. Nesse sentido, quando questionados sobre aquilo em que o processo democrático pode ser útil ao pais, num universo de 489 entrevistados, 69% afirmam que a democracia pode servir para edificar a paz e justiça social, enquanto 31% afirmam que a democracia pode alavancar o desenvolvimento do pais. Ambas as opções demonstram que os eleitores entrevistados têm a compreensão da importância, mas também daquilo que a democracia é capaz de proporcionar ao desenvolvimento do país.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 87% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 7% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 3% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Os eleitores entrevistados demonstraram não terem dúvidas sobre o que a democracia é capaz de contribuir e de acordo com o gráfico 21, foram solicitados para interpretarem o período da campanha eleitoral. Em suas respostas, 87% afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 7% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 3% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Se objetivamente os eleitores entrevistados em sua maioria procuram resumir o que deveria ser o sentido de uma campanha eleitoral, os participantes no grupo focal não perderam a oportunidade de apontar factos reais que predominam o momento, com destaque para conflitos de natureza diversas. Um dos participantes do grupo focal traz uma caracterização da relação do político com o eleitor durante e pós-eleição:
No momento da campanha os políticos são pessoas fáceis de
encontrar. Nessa hora se ligar ele atende e vem responder a sua
chamada. Nesse período eles descem e sobem de um lado para
outro e quando atingirem o objetivo o mesmo número de
telefone já não passa e ele passa a ser pessoa de difícil acesso.
Os seus guarda-costas não permitem acesso a ele, esquecem do
compromisso tomado com a população. Antes não havia atritos
entre pessoas na campanha salvo as duas eleições passadas.
Essas eleições que passaram têm mais controversa e desavença
entre pessoas porque foi fomentado o tribalismo. Como se não
bastasse, apareceu fenómeno de gente de tabanca e gente de
praça. Isso é muito perigoso! Temos um exemplo muito recente
de Ruanda.Participante no.4 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Numa perspetiva de um retrato comparativo, um dos participantes procurou trazer reflexão sobre como era a vivência nos momentos da campanha eleitoral durante a abertura política e, como ela se evoluiu perigosamente aos dias de hoje:
A campanha de 1994 e atual campanha são muito diferentes.
Hoje em dia, principalmente em Gabu, o que eles fazem é criar
divergência entre jovens para tirar proveito e ainda introduziram
problema étnico na política e isso pode criar uma guerra civil.
Criaram rotura entre amigos e famílias só porque não pertencem
mesmo partido. Devemos preservar o laço que nos une e evitar
de cor preto e vermelho. Isso não é bom porque o valor do voto
é para resolver o nosso problema e os políticos não interessam
das nossas contradições.Participante no.10 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Mas entre as contribuições dos participantes há quem considera de positivo o relacionamento entre diferentes grupos políticos e seus apoiantes durante o período da campanha eleitoral quando comparado com o que acontece noutros lugares do continente. Um dos participantes considera de:
(…) positivo o relacionamento na campanha, em
comparação com outros países, sobretudo quando dois
partidos se cruzarem. No nosso caso, é problema moral.
Por exemplo, falar da religião cria muitos problemas, eu
sou muçulmana se alguém falar mal de muçulmanos, isso
me choca. Se não for o caso, aqui é fácil ver partidos
sentados juntos num bar a divertir cada um com sua
camisola, mas nunca se insultam um ao outro.Participante no.3 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Essas leituras expressam a coerência dos eleitores em termos de observação
das dinâmicas do processo, mas, particularmente, da campanha eleitoral.
Apesar de apontarem situações de riscos, souberam também reconhecer a
ausência do extremismo, sobretudo quando os adversários e seus apoiantes se
cruzam em algum ponto durante a campanha, partilham o espaço sem
qualquer tipo de violência.
No geral, os participantes observaram o período da campanha eleitoral com
uma visível preocupação pela forma como os partidos e candidatos estão a influenciar subjetiva ou objetivamente as crispações sociais que podem causar
consequências negativas na coesão social e religiosa.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Para a maioria em Gabú, votar significa escolher programas de desenvolvimento ou partidos que transmitam confiança. Embora muitos afirmem decidir de forma autónoma, surgem pressões familiares, comunitárias e religiosas, bem como tentativas de compra de votos. Jovens, mulheres e líderes locais são alvos frequentes de bens materiais ou promessas. Nos debates, também apareceram relatos de intimidação dentro das famílias. Apesar disso, os eleitores insistem que o voto deve ser livre e pessoal, expressando uma tensão constante entre autonomia e condicionamentos externos.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Gabu. Assim sendo, num universo de 489 entrevistados/as, 46% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de desenvolvimento 39% afirmam que significa escolher o partido que transmite confiança.
Nessa parte procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Ou seja, até que ponto eles são ou não autónimos para decidirem em quem votar sem se deixarem ser influenciadas pela escolha de decisão de terceiros. O estudo também procurou observar o que significa o ato de votar para eleitores da região de Gabu. Assim sendo, num universo de 489 eleitores entrevistados, 46% afirmam que para eles votar significa eleger o candidato com melhor programa de desenvolvimento, 39% afirmam que significa escolher o partido que transmite a confiança.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 94% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Os eleitores entrevistados demonstraram saber o por quê que são chamados a votar, segundo o gráfico 23, 94% afirmam que votam nas eleições com o propósito de contribuir para resolver os problemas que o país enfrenta. Teoricamente ficou evidente que a maioria sabe que o ato de votar tem como fundamento criar condições para atender as demandas estruturais do país e que deve refletir na vida dos cidadãos. É praticamente insignificante a opção que considera o ato de votar como uma oportunidade para resolver problemas de indivíduos ou de um determinado.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, os entrevistados/as afirmam que a orientação do voto vem por parte do marido (7%). Das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, 7% dos eleitores entrevistados afirmam que a orientação do voto vem por parte do marido. Das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que não alcançaram significância. Em termos gerais, percebe-se um certo desconforto por parte dos eleitores entrevistados em responder com naturalidade essa questão.
Mas, por conseguinte, no grupo focal os participantes sempre procuram trazer manifestações de como a situação do direito a voto é encarado no seio familiar e comunitário. Nessa intervenção de um dos participantes68 ficou o retrato de como o ambiente é vivenciado:
(…) conheço muita gente que indica a sua mulher e filhos
onde votar. E ainda ameaça a mulher caso ela não votar, vai sair
de casa, e ao filho ameaça que vai deixar de comer em casa. Se
tudo isso está a acontecer é porque estamos com falta de meio
para enviar nossos filhos para escola.Participante no. 10 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Outro facto narrado que aponta para uma dimensão que tenta explorar origens identitárias e/ou opção religiosa como mecanismo para influenciar a massificação de orientação de voto por parte de um determinado grupo social foi a preocupação levantada por um dos participantes quando explicou que:
Na eleição passada tem um fenómeno muito perigoso que
nasceu na região de Gabu. Os fulas diziam: ankala ide horema,
que significa, você deve gostar mesmo de si mesmo, enquanto os mandingas diziam: nhô fassa, significando abraçar uns aos
outros.Participante no. 4 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Vale mencionar que esse radicalismo na abordagem de mobilizar voto não é o
caso específico apenas da região de Gabu. O assunto além de transversal se
nos apresenta delicado no seio comunitário e, em muitas localidades, percebe-
se que os eleitores se sentem inibidos e preferem não falar para não denunciar
aquilo que consideram como sigilo comunitário.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 70% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, como não admitiram a influência de terceiros nas suas decisões de voto, 70% afirmam que a sua decisão de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Além disso, 6% dos/as entrevistados/as afirmaram que o voto também é influenciado por praga. Das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
De igual modo, não reconheceram também a existência de mecanismos coercitivos tradicionais nas suas decisões de voto. Contudo, 6% dos eleitores entrevistados mencionaram a “praga” como um dos mecanismos psicológico para influenciar eleitores, o que etimologicamente significa amaldiçoar alguém. Geralmente existe uma crença, sobretudo, no seio comunitário e quiça guineense de que os país têm esse poder sobre os filhos caso esses nãos os obedeçam. Portanto, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 489 resposta em Gabu, 91% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Apesar de não admitirem a influência nas suas decisões de voto, num universo de 489 respostas, 91% dos eleitores entrevistados afirmam que partidos e candidatos oferecem bens materiais durante o período da campanha eleitoral para angariar votos nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (19%), camisolas (19%), arroz (11%), dinheiro (17%) e roupa (15).
Ainda segundo o gráfico 28, os eleitores entrevistados demonstraram reconhecer os bens que são disponibilizados para angariar votos nas comunidades e 19% destacam as motorizadas, 19% mencionam as camisolas, 11% afirmam que é o arroz, 17% consideram que é o dinheiro e 15% acham que são as roupas.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), chefe de tabanca (17%), associações de mulheres (19%) e ou jovens (17%).
Entre os principais beneficiários, 18% dos eleitores consideram a comunidade, 17% apontam o responsável local do partido, 17% acham que é o chefe de tabanca, 19% apontam associações de mulheres e 17% consideram que são os jovens. Vale salientar que, geralmente, os bens são distribuídos a partir de estruturas comunitárias existentes conforme mencionaram os eleitores, contudo, procuram agradar cada grupo em função das especificidades de suas necessidades. Por exemplo, jovens sempre são beneficiados com equipamentos desportivos e aparelhos de som, mulheres geralmente beneficiam de materiais domésticos e panos enquanto homens recebem dinheiro e motorizadas.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Em Gabú, quase todos defendem um nível mínimo de escolaridade para deputados e membros do governo, associando-o à competência, liderança e boa governação. Ainda assim, 80% classificam o desempenho democrático como mau, refletindo perda de confiança nas instituições. Apenas a Liga Guineense dos Direitos Humanos surge como referência de credibilidade, seguida pela Presidência e pela ANP. A democratização do espaço político para mulheres e jovens é amplamente apoiada, embora se reconheça que as mulheres são vistas como mais confiáveis. Persistem críticas à falta de transparência e à fraca capacitação dos agentes eleitorais, acompanhadas do apelo por mais sensibilização cívica.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 96% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito aos seus níveis de preparo e, também em relação a aquilo que pensam do desempenho democrático no país. Em relação a importância da escolaridade mínima para deputados e membros do governo, os eleitores entrevistados demonstraram saber que é fundamental que os responsáveis públicos tenham um nível aceitável de preparação. Em suas opiniões, 96% afirmam que deveria haver um nível de escolaridade mínima como critério que condiciona o acesso aos cargos de deputado e membro do governo.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (36%), para poder tomar as melhores decisões (33%), para ter a capacidade de governar melhor (8%) e é importante saber ler e escrever (23%).
De acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados justificam as suas opiniões afirmando que é importante haver um nível de escolaridade mínimo para os referidos cargos pelos seguintes motivos: 36% justificam que para se poder ser um bom líder, 33% defendem que é necessário para poder tomar as melhores decisões, 8% consideram importante para ter a capacidade de governar melhor e 23% são de opinião que é importante saber ler e escrever. Independentemente dos percentuais atribuídos, importa reconhecer que, em geral, os eleitores apenas estão a defender a competência como condição necessária para assumir cargos públicos.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 80% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 20% afirmam que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático ficou também manifesta pela perda de confiança dos eleitores nas instituições do pais. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional certamente não ficaram despercebidos. Nas observações dos eleitores entrevistados, 80% acham mau o desempenho democrático no país. Contrariamente, 20% consideram que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 24%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (19%) e depois a assembleia (15%).
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a sociedade civil representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece como a mais bem posicionada com uma confiança relativa de 24% na opinião dos eleitores entrevistados. Em seguida, aparece dois órgãos de soberania, Presidência com 19% contra 15% da ANP.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Processo do voto na Guiné-Bissau.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 98% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Sobre a participação de mulheres e jovens nos espaços de tomada de decisão, de acordo com o gráfico 34, verifica-se que 98% dos eleitores entrevistados são de opiniões sobre a necessidade de democratização do espaço, permitindo que as mulheres e os jovens assumam cargos políticos
Contudo, os participantes no grupo focal igualmente reconheceram essa necessidade, mas acreditam que as mulheres merecem mais e são mais confiáveis politicamente do que os jovens. Na opinião de um dos participantes:
A juventude está a reclamar de oportunidade sem lembrar que
estão a destruir a sociedade. Um exemplo, pessoas que
desmarcaram do seu partido e foram criar outro partido são de
faixa de etária? Eu aposto mais nas mulheres porque elas são
responsáveis porque é raro ver a mulher a trair, sobretudo, na
política.Participante no. 6 no grupo focal em Gabu. • Entrevista de grupo focal • 2022-07-22
Apesar das observações críticas que são partilhadas, os participantes do grupo
focal reconhecem que é fundamental que todos os grupos sociais tenham
igualmente a mesma oportunidade e responsabilidade em termos de
participação política.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 19% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 11% afirmam que há falta de capacidade dos agentes nas mesas de voto e deviam aumentar os programas de sensibilização sobre o recenseamento.
Com relação ao processo de voto no pais, os eleitores entrevistados demonstram alguma preocupação pela forma como tem sido organizado. E em respostas obtidas, 19% consideram a falta de transparência ao longo do processo e 11% apontam para falta de capacidade dos agentes nas mesas de voto, no entanto, pensam que seria necessário aumentar os programas de sensibilização sobre o recenseamento.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 96% dos entrevistados/as na região de Gabu acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
Entretanto, de acordo com o gráfico 36, 96% os eleitores entrevistados acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito. Certamente, o momento serviu de oportunidade não só de pronunciarem sobre a importância que dão ao seu voto, o histórico do processo eleitoral no país, mas também para manifestar suas perceções em relação as instituições democráticas. Resumidamente pelas opiniões dos eleitores percebe-se que ainda existe muita expetativa sobre aquilo que a democracia é capaz de favorecer em benefício comum, mas deixaram patente que a sobreposição da agenda pessoal tem sido um entrave que tem colocado a sociedade na eminência de rotura com os valores democráticos.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
A região de Tombali, no sul da Guiné-Bissau, distingue-se pela forte presença das etnias Balanta e Nalu e pela predominância do Islão. Com economia baseada na agricultura e população jovem, Tombali revela equilíbrios de género e forte adesão ao casamento tradicional. A região elege sete deputados, sendo espaço crucial para compreender dinâmicas democráticas em contextos rurais.
- Eleitores 2018
- 39.704
- Questionários
- 203
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Tombali
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Tombali, no extremo sul da Guiné-Bissau, é composta por cinco setores, mas devido a limitações logísticas o inquérito foi aplicado apenas em Catió, capital regional. Entre os 203 entrevistados, predominam Balanta (38%) e Nalu (17%), num quadro étnico diversificado. A população é jovem, com maioria entre 19 e 39 anos, e o equilíbrio de género é quase paritário (48% mulheres, 52% homens). A religião muçulmana (63%) predomina, seguida da cristã (32%). O casamento tradicional é a forma mais comum (91%), e a maioria dos agregados tem menos de 10 eleitores. Embora muitos tenham frequentado o ensino médio, persiste analfabetismo. A agricultura domina como fonte de subsistência.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Tombali é a etnia Balanta, representada por 38%.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os eleitores entrevistados na região de Tombali é a etnia Balanta que representa 38%, seguido por Nalu com 17%. Grosso modo, tal como nas outras regiões, percebe-se que não há territórios étnicos autênticos e Tombali também acolhe praticamente todos os outros grupos étnicos.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 30-39 anos, representada por 27%, em seguida a faixa dos 19 a 29 anos, representada por 26%.
A faixa etária dos eleitores entrevistados nessa região é predominantemente jovem e se encontra entre os 30-39 anos, representada por 27%, em seguida a dos 19 a 29 anos, representada por 26%. Conforme temos visto ao longo do estudo, o perfil etário dos eleitores é praticamente o mesmo, e pertencem a faixa com uma vida associativa e política com muita intensidade.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 203 entrevistados/as na região de Tombali, 48% foram do sexo feminino e 52% do sexo masculino.
A participação de género foi relativamente equilibrada, e num universo de 203 eleitores entrevistados na região de Tombali, 48% pertence ao sexo feminino e 52% masculino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a muçulmana, representada por 63%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a muçulmana, representada por 63%, seguida da cristã com 32%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 67% são casados (as), 25% são solteiros (as), 4% são divorciados (as) e 3% são viúvos (as).
Já no que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 67% são casados, 25% solteiros, 4% divorciados e 3% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 91%.
Entre os casados, a celebração é baseada em usos e costumes de cada grupo, e representa 91 % dos eleitores entrevistados.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 75% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 25% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Todos os eleitores entrevistados têm alguém em casa em condições de exercer o seu direito de votar enquanto cidadão. E quando foram questionados sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 75% afirmam que têm menos de 10 pessoas que podem votar e 25% afirmam que têm mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, também representado por 21%. E ainda se nota que 13% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.
De acordo com o gráfico 8, a maior parte dos eleitores entrevistados na região de Tombali frequentaram o ensino médio. O nível de escolaridade predominante é de 10ª – 12ª classe, que representa 21% e, de igual modo, o de 7.ª – 9ª classe, representa 21%. Ainda se nota que 13% dos eleitores entrevistados não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 203 entrevistados/as, 62% são agricultores/as, 11% trabalham no setor privado, 10% no setor público e 17% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. E num universo de 203 entrevistados, 62% são agricultores, 11% trabalham no setor privado, 10% no setor público e 17% são comerciantes. Tal como verificado nas outras regiões, a maioria de eleitores são cidadãos com ocupação socio-laboral que participam na produção de riquezas que, direta ou indiretamente, apoiam o processo de construção da economia nacional.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Os eleitores de Tombali revelam uma participação eleitoral consistente, muitos já votaram várias vezes em diferentes modalidades de eleições. Apesar dessa experiência, a confiança nos partidos e candidatos é frágil. Boa parte não vota sempre no mesmo partido, alegando incumprimento de promessas e desconfiança, embora haja também fidelidade partidária e militância. A descrença nas promessas eleitorais é recorrente, com 67% a declarar que não acreditam nelas. Nos grupos focais, essa frustração aparece com força: votar surge muitas vezes como dever cívico, mais do que como esperança de mudança.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 203 entrevistadas/os, 42% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 18% pelo menos 2 vezes. Essa parte introdutória sintetiza o quadro de informação sobre eleitores da região de Tombali e a seguir vai ser observada suas experiências e relações que estabelecem com o processo eleitoral.
Nessa parte o propósito foi de procurar observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar ou não em determinados candidatos ou partidos. Quando questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 203 eleitores entrevistados, 42% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 18% pelo menos 2 vezes. Portanto, pode-se reconhecer que já acumularam alguma experiência para falar sobre as dinâmicas do processo eleitoral.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 29% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 17% nas eleições de 1999, 29 % nas eleições gerais de 2014 e 25% nas eleições gerais de 2019.
Em relação a participação nas eleições gerais realizadas no país, 29% afirmam terem votado em 1994, 17% em 1999 e 29 % em 2014.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 26% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas legislativas, 26% afirmam terem votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 26% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais, 26% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado também pelo menos 6 vez. No geral, vê que nas três modalidades de eleições realizadas houve uma participação equilibrada dos eleitores e que lhes permitirão contribuir com o propósito do estudo.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 54% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 46% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 54% afirmam que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 46% afirmam que têm votado sempre no mesmo partido. Provavelmente, nesse segundo caso dois aspetos podem contribuir para o entendimento do comportamento: primeiro, pode estar relacionado com a fidelidade da militância ou simpatia dos eleitores ao partido e, segundo, no contexto eleitoral guineense as questões histórico-ideológica, étnico e religiosa têm determinado a decisão de escolha. Essas ligações (e não só) supostamente têm em menor ou maior grau definido no país as opções de eleitores na hora de decidir o seu voto.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (14%) e militância (26%).
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: 48% consideram a confiança no partido, 14% apontam a confiança no programa de governo e 26% justificam a militância. Conforme se vê pelas opções supramencionadas a confiança no partido surge com maior percentual em relação as outras opções. Ou seja, na cartografia eleitoral existem zonas consideradas de eleitores fixos que são reconhecidas como bastião de determinados partidos e candidatos onde, tradicionalmente, sempre têm se elegido.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (32%), falta de confiança no partido (43%) e mudança de partido (25%).
E os eleitores entrevistados que afirmam que não votam sempre no mesmo partido os seus motivos são: 32% porque o partido não cumpriu com as promessas da campanha anterior, 43% porque têm a falta de confiança e 25% por motivos de mudança do partido. Os argumentos apresentados demonstram a existência de coerência na postura desses eleitores na valorização de seus votos.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Tombali. Num universo de 203 entrevistados/as, 67% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 33% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciaram a votar ou não num determinado partido nas eleições, o estudo procurou também compreender o nível de confiança dos eleitores entrevistados nas promessas eleitorais feitas pelos candidatos na região de Tombali. E num universo de 203 eleitores entrevistados, 67% afirmam que não acreditam nas promessas eleitorais e 33% afirmam acreditar.
O incumprimento com as promessas por parte de partidos e candidatos tem criado muita desconfiança na cabeça dos eleitores que, apesar de tudo, alguns ainda acham que vale a pena continuar a acreditar nas promessas. Caso, por exemplo, de um dos participantes96 que justifica a sua posição dessa forma:
Eu acredito sim. Porque nós é que temos a necessidade, e se
encontrarmos alguém que promete que vai fazer algo para nós,
aceitamos, embora com certa dúvida. E damos-lhe o nosso voto.
Acontece que depois das eleições já não se lembram de nós. Só
satisfazem as suas necessidades e pronto. Já votamos várias
vezes, mas nada foi feito. Eu voto pelo futuro dos meus filhos e
outras crianças, mas nada muda. Só peço a Deus que coloque
alguém que vai cumprir com a sua promessa.Participante no. 9 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Se da parte de uns ainda existem benefícios de dúvidas, para outros a deceção é muito forte e os levam a não acreditar radicalmente nos partidos e candidatos, mas afirmam que votam em cumprimento do dever cívico. Um dos participantes não escondeu a revolta ao justificar o seguinte:
Eu não acredito em nenhum político, voto porque é um
dever cívico que tenho que exercer. Não é porque acredito
nas suas palavras. Voto enquanto cidadão a exercer o seu
dever.Participante no. 2 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Para uma boa parte dos participantes no grupo focal as suas experiências nesse recente processo eleitoral e democrático os permitam afirmar que os atores políticos são todos farinha do mesmo saco. E um dos participantes98 disse que:
Pessoalmente já nenhum político me convence. Vou votar para
não ficar de fora, mas não voto porque me prometeram isso e
mais aquilo. As suas palavras não me convencem porque depois
não fazem nada para o povo, todos fazem a mesma coisa. Se
confiares num e não faz nada, depois volta a confiar noutro e
faz ainda pior (…).Participante no. 7 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Esse é o entendimento que os eleitores, sobretudo, os mais esclarecidos têm
das promessas eleitorais. Para eles, as promessas são apenas utilizadas como
expedientes durante a campanha eleitoral para mobilizar votos de eleitores e
não como um sério compromisso político.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 37% afirmam ter confiança no candidato, 63 % confiança no programa de Governo.
Portanto, segundo o gráfico 18, os eleitores entrevistados que afirmam que acreditam nas promessas eleitorais, 37% justificam que têm a confiança no candidato e 63 % consideram que é por confiança no programa de governo.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 40% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 60% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Entretanto, dos eleitores entrevistados que afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, 40% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 60% justificam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 203 entrevistados/as, 73% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Quando questionados sobre o processo democrático no pais, num universo de 203 eleitores entrevistados, 73% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais. Aqui apesar da disparidade entre as duas opções, a conclusão que se tira é a de que os eleitores compreenderam que a democracia precisa das duas coisas para sobreviver e poder assegurar aos cidadãos a construção do bem- estar comum.
E é exatamente nessa perspetiva que os participantes no grupo focal emitiram também as opiniões, assegurando que o respeito pelas regras se afigura como fundamental para garantir que a democracia realmente funcione. E um dos participantes99 considera que:
(…) a democracia serve quando se respeita as regras e cada um
seja dado o seu direito. Serve também para nos trazer a paz,
estabilidade e liberdade de expressão onde cada cidadão pode dar o seu ponto de vista. A democracia nos dá o direito de exigir
os nossos direitos juntos dos nossos governantes.Participante no. 6 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Resumidamente, embora insatisfeitos com as dificuldades que o ambiente
político produz e reproduz, o reconhecimento daquilo que a democracia é
capaz de proporcionar aos cidadãos numa condição de normalidade ficou
patente e reconhecida nas leituras dos eleitores.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos eleitores entrevistados afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
Basicamente, em todas as regiões, os eleitores não têm dúvidas sobre o significado da campanha eleitoral, mas, por exemplo, no grupo focal foi levantada preocupações sobre os riscos que estão a manifestar e que pode contribuir para mudar o sentido da campanha. E um dos participantes100 não teve dúvidas em dizer o seguinte:
Segundo os anos da minha experiência eleitoral, a Guiné-Bissau
era um exemplo porque as eleições decorriam de forma simples,
sem confusão entre a população, mas a partir de 2012 tem-se verificado vários problemas no período da eleição. Com isso
volto a repisar que não há ainda compreensão sobre a
democracia na Guiné-Bissau. Porque se entendermos a
democracia saberemos que cada um é livre de escolher o partido
que quer apoiar. Mas, também para apoiar o nosso partido
temos que saber qual a linguagem a usar, pois tem-se verificado
muito choque na forma de fazer claques por parte dos
militantes. Já vimos marido a obrigar a esposa a votar no
partido que ele apoia, mas não deveria acontecer, porque a
escolha é pessoal.Participante no. 1 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Conforme se constata, para maioria dos eleitores o significado da campanha
eleitoral é de discutir projetos políticos de governação que pode refletir
positivamente na vida comunitária. Por isso, reconheceram que o percurso
começou bem, mas nos últimos tempos tem sofrido alterações com
manifestações tendentes a provocar roturas no relacionamento entre
indivíduos, famílias e grupos.
No geral, os eleitores observaram o período da campanha eleitoral como de
debate político e apresentação de propostas de governação aos eleitores, mas
também apontaram para os riscos cada vez mais crescente de
descaracterização substancial desses objetivos.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Em Tombali, o voto é percebido sobretudo como escolha de um partido que transmite confiança, mas essa confiança vem sendo corroída por práticas clientelistas. Embora 97% afirmem votar na esperança de resolver problemas nacionais, muitos reconhecem que prevalece o interesse pessoal ou comunitário. Os eleitores rejeitam, em teoria, influências externas, mas admitem que bens materiais — motorizadas, camisolas, arroz ou dinheiro — circulam durante as campanhas, beneficiando sobretudo jovens e associações locais. Esse cenário cria ambiguidades: o voto é visto como instrumento de cidadania, mas também como espaço de troca desigual e frágil autonomia.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Tombali. Assim sendo, num universo de 203 entrevistados/as, 53% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato que transmite confiança.
Nessa parte procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Ou seja, até que ponto eles são autónimos para decidir em quem votar sem se deixarem ser influenciados pela decisão de terceiros. Por isso, a questão que os eleitores foram colocados visa essencialmente saber o que significa o ato de votar para eles. Assim sendo, num universo de 203 eleitores entrevistados, 53% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger um partido que transmite a confiança.
E no meio de uma crescente divisão e diversificação do sentido de voto, os participantes101 do grupo focal acham que a cada eleição que passa o exercício do voto está a perder o seu sentido de influenciar a promoção responsável das políticas públicas:
Hoje em dia o verdadeiro sentido do voto na Guiné-Bissau se
perdeu porque agora não se vota para desenvolver o país, mas
votam em troca por bens matérias ou para depois beneficiar de
certas regalias, prejudicando o resto da sociedade.Participante no. 1 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
O ato de votar aos olhos de eleitores continua a ser um desafio, porque
segundo os mesmos, nem todos o encaram como uma contribuição que direta
ou indiretamente pode influenciar a construção do bem comum.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 97% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 97% dos eleitores entrevistados afirmam que votaram nas eleições porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Ou seja, teoricamente pelas respostas, os eleitores demonstraram saber que precisam votar para contribuir na resolução dos problemas de governação que o país tem. Só que momento de grupo focal reconhecem que na prática a realidade é, às vezes, contraditória e o ato de votar para a ter um carater completamente distorcido. E muitos votam pensando em resolver o seu problema pessoal ou do grupo o qual pertence.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância e 90% não souberam responder.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 80% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 80% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.
Além de não admitirem a influência de terceiros nas suas decisões de voto, também não reconheceram a existência de práticas tradicionais e religiosas coercitivas que os influenciam a votar. Percebe-se pelo gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 203 resposta em Tombali, 97% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Se por um lado descartaram não serem influenciados nas suas decisões de voto, por outro lado, num universo 203 resposta, 97% dos eleitores entrevistados são de opiniões que os partidos e candidatos oferecem bens materiais para angariar votos nas comunidades. E a questão que se coloca é a seguinte: por quê que os partidos e candidatos têm persistido nessa estratégia de “doação” de materiais diversos só durante o período da campanha eleitoral? Quem ganha e quem perde nessa suposta relação de troca de favores? Talvez essas e outras questões poderão ajudar a compreender até que ponto os eleitores não são autónimos em decidir livremente o seu voto. E como os mesmos reconhecem, a maioria apresenta alguma dificuldade em termos de compreensão do significado que um ato de votar pode significar na sua própria vida e na de todos os eleitores.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (27%), camisolas (25%), arroz (17%) e dinheiro (15%).
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: 27% consideram que são as motorizadas, 25% acham que são as camisolas, 17% afirmam que é o arroz e 15% pensam que é o dinheiro. É uma luta em que cada partido procura influenciar votos, no entanto, no final o nível de satisfação entre eles não é o mesmo. Porque além dos bens materiais e dinheiro que são investidos, outros fatores como a capacidade organizativa, componente étnico-religiosa e presença nas estruturas governativas são também determinantes.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (16%), o responsável local do partido (13%), associação de mulheres (17%), jovens (33%) e ou chefe de tabanca (14%).
Os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados são: 16% acham que é a comunidade, 13% apontam o responsável local do partido, 17% consideram que é associação de mulheres, 33% justificam que são os jovens e 14% acreditam que é o chefe de tabanca. Aqui conforme anteriormente já foi mencionado, não importa o peso de cada grupo, mas é importante saber que são estruturas que intermediam as relações de troca de favores com partidos e candidatos. Conforme as indicações supramencionadas, os bens são distribuídos a partir de estruturas comunitárias existentes e líderes de opiniões e cada grupo em função de sua capacidade de organização e densidade associativa pode alocar mais benefícios para os seus membros.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Em Tombali, quase todos os eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e membros do governo, vista como condição para liderança responsável. Apesar disso, 78% avaliam o desempenho democrático como mau, refletindo desconfiança nas instituições. A Liga Guineense dos Direitos Humanos e as forças de defesa foram as mais reconhecidas, embora esta última não seja ator democrático. A lei da Paridade inspira apoio, mas permanece mal cumprida, e 96% pedem mais espaço para mulheres e jovens. A transparência eleitoral é criticada, com destaque para falta de clareza nos resultados e insuficiente sensibilização cívica.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 98% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito aos seus níveis de preparo e, também ao desempenho democrático no país. Sobre nível de escolaridade, os eleitores entrevistados não têm dúvidas sobre a importância que esse requisito tem na melhoria do desempenho da democracia e de instituições democráticas. E foram muito claros na exigência de escolaridade mínima para deputados e membros do governo. Quando questionados sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e membros do governo, 98% dos eleitores entrevistados afirmam que deveria haver um nível de mínima escolaridade para esses cargos.
De igual modo, os participantes do grupo focal também consideram que o acesso a esses cargos deve ter como um dos requisitos avaliação do nível de escolaridade. De acordo com um dos participantes:
A escola sempre é indispensável em qualquer ocasião e,
principalmente, quando se fala de uma pessoa que tem um
cargo público. Para mim um governante deve ter pelo menos
12º ano para saber dar a resposta satisfatória no momento
necessário.Participante no. 7 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
A exigência dos eleitores é para assegurar que o cidadão que concorre ao
cargo do deputado ou nomeado como membro do governo esteja minimamente
preparado para a função.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (27%), para poder tomar as melhores decisões (22%), para ter a capacidade de governar melhor (16%) e é importante saber ler e escrever (35%).
De acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínimo para deputados e membros do governo pelos seguintes motivos: 27% consideram que é o básico para se poder ser um bom líder, 22% acham que é importante para poder tomar as melhores decisões, 16% justificam que é necessário para assegurar a capacidade de governar melhor e 35% não têm dúvida que é importante saber ler e escrever.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 78% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 22% afirmam que o desempenho democrático é bom.
A insatisfação com o desempenho democrático ficou ainda mais reforçada com a manifestação de perda de confiança dos eleitores nas instituições do pais. O contexto de fragilidade democrática e vulnerabilidade institucional, levou os eleitores entrevistados a manifestarem a sua falta de confiança nas instituições do país. Analisando o gráfico 32, 78% dos eleitores entrevistados são de opinião que o desempenho democrático no pais é mau e apenas 22% afirmam que é bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 28%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a força de defesa (23%) e depois a Presidência (13%).
Em seguida, foram igualmente pedidos para demonstrarem a confiança que têm nas instituições do pais. Conforme se constata pelo gráfico 33, a Liga Guineense dos Direitos Humanos que representa as organizações da sociedade civil obteve 28% de reconhecimento. Na sequência aparece as forças de defesa com 23%. Como devem saber, as forças de defesa não é um ator do jogo democrático, mas o protagonismo que tem assumido nesse recente percurso democrático nos obrigou a incluí-la apenas para observar que leitura que dela vai ser feita pelos eleitores.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 96% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
Procurou-se também observar a perceção dos eleitores sobre a questão do género. Durante a IXa legislatura foi aprovada no parlamento a lei no.4/2018, conhecida como lei de Paridade, que obriga o parlamento e o executivo a reservarem uma quota de 36% de representação para as mulheres. Apesar do esforço de organizações defensoras de direitos das mulheres, não houve por parte dos partidos o cumprimento das diretrizes da legislação. E perante a manifesta resistência masculina procurou-se questionar aos eleitores o que pensam sobre participação de mulheres e jovens na esfera de tomada de decisão. De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 96% dos eleitores entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
De acordo com um dos participantes103 no grupo focal:
Será muito importante que sejam dadas oportunidades para
todos e assim quem sabe que andam em caminho diferente dos
homens e nos ajudam a desenvolver a Guiné-Bissau porque até
agora não colhemos ainda o fruto do que estamos a plantar.Participante no. 8 no grupo focal em Catio. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-22
Nas considerações dos eleitores, as mulheres e os jovens aparecem como
grupos que possam resgatar a esperança dos cidadãos que já não confiam que
os homens vão conseguir promover o desenvolvimento sozinhos.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 43% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 14% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 10% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 17% aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral.
Com relação ao processo de voto no pais, 43% dos eleitores entrevistados afirmam que existe a falta transparência ao longo do processo, 14% consideram que deveria reforçar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 10% apontam o atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 95% dos entrevistados/as na região de Tombali afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 95% dos eleitores entrevistados na região de Tombali afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito. Portanto, momento como esse é visto sempre como uma oportunidade para qualquer cidadão emitir a sua opinião sobre o que pensam a respeito da importância de seu voto, como também do reflexo da democracia no desenvolvimento do país.
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
Quinara, no sul da Guiné-Bissau, apresenta forte presença Beafada e Balanta, população jovem e diversidade religiosa. A agricultura é a principal atividade, mas o comércio e o setor público também se destacam. A região revela níveis de escolaridade relativamente elevados e elege cinco deputados, sendo espaço relevante para compreender os desafios da participação democrática.
- Eleitores 2018
- 31.920
- Questionários
- 152
- Meta %
- 0,5 %
Sentido do voto na Guiné-Bissau
Sentido do voto na Região de Quinara
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.
Na região de Quinara foram inquiridos 152 eleitores, maioritariamente Beafada (36%) e Balanta (26%), refletindo a diversidade étnica local. A população é jovem, com 59% entre 19 e 39 anos, e mantém equilíbrio de género (53% homens, 47% mulheres). O Islão predomina (53%), seguido do cristianismo (33%). O casamento tradicional é mais frequente e a maioria dos agregados conta menos de dez eleitores. A escolaridade situa-se sobretudo entre 10.ª–12.ª classe (24%), com 14% a declarar ensino superior — um dado distintivo em relação a outras regiões. A economia assenta na agricultura (40%), mas também no comércio (20%) e no setor público (16%).

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo na região de Quinara é a etnia Beafada, representada por 36%.
Conforme o gráfico 1, a região de Quinara acolhe igualmente todo o mosaico étnico guineense, sendo que a etnia predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a Beafada que representa 36%, seguido de Balanta com 26%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 2: Faixa etária
A faixa etária dos entrevistados/as nessa região se encontra entre os 19-29 anos, representada por 31%, em seguida a faixa dos 30 a 39 anos, representada por 28%.
Entre os eleitores entrevistados nessa região, a faixa etária predominante se encontra entre os 19-29 anos, que representa 31%, em seguida dos 30-39 anos, que representa 28%. Ou seja, uma faixa etária predominantemente jovem supostamente com interesse em acompanhar as dinâmicas do associativismo e questões sociopolíticas do país.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 152 entrevistados/as na região de Quinara, 53% foram do sexo feminino e 47% do sexo masculino.
Em termos de género num universo de 152 eleitores entrevistados na região de Quinara pode-se constatar um relativo equilíbrio em termos de participação no inquérito, com 53% a representar o sexo masculino, contra 47% do sexo feminino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as nessa região é a cristã, representada por 33%.
A religião predominante entre os eleitores entrevistados nessa região é a muçulmana com 53%, seguida por cristã com 33%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 68% são casados (as), 28% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 2% são viúvos (as).
No que diz respeito ao estado civil dos eleitores entrevistados, constatou-se que 68% são casados, 28% solteiros, 2% divorciados e 2% viúvos.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 56%.
Entre os casados, a celebração é baseada em usos e costumes de cada grupo, e representa 56 % dos eleitores entrevistados.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 82% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 16% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.
Praticamente, todos os eleitores questionados têm alguém no seu agregado familiar com a capacidade eleitoral. E em respostas obtidas, 82% afirmam que no agregado têm menos de 10 pessoas que podem votar e 16% afirmam que têm mais de 10.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as na região de Quinara é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 24% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 16%. E ainda se nota que 14% dos entrevistados/as possuem curso superior.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os eleitores entrevistados na região de Quinara é o de 10ª – 12ª classe, que representa 24%, em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe com 16%. E ainda se nota também que 14% dos eleitores entrevistados possuem curso superior, um facto positivamente diferenciador quando comparado com outras regiões.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 152 entrevistados/as, 40% são agricultores/as, 9% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 20% são comerciantes.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou elucidar são domínios de atividades laborais dos eleitores entrevistados. E num universo de 152 eleitores, 40% são agricultores, 9% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 20% são comerciantes. Grosso modo, os dados apontam que são cidadãos com ocupação e que, direta ou indiretamente, têm contribuído para o processo de desenvolvimento socioeconómico do país.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.
Os eleitores de Quinara revelam trajetórias eleitorais marcadas por repetidas participações, sobretudo em legislativas e presidenciais. A confiança nos partidos divide opiniões: muitos permanecem fiéis por tradição ou crença na liderança, enquanto outros se afastam devido ao incumprimento das promessas. Nos grupos focais surgiram vozes de esperança, mas também frustração com promessas nunca concretizadas, como a estrada Buba–Fulacunda. A percepção dominante é que a democracia deveria trazer justiça e desenvolvimento, mas a prática política, baseada em promessas vazias e compra de consciências, mina essa confiança.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 152 entrevistadas/os, 21% assumem que já votaram pelo menos 4 vezes e 20% pelo menos 5 vezes.
A propósito procurou-se observar o nível de confiança dos eleitores nos candidatos, mas sobretudo o que os levam a votar em determinados candidatos ou partidos. Nesse sentido, quando questionados quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 152 eleitores entrevistados, 21% assumem que já votaram pelo menos 4 vezes e 20% pelo menos 5 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no pais, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 7% nas eleições de 1999, 13 % nas eleições gerais de 2014 e 2% nas eleições gerais de 2019. 63% não souberam responder essa questão.
Entretanto, sobre a participação nas eleições realizadas no pais, percebe-se que, 16% afirmam terem votado nas eleições gerais em 1994, 7% nas de 1999 e 13 % nas de 2014. E um número maior correspondente a 63% não souberam responder essa questão. Conforme noutras regiões foi observado, acreditamos que os entrevistados tiveram alguma dificuldade em compreender a denominação “eleições gerias”, e logo a seguir vamos constatar uma leitura diferente em relação as eleições legislativas e presidenciais.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 88% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.
Por conseguinte, em relação ao número de vezes que os eleitores entrevistados votaram nas eleições legislativas, 88% afirmam terem votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 88% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.
De igual modo, nas eleições presidenciais, a participação corresponde com a anterior, e 88% dos eleitores entrevistados afirmam terem votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 42% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto que 55% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.
Durante o estudo também foi possível medir o nível de confiança que os eleitores entrevistados possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 42% afirmam que não votam sempre no mesmo partido, enquanto 55% afirmam que têm votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (38%), o partido tem um bom Programa de Governo (11%) e ter admiração pelo partido (5%).
E de acordo com as respostas, os eleitores não apresentaram dificuldades em apontar os principais motivos que os levem a votar sempre no mesmo partido. E em suas respostas, 38% justificam que é por confiança no partido, 11% consideram que é pelo bom programa de governo e apenas 5% afirmam que admiram o partido.

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (11%) e a falta de confiança no partido (31%).
E já para aqueles que afirmam que não votam sempre no mesmo partido, as justificativas são: 11% justificam por falta de cumprimento das promessas da campanha e 31% por falta de confiança no partido.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as na região de Quinara. Num universo de 152 entrevistados/as, 58% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 41% afirmam acreditar nas promessas.
Além de tentar observar os principais motivos que influenciaram os eleitores a votarem ou não em determinados partidos ou candidatos nas eleições, procurou-se também compreender o nível de confiança que têm nas promessas eleitorais que são feitas pelos partidos e candidatos. Num universo de 152 eleitores entrevistados, 58% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 41% afirmam acreditarem nas promessas.
Em relação a essa questão, tanto quanto os entrevistados, os participantes no grupo focal também demonstraram falta de confiança nas promessas que são feitas. Contudo, alguns afirmam que, às vezes, acreditam e tentam renovar esperanças para ver o que pode acontecer. Entre as contribuições, eis o que uma participante disse:
Nos períodos eleitorais os políticos nos fazem várias
promessas e nós precisamos de serviços básicos, como
hospitais, escolas e outros. Eles nos prometem todas essas
coisas e apesar de não cumprem com as suas palavras,
temos sempre a esperança de que podem vir a cumpri-las.Participante no. 6 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Mas, ainda foi possível registar sentimentos de revolta face ao incumprimento das promessas e alguns eleitores até advertiram que já chegaram a pensar que já não vale a pena continuar a votar. Esse participante é entre tantos com a mesma opinião:
(…) já chamei a minha mulher e lhe disse para deixarmos de
votar. Os nossos votos não trazem nenhum resultado, “constrói-se uma casa quando sabes que vais morar nela, caso contrário, não vale o esforço”. Este ano não vamos votar, a estrada que liga Buba a Fulacunda não tem mínimas condições, mas são das primeiras promessas que sempre fazem, vamos construir esta estrada. Desde 1994 durante a abertura democrática na Guiné-Bissau foram feitas várias promessas, mas nenhuma chegou a ser cumprida, porque os políticos conseguem comprar a consciência e dignidade dos eleitores.Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
A manipulação de eleitores com pouca capacidade de discernimento sobre a importância do seu voto tem sido observada pelos participantes no grupo focal como uma das estratégias contraproducente que ajuda a desvalorizar o sentido de voto. Um dos participantes86 procurou mostrar que não há nenhum bem que os políticos podem disponibilizar durante a campanha eleitoral cujo valor supere o que a educação ou a saúde têm na vida de qualquer eleitor. E ainda declara que:
(…) pessoalmente não acredito nos nossos políticos, porque
fazem várias promessas que não cumprem. Nos períodos
eleitorais procuram pessoas menos esclarecidas para enganarem com bens matérias de pouco valor como por exemplo motorizadas, bicicletas, carros e etc. Sendo que para os serviços essenciais que precisamos não fazem nada, caso de hospitais e escolas. Vamos supor que a pessoa caia nessa motorizada que lhes entregaram e se machucou, mas não tem um hospital em condições para um tratamento adequado (…).Participante no. 8 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Conforme foi possível constatar entre os eleitores entrevistados, aqueles que acreditam, em alguns casos, têm uma ligação de militância ou de admiração as lideranças e, supostamente, não levam muito em consideração a coerência e idoneidade das promessas.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam que acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 29% afirmam ter confiança no candidato, 11% afirmam que o candidato apresentou um bom Programa de Governo e 61% não souberam responder.
Portanto, segundo o gráfico 18, entre os eleitores entrevistados que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições, 29% justificam a confiança no candidato como razão, 11% consideram porque apresentou um bom programa de governo, enquanto 61% não souberam responder.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, os/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 14% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 44% afirmam que o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.
Entretanto, já para os eleitores entrevistados que afirmam não acreditarem nas promessas eleitorais dos candidatos, 14% alegam não confiarem no candidato e 44% porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 152 entrevistados/as, 63% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.
Nesse sentido, quando questionados sobre a importância do processo democrático para o pais, num universo de 152 eleitores entrevistados, 63% afirmam que a democracia serve para construir a paz e justiça social e 27% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais. Obviamente, os eleitores demonstraram que a democracia serve para construir as duas coisas e, consequentemente, permitir que os cidadãos possam ter oportunidades para viver com dignidade.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 58% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
De acordo com o gráfico 21, 58% dos eleitores entrevistados afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 22% responderam que o período da campanha eleitoral significa de conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 9% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos. Observando as respostas, a leitura dos eleitores foca no que deveria ser o sentido que uma campanha eleitoral deveria proporcionar, contudo igualmente demonstraram o receio face ao crescimento de riscos de conflitos sociais e disputas religiosas que gradualmente o processo está a incorporar. No geral, os participantes observaram o período da campanha eleitoral como de debate político e apresentação de propostas de governação aos eleitores, mas também apontaram para os riscos de descaracterização substancial desses objetivos.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.
Em Quinara, votar é entendido sobretudo como forma de escolher programas de governo e resolver problemas nacionais. Embora a maioria declare decidir autonomamente, persistem influências familiares, comunitárias e até práticas coercitivas como a mandjidura. Os grupos focais denunciaram ainda a compra de votos com motorizadas, arroz ou camisolas, distribuídos por líderes comunitários e chefes de tabanca. Esse processo reforça desigualdades e fragiliza a confiança, mostrando como o peso das estruturas locais e das trocas materiais ainda condiciona a liberdade de escolha, apesar da consciência de que o voto deveria expressar dignidade e soberania popular.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo na região de Quinara. Assim sendo, num universo de 152 entrevistados/as, 34% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor Programa de Governo.
Nessa parte procurou-se observar influências que os eleitores sofrem na hora de votar. Ou seja, até que ponto eles são autónimos para decidir em quem votar sem se deixarem ser influenciadas pela escolha de decisão de terceiros. O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para eleitores da região de Quinara. Assim sendo, num universo de 152 eleitores entrevistados, 34% afirmam que para eles o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de governo e 29% consideram que significa votar em candidato com programa do governo.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, 90% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.
Segundo o gráfico 23, 90% dos eleitores entrevistados afirmam que votam nas eleições pensando que seria uma oportunidade de resolver os problemas que o país enfrenta. Teoricamente, com esse posicionamento os eleitores demonstraram possuir um dos principais motivos que caracteriza o ato de voltar, que é de atender os desafios que o país pretende resolver.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto vem por parte de:
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, os entrevistados/as afirmam que a orientação do voto vem por parte do pai/mãe (5%).
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas, 5% dos eleitores entrevistados afirmam que a orientação do voto vem por parte do pai ou da mãe. Mas, o grosso dos eleitores não souberam responder conforme gráfico 24.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido. A sua orientação de voto é:
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 77% afirmaram que orientação de voto é pessoal.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acima, 77% afirmaram que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido. A minha orientação de voto é infuenciada tambem por:
Além disso, 4% dos/as entrevistados/as afirmaram que o voto também é influenciado por Mandjidura.
Além disso, 4% dos eleitores entrevistados admitiram que o voto também é influenciado por mecanismo coercitivo de controlo social tradicional, designadamente, “mandjidura”. ( Mecanismo de interdição e punição baseado numa relação com a ancestralidade espiritual.)
Durante o grupo focal a reação dos participantes foi mais contundente e admitiram a influência de terceiros na decisão de voto dos eleitores. Alguns participantes mencionaram partidos com principais patrocinados desse tipo de comportamento. Na opinião de um dos participantes:
O voto é influenciado, e tem muitos partidos que dão dinheiro aos eleitores em troca de voto. Aconteceu na mesa de voto onde trabalhei nas eleições passadas casos de pessoa que queriam entrar com os seus telemóveis nas cabines de votação para fotografar o boletim de voto de forma a comprovar que votaram no partido x. Outro fator influenciador é o voto étnico. Nas eleições passadas um grupo de pessoas de uma determinada etnia se dirigiram em grupo para a mesa de votação para votar, porém na segunda volta das mesmas eleições esse grupo não foi votar porque o candidato que é da etnia deles não passou para a segunda volta. Isso mostra claramente a tendência ou a influência que o componente étnico tem na decisão de voto dos
eleitores. A educação cívica tem papel importante na
sensibilização da população, porém existe um grande
desinteresse da população nas campanhas de educação cívica promovidas.Participante no. 8 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
De alguma forma, embora não assumida de maneira explicita o voto é influenciado quer pelos partidos que procuram comprar consciência dos eleitores mediante investimentos que fazem, disponibilizando os bens matérias.
Mas, também pela forma como agem os líderes comunitários, chefes de famílias e estruturas sociocomunitárias.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 152 resposta em Quinara, 75% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.
Embora no geral os eleitores entrevistados não admitiram serem influenciados de alguma forma, num universo 152 respostas em Quinara, 75% afirmam que os partidos e candidatos oferecem bens materiais para angariar votos nas comunidades durante a campanha eleitoral.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (25%), camisolas (28%), arroz (22%) e dinheiro (10%).
E de acordo o gráfico 28, conseguem ainda enumerar alguns bens disponibilizados pelos partidos e candidatos para angariar votos, onde se destacam: 25% apontam as motorizadas, 28% consideram as camisolas, 22% apontam o arroz e 10% consideram que é o dinheiro. Conforme procuramos mostrar nas outras regiões, não importa na verdade considerar que tipo de bens são mais disponibilizados, mas apenas compreender que essa ação ocorre apenas durante o período da campanha eleitoral. depois desse período os eleitores não só deixam de contar com assistência, como também já não conseguem contatar com os atores políticos.

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (14%) e ou chefe de tabanca (20%).
Entre os principais beneficiários, segundo os eleitores entrevistados afiguram estruturas sociocomunitárias e lideranças. E em suas respostas, 18% apontam a comunidade como um dos beneficiários, 14% acreditam que é o responsável local do partido e 20% consideram o chefe de tabanca. Conforme as indicações supramencionadas, os bens são distribuídos a partir de estruturas comunitárias existentes e líderes de opiniões, e cada grupo em função de sua capacidade de organização e densidade de seus membros pode alocar mais benefícios.
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.
Na região de Quinara, 82% dos eleitores defendem a exigência de escolaridade mínima para deputados e membros do governo, entendendo-a como condição para liderar e decidir com responsabilidade. Ao mesmo tempo, 73% consideram o desempenho democrático do país mau, o que traduz frustração e desconhecimento do verdadeiro sentido da democracia, como apontaram vários participantes. As instituições recolhem baixa confiança, com destaque para a Liga Guineense dos Direitos Humanos (24%). Há consenso sobre a necessidade de abrir espaço para mulheres e jovens, embora se ressalte que também precisam conquistar ativamente esses lugares. Persistem críticas à falta de transparência eleitoral e à divulgação tardia dos resultados.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 82% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Essa parte traz observações interessantes sobre o nível de confiança dos eleitores em relação aos eleitos, sobretudo no que diz respeito aos seus níveis de preparo e, também em relação a aquilo que pensam do desempenho democrático no país. Em relação a importância da escolaridade mínima para deputados e membros do governo, os eleitores entrevistados demonstraram saber que é obrigatório que os responsáveis públicos tenham um nível aceitável de preparação. Em suas opiniões, 82% afirmam que deveria haver um nível de escolaridade mínimo para esses cargos.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (16%), para poder tomar as melhores decisões (32%) e para ter a capacidade de governar melhor (27%).
De acordo com o gráfico 31, os eleitores entrevistados afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínimo para deputados e membro do governo pelos seguintes motivos: 16% consideram que é fundamental para se poder ser um bom líder, 32% são de opinião que é necessário para se poder tomar as melhores decisões e 27% justificam que é a base para se ter a capacidade de governar melhor.
Sobre esse assunto os participantes do grupo focal também são da mesma opinião e defendem o nível mínimo como condição para o acesso aos cargos de deputado. Segundo um dos participantes:
A população não é culpada pela eleição de deputados que não têm nível acadêmico para o parlamento. Porque os candidatos à deputados são apresentados pelos partidos que eles (eleitores) são militantes ou simpatizantes e isso é o que lhes dificultam. Poderia ser mais fácil se a população escolhesse o seu candidato e apresentar ao partido (…).
Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Conforme se pode ver, a observação procurou ilibar os eleitores de qualquer responsabilidade sobre a qualidade de candidatos que são eleitos ao cargo de deputado e, acusam os partidos na qualidade de estrutura que faz a seleção
dos candidatos ao parlamento como o responsável. E ainda sugerem a necessidade de existir uma legislação a definir os critérios de quem pode ser candidato a deputado e membro do governo.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 73% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 24% afirmam que o desempenho democrático é bom.
Analisando o gráfico 32, percebe que 73% dos eleitores entrevistados são de opinião que o desempenho democrático no pais é mau e 24% consideram-no de bom. A insatisfação com o desempenho da democracia é elevada e os participantes no grupo focal são de opinião de que isso acontece porque os eleitores desconhecem o verdadeiro sentido da democracia.
De acordo com um dos participantes:
Falamos da democracia, mas a democracia está por vir, ainda não vivenciamos os valores democráticos. Desde que
começamos a votar em 1994 até hoje não existe um sinal da
democracia. A democracia existe quando cada pessoa é livre na não entendem isso e muitos ainda votam sem saberem por quê votam? Será que nesse tipo de país vamos ter algum conhecimento das coisas quando votamos sem saber para quê forma como faz a sua escolha (…) Na Guiné-Bissau as pessoas estamos a votar?Participante no.5 no grupo focal em Buba • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Aliás, as opiniões dos participantes no grupo focal indicam que a democracia ainda esteja num processo de construção e ela só vai passar a existir quando os eleitores sabem qual é a importância de seus votos na promoção do bem-estar comum.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 24%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%) e depois a força de defesa (5%).
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a sociedade civil representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece com uma confiança relativa de 24% na opinião dos eleitores entrevistados. Em seguida, aparece a Presidência da República com 13%. No geral, percebe-se que para os eleitores entrevistados da região de Quinara o nível de confiança em relação ao desempenho de instituições democráticas é baixo.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 91% dos eleitores entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumirem cargos políticos.
Essa questão é consensual e praticamente todos os eleitores são de opinião que o espaço público de tomada de decisão precisa ser democratizado. Mas, algumas contribuições do grupo focal responsabilizam mulheres e jovens pelas suas não representação nas esferas de tomada de decisão. De acordo com um dos participantes:
Várias vezes falamos sobre a necessidade de dar as mulheres e aos jovens a oportunidade, mas se são eles (mulheres e jovens) os próprios que votam nos homens e ainda nos candidatos que não merecem (…)
Participante no. 5 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
A opinião critica à postura das mulheres e dos jovens ainda se nota na intervenção desse outro participante que considera que:
(…) as mulheres e os jovens já devem ser dados oportunidades, mas também não basta dar-lhes gratuitamente, é preciso que trabalhem para que possam conquistar eles mesmos os seus próprios espaços, visto que os atuais dirigentes não vão simplesmente ceder os seus lugares. É preciso que cheguem lá por méritos próprios (…).
Participante no. 7 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Se por um lado percebe-se que as mulheres e os jovens na qualidade de grupos maioritários precisam se consciencializarem para mudar o destino e a utilidade de seus votos, dando oportunidade a eles mesmos. Por outro lado, há um entendimento de que mudando as personagens pode-se também estar a criar oportunidade para o desenvolvimento do país.
E um participante foi mesmo perentório quando disse o seguinte:
Acho que já está na hora de dar oportunidade para os jovens e mulheres. Há muito que estamos com as mesmas pessoas e não vimos nenhum resultado satisfatório, então deve haver mudança dando oportunidade aos jovens e mulheres para mostrarem que são capazes de fazer melhor para o nosso país, quem sabe daremos um passo para frente.
Participante no. 6 no grupo focal em Buba. • Entrevista de grupo focal • 2022-06-26
Pelas contribuições é consensual que as mulheres e os jovens devem participar nas esferas públicas de tomada de decisão, no entanto, são de suas responsabilidades a iniciativa de trabalhar solidariamente para conquistar seus
lugares.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau.
Com relação ao processo de voto no pais, 28% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 14% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 14% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 17% afirmam que se deveria realizar recenseamento em todas as comunidades.
Em relação ao processo de voto no pais, os eleitores entrevistados demonstram alguma preocupação pela forma como tem sido organizado e, 28% consideram a existência de falta transparência ao longo do processo, enquanto 14% acham que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral, 14% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados e 17% defendem a necessidade de se realizar recenseamento em todas as comunidades.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 99% dos entrevistados/as na região de Quinara acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito.
No que concerne a opinião de eleitores entrevistados, de acordo com o gráfico 36, 99% acreditam serem importantes as questões colocadas no inquérito. Certamente, o momento serviu de oportunidade não só para pronunciarem sobre a importância que dão ao seu voto, o histórico do processo eleitoral no país, mas também para entender as suas perceções em relação ao funcionamento das instituições democráticas. Resumidamente pelas opiniões dos eleitores percebe-se que ainda existe muita expetativa sobre aquilo que a democracia é capaz de favorecer em benefício comum, mas deixaram patente a sobreposição da agenda pessoal que tem sido um entrave colocado a uma sociedade na eminência de rotura com os valores democráticos.
Estudo: Sentido do Voto
Estudo baseado em 3 646 questionários representando cerca de 0,5% do eleitorado nacional, analisando o perfil sociodemográfico, a confiança política, as influências no ato de votar e as perceções sobre o processo democrático. Os resultados oferecem um retrato abrangente das motivações e desafios que moldam o comportamento eleitoral na Guiné-Bissau.
- Eleitores 2018
- 744.686
- Questionários
- 3.646
- Meta %
- 0,5 %
1. PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
O primeiro bloco da análise nacional concentra-se na caracterização demográfica do universo inquirido, com base nos 3 646 questionários válidos recolhidos. Este segmento inclui informações sobre a composição étnica e religiosa das pessoas entrevistadas, a distribuição por faixas etárias e por género, bem como dados relativos ao estado civil e ao tipo de casamento (religioso, tradicional ou estatal). São também registadas a média de eleitores por agregado familiar, o nível de escolaridade das pessoas entrevistadas e as principais fontes de rendimento dos agregados (agricultura, comércio, função pública ou outras atividades). A recolha sistemática destes dados permite estabelecer um retrato quantitativo da população abrangida pela pesquisa, constituindo a base para a compreensão subsequente das atitudes e comportamentos eleitorais analisados nos blocos seguintes.

Gráfico 1: Etnias do público-alvo.
Segundo o gráfico 1, a etnia predominante entre os/as entrevistados/as no estudo a nível nacional é a etnia fula, representada por 25% em seguida a etnia balanta, representada por 16%.

Gráfico 2: Faixa etária
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 3: Sexo do público-alvo do estudo.
Num universo de 3646 entrevistados/as, 44% foram do sexo feminino e 56% do sexo masculino.

Gráfico 4: Religião dos entrevistados.
A religião predominante entre os/as entrevistados/as é a muçulmana, representada por 50%.

Gráfico 5: Estado civil dos entrevistados.
No que diz respeito ao estado civil dos/as entrevistados/as, constatou-se que 65% são casados (as), 26% são solteiros (as), 2% são divorciados (as) e 6% são viúvos (as).

Gráfico 6: Tipos de casamento do público-alvo.
Entre os casados, o tipo de casamento predominante é o casamento de usos e costumes, representado por 52%.

Gráfico 7: Capacidade eleitoral
Quando questionados/as sobre a capacidade eleitoral do agregado familiar, 25% afirmam que no agregado menos de 10 pessoas podem votar e 75% afirmam que no agregado mais de que 10 podem votar.

Gráfico 8: Nível de escolaridade.
De acordo com o gráfico 8, o nível de escolaridade predominante entre os/as entrevistados/as no estudo é o nível de escolaridade entre 10ª – 12ª classe, representado por 21% em seguida o nível entre 7.ª – 9ª classe, representado por 15%. E ainda se nota que 10% dos entrevistados/as não sabem ler e nem escrever.

Gráfico 9: Fonte de receita.
Outro aspeto relevante que o estudo buscou ilucidar são dominios de atividades laborais dos/as entrevistados/as. Num universo de 3646 entrevistados/as, 26% são agricultores/as, 18% trabalham no setor privado, 16% no setor público e 15% são comerciantes.
1.2. PERFIL SOBRE A CONFIANÇA NOS CANDIDATOS/AS
O segundo bloco da análise nacional aborda a experiência e as perceções dos inquiridos relativamente ao sistema político e aos seus representantes. São recolhidas informações sobre a frequência com que as pessoas entrevistadas já participaram em atos eleitorais e o tipo de eleições em que votaram (legislativas, presidenciais ou gerais, entendidas estas como a realização simultânea das eleições legislativas e presidenciais). Este segmento inclui ainda dados sobre o nível de confiança depositado nos candidatos e nos partidos políticos, bem como as motivações para manter ou alterar a preferência partidária ao longo do tempo. Analisa-se também o grau de credibilidade atribuído às promessas eleitorais e as razões apresentadas para acreditar ou não nelas em ocasiões anteriores. Por fim, o bloco recolhe perceções sobre a utilidade e a credibilidade do sistema multipartidário, conforme entendido pelas pessoas entrevistadas.

Gráfico 10: Nº de vezes que o público-alvo já votou.
Quando questionadas/os quantas vezes já votaram, percebe-se que num universo de 3646 entrevistadas/os, 27% assumem que já votaram pelo menos 5 vezes e 17% pelo menos 2 vezes.

Gráfico 11: Votação nas eleições gerais.
Em relação a participação nas eleições realizadas no país, percebe-se que 16% afirmam ter votado nas eleições gerais em 1994, 14% nas eleições de 1999, 14% nas eleições gerais de 2014 e 16% nas eleições gerais de 2019.

Gráfico 12: Votação nas legislativas.
Em relação ao número de vezes que os entrevistados/as votaram nas eleições legislativas passadas, 78% afirmam ter votado pelo menos 6 vezes.

Gráfico 13: Eleições presidenciais.
E nas eleições presidenciais passadas, 78% dos entrevistados/as afirmam ter votado pelo menos 6 vez nas eleições presidenciais.

Gráfico 14: Nível de confiança no partido.
Durante o diagnostico também foi possível medir o nível de confiança que os entrevistados/as possuem em relação ao partido. Segundo o gráfico 14, verifica-se que 48% afirmam que não votam sempre no mesmo partido enquanto 52% afirmam que sim tem votado sempre no mesmo partido.

Gráfico 15: Motivos para votar no mesmo partido.
E os principais motivos de terem votado sempre no mesmo partido são: confiança no partido (48%), confiança no programa de Governo (23%) e militância (25%).

Gráfico 16: Motivos para não votar no mesmo partido.
E os/as entrevistados/as que afirmam que não votaram no mesmo partido nas últimas eleições pelos seguintes motivos: não cumpriu as promessas da campanha anterior (46%), falta de confiança no partido (21%) e perda de confiança no partido (10%).

Gráfico 17: Nível de confiança nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Além de tentar analisar os principais motivos que influenciaram o votar ou não votar num determinado partido nas últimas eleições, o diagnostico procurou também analisar o nível de confiança dos entrevistados/as nas promessas eleitorais dos/das candidatos/as à nível nacional. Num universo de 3646 entrevistados/as, 68% afirmam que não acreditaram nas promessas eleitorais dos candidatos e 31% afirmam acreditar nas promessas.

Gráfico 18: Motivos para acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Portanto, segundo o gráfico 18, os/as entrevistados/as que afirmam acreditar nas promessas eleitorais dos/as candidatos/as nas últimas eleições, 42% afirmam ter confiança no candidato, 21 % afirmam ter confiança no programa de Governo e 13% afirmam ter confiança no partido.

Gráfico 19: Motivos para não acreditar nas promessas eleitorais dos candidatos nas eleições passadas.
Entretanto, dos/as entrevistados/as que afirmam não acreditar nas promessas eleitorais do candidato nas eleições passadas, 28% afirmam que não acreditam porque não confiam no candidato e 56% afirmam que não acreditam porque o candidato não cumpriu com as promessas das campanhas anteriores.

Gráfico 20: Processo democrático.
Quando questionados/as sobre o processo democrático do pais, num universo de 3646 entrevistados/as, 55% afirmam que a democracia serve para a paz e justiça social e 29% afirmam que a democracia serve para o desenvolvimento do pais.

Gráfico 21: Significado do período da campanha eleitoral para o público-alvo.
De acordo com o gráfico 21, 70% dos entrevistados/as afirmam que o período da campanha eleitoral é uma oportunidade para apresentar as preocupações da comunidade, 16% responderam que o período da campanha eleitoral significa conflitos entre famílias e pessoas na tabanca e 6% afirmam que significa conflito entre partidos e candidatos.
1.3. PERFIL SOBRE A INFLUÊNCIA NO ATO DE VOTAR
O terceiro bloco da análise nacional examina perceções e influências relacionadas com o ato de votar. São exploradas as interpretações dadas pelas pessoas inquiridas sobre o significado de exercer o voto, o que efetivamente está em causa na escolha eleitoral e quais problemas se espera resolver através desse processo. Recolhem-se ainda informações sobre quem, no contexto de vida das pessoas entrevistadas, influencia ou determina a escolha partidária, e de que forma essa influência se manifesta. Este segmento investiga também a ocorrência de pressões ou ameaças relacionadas com a captação de votos, bem como de contrapartidas oferecidas nesse contexto, identificando os tipos referidos e os grupos ou indivíduos que deles beneficiam.

Gráfico 22: Significado do ato de votar para o público-alvo.
O estudo também procurou entender o que significa o ato de votar para o público-alvo. Assim sendo, num universo de 3646 entrevistados/as, 64% afirmam que o ato de votar significa eleger o candidato com melhor programa de Governo para o desenvolvimento do país, 22% afirmam que o ato de votar significa eleger o partido que transmite confiança.

Gráfico 23: Motivos que justifica o ato de votar.
Segundo o gráfico 23, num universo de 3646, 93% dos entrevistados/as afirmam que votaram nas eleições passadas porque viram no candidato uma oportunidade de resolver os diferentes problemas que o país enfrenta.

Gráfico 24: Influências na hora de escolher o partido.
Em relação a orientação na hora de votar, das respostas obtidas percebe-se com o gráfico 24 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 25: Influências na hora de escolher o partido.
Entretanto, dos que não escolheram as opções acimas, 63% afirmam que orientação de voto é pessoal.

Gráfico 26: Influências na hora de escolher o partido.
Percebe-se com o gráfico 26 que as respostas não alcançaram significância.

Gráfico 27: Bens para angariar votos.
Além de serem influenciados/as de alguma forma, num universo 3646, 84% dos/as entrevistados/as afirmam que os partidos e os candidatos oferecem bens materiais para angariar voto nas comunidades.

Gráfico 28: Os bens oferecidos para angariar votos.
Segundo o gráfico 28, os bens oferecidos para angariar votos nas comunidades são: motorizado (17%), camisolas (20%), arroz (23%) e dinheiro (18%).

Gráfico 29: Os beneficiários dos bens oferecidos.
Os principais beneficiários, segundo os/as entrevistados/as são: a comunidade (18%), o responsável local do partido (17%), associação de mulheres (12%), jovens (14%) e ou chefe de tabanca (10%).
1.4. PERFIL SOBRE O NÍVEL DE CONFIABILIDADE DO PROCESSO DEMOCRÁTICO NO PAÍS
O quarto bloco da análise nacional reúne opiniões sobre critérios e expectativas em relação ao funcionamento do sistema democrático. Inclui perceções sobre a necessidade ou não de estabelecer um nível mínimo de escolaridade para o exercício do cargo de deputado, bem como as razões apontadas para tal posição. Recolhem-se também avaliações sobre a satisfação com o desempenho democrático do país e sobre as instituições consideradas mais dignas de confiança. Este segmento aborda ainda as perceções relativas à capacidade de mulheres e de jovens para ocupar posições de decisão, assim como apreciações gerais sobre o processo eleitoral no seu conjunto. Por fim, são incluídas as respostas relativas à relevância atribuída pelas pessoas inquiridas ao inquérito apresentado.

Gráfico 30: Nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.
Quando questionados/as sobre a importância da escolaridade mínima para deputados e governantes, os 95% dos/as entrevistados/as afirmam que sim deveria haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes.

Gráfico 31: Motivos para haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes
De acordo com o gráfico 31, os entrevistados/as afirmam que é importante haver um nível de escolaridade mínima para deputados e governantes pelos seguintes motivos: para ser um bom lider (32%), para poder tomar as melhores decisões (24%) e é importante saber ler e escrever para poder governar melhor (23%).

Gráfico 32: Nível de satisfação com o desempenho democrático no país.
Analisando o gráfico 32, percebe que 71% dos/as entrevistos/as afirmam que o desempenho democrático no pais é mau e 25% afirmam que o desempenho democrático é bom.

Gráfico 33: Instituições do país que inspira mais confiança.
Em relação a confiança que as instituições do pais transmitem, a Liga Guineense dos Direitos Humanos aparece em primeiro lugar, representado por 27%, segundo os/as entrevistados/as. Em seguida aparece a Presidência (13%).

Gráfico 34: Oportunidade para as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.
De acordo com o gráfico 34, verifica-se que 95% dos entrevistados afirmam que deviam começar a dar oportunidades as mulheres e jovens para assumir cargos políticos.

Gráfico 35: Processo do voto na Guiné-Bissau
Com relação ao processo de voto no pais, 51% dos/as entrevistados/as afirmam que há falta transparência ao longo do processo, 9% afirmam que se deveria aumentar os programas de sensibilização sobre o processo eleitoral e 9% afirmam haver atraso na divulgação dos resultados.

Gráfico 36: Opinião sobre o inquérito.
De acordo com o gráfico 36, 98% dos entrevistados/as ao nível nacional afirmam serem importantes as questões colocadas no inquérito.

Sentido do voto na Guiné-Bissau

Sentido do voto na Região de Bolama-Bijagos

Sentido do voto na Região de Cacheu

Sentido do voto na Região de Biombo

Sentido do voto no Setor Autónomo de Bissau

Sentido do voto na Região de Oio

Sentido do voto na Região de Bafatá

Sentido do voto na Região de Gabú

Sentido do voto na Região de Tombali
